terça-feira, 31 de julho de 2018

A NOVELA DA CANDIDATURA DO CRIMINOSO DE GARANHUNS



Como se não bastasse todo o mal que Lula e o PT causaram ao Brasil, a indefinição da situação eleitoral do criminoso de Garanhuns vem tumultuando o já conturbado processo sucessório e aumentando ainda mais a insegurança jurídica no Brasil.

É certo que o Judiciário deve seguir seus ritos, mas, convenhamos: um criminoso condenado disputando a Presidência é uma excrescência até mesmo nesta republiqueta de bananas.

Uma ação do MBL buscando o pronto reconhecimento da inelegibilidade do condenado foi negada pela ministra Rosa Weber no último dia 18. Segundo ela, o pedido foi apresentado através de “instrumento procedimental atípico, oriundo de agente falho de legitimação, fora do intervalo temporal especificamente designado pela lei para tanto”, além de ser necessário o cumprimento do devido processo legal, “garantia constitucional cuja observância condiciona a legitimidade jurídica dos atos e decisões do Estado-Juiz, em reverência ao primado da lei, a impor desde logo o juízo de não conhecimento da presente arguição de inelegibilidade”.

A procuradora-geral Raquel Dodge vai orientar os membros do MP que atuam na área eleitoral a entrar na Justiça contra candidatos condenados por órgãos colegiados do Judiciário, visando garantir que candidatos inelegíveis tenham sua situação definida o quanto antes — e devolvam aos cofres públicos o dinheiro utilizado em suas campanhas. Mesmo não citado nominalmente o ex-presidente petralha, ela deixou claro que a orientação é dar tratamento uniforme a todos os casos, independentemente do cargo disputado.

A insistência do PT em manter Lula no pleito presidencial, registrar sua candidatura no último dia do prazo e negar taxativamente a existência de um plano B — que não só existe como atende por Fernando Haddad ou Jaques Wagner (mais detalhes nesta postagem) — se destina, principalmente, a dar sustentação à narrativa de golpe, conspiração, perseguição política e outras bobagens que os cidadãos de bem deste país estão cansados de ouvir. Lula, por seu turno, não está preocupado em salvar ninguém além dele próprio, e se voltasse ao poder — que Deus nos livre e guarde dessa catástrofe —, faria novamente o que ele e seu bando sempre fizeram: corromper, enganar, sonegar, roubar...

Só não vê quem não quer: afinal, o que dizer de um criminoso condenado, que está cumprindo pena de 12 anos 1 um mês por corrupção e lavagem de dinheiro (no caso do célebre tríplex do Guarujá), que teve mais de 120 recursos negados por juízes, desembargadores e magistrados de todas as instância do Judiciário e que responde a outros seis processos criminais?

Causa espécie o fato de o petralha, mesmo com uma capivara dessas, tenha o desplante de concorrer à Presidência e, pior, de não faltarem lunáticos e lobotomizados dispostos a votar nele — ou, em menor medida, em quem ele indicar para concorrer em seu lugar. Como explicar essa barafunda? Por que cargas d’água a ORCRIM insiste nessa aleivosia, em vez de lançar, logo de uma vez, a candidatura de outro petralha qualquer? Numa única frase, a resposta é: porque o PT é Lula, e Lula é o PT. Simples assim.   

Volto ao assunto na próxima postagem. Até lá, veja o que publicou O SENSACIONALISTA sobre o discurso de campanha do postulante à Presidência pelo PDT:

“Após Ciro Gomes dizer que Lula só será solto se ‘a gente’ assumir o poder, Sérgio Moro emitiu ordem de prisão imediata para a locução pronominal — o que foi até comemorado por muitas pessoas que não aguentavam mais ouvir ‘a gente fomos’ e ‘a gente vamos’. Com mais essa frase, aliados de Ciro têm feito de tudo para que sua língua seja presa e impedida de participar da campanha. O advogado do candidato também incluiu em seu plano de governo um documento inspirado em um banco: a carta ‘Saída Livre da Prisão’ do Banco Imobiliário para Lula. Já o molusco respondeu que Ciro só chega ao Planalto se ‘a gente sairmos da prisão’.”

Qual encosto mal despachado, o pseudocearense baixou em Ananindeua, no Pará, onde foi recebido por pajés municipais do PDT e pelo alcaide tucano Manoel Pioneiro, que estava lá não por ser um anfitrião suprapartidário, mas para confraternizar com o aliado — o partido de Ciro participa da coalizão que apoia a candidatura a governador de Márcio Miranda, filiado ao DEM, que terá como vice alguém indicado pelos tucanos. “O Brasil é uma federação complexa”, ensinou o ex-governador do Ceará aos intrigados com a salada de siglas. “Aqui no Pará o importante é derrotar o MDB”. Um repórter se atreveu a perguntar ao belicoso visitante se alianças com tal amplitude não poderiam confundir o eleitorado. A ousadia esgotou a paciência sempre minguada do candidato ao Planalto: “O povo brasileiro é mais inteligente do que julga nosso vão jornalismo”, encerrou a conversa o especialista em tudo.

Até que enfim Ciro acertou uma. Ainda existem brasileiros suficientemente sabidos para identificar embusteiros sem a ajuda de jornalistas. Tampouco é difícil, para quem tem mais de dois neurônios, enxergar um coronel sertanejo, repaginado para parecer menos primitivo, por trás da fantasia de guardião da democracia. Também por isso, o pedetista-caçador-de votos-deveria se abster de tentar justificar a espantosa entrevista que concedeu nesta semana a uma emissora de TV maranhense. Se ganhar a eleição, disse ele, “vou enquadrar juízes, cortar as asas do Ministério Público, soltar Lula da cadeia, domar o Congresso, fazer o diabo”. Tantos assombros permitem deduzir que o candidato à chefia do Executivo vai acumular a presidência do Legislativo e do Judiciário.

Empolgado com o som da própria voz, o parlapatão de Pindamonhangaba (essa é a cidade natal do falso cearense) contou que o ex-presidente presidiário estaria em liberdade caso tivesse ouvido seus conselhos. “Eu vi as coisas acontecendo”, confessou. “Sabia que ia dar problemas. Cansei de avisar pro Lula, mas ele não quis ouvir porque o poder por muito tempo também tira a pessoa do normal”.

Quer dizer: Ciro sabia de tudo. Como não denunciou o que viu, virou — na melhor das hipóteses — cúmplice por omissão da maior roubalheira da história. Isso sim é menosprezar a inteligência alheia. Isso sim é tratar o povo brasileiro como um bando de idiotas.

Com Augusto Nunes.

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