Toda passagem de ano é a mesma coisa: relembramos o que de
ruim aconteceu nos 365 dias anteriores e desejamos ― principalmente a nós mesmos ― “um feliz ano novo”, sempre imbuídos de uma
ilusória sensação de alívio em relação ao ano que se foi e de sentimentos de
esperança para seguir adiante.
Mas o Tempo é uma entidade fluida, impalpável e indivisível; o fato de lhe atribuirmos um número novo toda vez que nosso planeta completa uma volta em tordo do Sol é apenas uma maneira de tentarmos conferir alguma ordem ao Caos. Demais disso, não é o Tempo que passa; nós é que que passamos por ele como a areia que escorre entre as âmbulas da ampulheta. Atribuir um número de série a cada ano é o mesmo que tentar aprisionar o Tempo num calendário de parede... E sempre haverá um Gilmar Mendes disposto a soltá-lo.
Mas o Tempo é uma entidade fluida, impalpável e indivisível; o fato de lhe atribuirmos um número novo toda vez que nosso planeta completa uma volta em tordo do Sol é apenas uma maneira de tentarmos conferir alguma ordem ao Caos. Demais disso, não é o Tempo que passa; nós é que que passamos por ele como a areia que escorre entre as âmbulas da ampulheta. Atribuir um número de série a cada ano é o mesmo que tentar aprisionar o Tempo num calendário de parede... E sempre haverá um Gilmar Mendes disposto a soltá-lo.
Desde a era paleolítica que nossos antepassados observavam a posição dos astros e atentavam para sua periodicidade, até
porque as fases da Lua e as mudanças das estações influenciavam
o comportamento e a migração dos animais e refletiam na subsistência de seres que basicamente viviam da caça e da pesca. Até a invenção da escrita, não havia know-how que
permitisse construir artefatos para medir intervalos de
tempo, daí os antigos se basearem em fenômenos naturais sazonais, como
a movimentação dos corpos celestes.
Muita água rolou até os Sumérios dividirem o ano em 12 meses de 30 dias e os Egípcios criarem um calendário lunar baseado no “movimento” da estrela Sirius, que “passava” perto do Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo se iniciava. Mas foi somente no final do século XVI que o Papa Gregório XIII instituiu o calendário “gregoriano” ― baseado no nascimento de Jesus Cristo ―, que se popularizou porque a Europa era a maior exportadora de cultura na Idade Média, e usar o sistema de marcação de tempo instituído pelo Vaticano facilitava o relacionamento entre as nações.
Muita água rolou até os Sumérios dividirem o ano em 12 meses de 30 dias e os Egípcios criarem um calendário lunar baseado no “movimento” da estrela Sirius, que “passava” perto do Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo se iniciava. Mas foi somente no final do século XVI que o Papa Gregório XIII instituiu o calendário “gregoriano” ― baseado no nascimento de Jesus Cristo ―, que se popularizou porque a Europa era a maior exportadora de cultura na Idade Média, e usar o sistema de marcação de tempo instituído pelo Vaticano facilitava o relacionamento entre as nações.
O ano que hoje se despede foi sui
generis, com malas de dinheiro passeando pelas ruas e dezenas de milhões de
reais ― em dinheiro vivo ― brotando de caixas e malas num “bunker” soteropolitano. Mas o ápice
se deu mesmo quando o açougueiro-mor do país gravou uma conversa nada
republicana com seu presidente e revelou ter distribuído “picanhas” a milhares
de políticos de diversos partidos.
2017 entrará para a história como o ano em que o empresário bilionário preferido de Lula e Dilma passou da
lista da Forbes para a da Interpol; o ano em que Maluf foi finalmente condenado e preso; o ano em que um ex-presidente corrupto e hepta-réu foi a um só tempo candidato
ao Palácio do Planalto e ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba. Mais do que tudo, porém, ele será lembrado como o ano em que o governo de Michel Temer foi morto e sepultado
sucessivas vezes ― e ressurgiu das cinzas a cada uma delas, como a mitológica Phoenix. Mas que ninguém se iluda: Para se manter no cargo, o Vampiro do Planalto e comandante do “quadrilhão do PMDB" despiu a fantasia de bom moço e inaugurou a lista de presidentes denunciados
por crime comum no exercício do cargo.
Escusado dizer que Temer só escapou do cadafalso porque o Congresso está apinhado de políticos venais, verdadeiras marafonas do Parlamento que vendem seus “favores” como as putas vendem favores sexuas nas zonas do baixo meretrício. Temer não caminhou sobre as águas, mas provou que não afunda ―, o que, pensando bem, pode ou não ser uma virtude. Afinal, muita coisa flutua nos esgotos a céu aberto que cortam nossas metrópoles.
Escusado dizer que Temer só escapou do cadafalso porque o Congresso está apinhado de políticos venais, verdadeiras marafonas do Parlamento que vendem seus “favores” como as putas vendem favores sexuas nas zonas do baixo meretrício. Temer não caminhou sobre as águas, mas provou que não afunda ―, o que, pensando bem, pode ou não ser uma virtude. Afinal, muita coisa flutua nos esgotos a céu aberto que cortam nossas metrópoles.
Essas lucubrações me levam à canção “O
BÊBADO E A EQUILIBRISTA” ― obra de João Bosco e Aldir Blanc imortalizada pela saudosa Elis
Regina. Não pela letra em si ― que muitos consideram como um “hino” do
Brasil nos tempos da ditadura e da anistia ―, mas pelo título. Do equilibrista, falamos brevemente no parágrafo anterior; do
bêbado, falamos logo antes. Mas faltou dizer que o pudim de cachaça consultou uma cartomante para saber voltaria a ser presidente. A
maga lhe passou o baralho, pediu-lhe que o dividisse em cinco montes e virou uma carta de cada um deles.
Saiu uma sequência de reis: KKKKK! (Se não deu para entender, a figurinha que ilustra esta postagem pode ajudar.)
Saiu uma sequência de reis: KKKKK! (Se não deu para entender, a figurinha que ilustra esta postagem pode ajudar.)
Desejo a todos uma ótima passagem de ano e um 2018 prenhe de realizações ― “a todos” é força
de expressão, porque faço algumas exceções, mas não vou citá-las
nominalmente neste momento.
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