UM SORRISO VALE MIL
PALAVRAS, MAS UMA ÚNICA PALAVRA PODE ACABAR COM MIL SORRISOS.
Quem acompanha minhas despretensiosas matérias sabe que os celulares do final do século passado evoluíram sobremaneira nos últimos anos, tornando-se “inteligentes”, e, quando por mais não seja, foram rebatizados de “smartphones” — termo que significa telefone esperto (ou inteligente) em inglês.
Ao contrário dos “dumbphones” tradicionais (dumb = burro, estúpido), os modelos de gerações recentes integram
sistemas operacionais complexos e são capazes de acessar a internet via Wi-Fi redes das próprias operadoras (3G, 4G, etc.). E se isso lhes garante a capacidade de baixar, instalar e rodar aplicativos como
um PC convencional (em última análise, os smartphones são microcomputadores em
miniatura), torna-os também vulneráveis a vírus,
trojans e malwares em geral.
Tamanha comodidade
proporcionada faz desses gadgets o sonho de consumo de quase todo mundo:
segundo dados da ANATEL referentes a
agosto passado, há 280 milhões de celulares habilitados no Brasil (1,4 por
habitante), o que representa uma densidade bem superior à de PCs (de mesa e
portáteis) e tablets somados. Assim, fica fácil entender porque os smartphones
vêm se tornando o alvo preferido dos cibercriminosos de plantão, mesmo porque
concentram mais informações pessoais (tais como senhas bancárias, números de
cartões de crédito, etc.) do que os computadores convencionais, já que são
objetos que não compartilhamos com ninguém e com os quais estamos ligados todo
dia, o dia todo.
Mesmo sabendo que transações bancárias, compras online e
atividades afins são perigosas quando realizadas a partir de smartphones (e
tablets) desprotegidos, notadamente em razão do aumento exponencial das pragas
escritas especificamente para o Android,
que é de longe o SO mais usado por dispositivos móveis em todo o mundo, muitos
usuários parecem não dar grande importância a esse fato. Todavia, considerando
que o conhecimento, aliado à prevenção, é a nossa melhor arma, seguem algumas
considerações e sugestões importantes — segui-las ou não fica a critério de
cada um, naturalmente, mas não digam depois que não foram avisados.
Inicialmente, cumpre salientar que qualquer aparelho
conectado à internet pode, pelo menos em tese, ser controlado remotamente via
rede (inclusive automóveis, como eu alertei em duas postagens publicadas
recentemente — clique aqui
e aqui
para conferir) e, portanto, está sujeito à ação de códigos maliciosos — que são
aplicativos como outros quaisquer; a diferença está nas ações que eles são programados
para realizar.
A boa notícia, digamos assim, é que os desenvolvedores vêm
envidando esforços para tornar seus sistemas cada vez mais seguros, mas a má
notícia, também por assim dizer, está na instalação de apps (aplicativos), até porque boa parte deles requer amplas
permissões, e o pior é que a maioria dos usuários desavisados as concede sem
pensar duas vezes. E para piorar ainda mais, a maioria dos códigos maliciosos
se disfarça ou vem embutida em programinhas insuspeitos (apps aparentemente úteis,
versões gratuitas de softwares pagos com linhas de código alteradas, e por aí
afora). Felizmente, essas maracutaias costumam ser prontamente removidas das
listas de aplicativos fornecidos pelas lojas oficiais (Google Play, App Store,
etc.), mas existem fontes não oficiais que disponibilizam apps para
smartphones, e muitos usuários se valem delas (em alguns casos, por
desconhecimento ou pura distração, como ao instalar um programinha oferecido
gratuitamente sem questionar a origem e idoneidade dessa oferta).
Observação: Outras
modalidades de pragas que afetam celulares vêm por SMS. Essa prática não é
muito comum no Brasil, mas convém ficar esperto ao receber uma mensagem com
anexos ou links clicáveis, mesmo que ela provenha (supostamente) de algum
contato confiável. Até porque, ao infectar o sistema, o programinha malicioso,
dentre outros privilégios, ganha acesso à agenda do usuário, e daí a se
disseminar para todos os contatos da lista é um pulo.
Agora que vocês têm uma ideia melhor dos riscos, não deixem
de ler as medidas preventivas que eu devo publicar no post de amanhã. Abraços a todos e até lá.