segunda-feira, 21 de outubro de 2019

CONHEÇA MELHOR SEU PC — PARTE IV


A VIDA É COMO O GELO FINO SOBRE O QUAL PATINAMOS ATÉ O DIA EM QUE CAÍMOS.

Recapitulando: se você não abre mão de desempenho deve investir num PC de ponta, com CPU poderosa, fartura de RAM e SSD com um latifúndio de espaço, mas tenha em mente que um processador Intel Core i9 Extreme custa mais de R$ 10 mil (note que não estou falando num PC equipado com esse portento, pura e simplesmente no processador).

Quem não está com essa bola toda deve buscar uma configuração que privilegie a memória RAM (atualmente, a quantidade recomendada é de 8 GB), mesmo que isso imponha a escolha de um processador menos poderoso — mas nada inferior a um Intel Core i5. Lembre-se: de nada adianta gastar rios de dinheiro num chip ultraveloz se os subsistemas de memória (física e de massa) não lhe oferecerem a necessária contrapartida.

Observação: Por memória de massa, entenda-se o dispositivo onde os dados são armazenados de forma persistente (não confundir com permanente), e por memória física, a RAM, para onde sistema, aplicativos e arquivos são transferidos (a partir da memória de massa) para serem executados e processados — claro que não integralmente, ou não haveria RAM que bastasse, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).

Como vimos, a memória virtual — solução paliativa (desenvolvida pela Intel no tempo dos 386, se bem me lembro) — emula memória física a partir de um arquivo de troca (swap file) criado no disco rígido, para onde o Gerenciador de Memória Virtual remete as sessões que não são prioritárias naquele momento, abrindo espaço na RAM, e as traz de volta quando necessário. Esse recurso foi aprimorado ao longo dos anos e é usado até hoje, mas o problema é que, por ele ser baseado no HDD, que é milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM, seu impacto no desempenho global do computador é significativo.

Embora o preço da memória RAM tenha sofrido uma queda expressiva ao longo dos anos — um módulo de 8 GB de memória DDR-4 da Kingston custa, atualmente, pouco mais de US$ 50; no tempo dos vetustos PC 386, que vinham com míseros 2 MB de RAM (você leu certo: megabytes), pelo que se pagaria por 1 Gigabyte de RAM (claro que naquela época ninguém sequer sonhava que módulos com essa capacidade seriam vendidos um dia), daria para comprar, hoje, um carro popular zero quilômetro — PCs de entrada (leia-se de baixo custo) integram míseros 2 ou 3 gigabytes de RAM, o que não dá nem para o começo.   

Também como vimos, não é boa ideia entupir o computador de inutilitários; limite-se a instalar somente aquilo que você realmente for usar faça uma faxina de tempos em tempos. Aplicativos inúteis ou ociosos podem ser removidos com a ferramenta nativa do Windows — no Win10, clique em Iniciar > Configurações > Aplicativos > Aplicativos e Recursos —, mas eu sugiro utilizar ferramentas dedicadas, como o Revo Uninstaller ou o IObit Uninstaller, que eliminam a maioria das sobras que o desinstalador nativo do sistema costuma a deixar para trás.

Terminada a faxina, reinicie o computador e, no Windows 10, clique em Iniciar, expanda as Ferramentas Administrativas do Windows e clique em Limpeza do Disco. Feito isso, supondo que seu drive de armazenamento persistente seja eletromecânico, volte às Ferramentas Administrativas do Windows, clique em Desfragmentar e Otimizar Unidades, selecione a unidade em que o sistema se encontra instalado e dê início ao procedimento (que pode demorar de alguns minutos a horas e horas, dependendo do tamanho do drive, da quantidade de arquivos gravados e do índice de fragmentação dos dados; se você rodar o desfragmentador semanal ou quinzenalmente, as desfragmentações subsequentes demorarão bem menos tempo para ser concluídas).

Observação: Melhores resultados poderão ser obtidos também nesse caso com ferramentas de terceiros, como o Smart Defrag, que integra a suíte de manutenção IObit Advanced SystemCare, mas pode ser baixado e instalado isoladamente. Note que, a despeito de ser possível continuar trabalhando com o computador durante a desfragmentação, prefira executar a ferramenta quando a máquina estiver ociosa, a menos que não se importe em amargar uma lentidão irritante e aumentar expressivamente o tempo necessário para a conclusão da tarefa.

Desinstalados os aplicativos inúteis ou simplesmente dispensáveis e concluídas as etapas complementares sugeridas nos parágrafos anteriores, o próximo passo será checar quais programas remanescentes precisam realmente pegar carona na inicialização do Windows. Veremos isso em detalhes no próximo capítulo.