No alvorecer da computação pessoal, poucos felizardos podiam ter um microcomputador em casa ― e muitos não viam sentido em investir “uma nota preta” numa geringonça que emulava funções da máquina de escrever e da calculadora e, eventualmente, do tradicional baralho de cartas. Com o passar do tempo e o avanço da tecnologia, no entanto, essas máquinas maravilhosas foram se tornando mais acessíveis, e hoje estão à venda até mesmo em supermercados ― até os notebooks (ou laptops, como eram chamados antigamente os modelos portáteis), que durante anos foram um sonho de consumo inacessível à maioria dos cidadãos comuns, tiveram o preço reduzido, a despeito da obscena carga tributária que encarece tudo que é comercializado no Brasil.
Preços mais palatáveis, combinados com maior rapidez na substituição de produtos de ponta por modelos ainda mais avançados, estimulam os usuários de PCs a modernizar seu equipamento com uma regularidade impensável até não muito tempo atrás. E se antes essa modernização era feita mediante upgrades de hardware (acréscimo de memória RAM, substituição da placa gráfica embarcada por um off-board e do processador por uma versão mais poderosa, apenas para citar os exemplos mais comuns), hoje troca-se o aparelho inteiro, especialmente os portáteis, cuja arquitetura restringe as possibilidades de upgrade, exige ferramental especializado e demanda conhecimento técnico que transcende as possibilidades dos “fuçadores de plantão”.
Computador
lerdo, que nem carroça carregada subindo ladeira, ninguém merece. A boa notícia é
que sempre se pode “dar um gás” no PC velho de guerra mediante alguns
procedimentos simples e eficazes. Claro que você não deve esperar milagres, mas
uma faxina nos aplicativos obsoletos e outros ajustes fáceis de implementar ―
que podem ser feitos com ou sem o auxílio de suítes de manutenção especializada
― ajudam a resgatar boa parte da performance que a máquina apresentava em suas
primeiras semanas de funcionamento. Isso porque o desempenho do Windows (por razões discutidas em
diversas oportunidades) tende a se degradar com o passar do tempo e o uso
normal do computador ― o que não é exatamente um problema, mas uma
característica do produto que pode se
tornar um problema se a gente não mantiver a saúde do sistema nos trinques.
Em situações
extremas, só mesmo uma reinstalação a partir do zero produz bons resultados,
mas “meias-solas” aplicadas regularmente podem postergar esse procedimento ―
que nem é tão trabalhoso, mas leva tempo e envolve o risco de perda de dados,
sobretudo para quem não cultiva o saudável hábito de manter backups de arquivos
pessoais e de difícil recuperação.
Quer saber mais? Então confira a próxima postagem. Abraços e até lá.
Quer saber mais? Então confira a próxima postagem. Abraços e até lá.
Conforme eu comentei
na postagem anterior, provas contra Lula existem aos montes. Só que nem
todo mundo consegue enxergá-las ― e o pior cego, diz um velho ditado, é aquele
que se recusa a ver. Mesmo assim, arrisco-me a fazer mais algumas considerações
sobre essa questão, começando por dizer que seria muita inocência (ou burrice,
em português claro) acreditar que o molusco insolente é réu em cinco ações
penais (três delas no âmbito da Lava-Jato), acusado 17 vezes por crime de
corrupção, 211 por lavagem de dinheiro, 4 por tráfico de influência,
3 por organização criminosa e 1 por obstrução da Justiça simplesmente
por obra e graça de uma suposta “conspiração” para desconstruir sua imagem de migrante
nordestino pobre que entrou para a política pelas portas do sindicalismo e
acabou presidente e impedi-lo de concorrer de disputar a presidência nas
próximas eleições.
Depois tomar quase 5
horas do tempo do juiz Moro negando as acusações ― ora dizendo “não
sei” (em 82 oportunidades), ora atribuindo a culpa à dona Marisa,
que era corré no processo, mas cujo trágico falecimento impediu que ela
contasse sua versão dos fatos ―, o próprio Lula disse em off a aliados
que considera favas contadas a sua condenação. Claro que mudou o discurso ao se
dirigir à malta de militantes petistas, políticos da mesma agremiação criminosa,
figurantes egressos das fileiras da CUT, MST e distinta
companhia, que, num picadeiro improvisado nas proximidades, aguardavam
ansiosamente para aplaudir qualquer coisa que seu idolatrado líder lhes
dissesse. Aliás, se, ao subir no palanque, Lula tivesse tropeçado e
proferido um sonoro “merda”, seria preciso um caminhão-pipa para lavar o
local do comício. Enfim, sigamos adiante.
Crimes de “colarinho-branco”
dificilmente são comprovados e, portanto, raramente são punidos. A corrupção,
por sua própria natureza, acontece e prospera nas sombras, assim como a lavagem
de dinheiro, que normalmente a acompanha. Corruptores e corruptos fazem de tudo
para apagar os rastros de seus atos espúrios; os acertos são verbais, no “fio
do bigode”, e os pagamentos, feitos em cash ― como dizem os mafiosos, “o silêncio não comete erros”. Não fosse
pela obstinação dos procuradores do MPF, pelo papel da PGR sob a
batuta de Rodrigo Janot, pela postura do juiz Sergio Moro e,
principalmente, pelos acordos de colaboração firmados entre os corruptores e a
Justiça (vulgarmente chamados de “delações premiadas”), é provável que Lula
estivesse gozando tranquilamente seus finais de semana no sítio Santa
Bárbara, em Atibaia, e veraneando no luxuoso tríplex do Ed. Solaris,
nas Astúrias ― uma das praias mais badaladas do Guarujá.
A quebra de
silêncio da Odebrecht foi fundamental
para o avanço da Lava-Jato, e a partir do momento em que trechos da delação da
empresa começaram a vir a público (ainda há dezenas de casos sob sigilo), os
vídeos estarreceram a população pelo requinte dos detalhes desse monumental
esquema de corrupção. As confissões dos delatores descortinaram um cenário que
demoliu pedra por pedra as ilusões vendidas por marqueteiros nas campanhas
eleitorais ― que, em última análise, são a essência da política brasileira.
Como bem salientou a revista
Época em recente matéria (cuja leitura eu sugeri duas postagens atrás), a
força jurídica de cada evidência depende de sua relação com os fatos que ela
pretende provar. Para ter valor, a informação precisa corroborar, em algum
grau, que o suposto pagamento de propina de fato transcorreu como narrado ou
que o político agiu em favor da empresa. Em outras palavras, sua relevância
está subordinada à comprovação do crime em questão.
Os delatores da Odebrecht
forneceram uma quantidade significativa de planilhas internas com registros
de pagamentos a políticos, e-mails internos em que os funcionários da empresa
combinavam a entrega das propinas (quase sempre em dinheiro vivo), enfim, uma
vasta coleção de documentos que realmente podem servir como prova. Os mais
avassaladores vieram do Setor de
Operações Estruturadas da empresa ― o tal departamento de propina ― e
apontam também pagamentos feitos a políticos mediante contas secretas no
exterior ― a Odebrecht chegou até a
comprar um banco num paraíso fiscal para se proteger das autoridades, e uma cópia
completa dos dados desse sistema, que estava na Suíça, foi entregue recentemente
ao MPF, o que deve facilitar (ou
tornar “menos difícil”) o rastreamento da origem do dinheiro da propina e a
identificação de quem recebeu os pagamentos. As delações demonstram, em alguns
casos, a relação próxima e constante com os beneficiários através de documentos
que comprovam reuniões, contatos telefônicos e viagens, sempre envolvendo os
dois lados: executivos da empreiteira e políticos suspeitos de beneficiá-la.
Os depoimentos dos delatores são provas testemunhais e, em determinadas circunstâncias, têm o mesmo
valor de provas documentais. Claro que tudo depende da credibilidade da
testemunha, da materialidade dos documentos e das exigências da lei para a
imputação de cada crime. E ainda que haja gradação entre a força das provas em
cada caso, nenhum político aparece tão
encalacrado quanto Lula ― que nega todas as acusações, mas cujo nome
aparece de maneira recorrente nos depoimentos de Emílio e Marcelo Odebrecht
e de Alexandrino Alencar. Dizer que
eles mentem não anula a capacidade probatória de seus depoimentos, embora seja
uma estratégia que tanto Lula quanto
Dilma e vários outros integrantes da
“Lista de Fachin” utilizam de
maneira recorrente, até porque é difícil defender o indefensável.
Posar de perseguido, “politizar” as investigações, rosnar
para a turba de bajuladores que nada tem a temer ou a esconder, que vai
comparecer sempre que a Justiça o convocar e, nos bastidores, recorrer a todo
tipo de chicana para adiar as audiências, retardar o andamento processual com
embargos nitidamente protelatórios ― e, responder às perguntas do magistrado e
dos procuradores dizendo que “não sabe,
não se lembra, nunca viu nem ouviu nada a respeito”... é muita cara de pau
do molusco eneadáctilo. O que ele fez foi tripudiar da Justiça, menosprezar a
inteligência do povo e abusar da paciência de um segmento da sociedade que não
aguenta mais tanta mentira, tanta corrupção. Sua retórica ― invejável, diga-se ―
pode até convencer a patuleia ignara que, como dito, lhe presta vassalagem incondicional
e ouve seus discursos populistas como se testemunhasse uma epifania.
No entanto, desses débeis mentais sua insolência já tem
apoio. Resta-lhe granjear simpatia entre os muitos que se lembram com saudades
das conquistas obtidas em seu primeiro mandato, quando o petista abraçou os
principais anseios da sociedade civil brasileira ― responsabilidade fiscal e
inclusão social ―, mesmo contrariando o discurso do seu partido e seguindo o
caminho traçado por FHC (que o
derrotou em dois pleitos seguidos). Mas o fato é que Lula jamais teve um projeto de governo; o que havia era um projeto
de poder, ou por outra, de se perpetuar
no poder comprando a peso de ouro o
apoio de rufiões da pátria e proxenetas do Parlamento ― como o senador Roberto Jefferson tão bem definiu a
escumalha política tupiniquim, quando denunciou o esquema do Mensalão.
Pode-se mentir a todos por algum tempo e a muitos durante
algum tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo. Ainda assim, Lula escapou de ser julgado pelo STF na ação penal 470 (vulgo “processo do mensalão), embora José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares
e outros ícones do panteão lulopetista não tenham tido a mesma sorte. Mas aí
veio a Lava-Jato e a coisa mudou de figura. O deus pai da petelândia naufragou no mar de lama da corrupção,
juntamente com a coligação que apoiava seu espúrio governo. Para piorar, fez-se
suceder por uma gerentona de araque que, inexplicavelmente, teve uma
carreira meteórica na política tupiniquim: depois
de quebrar duas lojinhas do tipo R$1,99 ― e isso quando a paridade
entre o real e o dólar favorecia a importação e revenda de badulaques
―, a anta vermelha, sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora,
virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou
secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter
inaugurado nada de relevante, virou estrela de palanque, sem jamais ter tido um
único voto na vida até 2010, virou presidente da Banânia.
Para piorar ainda
mais, a guerrilheira de festim pegou gosto pelo poder. Em algum momento
do seu primeiro mandato, ela deixou de governar para se dedicar
em tempo integral a “fazer o diabo” (segundo ela
própria) para se reeleger. Usou e abusou despudoradamente da máquina pública,
abasteceu sua campanha com centenas de milhões dólares oriundos do propinoduto
da Petrobras e
protagonizou o maior estelionato eleitoral da
história do Brasil. Com uma vocação inata para fazer as piores escolhas,
a mulher sapiens não obteve
êxito com seu pacote
de maldades, mas nadou de braçada na arrogância, na teimosia, e com sua
inigualável incompetência administrativa gerou e pariu a maior crise
político-econômica pós-ditadura militar.
Felizmente, depois de 16 meses e 12 dias contados do início
de seu segundo (e ainda mais funesto) mandato, Dilma foi afastada da presidência e acabou penabundada
definitivamente no último dia do mais memorável mês de agosto da nossa história
recente. Mesmo deposta do cargo, a aberrativa pupila de Lula continuou ― e continua ― insistindo na história do golpe de estado
e defendendo a falácia de reputação ilibada honestidade inatacável, tanto local
quanto internacionalmente. Isso já lhe garantiu invertidas notórias, como
quando o entrevistador do canal de TV Al-Jazeera,
do Catar, interrompeu suas tergiversações
sem pé nem cabeça para perguntar se ela
alegava não ter conhecimento do esquema do Petrolão por ser cúmplice ou por ser
incompetente (relembre esse momento imperdível clicando neste
link).
Mas isso já é outra história e fica para uma próxima
postagem ― até porque os depoimentos do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, cujo conteúdo veio a público há poucos dias, sugerem
para nefelibata da mandioca um futuro não muito diferente daquele que se
descortina diante de seu antecessor e mentor. Vade retro, Satanás!
Confira minhas atualizações diárias sobre
política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/