NEURASTENIA É DOENÇA DE GENTE
RICA. POBRE NEURASTÊNICO É MALCRIADO.
Embora o termo "memória" designe, no jargão da informática, qualquer meio destinado ao armazenamento de dados, quando usado genericamente ele remete à RAM, que é a memória física do sistema e principal ferramenta de trabalho do processador. Nenhum
computador é capaz de funcionar sem memórias, e o PC as utiliza em
diversos formatos e tecnologias.
Observação: RAM é a sigla de Random Access Memory, ou “memória de acesso aleatório”. Trata-se de um tipo de memória volátil ― ou seja, que só retém os dados quando energizada (daí o boot precisar ser refeito toda vez que ligamos o computador) ―, mas que permite o acesso a qualquer dos seus endereços aleatoriamente, o que lhe confere tempos de resposta e taxas de transferência que deixam os drives de HD eletromecânicos no chinelo.
Tanto o
sistema operacional quanto os aplicativos e demais arquivos são carregados na RAM a partir da memória de massa (HDD
ou SSD, conforme o caso), onde os dados são armazenados de forma persistente, e novamente salvos no disco depois de manipulados (de
outra forma, as modificações
seriam perdidas sempre que o computador fosse desligado).
A RAM é comercializada em pentes (ou módulos) compostos
por diversos chips soldados numa placa de circuito. Diversas tecnologias foram
criadas desde a pré-história da informática (FPM, EDO, SDR, RAMBUS, DDR, DDR2, DDR3 e DDR4) e disponibilizadas em módulos de vários formatos (SIMM, DIMM, RIMM, etc.), mas a
maioria dos PCs atuais integra memórias DDR3
em módulos com 240 pinos. As DDR4,
lançadas em 2014, ainda não são massivamente utilizadas em máquinas de entrada
de linha, embora o padrão DDR5 deva
ser lançado comercialmente já no próximo ano.
Continuamos
na próxima postagem. Até lá.
O INFERNO ASTRAL DE TEMER
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O INFERNO ASTRAL DE TEMER
Enquanto Lula
posa de candidato ― como se não fosse penta-réu na Lava-Jato e não estivesse
prestes a receber sua primeira condenação ― e a caterva vermelha colhe
assinaturas (?!) para anular o impeachment da anta incompetenta ― como se não
bastasse a roubalheira e a destruição que mestre e pupila promoveram durante mais
de uma década ―, o governo agoniza, o país anda de lado, Rodrigo Maia cresce e Michel
Temer se apequena.
Michel, ma belle, sont les mots qui vont très bien
ensemble, tres bien ensemble:
Não foi Deus quem o colocou na presidência. Foi Lula. Como vice da anta vermelha, vossa excelência se beneficiou do
financiamento espúrio das campanhas milionárias, foi conivente e cúmplice de
toda sorte de malfeitos e, por estar no lugar certo na hora certa, subiu de
posto, deixando passar uma excelente oportunidade de pedir o boné, voltar para
Câmara, ou para onde bem entendesse, e tocar sua vida como se nada tivesse
acontecido.
Mas não seria mesmo de se esperar esse ato de grandeza de
quem tanto fez para “chegar lá”. Só que o sonho de entrar para a história como “o cara que reconduziu
o Brasil ao caminho do crescimento” fica mais distante a cada dia, embora se
tenha mostrado plausível durante algum tempo, mesmo que os critérios adotados
na formação da equipe econômica não tenham sido estendidos a todo o ministério e, pior, a velha
política de compadrio ter sido mantida, a despeito de a sociedade clamar
por novos moldes. Em pouco tempos, os pífios índices de popularidade de Michel Temer caíram a
níveis abissais, quase tão baixos quanto os de Collor no auge do processo de
impeachment e os de Sarney nos tempos “áureos” da hiperinflação.
O que já era ruim
ficou ainda pior depois da divulgação da conversa nada republicana com
certo moedor de carne bilionário, quando, pela segunda vez, a janela de oportunidade
da renúncia se descortinou. Mas os argumentos de Eliseu Padilha, Moreira
Franco e outros amigos e assessores enrolados com a Justiça ― que seriam
igualmente defenestrados e deixariam de ser investigados no Supremo, onde os
processos levam décadas para ser julgados e não raro resultam em impunidade, por
conta da prescrição da pena ― falaram mais alto, e a renúncia foi abortada.
Em vez da notícia do
afastamento, o que se ouviu do presidente foi um pronunciamento indignado, onde, à repudia às suspeitas descabidas, seguiu-se a afirmação enfática de que “o
inquérito no STF seria o território
onde surgiriam todas as explicações” e de que seria feita “uma investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro”.
Palavras vazias, como se veria mais adiante, quando as ações desmentiram o
discurso e o esforço para barrar o processo ganhou vulto.
A tranquilidade do presidente não passa de fleuma: em recentes incursões pela Rússia
e Noruega, onde lhe foi dispensado tratamento de chefete de republiqueta
de bananas, Temer chegou mesmo a trocar o nome de um país e referir-se ao monarca
do outro aludindo a um terceiro ― gafes esperadas de uma besta quadrada e
despreparada como sua antecessora, mas não do grande Michel Temer,
político experimentado e constitucionalista consagrado. Na semana passada,
diante de meia dúzia de gatos pingados, na Alemanha, ele revelou sua vocação para comediante de stand-up ao dizer que não havia crise econômica no
Brasil, a despeito de 14 milhões de desempregados desmentirem essa
falácia.
Agora, horas antes (*) da leitura do relatório na CCJ da Câmara ― que determinará, ou não, a admissibilidade do inquérito e cuja decisão certamente
influenciará o resultado da votação no plenário ―, Temer sabe que o
tempo do “está ruim com ele, mas seria pior sem ele” já passou. Agora, seu apelo é para que os deputados olhem para os ganhos obtidos durante seu governo, que
supram em muito a gravidade das acusações, como que defendendo o “rouba, mas faz” adotado por políticos como Adhemar de Barros, Paulo
Maluf e distinta companhia.
(*) Enquanto eu elaborava este texto, o deputado Sergio Zveiter, relator da denúncia contra Michel Temer na CCJ, defendeu a aceitação pela Câmara da acusação apresentada pela PGR. Apesar de ser do mesmo partido do presidente, o relator já era considerado um parlamentar de atuação independente, o que era motivo de preocupação para a base aliada. Na próxima quarta-feira, iniciam-se os debates, com o direito à fala dos 66 titulares e 66 suplentes. Além destes, os líderes partidários podem se manifestar a qualquer momento. A expectativa é de que a Comissão possa analisar o relatório de Zveiter até a próxima sexta-feira, em votação simbólica que pode influenciar a decisão do plenário.
(*) Enquanto eu elaborava este texto, o deputado Sergio Zveiter, relator da denúncia contra Michel Temer na CCJ, defendeu a aceitação pela Câmara da acusação apresentada pela PGR. Apesar de ser do mesmo partido do presidente, o relator já era considerado um parlamentar de atuação independente, o que era motivo de preocupação para a base aliada. Na próxima quarta-feira, iniciam-se os debates, com o direito à fala dos 66 titulares e 66 suplentes. Além destes, os líderes partidários podem se manifestar a qualquer momento. A expectativa é de que a Comissão possa analisar o relatório de Zveiter até a próxima sexta-feira, em votação simbólica que pode influenciar a decisão do plenário.
Rodrigo Janot quer a cabeça Temer, e precisa consegui-la
até setembro, quando termina seu mandato à frente da PGR. Ele já avisou que, enquanto
houver bambu, vai ter flecha. Pena não ter tido o mesmo procedimento quando o petralha Aluízio Merdandante, então ministro da Justiça da anta
vermelha, foi gravado tentando silenciar o senador preso Delcídio do Amaral. Ou quando a Lava-Jato expôs a própria anta vermelha no centro da maior quadrilha
política da história ocidental. Igualmente lamentável é o fato de a imprensa
não demonstrado o mesmo empenho para desmontar os discursos falaciosos e trapaceiros dos ex-presidentes Lula e Dilma, mas tudo isso são
águas passadas e de nada adianta chorar sobre o leite derramado.
Dizer que a acusação da PGR é uma obra de ficção soa patético, como também a tentativa de se defender
acusando o acusador. As acusações feitas pelo presidente são eminentemente
revanchistas e baseadas em ilações sem qualquer fundamento. Para piorar, ele não
negou ― e nem teria como negar ― seu encontro fortuito com Joesley no
Jaburu, nem a conversa mantida entre eles. Disse apenas que não acreditou no que
ouviu, que o empresário era um notório falastrão e que achou que ele estaria se
vangloriando (?!) de ter subornado juízes, procuradores e comprado o silêncio
de Eduardo Cunha e Lucio Funaro ― hoje hóspedes do sistema
prisional tupiniquim.
Questionar a validade da gravação como prova não anula seu conteúdo,
e o laudo do
perito Ricardo Molina, divulgado na mídia como um espetáculo circense, acabou sendo desmontado pela PF, que procedeu a investigações bem mais meticulosas e, além de
atestar que não houve quaisquer edições, ainda recuperou trechos inaudíveis da
gravação original. E agora, José, digo, Michel?
Janot vem cozinhado em fogo brando um dos inquéritos que têm com alvo o Presidente da Câmara (prova disso é que a PF concluiu o relatório em fevereiro, mas
a PGR ainda não apresentou a denúncia no STF). Maia nega estar conspirando
contra Temer, mas o fato é que, nos bastidores, já se fala que o governo
está com os dias contados. O senador Cássio Cunha Lima diz que o presidente não dura mais 15 dias no cargo, e o senador
Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, vem tentando convencer os tucanos a “descer do
muro” e retirar seu apoio ao Planalto.
Como não existe nada ruim que não possa piorar, as possíveis delações premiadas de Eduardo Cunha, Lúcio Funaro, Rodrigo
Rocha Loures e Geddel Vieira Lima devem complicar ainda mais a
situação de Temer, sem mencionar que mais hora, menos hora, o presidente
da Câmara terá de dar andamento a pelo menos um dos mais de 20 pedidos de
impeachment que vem engavetando desde o vazamento da delação de Joesley
e companhia. A lua-de-mel entre Michel Temer e Rodrigo
Maia acabou depois que Maia resolveu votar em separado as duas outras denúncias que Janot ainda deverá apresentar, em vez de juntar tudo e fazer uma votação única. O
resultado será mais desgaste para um governo que já enfrenta dificuldades para
reunir votos contrários à abertura do processo.
Segundo levantamento da revista Época, 330 deputados disseram que participarão da votação, a despeito do esforço do Planalto em esvaziar a sessão. A ausência dos parlamentares causa menos desgaste político do que o apoio expresso ao presidente, já que, como no impeachment de Dilma, o voto será aberto, declarado em pé, ao microfone, e transmitido em tempo real para todo o Brasil. Temer e os poucos aliados que lhe restam sabem que é pesado demais para um parlamentar que disputará eleições no ano que vem declarar abertamente seu apoio a um presidente acusado de corrupção passiva e que tem míseros 7% de popularidade.
Segundo levantamento da revista Época, 330 deputados disseram que participarão da votação, a despeito do esforço do Planalto em esvaziar a sessão. A ausência dos parlamentares causa menos desgaste político do que o apoio expresso ao presidente, já que, como no impeachment de Dilma, o voto será aberto, declarado em pé, ao microfone, e transmitido em tempo real para todo o Brasil. Temer e os poucos aliados que lhe restam sabem que é pesado demais para um parlamentar que disputará eleições no ano que vem declarar abertamente seu apoio a um presidente acusado de corrupção passiva e que tem míseros 7% de popularidade.
Ainda de acordo com a reportagem, dos 513 deputados federais, 153
declararam que votarão a favor da denúncia e 51, contra (os 308 restantes estão
indecisos ou não responderam, e o presidente da Casa não precisa votar, a não
ser em caso de empate). Claro que sempre existe a possibilidade de pressões
e ofertas de verbas e cargos produzirem algumas mudanças, mas o governo já
liberou R$ 1,8 bilhão em verbas e agora, às vésperas de
votação, pouco resta para investir. E se as dificuldades já são grandes para
barrar a primeira denúncia, repetir o feito outras duas vezes, com novas
negociações, barganhas e convencimento dos parlamentares... Sei não.
Observação: Às
vésperas da votação do impeachment de Dilma, o molusco eneadáctilo abancou-se
num hotel em Brasília para oferecer cargos e verbas em troca do apoio dos
parlamentares. E deu no que deu. Temer tem feito basicamente a mesma
coisa, mas errou ao comprar a fidelidade dos parlamentares cedo demais. Uma
burrice imperdoável de quem participou ativamente das negociações em 2016, quando ele Eduardo Cunha
se mobilizaram para cobrir as ofertas feitas por Lula e Dilma aos
parlamentares. Agora, Temer age como Dilma, e Rodrigo Maia,
como Temer na ocasião, prometendo, inclusive, manter os cargos que os
aliados têm no governo, para ganhar equilíbrio e evitar ataques.
Parece um jogo sórdido ― e é ―, mas é assim que se faz
política no presidencialismo de coalização tupiniquim. Para Jereissati,
o país está no limiar da ingovernabilidade, e urge costurar um acordo que
permita chegar às eleições de 2018. Maia, por sua vez, já se comprometeu a
manter a equipe econômica, e esta já pensa no cenário “pós-Temer”: no mês passado, Henrique
Meirelles declarou a investidores em Paris que seguiria no cargo, mesmo que
Temer caísse.
Pelo andar da carruagem, falta pouco para o consenso de que Temer
é tão útil quanto um engraxate nas areias da praia se cristalizar, e isso é péssimo para um presidente impopular, enrolado na Justiça, desprestigiado
no Congresso e que precisa lutar para se manter no cargo.
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