segunda-feira, 7 de novembro de 2016

MODO DE SEGURANÇA NO WINDOWS 10

A INVENCIBILIDADE ESTÁ NA DEFESA; A POSSIBILIDADE DE VITÓRIA, NO ATAQUE. QUEM SE DEFENDE MOSTRA QUE SUA FORÇA É INADEQUADA; QUEM ATACA, MOSTRA QUE ELA É ABUNDANTE.

Como os leitores habituais aqui do Blog já sabem, o modo de segurança é uma modalidade de inicialização na qual apenas os arquivos e drivers básicos do sistema são carregados, de maneira a permitir a realização de tarefas (geralmente de manutenção) que demandam acesso a arquivos que o Windows bloqueia quando é inicializado nos moldes convencionais.

Desde a edição 95 que a maneira mais simples de acessar o modo seguro era reiniciar ou ligar o computador e pressionar repetidamente a tecla F8 durante o boot, mas isso deixou de funcionar a partir do Eight. Ademais, em máquinas com UEFI e SSD o boot é tão rápido (cerca de 200ms) que não dá tempo de digitar com êxito o atalho Shift+F8 ― que, em tese, convocaria a tela com as opções alternativas de inicialização.

Observação: A UEFI (de Unified Extensible Firmware Interface) é uma interface de firmware padrão para PCs que representa uma sensível evolução em relação ao limitado BIOS (para mais informações, clique aqui).

Para acessar o modo seguro no Windows 10, pressionamos simultaneamente as teclas Win+R, digitamos msconfig na caixa do menu Executar, clicamos em OK e, na aba Inicialização do Sistema, marcamos as caixas de seleção ao lado de Inicialização Segura e de Mínimo, confirmamos em OK e reiniciamos o computador (vale lembrar que é preciso reverter essa configuração posteriormente, para que o computador volte a reiniciar da maneira convencional).

Se, todavia, algum problema impedir o Windows de carregar, não será possível seguir os passos descritos acima. Nesse caso, o próprio Windows costuma exibir a tela a tela que dá acesso ao modo seguro (vide imagem que ilustra esta matéria). Supondo que isso não aconteça e a inicialização empaque na tela de Logon, damos clique direito sobre o ícone que dá acesso às opções de desligamento (no canto inferior direito da tela) e, mantendo a tecla Shift pressionada, selecionamos a opção Reiniciar, clicamos em Solução de Problemas > Configurações Avançadas > Configurações de Inicialização > Reiniciar. Na sequência, a janela das opções de inicialização que será exibida permitirá acessar onde você poderá acessar as Configurações de inicialização e usar as teclas de função (F4, F5 e F6) para definir a opção desejada.

Ao reiniciar, a janela das opções de inicialização que será exibida permitirá acessar onde você poderá acessar a opção Solução de problemas, Opções avançadas, Configurações de inicialização e Reiniciar, para reiniciar o Windows 10 e acessar as opções de modo de segurança. Note que cada opção conta com funcionalidades específicas. Na primeira, que geralmente utilizamos para solucionar problemas, nenhum software adicional ou driver é executado, mas há situações que podem exigir acesso à Internet (rede) ou uso da linha de comando (prompt).  

Observação: E se o sistema não chegar a exibir a tela de Logon nem as opções de recuperação? Bem, aí a porca torce o rabo. O jeito é insistir no boot ― três tentativas consecutivas forçam a reinicialização no WinRE (ambiente de recuperação do Windows). Na janela Selecione uma opção, escolha Solucionar problemas; em Solucionar problemas, selecione Restaurar este PC, em Restaurar este PC, defina Manter meus arquivos, selecione sua conta de usuário e digite a senha, caso isso lhe seja solicitado, e então clique em Reiniciar e reze para dar certo.

Se, após o computador reiniciar no modo de segurança, o problema desaparecer, a causa deve ser uma falha no software ou driver. Do contrário, o culpado deve ser algum componente de hardware, mas analisar as diversas possibilidades foge ao escopo desta matéria (sem mencionar que seu computer guy também precisa comer, não é mesmo?).

Vale lembrar que há diversas dicas no Blog sobre como usar o modo de segurança, seja para remover um malware que seu antivírus não esteja conseguindo neutralizar, seja para instalar atualizações da Microsoft ou mesmo aplicativos que falham quando você os tenta instalar com o Windows carregado normalmente. É só pesquisar e conferir; o campo Pesquisar este Blog está aí para isso.

Observação: Por alguma razão que eu desconheço, o Windows Installer não faz parte dos serviços iniciados no modo seguro, e no caso de a adição/remoção de um aplicativo depender desse serviço, você será brindado com a mensagem de erro 1084This service cannot be started in safe mode. E se tentar iniciar o serviço manualmente, surgirá outra mensagem de erro (The Windows Installer Service could not be acessed). Para saber como contornar esse problema, clique aqui.

A CONEXÃO URUGUAI DO CLÃ LULA DA SILVA

Em extensa matéria de capa, a edição da semana passada da revista ISTOÉ abordou a “Conexão Uruguai” de Lula ― que, nunca é demais lembrar, continua jurando de mãos postas e pés juntos (pena ainda não ter ido para a “terra dos pés juntos”, mas enfim...) ser a “alma viva mais honesta do Brasil”, como se não houvesse uma cachoeira de evidências apontando o contrário. Quando nada, sua insolência é réu em três processos e investigado em pelo menos mais três (e isso é só o começo, já que a delação de Marcelo Odebrecht promete aumentar significativamente o placar). O mais recente tramita na 10ª Vara Federal de Brasília, sob a batuta do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que aceitou a denúncia contra Lula, seu sobrinho torto Taiguara dos Santos, o empresário Marcelo Odebrecht e mais oito pessoas.

Além dessa ação, que envolve contratos do BNDES, há outras sobre uma suposta tentativa de obstruir a Operação Lava-Jato e sobre recebimento de vantagens indevidas da OAS ― como reforma no triplex do Guarujá e armazenamento de acervo pessoal à custa da empreiteira ―, além de investigações sobre o Sítio Santa Bárbara, tráfico de influência, enriquecimento ilícito, ocultação de patrimônio, e por aí segue a funesta procissão. O que falta, então, para essa criatura ser presa? Segundo O Antagonista, nada! Já na avaliação de Reinaldo Azevedo, “é melhor um Lula condenado e inelegível solto do que preso num período em que é preciso fazer reformas que mexem com a cultura estatizante do pai-patrão”.

Mas tem mais: especula-se agora que Lula seja dono de uma segunda cobertura ― além daquela onde reside, no Edifício Green Hill, em SBC ― que ele usava para guardar pertences quando ainda ocupava a presidência da Banânia. Em dezembro de 2010 ― ou seja, no apagar das luzes do segundo mandato do petista ―, a DAG Construtora (da Odebrecht) pagou 800 mil reais a um primo do primeiro-amigo José Carlos Bumlai, que comprou a cobertura em questão e a “alugou” para o sapo barbudo. A Lava-Jato está investigando o caso, e deveremos ter novidades em breve.

Passando agora ao mote desta postagem, uma mansão cinematográfica localizada em Punta Del Leste também vem sendo alvo de investigações pela força-tarefa de Curitiba. Para os procuradores, não faltam indícios de que se trata de mais um imóvel registrado no nome de laranjas ― o mesmo modus operandi utilizado no tríplex do Guarujá, que “pertence” à OAS, e no sítio de Atibaia, registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar (clique aqui e aqui para mais detalhes).
Segundo colaboradores do MPF que estiveram no local, a mansão pertenceria a uma offshore ligada ao empresário Alexandre Grendene Bertelle, que possui um sem-número de casarões no Uruguai ― dentre os quais uma suntuosa casa na rua paralela à do imóvel suspeito de ter ligações com Lula ―, além de ser sócio de empreendimentos bem-sucedidos, como a indústria de calçados Grendene e o Hotel e Cassino Conrad.

O imóvel no estilo “chalé suíço”, que ocupa um terreno de 7,5 mil metros quadrados na Calle Timbó, conhecida por Villa Regina, adota o estilo de chalé suíço e é cercado por uma extensa área verde. De acordo com informações prestadas ao MPF por um conhecido colaborador, responsável pelas denúncias que levaram à deflagração da investigação, vários monitores de excursões que conduzem comitivas de brasileiros na paradisíaca cidadezinha informam que a propriedade pertence a Lula. Na última semana, o procurador destacado para investigar o caso disse à ISTOÉ que não descarta a possibilidade de pedir a colaboração do governo uruguaio, até porque, se no Brasil já é difícil caracterizar a ocultação de patrimônio quando ele figura em nome de terceiros, em Punta del Este, onde os imóveis ficam escondidos em offshores, a coisa é ainda mais complicada (procurada pela reportagem, a assessoria de Lula repetiu que o ex-presidente não tem nenhuma casa ou conta no exterior e que todas as propriedades dele estão em São Bernardo do Campo e são devidamente declaradas).

Se o triplex do Guarujá está em nome da OAS de Léo Pinheiro, o sítio de Atibaia, no de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, e a segunda cobertura em São Bernardo, no de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai, o mecenas de Lula na mansão de Punta Del Este seria o bilionário Alexandre Grendene, que obteve empréstimos subsidiados do BNDES no valor de R$ 3 bilhões durante o governo do petista e doou parte dos R$ 10,8 milhões que custearam o filme “Lula, o filho do Brasil” ― dirigido por Fábio Barreto ―, além de ter colaborado com o “Fome Zero” ― espécie de embrião do Bolsa Família e carro-chefe da política social lulopetista no início do primeiro mandato do molusco.

Nos últimos dias, a Lava-Jato fez novas descobertas acerca do patrimônio oculto de Lula. No caso do sítio, Alexandrino Alencar, um dos porta-vozes do petralha dentro da Odebrecht e seu acompanhante contumaz nas viagens à América Latina e África a bordo de jatinhos da empreiteira, confirmou que a Odebrecht participou de um consórcio junto com a OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai para reformar o sítio, e que a reforma teve início em outubro de 2010, quando Lula ainda era presidente.

Observação: Bumlai, considerado “consiglieri” da Famiglia Lula da Silva e mencionado em quase todos os escândalos que envolvem Lula, agora é citado também na investigação da segunda cobertura no edifício Green Hill, em São Bernardo do Campo, contígua ao apartamento onde mora o petista.

Punta Del Este, no litoral sul do Uruguai, onde está localizada a mansão alvo de investigação da Lava-Jato por possíveis ligações com Lula, é uma cidadezinha de 10.000 habitantes, mas tida como a Saint-Tropez da América do Sul por suas praias paradisíacas, cassinos de luxo, hotéis suntuosos. No verão, quando é procurada por novos-ricos do mundo todo e muitos milionários brasileiros, é comum haver congestionamentos de Mercedes-Benz e Ferraris, que são conduzidos para lá por motoristas, enquanto os patrões percorrem de avião os cerca de 2.000 km a partir de São Paulo. Foi nesse cenário bucólico que Lula descansou após ser eleito presidente pela primeira vez, em 2002, quando ficou hospedado na casa de um amigo. Pelo jeito, ele gostou do que viu.

Em tempo: Luis Cláudio Lula da Silva, filho mais novo de Lula e igualmente enrolado em investigações sobre recebimento de propinas, já se escafedeu para o Uruguai, onde é o novo reforço do modesto Juventud de Las Piedras, que atualmente ocupa a sétima colocação do Campeonato Uruguaio. Sugestivo, não? O pimpolho já foi auxiliar de preparador físico e olheiro do Corinthians, mas ficou mais conhecido por ser investigado pela Operação Zelotes, quando se veio a saber que sua empresa, a LFT Marketing Esportivo, que não tinha funcionários, recebeu o pagamento de R$ 2,4 milhões do escritório de advocacia Marconi & Mautani, acusada de comprar medidas provisórias no governo petista, por uma “consultoria” que consistiu em simples cópia de material publicado na Internet. Mais adiante, descobriu-se que a maracutaia envolveu quase R$ 10 milhões, dos quais R$ 4 milhões ― e não “apenas” R$ 2,5 milhões, como se suspeitava ― vieram da Marcondes & Mautoni, e o restante, “de outras fontes suspeitas” que ainda estão sendo investigadas.

Um ótimo dia a todos e até mais ler.

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