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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O PRIMEIRO ALMOÇO DO ANO E O BAURU COMME IL FAUT



O primeiro almoço do ano é menos “formal” do que o do Natal, e talvez por isso muita gente não abre mão de um churrasco, apesar de o preço da carne estar nas alturas. Enfim, se você aprecia carne vermelha, mas não a incluiu no menu de hoje, que tal degustar à noitinha um bauru “de verdade”, feito com rosbife de lagarto?

Você vai precisar de:

— 1 peça de lagarto bem limpo (o peso varia conforme a quantidade de lanches que se pretende fazer; para algo em torno de 10 sanduíches, 1,5 Kg está de bom tamanho);
— ½ chávena de mostarda amarela;
— 4 dentes de alho grandes, bem socados;
— 1 cebola grande, picada em pedacinho bem miudinhos;
— 1 colher (sopa) de ketchup;
— ½ chávena de molho inglês;
— sal, pimenta-do-reino e molho de pimenta vermelha (tipo Tabasco) a gosto.

 Para preparar o rosbife:

1) Bata bem o lagarto e amarre-o com um barbante, de modo que ele assuma um formato arredondada e bem firme.

2) Unte a peça com a mistura de temperos e deixe-a na geladeira por pelo menos 12 horas (num saco plástico que você deve mudar de posição para que os condimentos sejam absorvidos por igual).

3- Doure a carne em óleo fervente até que fique bem corada por todos os lados, acomode-a numa travessa refratária e leve ao forno por 1 ½ hora (borrifando molho de mostarda diluído em 1/2 xícara chá de água de tempos em tempos).

4- Depois que o assado esfriar, leve-o de volta à panela e regue com o restante do molho, adicionando água fervente até que todo o tempero que sobrou no fundo seja incorporado. Depois, é só cortar em fatias bem fininhas (preferencialmente com uma faca elétrica) e reservar.

Para fazer os lanches:

1- Coloque uma colher de sopa de manteiga e outra de vinagre de vinho branco numa panelinha com um pouco de água quente e derreta quantidades iguais de queijo prato, suíço, gruyère e estepe (cerca de 30 g de cada para cada lanche);

2- Corte pãezinhos franceses ao meio (no sentido horizontal), remova o miolo da parte superior, cubra a inferior com 5 ou 6 fatias do rosbife (cerca de 75 g) alinhadas no sentido transversal, coloque sobre elas 3 rodelas finas de tomate e 3 de pepino em conserva.

3- Encha a “canoa” superior com a pasta de queijo derretido, salpique orégano e corte os sandubas ao meio, pela diagonal.

Bom apetite e ótimas entradas.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

FELIZ ANO NOVO A TODOS


Aos que me acompanharam durante mais este ano, aos que estão chegando agora e  aos que ainda vão chegar, desejo um feliz 2020, com muita paz, saúde e prosperidade. É certo que a maré não está para peixe, mas, se perdermos a esperança, nada nos restará. Dito isso, seguem algumas dicas importantes, sobretudo porque, do ponto de vista do abuso do álcool, o Réveillon só perde para o Carnaval — e olhe lá. E para quem é chegado numa(s) birita(s), a ressaca pode ser cruel.

Não existe formula mágica para evitar a ressaca. A única maneira comprovadamente eficiente é não beber, mas essa recomendação é tão absurda quanto os votos quilométricos do presidente dos togados supremos (que deve passar o cetro para o ministro Luiz Fux agora em setembro, caso não seja impichado antes). 

Bebidas como vodca e gim produzem menos ressaca do que whisky, conhaque ou vinho tinto, por exemplo (mesmo assim, atente para a qualidade do produto). Para evitar o vexame do pileque e prevenir o inexorável desconforto do dia seguinte, beba moderadamente e forre o estômago antes e durante o vira-copos, pois assim o álcool será absorvido mais lentamente e seu organismo terá mais tempo para metabolizá-lo. Mas tome cuidado para não exagerar, ou você vai vomitar tudo que comeu no meio da festa.

Intercalar suco, refrigerante ou água entre as biritas não só ajuda a “diluir” o álcool como mantém o organismo hidratado. Segundo alguns “especialistas”, comer frutas ou algo gorduroso antes de beber também pode ajudar (sugiro miolo de pão besuntado com manteiga ou embebido em azeite de oliva).

Quem tem problemas com a balança deve redobrar a atenção: uma latinha de cerveja (ou garrafinha long neck) tem entre 150 e 200 calorias. Para queimá-las, uma pessoa de 70 quilos precisa andar pelo menos dois quilômetros. Outra coisa: o álcool da cerveja é o mesmíssimo álcool do uísque, do vinho, da vodca, do gim, do conhaque etc.; o que muda é só a concentração.

A ressaca é consequência do abuso do álcool, mas tende a ser potencializada quando a bebida é de má qualidade. Se você encontrar vodca polonesa a preço de cachaça industrializada, mantenha distância, pois o troço deve ser venenoso.

Repito: não existe formula mágica para evitar as consequências de um porre homérico, mas pode-se ao menos minimizar seus efeitos. A não ser que você entre em coma alcoólica — situação em que deve procurar um pronto-socorro —, deixe o corpo processar naturalmente (ou regurgitar) o excesso de álcool, evitando, nesse entretempo, comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão. Torradas com mel ou geleia no café da manhã e uma sopa ou salada de legumes cozidos no almoço devem deixar você pronto pra outra.

Ressaca não se cura com mais álcool. Ainda que isso proporcione um alívio no curto prazo — e sirva de desculpa para os paus-d'água tomarem mais uma birita ao acordar, mesmo quando não estão de ressaca —, mais ora menos ora o nível de álcool no seu organismo vai ter que baixar. Se as medidas profiláticas não forem suficientes, prepare-se: seu dia seguinte será tão desastroso quanto o cenário político tupiniquim, com um presidente bizarro, um legislativo eivado, um judiciário a serviço do bandidagem e uma imprensa que venera Lula e Verdevaldo e quer ver Sérgio Moro e Deltan Dallagnol na cadeia.

De novo: não existem fórmulas mágicas para neutralizar a ressaca ― a menos que você esteja em Las Vegas, onde o Hangover Heaven (paraíso da ressaca, numa tradução livre), do médico Jason Burke, promete solucionar o problema: basta um telefonema para o pé-de-cana ser atendido por um ônibus que funciona como clínica itinerante e receber uma solução intravenosa com soro fisiológico, vitaminas B1 e B12, anti-inflamatórios, anti-náuseas e outras substâncias destinadas a ajudar na desintoxicação do organismo.

Boas entradas e um ótimo 2020.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O REI ESTÁ MORTO. VIVA O REI! ― OU: FOI-SE 2017; QUE 2018 SEJA MELHOR, E COM LULA LÁ (EM CANA)!


O ano que se encerrou anteontem não correspondeu às expectativas de quem achava que teríamos calmaria depois das tormentas de dois mil e dezechega. Já nas primeiras horas de 2017 o sistema prisional tupiniquim exibiu seu descontrole, com centenas de detentos mortos em diferentes rebeliões e outros tantos foragidos de casas prisionais em diversos Estados. Viriam em seguida o trágico acidente que matou Teori Zavascki (às vésperas de o ministro homologar a delação dos 77 da Odebrecht) e a greve dos policiais do Espírito Santo, que resultou na morte de centenas de inocentes. E, como agora sabemos, isso seria apenas o começo. Para Michel Miguel Elias Temer Lulia, no entanto, o inferno astral começaria em abril, com a divulgação de trechos de sua conversa nada republicana com o açougueiro bilionário e criminoso Joesley Batista, justamente quando a economia dava os primeiros sinais de recuperação.

Abatido em seu voo de galinha, o peemedebista viu o sonho de entrar para a história como o “o cara que recolocou o país nos trilhos do crescimento” transformar-se no pesadelo de ser o primeiro presidente do Brasil denunciado ― no exercício do cargo ― por crimes de corrupção, formação de quadrilha e obstrução da Justiça.

Pego com as calças, mas demovido da ideia de renunciar pelos puxa-sacos de plantão ― que perderiam o cargo e a prerrogativa de foro se o chefe deixasse o Planalto ―, Temer, num pronunciamento inflamado à nação, afirmou que a investigação no STF seria o território onde aflorariam as provas de sua inocência”. Mas a máscara de bom moço caiu quando Janot desfechou sua primeira flechada, expondo a verdadeira face do político da velha escola, que presidiu o PMDB por 15 anos e foi vice decorativo (mas conivente com os desmandos) da Rainha Bruxa do Castelo do Inferno de 2011 a maio de 2016. E a coisa ficou ainda pior com a segunda denuncia, que, além do presidente, atingiu os ex-deputados Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos do PMDB.

Observação: Curiosamente, não houve panelaço, buzinaço ou manifestações populares nas ruas. Como vaquinhas de presépio, os brasileiros aceitaram tudo pacificamente, talvez intuindo que a emenda seria pior que o soneto ― tanto no caso de um novo presidente tampão ser escolhido através de eleições diretas realizadas a toque de caixa quanto de nosso Congresso apodrecido pinçar de suas fileiras o felizardo da vez. Aliás, falando em eleições diretas, dos 4 presidentes eleitos pelo voto popular desde o final da ditadura militar, o único que escapou ileso (até agora) foi FHC. Collor e Dilma foram depostos, e Lula, embora tenha concluído seus dois mandatos, coleciona 7 processos, é investigado em outros tantos inquéritos e já foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão (Lula lá!).

Temer passou a maior parte de 2017 articulando manobras espúrias para se manter no cargo. Com o auxílio dos comparsas Romero JucáEliseu PadilhaMoreira Franco. Isso sem mencionar os inestimáveis serviços prestados pelo pitbull Carlos Marun, principal responsável por garantir o apoio necessário, na Câmara, ao sepultamento de ambas as denúncias de Janot. Aliás, Marun, que já havia se notabilizado por defender caninamente o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, chegou mesmo a ensaiar ridículos passinhos de dança quando, pela segunda vez, as marafonas do Congresso livraram o rabo sujo de seu amado chefe. Sua fidelidade e absoluta falta de escrúpulos lhe renderam a Secretaria de Governo da Presidência da República e, ao que parece, a missão de oficializar o toma-lá-dá-cá no vergonhoso “parlamentarismo informal”, onde ministros negociam diretamente com o Congresso a favor do presidente e reassumem seus mandatos na Câmara para votar projetos de interesse do Executivo.

O derradeiro ano de Temer na presidência da Banânia começa com índices de rejeição ao peemedebista que rivalizam com os de Collor e Dilma durante os respectivos processos de impeachment. Mesmo procurando aparentar tranquilidade e afirmando que o governo não parou um instante sequer, o presidente é desmentido por uma sucessão de gafes, sobretudo em viagens e encontros internacionais.

Ao receber o presidente do Paraguai, por exemplo, Temer brindou a Portugal; na passagem pela Rússia e pela Noruega, colecionou uma lista de momentos esquecíveis: da partida, ao colocar em sua agenda que iria para a União Soviética, extinta há mais de vinte anos, até a volta, de mãos abanando, passando por uma menção a Harald V como o rei da Suécia, quando o monarca é norueguês. Para sua sorte, os depoimentos dos delatores da JBS/J&F caírem em descrédito depois que informações omitidas por eles no acordo de colaboração vieram à tona, mas isso não lhe permite avançar em seu projeto de legado reformista sem emplacar a reforma da Previdência, que se tornou seu “samba de uma nota só”.

Fato é que, em meio a tudo isso, Temer mudou de vez seu comportamento diante das investigações e dos órgãos de Justiça. Embora Nicolao Dino tenha sido mais votado que Raquel Dodge na eleição interna do MPF, seu nome foi preterido na sucessão do padrinho Rodrigo Janot. Em novembro, foi a vez da Polícia FederalLeandro Daiello, que ficou sete anos no cargo e viu a Lava-Jato nascer, foi substituído por Fernando Segovia, que começou mal ao tentar minimizar, em seu discurso de posse, a importância dos fatos que respaldaram a primeira denúncia contra o presidente ― dizendo, dentre outras coisas, que “uma mala de dinheiro não prova nada”.

Aos 77 anos idade, Temer tornou-se frequentador assíduo do Hospital Sírio-Libanês ― onde já foi submetendo a procedimentos cirúrgicos para solucionar problemas urológicos e desobstruir artérias do coração. Some-se ao peso dos anos a tensão provocada pela turbulência política, que impõe pesados tributos a um presidente já enfraquecido e carente de respaldo popular. Mesmo que os indicadores econômicos continuem emitindo sinais positivos, sua incapacidade de reunir os 308 votos necessários à aprovação das tão necessárias reformas escancaram a fragilidade do seu governo.

Conforme combinado com Rodrigo Maia, a votação da PEC da Previdência só seria pautada quando houvesse certeza de aprovação, mas mesmo depois de dois meses de articulações intensas, mudanças no ministério e o perdão de dívidas dos deputados da base que se posicionaram contra o governo na segunda denúncia, esse número não foi alcançado e nada indica que virá a sê-lo em fevereiro, já que as dificuldades aumentam conforme as eleições se aproximam ― em anos eleitorais, os políticos fazem o possível e o impossível para não desagradar seus eleitores.

Mesmo assim, sua insolência se diz pronta para o que vier em seu derradeiro ano no cargo. É bom seja assim: a batalha pelas mudanças na Previdência promete, e dela dependem o futuro do governo e o objetivo do governante de entrar para a história como um presidente reformista.

Mais uma vez, desejo a todos um feliz 2018.

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domingo, 31 de dezembro de 2017

O TEMPO, O BÊBADO E O EQUILIBRISTA

Toda passagem de ano é a mesma coisa: relembramos o que de ruim aconteceu nos 365 dias anteriores e desejamos ― principalmente a nós mesmos ― “um feliz ano novo”, sempre imbuídos de uma ilusória sensação de alívio em relação ao ano que se foi e de sentimentos de esperança para seguir adiante.

Mas o Tempo é uma entidade fluida, impalpável e indivisível; o fato de lhe atribuirmos um número novo toda vez que nosso planeta completa uma volta em tordo do Sol é apenas uma maneira de tentarmos conferir alguma ordem ao Caos. Demais disso, não é o Tempo que passa; nós é que que passamos por ele como a areia que escorre entre as âmbulas da ampulheta. Atribuir um número de série a cada ano é o mesmo que tentar aprisionar o Tempo num calendário de parede... E sempre haverá um Gilmar Mendes disposto a soltá-lo.

Desde a era paleolítica que nossos antepassados observavam a posição dos astros e atentavam para sua periodicidade, até porque as fases da Lua e as mudanças das estações influenciavam o comportamento e a migração dos animais e refletiam na subsistência de seres que basicamente viviam da caça e da pesca. Até a invenção da escrita, não havia know-how que permitisse construir artefatos para medir intervalos de tempo, daí os antigos se basearem em fenômenos naturais sazonais, como a movimentação dos corpos celestes.

Muita água rolou até os Sumérios dividirem o ano em 12 meses de 30 dias e os Egípcios criarem um calendário lunar baseado no “movimento” da estrela Sirius, que “passava” perto do Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo se iniciava. Mas foi somente no final do século XVI que o Papa Gregório XIII instituiu o calendário “gregoriano” ― baseado no nascimento de Jesus Cristo ―, que se popularizou porque a Europa era a maior exportadora de cultura na Idade Média, e usar o sistema de marcação de tempo instituído pelo Vaticano facilitava o relacionamento entre as nações.

O ano que hoje se despede foi sui generis, com malas de dinheiro passeando pelas ruas e dezenas de milhões de reais ― em dinheiro vivo ― brotando de caixas e malas num “bunker” soteropolitano. Mas o ápice se deu mesmo quando o açougueiro-mor do país gravou uma conversa nada republicana com seu presidente e revelou ter distribuído “picanhas” a milhares de políticos de diversos partidos.

2017 entrará para a história como o ano em que o empresário bilionário preferido de Lula e Dilma passou da lista da Forbes para a da Interpol; o ano em que Maluf foi finalmente condenado e preso; o ano em que um ex-presidente corrupto e hepta-réu foi a um só tempo candidato ao Palácio do Planalto e ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba. Mais do que tudo, porém, ele será lembrado como o ano em que o governo de Michel Temer foi morto e sepultado sucessivas vezes ― e ressurgiu das cinzas a cada uma delas, como a mitológica Phoenix. Mas que ninguém se iluda: Para se manter no cargo, o Vampiro do Planalto e comandante do “quadrilhão do PMDB" despiu a fantasia de bom moço e inaugurou a lista de presidentes denunciados por crime comum no exercício do cargo.

Escusado dizer que Temer só escapou do cadafalso porque o Congresso está apinhado de políticos venais, verdadeiras marafonas do Parlamento que vendem seus “favores” como as putas vendem favores sexuas nas zonas do baixo meretrício. Temer não caminhou sobre as águas, mas provou que não afunda ―, o que, pensando bem, pode ou não ser uma virtude. Afinal, muita coisa flutua nos esgotos a céu aberto que cortam nossas metrópoles.

Essas lucubrações me levam à canção “O BÊBADO E A EQUILIBRISTA” ― obra de João Bosco e Aldir Blanc imortalizada pela saudosa Elis Regina. Não pela letra em si ― que muitos consideram como um “hino” do Brasil nos tempos da ditadura e da anistia ―, mas pelo título. Do equilibrista, falamos brevemente no parágrafo anterior; do bêbado, falamos logo antes. Mas faltou dizer que o pudim de cachaça consultou uma cartomante para saber voltaria a ser presidente. A maga lhe passou o baralho, pediu-lhe que o dividisse em cinco montes e virou uma carta de cada um deles.

Saiu uma sequência de reis: KKKKK! (Se não deu para entender, a figurinha que ilustra esta postagem pode ajudar.)

Desejo a todos uma ótima passagem de ano e um  2018 prenhe de realizações ― “a todos” é força de expressão, porque faço algumas exceções, mas não vou citá-las nominalmente neste momento.

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sábado, 30 de dezembro de 2017

2017 FINALMENTE SE VAI... O QUE ESPERAR DE 2018?


Há exatos doze meses, dizíamos adeus para o ano de dois mil e dezechega e comemorávamos esperançosos a chegada de 2017. E deu no que deu!

No final de 2015, tínhamos uma presidente encurralada no Palácio do Planalto, sem autoridade, sem nexo e sem respeito; um presidente da Câmara descrito como homem de poderes sobrenaturais e um vice-presidente decorativo, mas que, por suas celebradas habilidades no manuseio de parlamentares e políticos em geral, era visto como uma ponte que poderia conduzir à salvação a Rainha Bruxa do Castelo do Inferno. Demais disso, tínhamos um ex-presidente da República que posava de gênio da política, sempre prestes a “virar o jogo” mediante conchavos milagrosos ― e que meses depois tentaria nomear a si próprio ministro da Casa Civil e, a partir daí, resolver a situação toda em seu benefício ―, e um cangaceiro presidindo o Senado e atuando como marechal de campo na guerra para manter no comando a presidanta, seu abjeto antecessor e seu espúrio partido.

Por pior que tenha sido, o ano de 2016 nos brindou com deposição de Dilma. Lula se tornou réu pela primeira vez (numa das 7 ações criminais que vem colecionando desde então) e foi condenado a 9 anos 6 meses de prisão. A economia deu sinais de recuperação, a inflação e a taxa básica de juros começaram a recuar, os índices de desemprego pararam de crescer e reformas importantes para o país começaram a avançar.

2017, ano em que depositávamos esperanças de melhoras mais consistentes, começou com rebeliões em presídios e uma greve absurda da PM  que resultou na morte de centenas de pessoas. Ainda em janeiro, um trágico acidente aéreo ceifou a vida do ministro Teori Zavascki e deixou o STF sem relator dos processos da Lava-Jato às vésperas da homologação da Delação do Fim do Mundo. Mesmo assim e a despeito do "fogo amigo", houve avanços na luta contra a corrupção. Foram para a cadeia políticos notórios, como o deputado Rodrigo Rocha Loures ― ex-assessor e homem da mais estreita confiança de Michel Temer ―, o deputado Geddel Vieira Lima ― homem dos R$51 milhões e também amigão do peito de Michel Temer ―, os ex-governadores Sérgio Cabra, Anthony Garotinho, quase todos os membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e outros tantos do alto escalão da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (a começar pelo presidente).

Mas a coisa azedou a partir de maio, quando uma conversa de alcova entre Michel Temer e o moedor de carne bilionário Joesley Batista, gravada à sorrelfa por este último nos “porões do Jaburu”, foi publicada por Lauro Jardim em O Globo. O presidente foi demovido da ideia de renunciar pelos puxa-sacos de plantão (que seriam fatalmente desalojados de seus cargos e perderiam a boquinha do foro privilegiado) e, em pronunciamento à nação, jurou de pés juntos que “a investigação no STF seria "o território onde aflorariam as provas de sua inocência". Ato contínuo, passou a mover mundos e fundos (sobretudo fundos) para se escudar das flechas do então procurador-geral Rodrigo Janot e barrar a abertura de inquérito no Supremo. E o resto é história recente.

Debalde as previsões cataclísmicas de que este governo estaria com os dias contados ― cantadas em prosa e verso por nove entre dez analistas políticos e formadores de opinião de plantão ―, Michel Temer, tal qual os “bagres-sem-cabeça” que boiam nos esgotos a céu aberto que cortam a cidade de São Paulo, recusa-se teimosamente a afundar. Como na fábula russa de Pedro e o Lobo, sua iminente queda acabou cansando, e a maioria da população deixou de dar ouvidos à falácia (não que isso tenha feito algum bem à popularidade do presidente, cujos índices são tão ruins ― ou piores ― que os de Collor e Dilma durante seus respectivos processos de impeachment).

Já não se fala mais que Temer vai cair no dia seguinte, nem se especula como seria o governo de Rodrigo Maia ou, imaginem só, da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF. Embora poucos digam isso em público, tem-se como “cenário provável” sua permanência no Planalto até 31 de dezembro de 2018. Como salientou J.R. Guzzo em sua coluna na revista Exame do último dia 20, o governo está morto moralmente, e já há um bom tempo ― desde que se comprovou que o presidente da República mantinha reuniões nada republicanas, na calada da noite e em seu próprio palácio, com um escroque confesso e bilionário que hoje está na cadeia. Só que não estamos no Japão, onde um ministro faz haraquiri em público quando é pilhado roubando um clipe de papel. No Brasil, ninguém morre só de moral, sobretudo se tem à disposição o Diário Oficial, os cargos comissionados e a chave do Erário.

E a questão não se resume à permanência do presidente no jogo até o apito final: de uns tempos a esta parte, incentivado pelas reformas que ninguém antes dele conseguiu aprovar (insuficientes, é verdade, e limitadas por concessões às marafonas do Congresso), pela queda dos juros e da inflação, e pelo crescimento da produção industrial (o melhor resultado em 4 anos), Michel Miguel Elias Temer Luria, em carne e osso, começou a aparecer na imprensa como possível candidato à reeleição.

(Pausa para as gargalhadas.)

Os desafios do Brasil para o próximo ano são imensos. O país precisa voltar a crescer para elevar o padrão de vida material do seu povo e explorar nossa energia criadora em sua plenitude. Precisa aprovar reformas estruturais para modernizar-se e competir com qualidade no mundo globalizado. Precisa civilizar a vida política, estabelecendo um padrão ético aceitável, e superar as feridas de uma profunda divisão de ideologia e métodos. Precisa, enfim, reencontrar o caminho da estabilidade institucional, mas, mais importante que tudo, o povo (ah, o povo) precisa se conscientizar do poder que o direito (ou obrigação) de voto lhe assegura. Em outubro, além de eleger o sucessor de Michel Temer (e dos governadores dos Estados e deputados estaduais) teremos a valiosíssima chance de substituir todos os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores da República. Pensem nisso.

Feliz ano novo a todos.

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sábado, 2 de dezembro de 2017

O FIM DO ANO ESTÁ AÍ. O QUE ESPERAR DE 2018?



DEZEMBRO FINDA. NA TARDE LINDA DESPONTAM RISOS DE ALEGRIA, VOZES QUE CANTAM, FLORES QUE ENCANTAM, FESTAS DE SONHO E DE POESIA.

Bons tempos aqueles em que a aproximação do Réveillon nos enchia o coração de esperanças. Hoje, para muitos de nós o Natal não passa de mera exploração comercial e passagem de ano, de uma simples virada de página do calendário.

No apagar das luzes de 2016 ― um ano especialmente conturbado ―, esperava-se que 2017 trouxesse a tão sonhada recuperação da economia. A instabilidade produzida pelo impeachment da anta vermelha havia sido superada, o país tinha tudo para voltar a crescer e a “Delação do Fim do Mundo” (lembram dela?) colocaria na cadeia uma notável penca de corruptos.

O fato de Temer ter sido citados nas delações da Odebrecht (43 vezes somente na confissão do ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho) não melhorava em nada sua minguada popularidade. Rejeitado pelos simpatizantes da petralhada ― que o viam como traidor e golpista ― e pelos que comemoraram o final do governo petista ― por ter sido vice de Dilma durante seus dois mandatos e presidido o maior partido da base aliada do governo petista por 15 anos ―, o peemedebista acalentava o sonho de entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento. Aí vieram a público as gravações de sua conversa nada republicana com o carniceiro de luxo Joesley Batista, a mala de dinheiro de Rocha Loures, as manobras escandalosas para sepultar as denúncias apresentadas pelo MPF sob o comando de Rodrigo Janot, e por aí segue a malsinada procissão. E o resto é história recente.  

Temer assumiu a presidência porque a Constituição não nos dava outra opção para penabundar a imprestável gerentona de araque e pôr fim aos desmandos lulopetistas. Sabe-se agora, porém, que melhor seria tê-lo expelido junto com a mulher sapiens. Claro que não se esperavam milagres de um presidente sem respaldo popular, que prometeu um ministério de notáveis e entregou um notável bando de apaniguados políticos corruptos. Demais disso, tirar o país do buraco envolvia dificuldades que foram potencializadas pela oposição ferrenha dos defensores do “quanto pior, melhor”, pela a sombra ameaçadora da Lava-Jato, pelas “sutilezas” do presidencialismo de coalização (ou de cooptação, como bem definiu o ex-presidente FHC) e pelas frequentes rusgas entre os 3 poderes desta república de bananas. Mas até aí morreu o Neves.

Um rápido retrospecto do ano que termina em menos de 1 mês dá conta de que governo Temer foi uma decepção. Houve ganhos, é verdade. A economia deu sinais de recuperação, pífios, mas reais. Os índices de desemprego, se não caíram expressivamente, ao menos deixaram de aumentar. A inflação baixou dos dois dígitos para algo em torno de 4% a.a., embora não seja bem isso que a gente nota quando faz compras no supermercado, abastece o carro e paga as contas de energia, água, gás e que tais. Mas a Selic despencou e reformas importantes ― como a do Teto dos Gastos e da Legislação Trabalhista ― foram aprovadas ou avançaram algumas casas no tabuleiro do Congresso. Demais disso, é injusto culpar o vampiro do Planalto pelas mazelas geradas e paridas durante 13 anos, 5 meses e 12 dias de jugo lulopetista ― como fazem a incorrigível militância vermelha e outros desinformados de plantão.

Olhando a coisa pelo melhor ângulo, em 2016 tínhamos uma presidente encurralada no Palácio do Planalto, sem autoridade, sem nexo e sem respeito; um presidente da Câmara descrito como homem de poderes sobrenaturais, que ocupava uma posição essencial para os destinos da nação; um vice decorativo, mas que, por suas celebradas habilidades no manuseio de parlamentares e políticos em geral, era visto como uma ponte que poderia conduzir Dilma à salvação. Isso sem mencionar um ex-presidente da República que posava de gênio da política, sempre prestes a “virar o jogo” mediante conchavos milagrosos ― e que tentaria nomear a si mesmo ministro da Casa Civil para escapar da Lava-Jato ―, além de um cangaceiro presidindo o Senado e atuando como marechal de campo na guerra para manter no comando a presidanta, seu abjeto antecessor e seu espúrio partido.

Em questão de meses, Dilma se tornou uma ex-presidente em processo de inscrição no arquivo morto da política brasileira; o então poderosíssimo presidente da Câmara foi devidamente encarcerado, o Cangaceiro das Alagoas perdeu e recuperou o cargo, virou inimigo figadal da militância vermelha e está a caminho do cemitério político; o gênio da política que ia salvar a anta vermelha, o PT e os aliados ― além de si mesmo, naturalmente ― coleciona processos penais e já foi condenado a 9 anos e meio de prisão em um deles, mas que recorre a uma manobra espúria travestida de candidatura à presidência para não se tornar, também ele, hóspede do sistema prisional tupiniquim.

Por essas e outras, tudo indicava que 2017 seria o ano da redenção. Só que não foi. Mas vamos deixar para concluir esse raciocínio na próxima postagem, que a de hoje já está de bom tamanho. Até lá.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO (Crônica de Ivan Angelo)

QUE TUDO SE REALIZE NO ANO QUE VAI NASCER.

Feliz Ano-Novo, brasileiros, infeliz ano velho. Que esperar nesta passagem? Que os olhares de todos voltem a procurar a perdida franqueza e que entre pessoas civilizadas se possa ter opinião, sem ofensa.

Que as mãos voltem a se afastar do que não lhes pertence, que o temor do opróbrio e do japonês da Federal possa segurar a insensatez dos ambiciosos, a fome dos que não têm fome, o ímpeto da cobiça, o despudor dos malfeitores, que voltem a ser uma vergonha o roubo, o rombo, o descaminho, a concussão, a fraude, a propina, a malversação, o por-fora, a começão, o rapa, a ratonice, a rapina, o saque, a pilhagem, a apropriação, o dinheiro sujo, a mamata, o desvio, a corrupção — vergonha que nenhuma delação premiada possa apagar.

Que o amor aproxime corações, bocas e corpos com a ternura de sempre, o apetite necessário e novas liberdades, que ele não para de inventar. Que os amigos voltem a se falar, pois, como diz o sábio poeta do Eclesiastes, há tempo de rasgar e tempo de remendar.
Que se possa acabar com esse medo das ruas, o medo de ir e vir e de estar, para voltarmos a fruir as nossas cidades, nossas alamedas, nossas vias e ciclovias, jardins e praças, nossos cinemas de primeira, os dedicados museus, as pizzarias ruidosas, os restaurantes estrelados ou os simples sob o céu de estrelas, a casa do nosso avô, o boteco fraternal, o namoro na esquina, o descer para fumar. Que voltem a ordem e, se possível, o progresso.

Que punições justas restabeleçam nossa confiança na Justiça e na lei, que a morte dos nossos queridos não fique impune, os assassinos bêbados do trânsito não transitem, os hediondos do crime não sejam menores, os ladrões do nosso patrimônio sejam despossuídos, os golpistas sejam golpeados, os maléficos, os safados, os vilões — todos os faltosos — paguem segundo sua falta e não segundo a chicana dos seus advogados.
Que os vendilhões que dominaram os templos como máfias sejam apontados, despojados do luxo e suas vozes clamem no deserto. 

Feliz Ano-Novo, brasileiros, infeliz ano velho, ano em que deixamos um pouco de nós em cada esquina, em que ficamos desamparados, perdemos empregos, esperanças, dinheiro, planos de saúde, ilusões, civilidade, tolerância, amigos, confiança, bom humor, apoio, orgulho nacional.

Que se reaprenda a urbanidade e voltem a limpeza aos muros, a paciência ao trânsito, a civilidade às torcidas, a educação às escolas, a paz às manifestações. Que as carências sejam mitigadas e voltem a água às torneiras, a carne ao prato, o filho à casa são e salvo, o sem-teto ao abrigo, o médico ao posto de saúde, a amada ao só, o sabiá ao ninho, a chuva ao sertão, as nozes ao Natal, a inspiração aos poetas.

Que a internet deixe de ser esconderijo de delinquentes, a televisão melhore seu cardápio, as galerias não enganem incautos, o cinema se reaproxime da sétima arte. Que balas perdidas não busquem abrigo em nossos corpos.

Que a boa qualidade volte a ser o paradigma das artes e ofícios, e barragens de rejeitos não vazem sua lama mortal pelos vales e rios, viadutos não caiam sobre cabeças cidadãs, publicações imperfeitas não disseminem enganos, gasolinas adulteradas não engasguem motores, o futebol torne a ser a alegria do povo e não dos cartolas. Que voltem as festas, brasileiros, e boas festas.

Abraços a todos e até amanhã.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DICAS PARA O RÈVEILLON.


QUE SEU AMANHÃ SEJA CLARO COMO A MAIS CRISTALINA DAS ÁGUAS E SEU ANO NOVO, PLENO DE REALIZAÇÕES.  

Cansado de passar o Réveillon aboletado no sofá, assistindo pela TV à queima de fogos em Copacabana? Pois seus problemas acabaram! Por algo em torno de 5 mil dólares você pode apreciar a – um incrível espetáculo de luzes e cores que nada tem a ver com os manjados fogos de artifício e, segundo previsões da NASA, será imperdível na região Ártica neste inverno. Interessado? Então acesse www.pisa.tur.br e reserve seu lugar no roteiro que parte no dia 28 deste mês rumo à capital da Islândia, que inclui passeios por gêiseres e glaciares nos arredores da cidade. Mas não deixe de se preparar para o frio, pois a temperatura média, nesta época, fica em torno de 0ºC. O preço inclui passagens aéreas, hotel (hospedagem em quarto duplo) e passeios.
AURORA BOREAL

Não se dá bem com o frio? Então a Ilha de Marajó é o seu destino. Os atrativos – igarapés, dunas, www.ciaeco.tur.br e contrate um pacote de 7 noites (R$ 5.890), que cobre a parte aérea, hospedagem em quarto duplo, passeios e ingresso para a festa de Ano-Novo (a saída está prevista para o próximo dia 26).
trechos de florestas, lagos e o encontro do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico – compensam três horas de viagem de barco a partir de Belém do Pará. Não deixe de provar a deliciosa mozarela feita com leite de búfala – esses animais são uma espécie de mascote da ilha –, mas não exagere, ou a diarreia o fará perder alguns passeios (palavra de quem já passou por isso). Acesse

A queima de fogos em DUBAI é imperdível. No ano passado, as explosões chegaram ao topo do Burj Khalifa – o prédio mais alto do mundo, com 828 metros de altura. Acesse www.raidho.com.br para contratar um pacote com direito a sete noites num hotel “sete estrelas”, em acomodação dupla (aéreo, hotel e esticada até Abu Dhabi) por US$ 3.876 por pessoa (faça a conta; raspando o tacho da poupança, os búfalos até podem ficar para outra vez). 

DETALHE SUTIL: O pacote para Dubai, nos Emirados Árabes, sai por cerca de uma vez e meia o preço do pacote para o Marajó, que fica aqui mesmo no Brasil, Alguma coisa deve estar errada com o turismo doméstico, vocês não acham?

Passemos agora à nossa tradicional piadinha de sexta-feira:

O infeliz sofre um acidente de carro e seu pênis é dilacerado. O médico lhe assegura que a medicina moderna poderá trazer o seu pênis de volta através de um transplante, embora o plano de saúde não cubra a cirurgia, que é considerada estética. Então, o desembolso será de 5 mil, 9 mil ou 15 mil reais, conforme o tamanho desejado (pequeno, médio ou grande).
Entusiasmando diante da possibilidade, o homem diz ao médico que dará a palavra final depois de conversar com a esposa e, ato contínuo, pega o telefone.
O médico vai tomar um café, retorna poucos minutos depois e encontra o paciente com uma expressão de total desolamento.
- Então, o que o senhor e a sua esposa resolveram?
- Ela disse que prefere reformar a cozinha!

Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

FELIZ ANO NOVO A TODOS!


Oficialmente, 2012 termina à meia-noite da próxima segunda-feira, mas da feita que esta é minha última postagem do ano, colho o ensejo para desejar aos meus leitores um 2013 com muita saúde, alegria e realizações.
Tecnicamente, a transição de 31 de dezembro para 1º de janeiro não passa de mais um virar de página do calendário, mas é festejada desde o tempo dos antigos babilônios (não necessariamente nessa data, embora ela tenha sido instituída pelo Papa Gregório XIII e se consolidado entre a maioria dos povos).
As comemorações (e superstições) variam conforme a cultura, mas em quase todo mundo o novo ano é recebido com fogos de artifício, música, dança e muita comida e bebida. Aqui pelas nossas bandas, diz-se, por exemplo, que carne de porco, frutas secas, uvas verdes e romãs garantem mesa farta nos próximos 12 meses e que roupas brancas e fitas amarelas trazem sorte no amor e sucesso nos negócios. Eu, particularmente, gosto muito do “nhoque da sorte” – que se não ajuda a trazer riqueza, ao menos proporciona uma refeição deliciosa. Anote aí a receita:

Ingredientes:
500 g de massa fresca de nhoque;
2 colheres (sopa) de azeite de oliva virgem;
3 dentes de alho;
1 kg de tomates maduros;
2 cebolas grandes;
10 folhas de manjericão,
2 folhas de louro fresco;
Sal e pimenta a gosto.

Preparo:
Cozinhe a massa em água fervente; quando os nhoques subirem, retire-os com uma escumadeira e reserve.
Bata os tomates no liquidificador, passe-os por uma peneira e refogue a pasta no azeite, com as cebolas raladas e os dentes de alho bem picadinhos (ou esmagadinhos).
Adicione o sal, a pimenta, o louro e parte das folhas de manjericão (bem picadinhas).
Quando o refogado apurar, despeje-o sobre os nhoques cozidos, decore com as folhas de manjericão restantes, acrescente uma pitada de orégano e parmesão ralado a gosto e sirva com um bom vinho tinto (reveja minha postagem de véspera de Natal para mais informações sobre vinhos).

Observação: Para trazer dinheiro, você deve degustar essa receita (ou outra variação qualquer, desde que à base de nhoque) todo dia 29. A simpatia determina que os primeiros sete “gomos” sejam degustados em pé, com o prato na mão. Depois, deve-se colocar o prato na mesa sobre uma nota de dinheiro e terminar a refeição normalmente. Ao final, guarda-se a nota na carteira até o dia 29 do mês seguinte, quando então se deve gastá-la preferencialmente na compra dos ingredientes para a preparação da receita.
 
Antes de concluir, considerando que o Réveillon só perde para o Carnaval no abuso de álcool, vale lembrar que, para prevenir ressacas cruéis – daquelas que combinam dor de cabeça com boca seca, fadiga, tremores e outros desconfortos afins –, a solução é não encher a cara.
Na impossibilidade da total abstenção, evite misturar destilados com fermentados e evite beber de barriga vazia (o álcool é absorvido mais lentamente quando existe alimento no estômago, mas tome cuidado para não errar na quantidade e colocar tudo para fora no meio da festa). Comer frutas ou algo gorduroso (como miolo de pão besuntado com manteiga ou embebido em azeite) antes de beber também ajuda, da mesma forma que tomar suco, refrigerante ou água entre as biritas (para manter o organismo hidratado e reduzir a concentração do álcool).
Se as medidas profiláticas não foram suficientes, a ressaca irá castigá-lo no dia seguinte, e para combatê-la não existem fórmulas milagrosas - a menos que você esteja em Las Vegas, onde existe o Hangover Heaven (paraíso da ressaca, numa tradução livre). Criado pelo médico Jason Burke, o serviço promete acabar com a ressaca: basta um telefonema para ser atendido por um ônibus que funciona como clínica itinerante e, a bordo do veículo, receber uma solução intravenosa com soro fisiológico, vitaminas B1 e B12, antiinflamatórios, antináuseas e outras substâncias destinadas a ajudar na desintoxicação do organismo. O tratamento dura 45 minutos e custa de 90 a 150 dólares.
Não sendo o caso, o jeito é deixar o corpo processar naturalmente – ou regurgitar – o excesso de álcool. Nesse entretempo, evite comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão, e não caia naquela conversa de que ressaca se cura com mais bebida (isso pode até amenizar os sintomas no curto prazo, mas uma hora qualquer o nível de álcool no seu organismo terá de baixar).

Feliz Ano Novo a todos e até quarta, se Deus quiser.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!

Festividades, comemorações e efemérides que tais pedem um bom champanhe, e nem o Natal nem a “virada do ano” são exceções. No entanto, para não pagar mico, lembre-se de que todo champanhe é espumante, mas nem todo espumante é champanhe (apenas as marcas produzidas região francesa de mesmo nome, a partir de uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay, podem ser considerados como tal).
Para quem não se anima com a idéia de preencher um cheque de três dígitos para degustar um excelente D. Pérignon – topo de linha da casa Moët et Chandon – ou um igualmente notável Veuve Clicquot Ponsardin, há excelentes opções de proseccos, frisantes e assemelhados (inclusive nacionais) a preços bem mais acessíveis.
Para que o vinho alcance a temperatura ideal (aproximadamente 8ºC), mergulhe a garrafa num recipiente com água e gelo por cerca de uma hora ou deixe-a no refrigerador de um dia para o outro. Ao servir, evite o “estouro” da rolha para não comprometer o “perlage” – coroa de espuma formada pelas bolhas de gás carbônico na borda da taça.
Falando em taça, prefira as do tipo flute (com cabo alto e bojo comprido e estreito) às abertas. Embora tenham sido amplamente utilizadas até a década de 70, estas últimas abrigam pouca quantidade de vinho, propiciam a dissipação das bolhas e fazem com que a bebida esquente facilmente.

Feliz ano novo a todos!

Como ficamos sem seção de humor na semana passada, vamos tirar a diferença na postagem de hoje:

O Governo Brasileiro instalou um sistema de medição e controle de abalos sísmicos no país. Poucos dias após entrar em funcionamento, o Centro Sísmico detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste e enviou um telegrama à delegacia de polícia de Icó, no Ceará, com a seguinte mensagem:
Urgente. Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. 7 na escala Richter. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem resultados.
Uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu a resposta:
Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou fugir, mas foi abatido a tiros. Desativamos a zona. Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e os outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque teve um terremoto da bexiga por aqui!

LIGAÇÃO INTERCEPTADA DO ALÉM

- ALÔ! LULA? AQUI É O ZÉ!
- QUE ZÉ?
- O ZÉ ALENCAR, SEU VICE!
- AH, ZÉ! MAS QUE LIGAÇÃO "INOPORTUMA"!
- EU LI AQUI NA "FOLHA DO ALEM" QUE VC ESTA DE VIAGEM MARCADA PRA CÁ!
- DEIXA DISSO COMPANHEIRO! CÊ ACHA QUE EU ESTOU NO SUS? TÔ ONDE VC TAVA! TUDO POR CONTA!
- POIS É, VC PODIA CHEGAR PRO CARNAVAL! AQUI TUDO JÁ É VERMELHO, VC VAI ADORAR! E MAIS: CHEGOU RECENTEMENTE UM GRANDE AMIGO SEU, O GADHAFI, QUE NÃO PARA DE PERGUNTAR POR VC!!
- DÊ RECOMENDAÇÃO A ELE, COMPANHERO!!
- ELE TÁ FORMANDO UM BLOCO PARA O "INFERNAVAL" E ESTÁ CONTANDO COM VC E O NOSSO OUTRO GRANDE AMIGO, O CHAVES!
- MAS "COMPANHERO" ISTO NÃO É UM "BROCO"! É FORMAÇÃO DE QUADRILHA! A PF TÁ DE OLHO!
- FICA FRIO, PRESIDENTE, O TUMA TAQUI CONOSCO! NÃO SE ESQUEÇA DE TRAZER AQUELE COCARZINHO AZUL QUE VC GANHOU EM MANAUS, VC FICOU OTIMO NA FOTO COM A DILMA! O GADHAFI VAI SAIR DE TÚNICA E TURBANTE, SE O CHAVES VIER PODERÁ SAIR DE MISS VENEZUELA! TEMOS UMA PIRUCA PRA ELE!
- E VC ZÉ, VAI SAIR DE QUÊ?
- MINEIRINHO COME QUIETO!
- ZÉ, VEJA O QUE VC VAI ARRUMAR, LEMBRA QUE VC É MEU VICE ETERNO!
- PRESIDENTE, QUEM SABE VC NÃO TRAZ O SARNEY? ELE VAI ADORAR O CLIMA DAQUI! É IGUAL DO MARANHÃO, MUITO QUENTE! CHEGA A FERVER!
- TENHO QUE CONVERSAR COM ELE, MAS FALARAM QUE ELE É IMORTAL...?
- INSISTA PRESIDENTE, NÓS SABEMOS QUE ELE TÁ DOIDINHO PRA VIR. TAÍ DE TEIMOSO!
- VOU FALAR COM ELE, MAS ELE É MUITO APEGADO A COISAS MATERIAI$! ACHO DIFICIL ELE DESGARRAR DA MAMATA DO SENADO!
- SE ELE SE ANIMAR, PEÇA PRA TRAZER AQUELA FARDA PRETA BONITA DA ACADEMIA BRASILEIA DE LETRAS, VAI CAUSAR INVEJA AO CHAVES!
- O ZÉ, AI TEM AQUELA CACHAÇINHA MINEIRA ??
- O GADHAFI TROUXE UM CAMINHÃO CHEIO DE ARAK!
- ZÉ, EU NÃO GOSTO DESTE NEGOCIO DE ARAQUE NEM DE URUCUBACA, MEU NEGOCIO É A BRANQUINHA!
- TÁ BOM PRESIDENTE, VOU LIGAR PRA MINAS E VER COM O AÉCIO SE NÃO TEM ALGUÉM VINDO PRA CÁ!
- TÁ, ZÉ, É MELHOR DESLIGAR, POIS VAI FICAR MUITO CARO, MINHA OPERADORA AINDA É A VIVO!
- UMA BOA NOITE E PIORAS, PRESIDENTE!


Ainda que a destempo (antes tarde do que nunca), segue um troço que já publiquei em outros finais de ano, mas que sempre me faz rir. Para conferir, clique aqui

Bom final de semana, boas entradas e até segunda, se Deus quiser.