Conforme eu
ponderei logo no início dessa interminável novela das franquias, a
popularização do NETFLIX foi um dos,
senão o maior responsável pela iniciativa da TELEFONICA/VIVO de estender a limitação do tráfego de dados também
aos contratos de banda larga fixa, à semelhança do que já faziam na internet
móvel. Isso porque assistir a filmes e seriados via streaming sai bem
mais barato do que contratar planos de TV por assinatura, e ainda permite
escolher o que e quando se deseja ver, pausar a exibição e retomá-la a qualquer
momento, e por segue a procissão.
A questão é
que as empresas que comercializam pacotes de TV por assinatura são as mesmas
que operam como provedores de Internet, de modo que, como seria de se esperar,
meu palpite foi corroborado pela maioria dos analistas que trataram dessa
polêmica nas últimas semanas.
Claro que em
tempos bicudos, com a crise comendo solta, as empresas têm de inovar para
auferir lucros ― ou pelo menos administrar os prejuízos. Meses atrás, num post
sobre Fernando Haddad ― nosso
deplorável alcaide petista ―, eu comentei que a única indústria que ainda dava
lucro aqui em Sampa era a “indústria das
multas de trânsito”, haja vista o grande número de radares que sua
insolência adicionou aos que herdou das gestões anteriores (e o mais
interessante é que esse equipamento funciona faça chuva ou faça sol,
diferentemente dos semáforos, que ficam inoperantes ao menor prenúncio de
temporal, mas isso já é outra história).
Enfim, volto
novamente ao assunto em face do balanço financeiro da TELEFONICA/VIVO ― a operadora que primeiro suscitou a patifaria de
estabelecer franquias para a banda larga fixa ―, que registrou lucro líquido de nada menos que R$1,2
bilhão no primeiro trimestre de 2016 ― um aumento de quase 180% em relação
ao mesmo período do ano passado. Mesmo excluindo do cálculo os valores obtidos
com a venda de torres, o crescimento foi de mais de 100%, o que, convenhamos, é
impressionante num cenário como o atual.
É
inadmissível que a empresa fique “regulando mixaria”, como se diz em linguagem
popular, buscando maneiras de extorquir usuários que excederem as tais
“franquias” (mediante cobrança de valores diferenciados para cada megabyte
adicional) ou de impedi-los de usufruir plenamente do serviço a que têm direito,
mediante a redução da velocidade ou do bloqueio do sinal.
É
impressionante o ponto a que chega a ganância de alguns empresários ― como
comprovam as investigações da Lava-Jato
no âmbito das empreiteiras, que, através do propinoduto batizado de Petrolão, acarretaram um prejuízo de
dezenas de bilhões de reais aos cofres da Petrobras (ou ao Erário, em última
análise). É mole?
Embora uma
análise isenta do contexto atual dê conta de que a população vem sendo cada vez
menos tolerante ao desrespeito a seus direitos e se conscientizando de que a
união faz a força (e a posição adotada pelo plenário da Câmara no julgamento da
admissibilidade do impeachment da presidanta comprova o que eu estou dizendo,
já que, sem a pressão das ruas, dificilmente o placar seria o que se se viu
naquele domingo histórico), não podemos
nos dar ao luxo de esmorecer. Portanto, assine e recomende a seus parentes,
amigos e conhecidos que também assinem toda e qualquer petição online contra as
arbitrárias franquias de dados.
Afinal,
mais vale acender uma vela do que
simplesmente amaldiçoar a escuridão!