A PRUDÊNCIA É A FILHA MAIS
VELHA DA SABEDORIA.
Dentre outros “benefícios”, a telefonia móvel celular
popularizou o BINA (sigla de “B Identifica
o Número de A”), que até alguns anos atrás não era oferecido pelas operadoras
de telefonia fixa. Mais adiante, elas passaram a oferecê-lo, mas mediante
pagamento ─ segundo o site da VIVO (nome que a TELEFONICA adotou em abril de 2012), o identificador de chamadas custa R$14,61 mensais. O lado bom da
história é que, atualmente, 9 de cada 10 modelos de aparelho telefônico
disponível no mercado integram displays, desobrigando os interessados de
adquirir separadamente o aparelhinho que, uma vez acoplado à linha, permitia
que o assinante soubesse quem estava ligando antes de atender a chamada.
Observação: Diferentemente do que muitos imaginam, a VIVO não comprou a TELEFONICA. Na verdade, deu-se o contrário, ou seja, foi a TELEFÔNICA que adquiriu o controle
acionário da VIVO. No entanto, como
ela tinha um número considerável de assinantes insatisfeitos, seus gestores
aproveitaram a “fusão” para trocar o nome da empresa, numa estratégia de
marketing que se propunha a melhorar sua imagem aos olhos dos consumidores. Se
ela obteve êxito ou não, isso é uma história que fica para outra vez.
Voltando ao que interessa, você certamente já recebeu
ligações em que número de quem está chamando não aparece (em vez dele, é
exibida uma mensagem de “número restrito” ou “privado”). Aliás, muita gente não
atende chamadas não identificadas, achando tratar-se de trote ou coisa pior
(segundo uma lenda urbana, essa prática é associada a celulares roubados que
vão parar nas mãos de presidiários), mas nem sempre é assim. Eu mesmo ─ e quem sabe algum amigo ou
conhecido seu ─ me vali desse
expediente durante anos para resguardar minha privacidade.
Observação: Em assim procedendo, o usuário pode ligar
para uma empresa sem se preocupar com o fato de seu número ficar registrado no
banco de dados e ser repassado para o pessoal do telemarketing, por exemplo, ou
falar com pessoas que seu cônjuge não aprovaria (para dizer o mínimo) sem com
isso se arriscar a receber ligações inesperadas em momentos impróprios, também
por exemplo.
Caso você também tenha interesse em ocultar seu ID, a
maneira de configurar seu aparelho depende da marca, do modelo e do sistema
operacional que ele utiliza. Nos dumbphones
em geral ─ o termo dumbphone (dumb = burro) se contrapõe a smartphone
(smart = esperto) e é usado para
designar celulares convencionais ─,
localize a opção Configurações no
menu principal e, no campo Configurações
de chamada, procure por algo como Bloquear
ID. Nem todos os celulares dispõem dessa opção, mas se ela existir, basta
ativá-la para que seu número deixe de ser exibido quando você fizer ligações.
Se você tem um smartphone com sistema Android, acesse o menu Configurações
(ou Ajustar), localize Chamadas (ou Definições de Chamada; o nome pode variar conforme o modelo do
aparelho e a versão do sistema) e, em Ajustes
adicionais, procure a opção ID do emissor.
Se ela estiver ativa, toque nela e marque Ocultar
número (ou Bloquear ID, ou coisa
que o valha). Já se o seu aparelho for um iPhone,
toque em Ajustes, selecione Telefone (ou Phone) > Ligações (ou
Chamadas, ou coisa parecida) > Mostrar meu número e no botão que
promove a respectiva desativação.
Note que nem todo aparelho permite essa configuração. No meu,
por exemplo (LG Optimus F5
P875), o ID do emissor veio desabilitado, e para
contornar esse impedimento eu precisaria rootear o telefone, coisa que a
prudência recomenda não fazer.
Observação: Não
faltam tutoriais na Web – inclusive em vídeo – ensinando a rootear smartphones.
O procedimento consiste geralmente em baixar e instalar no PC os drivers do
aparelho e o aplicativo que será usado no processo (há miríades de
programinhas, tanto pagos quanto gratuitos, mas é importante escolher um que
seja indicado para a marca e modelo do seu telefone e respectiva versão do
sistema). Ao final, é só conectar o telefoninho ao computador via cabo de dados
e seguir as instruções do tutorial.
Ainda assim, eu costumo ocultar meu ID de maneira seletiva,
ou seja, permito ou impeço a exibição de acordo com o número que vou chamar. A
maneira como faço isso é simples e dispensa qualquer configuração, independente
da marca, modelo, sistema ou mesmo operadora de telefonia móvel, além de valer
para todo o Brasil (e também para outros países, embora nem todos, mais isso,
agora, não vem ao caso). O truque é simplesmente digitar sustenido (ou jogo da velha,
como queira), seguido de 31 e
novamente sustenido antes do número
desejado.
Por exemplo, para ocultar seu ID ao ligar para 992861739,
digite #31#99286-1739. Supondo que esse número seja do litoral paulista e você
esteja na capital, adicione o código da operadora de longa distância e o código
de área respectivo. Supondo que você use uma linha da Claro e que nosso número
hipotético também seja da Claro, teremos #31#04113992861739, onde #31# é o comando que bloqueia a ID, 0 é o indicativo de chamada
interurbana, 21 é o código da claro
para chamadas de longa distância, 13
é o código de área para Santos, São Vicente, Praia Grande e adjacências, e 992861739 o número que se deseja
chamar. Simples assim.
Observação: Experimente usar essa técnica com algum
amigo ou familiar, de modo a poder conferir o resultado no ato. Depois, memorize
o comando e, se quiser, adicione-o aos números da agenda para os quais você
deseja impedir a exibição da sua ID e esqueça as intrincadas (e nem sempre
possíveis) configurações que vimos no início desta postagem. Para quem é
cliente VIVO, o código de longa
distância é 15, o da TIM é 41 e o da OI, 31 (você não é obrigado a fazer essas
associações, mas economizará nas suas ligações interurbanas se as fizer).
Em tempo: Para não ter de se preocupar com sua privacidade,
existe um método infalível: Faça a chamada de um “orelhão”. Aproveite enquanto
eles ainda existem, já que outra consequência da popularização dos celulares é
a redução significativa da quantidade de telefones públicos.
Abraços a todos e até a próxima.