terça-feira, 16 de março de 2010

Melhor prevenir...

A tecnologia da informação transcende as fronteiras do PC e da Internet, e algumas questões de segurança transitam entre o mundo virtual e o “real” de maneira sutil, quase transparente. Hoje em dia, mesmo os assim chamados “excluídos digitais” costumam usar cartões eletrônicos – de crédito, débito, de lojas, do INSS, e por aí vai –, e muitos deles reservam um espaço no verso para a assinatura do portador. No entanto, assiná-los pode não ser uma boa idéia: em caso de perda ou roubo, alguém mal intencionado e com um mínimo de habilidade pode “treinar” sua assinatura e usar seu cartão indevidamente. E como deixar o espaço em branco pode ser ainda mais perigoso, o melhor é escrever “SOLICITAR RG”, de maneira a forçar o lojista a cotejar os dados do instrumento de crédito com os do documento de identidade do portador.
A título de curiosidade, o cartão de crédito surgiu em meados do século passado, na forma de um cartão de papelão idealizado por Frank McNamara, que foi jantar e, na hora de pagar a conta, percebeu que estava sem dinheiro (teve de telefonar para casa e pedir à esposa que viesse socorrê-lo). Hoje, as credenciadoras Visa e MasterCard, juntas, controlam 96% do mercado mundial - em 2005, foram enviados 10,2 bilhões de cartões não solicitados (1,5 para cada habitante do planeta); somando a isso os cartões de débito (todo mundo com conta em Banco possui automaticamente um) e os de lojas, não é difícil entender porque o “dinheiro de plástico” tomou conta do mundo.

Observação: Embora "passar cartão" tenha se tornado uma prática corriqueira, quase todo mundo já se viu (ou conhece alguém que se viu) em palpos de aranha por abusar do crédito rotativo, cuja taxa de juros é uma das mais altas do mercado financeiro. Segundo os especialistas, usar o cartão com sabedoria consiste em realizar as compras cerca de 5 dias antes do vencimento e sempre pagar a fatura integralmente (parecelamento, somente quando oferecido "sem juros" pela loja). A perspectiva de comprar alguma coisa ativa o núcleo NACC do nosso cérebro, que é associado a sensações boas, mas quando tomamos conhecimento do preço, a Ínsula (região associada a dor e perda) costuma nos chamar à razão, e quanto mais "injusto" for o preço, mais intenso será esse "sinal vermelho". No entanto, os cartões distrocem essa "competição": quando pagamos com eles, a ínsula fica inativa, ou seja, não faz nada para conter a "emplogação", levando as pessoas a gastar mais quando as compras são feitas com "dinheiro de plástico".

Bom dia a todos e até mais ler.