É
IMPRESSIONANTE A CAPACIDADE QUE A MÚSICA TEM DE NOS TRANSPORTAR PARA OUTROS
LUGARES. DIAS ATRÁS EU ESTAVA NUM BARZINHO, COMEÇOU A TOCAR FUNK E DALI A MINUTOS EU ESTAVA EM CASA.
Anos-luz de
evolução separam os desktops e notebooks atuais dos 286, 386 e 486 das décadas de 80/90. Raras vezes
paramos para pensar nisso, mas, quando o fazemos, custa-nos acreditar que os
monstruosos mainframes dos anos 1950
— que ocupavam prédios inteiros e tinham menos poder de processamento que uma
calculadora xing ling teria dali a 30
anos — diminuíram de tamanho a ponto de caberem na bolsa ou
no bolso, enquanto seus recursos cresceram em progressão
geométrica.
O pool de sistemas usado pela NASA na missão Apollo 11 dispunha de 64 KB
de memória RAM e processador com frequência de operação de 0,043 MHz. Isso corresponde a uma ínfima fração da capacidade de executar cálculos
de qualquer smartphone de entrada de linha fabricado nos últimos 5 anos (vale
lembrar que os telefoninhos inteligentes nada mais são que computadores
pessoais ultraportáteis). E o que
temos, atualmente, de mais avançado não demora a se tornar "coisa do passado", e assim sucessivamente.
Nos últimos 150 anos, o mundo evoluiu mais do que desde o tempo da pedra lascada até o final do século XIX. Costuma-se dizer que a
maior invenção do homem foi a roda,
mas quem a inventou certamente não sabia o que fazer com ela até que alguém
teve a ideia de abrir furo no centro, enfiar uma vareta e colocá-la para rodar.
Em comparação com as carroças e diligências que vemos nos filmes de faroeste, o Ford T de 1908 era "uma coisa do outro mundo", para usar uma expressão daquela época. Mas seria covardia compará-lo com os veículos atuais, ou mesmo com as carroças que rodavam no Brasil antes de Collor reabrir as importações e pôr fim à reserva de mercado. Tirando a parte que toca ao ex-presidente impichados, o mesmo se aplica aos "teco-tecos" usados na a 1ª Guerra Mundial e os aviões supersônicos que hoje cortam os céus a velocidades vertiginosas.
Em comparação com as carroças e diligências que vemos nos filmes de faroeste, o Ford T de 1908 era "uma coisa do outro mundo", para usar uma expressão daquela época. Mas seria covardia compará-lo com os veículos atuais, ou mesmo com as carroças que rodavam no Brasil antes de Collor reabrir as importações e pôr fim à reserva de mercado. Tirando a parte que toca ao ex-presidente impichados, o mesmo se aplica aos "teco-tecos" usados na a 1ª Guerra Mundial e os aviões supersônicos que hoje cortam os céus a velocidades vertiginosas.
No campo que viria a ser o da tecnologia da informação, o ábaco é tido e havido como a antecessor mais remoto do computador. Cerca de 5 mil anos transcorreram da criação desse rudimentar instrumento de cálculo à invenção da "Pascalina", à qual o alemão Gottfried Leibniz adicionou a capacidade de somar e dividir. Mas o
“processamento de dados” viria somente com o Tear de Jacquard, no início do século XIX, que serviu de base
para Charles Babbage projetar
o precursor do Tabulador Estatístico
de Herman Hollerith (fundador
da empresa que se tornaria a gigante IBM).
Já no século XX, Claude Shannon implementou circuitos elétricos baseados
na lógica binária no Analisador Diferencial (uma espécie de
computador arcaico, movido a manivelas) e o alemão Konrad Zuze criou o primeiro computador binário digital. Durante
a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de decifrar mensagens
codificadas e calcular trajetórias de mísseis levou os EUA, a
Alemanha e a Inglaterra a investirem no desenvolvimento
do Mark 1, do Z3 e do Colossus.
Em 1946, com o apoio do exército norte-americano, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia construíam um monstrengo de 18 mil válvulas e 30 toneladas que, a despeito de ter custado uma fábula, realizava apenas 5 mil somas, 357 multiplicações ou 38 divisões simultâneas por segundo (uma performance incrível para a época, mas que qualquer videogame dos anos 90 já superava com um pé nas costas). Mas foi o transistor
que revolucionou a indústria dos computadores.
No final dos anos 1950, a IBM lançou os primeiros computadores totalmente transistorizados; mais adiante, a TEXAS INSTRUMENTS revolucionou o mundo da tecnologia com os circuitos integrados (conjuntos de transistores, resistores e capacitores), que a IMB usaria com total sucesso no IBM 360, lançado em 1964. Dali a menos de uma década a INTEL agruparia múltiplos circuitos integrados numa única peça, dando origem ao que chamamos de microchips, e daí até o surgimento dos computadores de pequeno porte foi um pulo: depois do ALTAIR 8800, vendido sob a forma de kit, o PET 2001, lançado em 1976, entrou para a história como o primeiro computador pessoal.
Em 1946, com o apoio do exército norte-americano, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia construíam um monstrengo de 18 mil válvulas e 30 toneladas que, a despeito de ter custado uma fábula, realizava apenas 5 mil somas, 357 multiplicações ou 38 divisões simultâneas por segundo (uma performance incrível para a época, mas que qualquer videogame dos anos 90 já superava com um pé nas costas).
No final dos anos 1950, a IBM lançou os primeiros computadores totalmente transistorizados; mais adiante, a TEXAS INSTRUMENTS revolucionou o mundo da tecnologia com os circuitos integrados (conjuntos de transistores, resistores e capacitores), que a IMB usaria com total sucesso no IBM 360, lançado em 1964. Dali a menos de uma década a INTEL agruparia múltiplos circuitos integrados numa única peça, dando origem ao que chamamos de microchips, e daí até o surgimento dos computadores de pequeno porte foi um pulo: depois do ALTAIR 8800, vendido sob a forma de kit, o PET 2001, lançado em 1976, entrou para a história como o primeiro computador pessoal.
O sucesso estrondoso dos Apple I e II (este
último já com unidade de disco flexível) despertou o interesse da IBM pelo filão dos
microcomputadores, levando-a a lançar seu PC (de
personal computer), que mais adiante padronizaria
a arquitetura aberta e a adoção do MS-DOS, da Microsoft. De olho no desenvolvimento
de uma interface gráfica com sistema de janelas, caixas de seleção, fontes e
suporte ao uso do mouse ―
tecnologia que a XEROX dominava desde a década de
70, mas não utilizava por não ter interesse em computadores de pequeno porte ―, Steve Jobs fez a lição de casa e
incorporou esses conceitos inovadores num dispositivo revolucionário. Aliás,
quando Microsoft lançou
o Windows, que inicialmente era apenas uma interface
gráfica que rodava no DOS, a Apple já estava anos-luz à sua
frente.
Em vez de utilizar o então revolucionário processador 80386 da INTEL, a IBM preferiu
lançar seu PS/2, de arquitetura
fechada e proprietária, mas a Compaq convenceu os fabricantes a
continuar usando a arquitetura aberta. Paralelamente, o sucesso do Windows 3.1 pôs fim à parceria Microsoft/IBM. Ambas as empresas
continuaram buscando romper as limitações do DOS, mas, na guerra entre o OS/2
WARP e o Windows 95 (já
então um sistema operacional autônomo), Bill Gates saiu vitorioso, e o inovador Win98 sacramentou a Microsoft como a “Gigante do Software”.
Resumo da ópera: Milhares de anos se passaram até que o conceito do ábaco
desaguasse nos primeiros "cérebros eletrônicos", mas, a partir daí, bastaram poucas décadas para o advento do computador pessoal. Impulsionado pelos ventos benfazejos da evolução tecnológica, o que nasceu como um caríssimo substituto das máquinas de escrever e de calcular diminuiu de tamanho
e de preço, ao mesmo tempo que seu leque de aplicações se abriu como a cauda
de um pavão. Em poucos anos, os desktops e laptops das primeiras safras se
agigantaram em recursos e funções, dando origem, inclusive, aos smartphones e
tablets, que, a exemplo de seus irmãos mais maiores, hoje são vendidos em qualquer hipermercado ou loja de departamentos.
Continua na próxima postagem.