Em seus romances policiais, a escritora inglesa Agatha Christie preconizava que os criminosos sempre voltam ao local do
crime. Isso me veio à memória devido ao o empenho de Lula em voltar ao Palácio do Planalto ― o que é compreensível,
considerando que, até onde se sabe, nenhum presidente desta Banânia roubou
tanto quanto ele. Para que o leitor tenha uma ideia, em 2010, logo antes de ser substituído pela Rainha Bruxa do Castelo do Inferno, o Demiurgo de Garanhuns acertou com o
empresário Emílio Odebrecht um
pacote de aposentadoria, segundo o qual teria à sua disposição um fundo de R$
300 milhões, receberia uma remuneração regular em foram de palestras e teria
agrados pontuais, como a reforma do seu sítio em Atibaia. Pelo menos é isso que
afirma Antonio Palocci em sua
proposta de colaboração premiada.
Como eu comentei dias atrás, o co-fundador do PT,
ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e
ex-chefe da Casa Civil da Gerentona de Araque é amigo de fé, irmão e camarada
do Deus Pai da Petelândia desde sempre. Foi ele quem assumiu a coordenação da
campanha do molusco em 2002, após o misterioso assassinato de Celso
Daniel (antes disso, Lula
concorreu três vezes à presidência e foi derrotado em todas elas).
Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, Palocci está preso preventivamente em Curitiba, e há sete
meses negocia um acordo de delação premiada. Um dos capítulos da sua proposta
de colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador
líbio Muammar Abu Minyar al-Gaddafi ―
ou Muamar Kadafi, para os íntimos ―
e tem potencial para fulminar o ex-presidente petralha e seu imprestável partido. Se o que o candidato a delator afirmou restar provado, o PT pode perder o direito de existir, porque, segundo a legislação
vigente, nem partidos nem candidatos podem receber recursos de “procedência
estrangeira” ― seja de um cidadão, de uma empresa ou de um governo. A punição é
o cancelamento do registro do partido.
O Partido dos Trambiqueiros já é alvo de pelo menos um pedido de cassação de registro por receber dinheiro do exterior, que tramita no TSE, com a velocidade de cágado perneta que todos nós conhecemos tão bem. Nestor Cerveró ― vulgo Lindinho ―, ex-diretor da área internacional da Petrobras, revelou em seu acordo de delação que, em 2005, a empresa teria pago US$ 300 milhões à Sonangol para explorar blocos de petróleo em Angola. Em contrapartida, a estatal angolana teria feito um repasse de R$ 40 milhões para financiar a campanha de Lula à reeleição. Veja o leitor do que é feito o estofo da “alma viva mais honesta do Brasil”.
Voltando agora ao criminoso e a cena do crime, O
Antagonista reproduziu algumas passagens interessantes do discurso que Lula proferiu quando, ainda presidente
da Banânia, visitou as obras do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro. Disse então o Parteiro do Brasil Maravilha:
1 – “Quero começar cumprimentando o companheiro Sérgio Cabral”.
2 – “Nosso companheiro Pezão”.
3 – “O ministro Edison
Lobão”.
4 – “O nosso querido Paulo
Roberto Costa, presidente em exercício da Petrobras”.
5 – “Nosso companheiro Sergio Machado, presidente da Transpetro”.
Em seguida, ele
explicou os motivos daquele evento:
“Eu sei que tem algumas pessoas que estão perguntando
‘por que o Lula já visitou pela
terceira vez o Comperj, se ainda a
obra não está sendo construída, está na fase da terraplanagem?’ A primeira
coisa que tem que compreender é que eu adotei como filosofia de vida aquela de
que ‘é o olho do dono que engorda os porcos’. Então, eu tenho que estar
presente sempre, para saber se as coisas que nós decidimos estão funcionando”.
Cinco anos se
passaram e as obras no Comperj
continuam paradas, mas a filosofia de vida do pulha funcionou: os porcos
engordaram um bocado. Depois de falar sobre seus porcos, o sapo barbudo
disse que sabia da roubalheira em Abreu e Lima, mas que ela tinha de
prosseguir:
“Se a gente não fica esperto, a obra da refinaria de
Pernambuco estaria parada. Porque se levantou suspeita de sobrepreço em algumas
obras. E foi para a comissão do Congresso, a comissão do Congresso colocou no
anexo VI, e eu vetei, porque senão teria que ter mandado embora 27 mil
trabalhadores”.
Lula esclareceu igualmente que, para engordar seus porcos, a ração teria de
ser fornecida pela própria Petrobras:
“O companheiro Paulo
Roberto Costa sabe, a Dilma,
como presidenta do conselho administrativo da Petrobras, sabe, o ministro Lobão, como ministro de Minas e
Energia, sabe que, há cinco anos atrás, se dependesse da vontade da Petrobras,
não teria nenhuma refinaria no Brasil”.
Outro porco do
chiqueiro de Lula, o presidente
boliviano Hugo Chávez, entrou na
história:
“Numa visita de trabalho do presidente Chávez, consegui a parceria para a PDVSA se associar à Petrobras. Levamos
três anos para construir essa parceria, porque a Petrobras e a PDVSA são duas grandes empresas, e duas
moças bonitas no mesmo baile, elas sofrem uma concorrência natural entre elas,
e nós demoramos muito para construir a engenharia do acordo que, graças a Deus,
está pronto e está andando”.
Lula, a essa altura, introduziu o único assunto que realmente interessava:
“São bilhões de dólares, de investimentos. Se a gente for
medir só o que a gente está fazendo, a gente vai ultrapassar os US$ 60 bilhões
em refinaria neste país”.
E apresentou seus
cúmplices:
“Aqui tem muitos empresários do setor da construção
civil”.
O juiz Sergio Moro poderia usar o discurso de Lula como prova da Lava-Jato. Ele
mostra claramente quem era o chefe do esquema.
Para não esticar
demais este texto, o resto fica para a próxima postagem. Até lá.
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