Não há mal que sempre dure nem bem que nunca
termine.
A despeito de ter sido apeado do poder por
"suspeitas" de corrupção (que, após treze anos de lulopetismo, parecem coisa de punguista
de feira), o autodeclarado "homem macho de colhão roxo" Fernando
Collor abriu as importações e pôs fim às reservas de mercado – medidas
que, dentre outras coisas, propiciaram a modernização da indústria
automobilística nacional.
Embora nossos veículos continuem 30
anos defasados em relação aos modelos internacionais e figurem entre os mais caros do mundo, temos muito a
comemorar, começando pela substituição dos arcaicos
carburadores pela injeção eletrônica
de combustível, passando pela evolução dos deploráveis motores a álcool dos anos 80 para os modelos multicombustível atuais, e prosseguindo
com a inclusão de airbags, freios ABS, direção assistida, ar
condicionado, trio elétrico, sensor de estacionamento e outros
aprimoramentos que hoje contemplam também nos modelos ditos "populares" – ainda que na condição
de opcionais e cobrados a peso de ouro.
Igualmente digna de nota é a transmissão automática – desenvolvida, dizem, por dois engenheiros brasileiros –, que
caiu de pronto no gosto dos norte-americanos, mas só agora começou a se
popularizar entre nós, especialmente depois que as montadoras passaram a
oferecer uma opção mais barata, conhecida como transmissão automatizada.
Observação: Tanto as caixas
automáticas quanto as automatizadas
concedem férias à perna esquerda, pois dispensam o pedal de embreagem, mas as semelhanças terminam por aí, já que cada
qual tem vantagens e desvantagens que
devem ser levadas em conta quando você for escolher seu próximo carro.
Para facilitar a compreensão do que será visto a seguir, é
recomendável reler os posts de
21 e 22 de setembro de 2009, que dão uma boa noção de como funciona um motor de combustão interna (figura ao lado). Em atenção
aos comodistas de plantão, relembro a velha
analogia entre o motor e a bicicleta, na qual as pernas do
ciclista fazem o papel dos pistões; o pé-de-vela, o das bielas, e a coroa, o do volante do
virabrequim, que, através da corrente,
transmite a força aplicada aos pedais à catraca
da roda traseira, pondo a "magrela" em movimento.
Amanhã a gente continua; abraços e até lá.