sexta-feira, 14 de outubro de 2016

AINDA SOBRE O SISTEMA OPERACIONAL (parte 5)

MEGLIO VIVERE UN GIORNO DA LEONE CHE CENT'ANNI DA PECORA.

Como eu disse anteriormente, uma das grandes limitações do MS-DOS era a monotarefa, e como o Windows era inicialmente uma interface gráfica baseada nesse jurássico sistema, era comum a gente mandar um arquivo para a impressora, p.ex., e ir tomar um cafezinho, pois uma nova tarefa só poderia ser iniciada depois que a anterior fosse concluída.

Isso viria a mudar no festejado Win 95 ― considerado por muitos como o “pulo do gato” da Microsoft. A partir dessa edição, o Windows não só se tornou um sistema operacional autônomo, como também passou a suportar a multitarefa real. No entanto, as memórias custavam caríssimo naqueles tempos, e maioria dos PCs vinha de fábrica com poucos megabytes de RAM. Assim, mesmo que Windows já fosse capaz de manipular múltiplas tarefas ao mesmo tempo, quem não podia investir num upgrade de RAM era bombardeado com recorrentes mensagens de memória insuficiente ― nesse caso, ou a gente encerrava todos os aplicativos que não eram indispensáveis naquele momento, ou o sistema capengava a passos de lesma (isso quando não travava e precisava ser reiniciado).

Observação: O Windows foi se “desligando” progressivamente do DOS ao longo das edições 9x/ME, mas o cordão umbilical só foi mesmo cortado a partir da edição XP ― que foi lançada em outubro de 2001 e deixou de ser suportada pela Microsoft em abril de 2014, mas ainda está presente em quase 6% dos computadores do mundo inteiro, inclusive nos caixas eletrônicos dos Bancos.

Enfim, o século XX terminou, o novo milênio começou e a evolução tecnológica fez a sua parte, aprimorando a multitarefa a tal ponto que hoje podemos navegar na Web enquanto baixamos emails no Outlook, redigimos documentos no Word, imprimimos tabelas do Excel, desfragmentamos o HD e varremos o sistema com o antivírus, p. ex. Mas convém não abusar, já que quanto maior for o número de tarefas executadas simultaneamente, tanto pior será o desempenho do sistema como um todo.

A multitarefa se divide em cooperativa e preemptiva, sendo a segunda mais vantajosa, porque as tarefas recebem atenção do processador em slices (fatias de tempo). Quando esse tempo se esgota, o processador salva o status da tarefa (para poder retomá-las mais adiante), alterna para outra, e assim sucessivamente. Note que, ao contrário do que ocorre na modalidade cooperativa, nenhuma aplicação consome todos os recursos, e o eventual travamento de um processo não “contamina” o sistema como um todo; via de regra, basta encerrar o aplicativo malcomportado para continuar usando o computador normalmente.  Note também que multitarefa e multiprocessamento são conceitos distintos, como veremos isso em detalhes no próximo capítulo (com o qual, se tudo correr bem, encerraremos esta interminável novela). 

E como hoje é sexta-feira:



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