No início dos anos 1960, TV era em preto e branco, música era coisa se ouvia em casa, rádios portáteis eram do tamanho de uma caixa de sapatos e gravadores, só de rolo. Entretanto, como a tecnologia evoluiu mais nos últimos quarenta anos do que nos quarenta séculos anteriores, logo surgiria o mini K-7, o “walk-man”, a mídia digital, os “disk-man” e, mais recentemente, o padrão de compressão MPEG AUDIO LAYER-3 viria a revolucionar o mercado fonográfico (e os hábitos dos aficionados em música).
Por reduzir arquivos de áudio para cerca de um décimo do tamanho original, o MP3 facilitou enormemente a distribuição de música pela Rede e fomentou a “portabilidade musical”, propiciando a criação de dispositivos portáteis capazes de reproduzir arquivos de áudio nesse formato (os populares MP3 Players), e o estrondoso sucesso de vendas desses aparelhos incentivou os fabricantes a desenvolver modelos com cada mais recursos e funções – e a batizá-los de MP4, MP5, MP6, e assim sucessivamente; quanto mais funções, maior o numeral acrescido à sigla “MP” (de “Multi-Player”).
Mas o problema é que muitos desses gadgets são cópias baratas do produto original (ainda que alguns tragam alguma marca conhecida impressa na carcaça, a maioria deles é fabricada na China, que copia de tudo, do iPod ao pendrive, e abastece as barracas dos melhores camelôs do ramo).
Os MP3 Players tradicionais são aparelhinhos simples, com capacidades de armazenamento variáveis e capazes de reproduzir arquivos de áudio nos formatos .mp3 (alguns também manipulam arquivos .wav e .wma, gravam áudio, funcionam com dispositivo portátil de armazenamento e até sintonizam emissoras de rádio FM).
Já os assim chamados “MP4 Players” incorporaram uma pequena tela LCD, na qual exibem determinados tipos de arquivos de vídeo – entretanto, embora exista realmente o formato de vídeo .mp4 (MPEG-4), muitos desses players nem sequer são compatíveis com ele. E como virou consenso achar que o MP4 era “a nova geração do MP3, só que com vídeo”, logo surgiu um novo modelo que, além dos recursos do MP3 e MP4, oferecia também câmera digital e games – e que foi batizado de MP5, ainda que isso não represente qualquer extensão de arquivo.
Mas a coisa não parou por aí: embora os recursos acrescentados a cada versão “evoluída” possam diferir conforme o fabricante, o MP6 ganhou funções de telefone celular (em certos casos com suporte a Bluetooth, Java e GPRS); o MP7 oferece TV gratuita (com uma antena externa) ou um celular com entrada para dois chips, quando não as duas coisas (algumas versões contam até com recursos de filmadora digital); o MP8 tem tela sensível ao toque e/ou duas câmeras digitais; o MP9 promete suporte 3G e sensor que muda a posição da imagem automaticamente, conforme o aparelho é colocado na vertical ou horizontal – alguns modelos até garantem que gravam a programação da TV e de rádios FM; e o MP10 (ou MP11, conforme a marca), além dos recursos anteriores, traz ainda a função "Music Shake", que permite trocar de música ou de imagem mediante um movimento lateral do aparelho.
Durma-se com um barulho desses!
PS - Eu já havia agendado esta postagem pra hoje, quando alguém, ontem, me pediu pra abordar exatamente este assunto... Curioso, né?