Crianças de todas as idades, bem-comportadas ou não, pediram
ao Papai Noel um smartphone novo de presente se Natal.
Muitas citaram nominalmente o iPhone X,
enquanto outras, menos exigentes, se mostraram dispostas a aceitar o que vier.
Desde que não seja um daqueles celulares dos “tempos e antanho”, naturalmente.
Afinal, conexão com a internet e suporte a redes sociais são requisitos
indispensáveis, hoje em dia, como também um processador veloz e fartura de espaço
na memória interna. O problema é que isso restringe o leque de opções vendidas por menos de R$ 1 mil, embora esse valor deixe de assuntar quando consideramos que o
iPhone X ― que começou a ser vendido
no Brasil há poucos dias ― custa, na configuração top, quase R$ 8 mil. A pergunta é: será que ele vale tudo isso?
É difícil dizer. Até porque a relação custo x benefício deve
ser sempre analisada à luz do perfil do usuário ― e de quem vai bancar a compra
do aparelho. Mas investir pesado num modelo de topo de linha e subutilizar a
maioria dos seus recursos é burrice. Claro que, se dinheiro não é problema,
nada melhor que ter o melhor.
O iPhone X
“comemora” os 10 anos do lançamento do primeiro iPhone, e é diferente de todas as outras versões que a Apple já lançou. Além de ser muito
bonito, o aparelho de 174 g e apenas 7,7 mm de espessura é resistente à água.
Sua moldura em aço inoxidável mantém os mesmos componentes das versões
anteriores, mas com listras mais finas para as antenas e um botão lateral maior,
que serve para bloquear/desbloquear o celular ou chamar a Siri ― detalhe: para desligar essa belezinha, é preciso pressionar
o botão em questão em conjunto com o botão de volume (+). Enfim, com o processador Neural de 6 núcleos, o iPhone X é considerado um dos celulares
mais rápidos da atualidade, mas é no iOS
11 que o aparelho se destaca.
A supressão do tradicional botão Início não fará muita diferença depois que você se habituar com o
novo modelo, já que operá-lo somente com gestos é muito fácil. Para sair de um
app, por exemplo, é preciso deslizar de baixo para cima; para ver todos os
apps, deslizar de qualquer um dos cantos inferiores para o centro da tela e
então soltar, para que a lista seja carregada. A troca de aplicativos ficou
muito mais prática: se você estiver usando o WhatsApp e quiser checar um endereço no Maps, por exemplo, deslizar o dedo na parte inferior da tela fará
com que os aplicativos se sobreponham. A reprodução de áudio em estéreo oferece
25% mais de volume ― em comparação com o iPhone ― e o som é limpo e com batidas
fortes. Pena que o aparelho não ofereça entrada para fones de ouvido.
Outro aspecto que chama a atenção é o “notch”, que faz uma divisão um tanto estranha da tela do iPhone X. É ali que ficam a saída de
som e os novos sensores da Apple,
que dão vida a um novo recurso chamado Face
ID ― cuja proposta é a mesma do Touch
ID, mas que precisa de um projetor de (mais de) 30 mil pontos para mapear o
rosto do usuário, um emissor de luz infravermelho (para operar também no escuro)
e de uma câmera infravermelha para analisar os dados (conjunto que a Apple batizou de TrueDepth).
A nova tela tem resolução de 2436 x 1125 pontos e usa o layout Diamond Pixel PenTile, onde cada pixel compartilha subpixels nas
cores vermelha, verde e azul com os pixels ao redor, tornando a visualização
mais nítida, vibrante e extremamente confortável, mesmo quando o aparelho é
utilizado por longos períodos. Pena que a execução de aplicativos que ainda não
são totalmente compatíveis com a nova interface resulte na exibição de faixas
pretas ― ao contrário do Samsung Galaxy
S8, o modelo da Apple não “estica”
os apps.
Para despertar a tela, basta tocar nela ou levantar o
aparelho; as notificações aparecerão lá, mas o conteúdo só será exibido se o
usuário olhar para a tela, o que é muito mais seguro e discreto. Quando detecta
que o usuário está olhando para a tela, a câmera TrueDepth reduz o volume das notificações e alertas, bem como silencia
o celular quando uma chamada é atendida. A maneira de encerrar os aplicativos também
mudou ― agora, é preciso segurar neles na multitarefa e depois tocar no botão
vermelho, o que pode não ser lá muito prático, mas foi uma mudança necessária
por conta de todos os novos gestos compreendidos pelo sistema.
No geral, o desempenho do iPhone X é muito bom. Games exigentes, como o Street Fighter, rodam perfeitamente bem ― e ficarão melhores depois
que os desenvolvedores os atualizarem para aproveitar toda a tela do aparelho.
A autonomia da bateria também merece elogios, já que desobriga a maioria dos
usuários de levar o carregador a tiracolo por toda parte. E o tempo que a
bateria leva para ser totalmente recarregada é de pouco mais de 2 horas (embora
aumente consideravelmente na recarga sem fio).
Haveria muito mais a
dizer e muitos elogios mais a fazer (só as câmeras já mereceriam uma postagem à
parte), mas vou encerrar por aqui, lembrando que não me cabe fazer juízo de
valor em relação ao preço e a contrapartida que o aparelho entrega, pois isso
depende das possibilidades e necessidades de cada um. No entanto, se Papai
Noel lhe der o brinquedinho de presente, o preço não fará a menor
diferença, não é mesmo?
Visite
minhas comunidades na Rede
.Link: