A paralisação dos
caminhoneiros entra hoje em seu quinto dia. Como sói acontecer sempre que
determinadas categorias realizam protestos, quem toma na tarraqueta é o povo, embora
a “pressão” devesse ser dirigida ao governo federal, aos responsáveis pelas
estatais, aos sindicatos patronais e aos donos de escolas particulares ― refiro-me
à paralisação dos professores, na última quarta-feira, que deixou os alunos sem
aulas, a despeito das caras mensalidades pagas pelos pais ou responsáveis, enquanto
os donos dos estabelecimentos de ensino, ao que parece, não estavam nem aí.
Para tentar acabar com as manifestações, o presidente da
Petrobras, Pedro Parente, anunciou
na noite da última quarta-feira uma redução de 10% no preço do diesel nas refinarias,
que seria mantida por 15 dias. Ele avalia que a medida resultará numa queda de
23 centavos no preço do litro nas refinarias e de 25 centavos para os
consumidores, mas deixa claro que não produzirá efeitos sobre o preço da
gasolina. Ainda segundo Parente,
a petroleira não cedeu a pressões de
movimentos sociais ou mesmo do governo federal, apenas reduziu temporariamente
o preço do óleo como gesto de boa vontade, “para que o governo se entenda com
os caminhoneiros”. Tá, me engana que eu gosto.
Os Correios ― que
já foram considerados um “ponto fora da curva” na ineficiência das estatais
tupiniquins, mas vêm prestando um serviço de merda de uns tempos a esta parte ―
já suspenderam os serviços de postagem com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje) e avisaram que, enquanto perdurarem os efeitos dessa greve, haverá atraso nas entregas do Sedex do PAC e das correspondências em geral. Vai ser um festival de contas
de consumo e boletos chegando após a data de vencimento, e o ônus (multas,
juros de mora, etc.), como de costume, ficará a cargo do consumidor, que é “o
último a falar e o primeiro a apanhar”.
A Câmara já aprovou a redução do PIS/COFINS sobre o diesel, mas falta o Senado votar a medida. Só que os senhores senadores debandaram para "suas bases" já na quinta-feira, insensíveis à situação caótica do país. Parece que Eunício Oliveira, que já havia embarcado para o Ceará, achou por bem voltar e marcar uma reunião de lideranças na noite de quinta-feira, mas até agora isso é tudo que eu sei (até porque estou escrevendo este texto no final da tarde da quinta-feira).
Cabe a Michel-Pato-Manco-Temer, seus assessores e conspícuos congressistas tomarem uma atitude, e com máxima urgência, pois não é admissível deixar o país paralisado por conta de um lockout como esse. No Planalto, há quem acredite que o desabastecimento de alimentos e combustíveis levará o povo às ruas, como em 2013. O temor é que, com a pressão popular, o Congresso vire uma panela de pressão e a reeleição de aliados fique comprometida. Até o início da Copa, governistas querem passar ao largo da crise. Então, por que não fazem alguma coisa?
A Câmara já aprovou a redução do PIS/COFINS sobre o diesel, mas falta o Senado votar a medida. Só que os senhores senadores debandaram para "suas bases" já na quinta-feira, insensíveis à situação caótica do país. Parece que Eunício Oliveira, que já havia embarcado para o Ceará, achou por bem voltar e marcar uma reunião de lideranças na noite de quinta-feira, mas até agora isso é tudo que eu sei (até porque estou escrevendo este texto no final da tarde da quinta-feira).
O presidente da Associação
Brasileira dos Caminhoneiros afirmou nesta quinta-feira que os
protestos continuarão até que a isenção da alíquota PIS/COFINS seja publicada no Diário Oficial da União. Segundo ele
disse entrevista à rádio BandNews, a
redução de 10% na cotação do diesel, anunciada na noite de quarta-feira pela
Petrobras, não resolve a situação.
Cabe a Michel-Pato-Manco-Temer, seus assessores e conspícuos congressistas tomarem uma atitude, e com máxima urgência, pois não é admissível deixar o país paralisado por conta de um lockout como esse. No Planalto, há quem acredite que o desabastecimento de alimentos e combustíveis levará o povo às ruas, como em 2013. O temor é que, com a pressão popular, o Congresso vire uma panela de pressão e a reeleição de aliados fique comprometida. Até o início da Copa, governistas querem passar ao largo da crise. Então, por que não fazem alguma coisa?
Triste Brasil.
Atualização:
Governo e representantes de caminhoneiros anunciaram na noite de ontem um acordo para suspender greve. Mesmo assim, protestos seguem em ao menos 7 dos 26 estados e no DF. O acesso ao porto de Santos continua bloqueado, e a cidade de São Paulo não tem rodízio nem coleta de lixo. Ainda que o movimento termine hoje, levará dias até que o abastecimento e as rotinas voltem ao normal, sem mencionar os danos irreparáveis, como alimentos jogados fora, animais mortos de inanição nas estradas e pacientes que ficaram sem remédios. A conta de quanto o país perdeu nos últimos dias ainda será feita. A única já computada é a da Petrobras, que, depois que cedeu à pressão e reduziu o preço do diesel, perdeu 45 bilhões de reais na bolsa, na última quinta-feira.
Atualização:
Governo e representantes de caminhoneiros anunciaram na noite de ontem um acordo para suspender greve. Mesmo assim, protestos seguem em ao menos 7 dos 26 estados e no DF. O acesso ao porto de Santos continua bloqueado, e a cidade de São Paulo não tem rodízio nem coleta de lixo. Ainda que o movimento termine hoje, levará dias até que o abastecimento e as rotinas voltem ao normal, sem mencionar os danos irreparáveis, como alimentos jogados fora, animais mortos de inanição nas estradas e pacientes que ficaram sem remédios. A conta de quanto o país perdeu nos últimos dias ainda será feita. A única já computada é a da Petrobras, que, depois que cedeu à pressão e reduziu o preço do diesel, perdeu 45 bilhões de reais na bolsa, na última quinta-feira.
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