SE OS FATOS
SÃO CONTRA MIM, PIOR PARA OS FATOS.
Como vimos no post anterior, há diversas maneiras de fazer com que a bateria do smartphone dure mais ― do ponto de vista da autonomia, não da vida útil do componente, que isso já é outra conversa. Uma delas é recorrer a um app dedicado ― como os que a gente analisou naquela oportunidade ―, mas talvez você obtenha melhores resultados ajustando as configurações do aparelho de maneira reduzir o consumo de energia. Por exemplo, se você diminuir o brilho da tela e o tempo que ela leva para escurecer automaticamente, desativar a maioria das funções que só se justificam em determinadas condições (tais como o flash, o alerta vibratório, o Bluetooth, o 4G, o Wi-Fi, etc.), certamente obterá uma economia considerável e talvez até consiga usar o aparelho durante um dia inteiro sem precisar conectá-lo a uma tomada, carregador veicular ou interface USB do computador.
Igualmente
importante é, no momento da compra, escolher um smartphone com bateria de longa duração, já que o
aumento da gama de recursos e funções dos aparelhos superou em muito o da
capacidade das baterias. Então, verifique no manual do usuário (ou no resumo
das especificações técnicas que costuma vir impresso na embalagem) a grandeza
expressa em mAh (miliampere/hora) ―
via de regra, quanto maior for esse valor, mais tempo o aparelho irá funcionar
longe de uma tomada, carregador veicular ou porta USB do computador.
Para quem é
fã da Apple, o iPhone 6 Plus é a melhor opção, pois
sua bateria (de 2.750 mAh) costuma
durar pelo menos um dia, mesmo que você seja um heavy user. O sistema operacional do Google é mais “gestão”, mas você estará razoavelmente bem servido
com o Moto X Force (3.760 mAh), o Moto Maxx (3.900 mAh), o
Moto X Play (3.630 mAh), o LG G4 e Galaxy Note 5 (ambos com baterias de 3.000 mAh), por exemplo.
Observação:
O miliampere/hora) é um submúltiplo do Ah (ampère/hora) e corresponde
a 3,6 coulombs (ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por
uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora). Vale ressaltar
que essa grandeza não quantifica a "potência" da bateria (que costuma
ser expressa em joule ou watt/hora), mas sim sua capacidade de
fornecer energia (que, em última análise, corresponde à autonomia do
aparelho que ela alimenta).
Devido a
diferentes configurações de hardware (processador, memórias,
câmeras, display e uma série de outros componentes), de software (sistema operacional e apps instalados pelo fabricante) e da
gama de recursos e funções, aparelhos
similares de marcas, modelos e/ou versões diferentes podem consumir mais ou
menos energia no mesmo espaço de tempo, daí não ser incomum uma bateria de 3.000 mAh “durar menos” que outra de 2.500 mAh, por exemplo. Aliás, quem
ouve música o tempo todo, grava vídeos frequentemente e costuma assistir a
clipes ou programas de TV na telinha do smartphone dificilmente consegue passar
um dia inteiro sem recarregar a bateria.
Por essas e
por outras, tenha em mente que:
― Tanto os
carregadores quanto as baterias modernas controlam o fluxo de energia de
maneira inteligente, de modo que não há risco significativo de sobrecarga se
você deixar seu aparelho carregando durante toda a noite, por exemplo. No
entanto, como seguro morreu de velho, o mais indicado é desconectá-lo da tomada
assim que a bateria estiver 100% carregada.
― Manter o
telefone desligado durante a recarga agiliza o processo, como também ligar o
carregador à tomada da rede elétrica. Devido à baixa amperagem, o acendedor de
cigarros do carro e a portinha USB do PC devem ficar para situações em que não
houver alternativa.
― Com o
passar do tempo, as conexões entre a bateria e o telefone tendem a acumular poeira
e outras impurezas que prejudicam o contato. A cada dois meses, limpe as
interfaces (tanto da bateria quanto dos conectores internos) com um pano macio.
― Remova a
bateria somente quando necessário ― se seu aparelho permitir, naturalmente. E
ainda que os modelos atuais não sofrem o famigerado “efeito memória” e,
portanto, podem ser recarregadas a qualquer momento, o melhor é esperar que a
energia remanescente fique entre 40% e 15%.
― O uso
normal do aparelho reduz progressivamente a autonomia da bateria, mas como
esses componentes costuma suportar cerca de 1.000 recargas, chegam a durar mais
de cinco anos se forem recarregados dia sim, dia não, razão pela qual, muito
provavelmente, você trocara seu telefone bem antes de a bateria “abrir o bico”.
Não sendo o caso, prefira sempre usar componentes de reposição originais (ou
compatíveis de boa qualidade) e adquiri-los no mercado formal, com nota fiscal
e garantia.
― Evite
expor o smartphone a fontes de calor ― deixá-lo dentro do carro sob o sol, por
exemplo --, já que temperaturas elevadas aceleram a descarga da bateria.
― Telas
grandes e taxas de resolução elevadas aumentam o consumo de energia, mas você
pode obter uma economia significativa reduzindo o brilho da tela e o timeout
(modo de espera). Se o seu aparelho dispuser de flash, ajuste-o para atuar
somente em condições de baixa luminosidade.
― Os
smartphones varrem constantemente o ambiente para identificar redes
disponíveis, e isso consome um bocado de energia. Assim, só habilite o Wi-Fi, o
Bluetooth, a rede 4G/3G e o GPS em situações em que esses recursos sejam
realmente necessários. E o mesmo vale para notificações irrelevantes (avisos
sonoros ou vibratórios que acusam o recebimento de um SMS ou email, por
exemplo). Quanto mais aplicativos permanecerem abertos, maior será o consumo de
energia. Habitue-se a encerrar os apps que estejam sendo executados
desnecessariamente em segundo plano e a proceder manualmente à sincronização de
emails, Facebook, Twitter, etc.
― Use um
ringtone como alerta de chamada e deixe o vibra call para situações ou
ambientes onde “não cai bem” o telefone berrar o hino do Corinthians ou outro
toque musical de gosto igualmente discutível (note que, em termo de consumo,
tanto faz usar os toques-padrão do aparelho quanto trechos de arquivos MP3,
pois o que voga é o número de vezes que o toque é reproduzido até que a chamada
seja atendida).
Era isso,
pessoal. Abraços e até a próxima.