Erga omnes ou não,
e a despeito do sentido em que o vento soprar, a decisão que o STF deve tomar nesta semana pode ter
vida curta, a depender de quem virá a ocupar a vaga do decano da Corte, que se
aposenta no ano que vem, e de Marco
Aurélio, o relator das nefastas ADCs
do PEN, da OAB e do PCdoB que
motivaram a rediscussão da prisão após condenação em segunda instância pela
quinta vez desde 2016, que pegará o boné em 2021 (já vai tarde; que Deus o
leve, guarde e esqueça onde).
Para quem não se lembra, esse primo de Collor — e cuja filha foi nomeada desembargadora por Dilma, por indicação do ex-governador
fluminense Sérgio Cabral — moveu
mundos e fundos para pressionar Cármen
Lúcia a pautar o julgamento das tais ADCs
(a ministra resistiu, alegando que rediscutir o tema novamente seria apequenar
o tribunal). Cármen deixou a presidência
do STF em setembro do ano passado,
mas Toffoli, que a sucedeu no posto,
vinha empurrando a coisa com a barriga desde que assumiu o posto.
Em dezembro passado, no apagar das luzes do ano legislativo, Marco Aurélio concedeu uma liminar que abria as portas das celas de Lula e de outros 170 mil condenados em segunda instância que aguardam presos o julgamento de seus recursos as instâncias superiores. Toffoli suspendeu o desvario do colega, que, rancoroso, desde então perde a chance de alfinetá-lo. Na sessão da semana passada, disse o ministro dos tempos estranhos: “É inconcebível visão totalitária e autoritária no Supremo. Os integrantes ombreiam, apenas têm acima o colegiado. O presidente é coordenador e não superior hierárquico dos pares. Coordena, simplesmente coordena, os trabalhos do colegiado. Fora isso é desconhecer a ordem jurídica, a Constituição Federal, as leis e o regimento interno, enfraquecendo a instituição, afastando a legitimidade das decisões que profira. Tempos estranhos em que verificada até mesmo a autofagia".
Em dezembro passado, no apagar das luzes do ano legislativo, Marco Aurélio concedeu uma liminar que abria as portas das celas de Lula e de outros 170 mil condenados em segunda instância que aguardam presos o julgamento de seus recursos as instâncias superiores. Toffoli suspendeu o desvario do colega, que, rancoroso, desde então perde a chance de alfinetá-lo. Na sessão da semana passada, disse o ministro dos tempos estranhos: “É inconcebível visão totalitária e autoritária no Supremo. Os integrantes ombreiam, apenas têm acima o colegiado. O presidente é coordenador e não superior hierárquico dos pares. Coordena, simplesmente coordena, os trabalhos do colegiado. Fora isso é desconhecer a ordem jurídica, a Constituição Federal, as leis e o regimento interno, enfraquecendo a instituição, afastando a legitimidade das decisões que profira. Tempos estranhos em que verificada até mesmo a autofagia".
Já que falamos em Collor,
custa-me acreditar que um sujeito que se elegeu presidente empunhando a
bandeira de "caçador de marajás" e que renunciou às vésperas do julgamento
do impeachment (por suspeitas de corrupção) continua na vida pública como senador. Como se isso não bastasse, o autodeclarado "homem macho de colhão roxo" é alvo de 7 inquéritos no STF, réu em pelo menos uma ação criminal e alvo da Operação
Arremate da PF, que mira um
esquema de lavagem de dinheiro em Maceió e Curitiba.
A única explicação que me ocorre para tamanho descalabro é a péssima qualidade do eleitorado tupiniquim, que parece se aprimorar a cada eleição. Basta lembrar que, na última, essa formidável confraria de desaculturados convocou para o embate final justamente os dois extremistas mais extremados do espectro político-partidário, obrigando a parcela da população minimamente capaz de raciocinar a apoiar o Capitão Caverna para impedir a volta do PT.
Observação: Pensando bem, de um povo que votou no rinoceronte Cacareco (em São Paulo, nas eleições para vereador de 1959) e no Macaco Tião (no Rio, para prefeito em 1988) e ainda vê no criminoso Lula a solução para os problemas do Brasil (que esse molusco asqueroso só se tornará quando nos fizer a gentileza de vestir o pijama de madeira e ir comer capim na chácara do vigário ou na ponte que o partiu), não se poderia mesmo esperar porra nenhuma!
A única explicação que me ocorre para tamanho descalabro é a péssima qualidade do eleitorado tupiniquim, que parece se aprimorar a cada eleição. Basta lembrar que, na última, essa formidável confraria de desaculturados convocou para o embate final justamente os dois extremistas mais extremados do espectro político-partidário, obrigando a parcela da população minimamente capaz de raciocinar a apoiar o Capitão Caverna para impedir a volta do PT.
Observação: Pensando bem, de um povo que votou no rinoceronte Cacareco (em São Paulo, nas eleições para vereador de 1959) e no Macaco Tião (no Rio, para prefeito em 1988) e ainda vê no criminoso Lula a solução para os problemas do Brasil (que esse molusco asqueroso só se tornará quando nos fizer a gentileza de vestir o pijama de madeira e ir comer capim na chácara do vigário ou na ponte que o partiu), não se poderia mesmo esperar porra nenhuma!
Ainda que na lista de postulantes à presidência (falo da eleição passada) houvesse mais aberrações ― cabo Daciolo, Vera Lúcia, Guilherme Boulos, Marina
Silva, Eymael e outros fugitivos
da feira de horrores (aí incluída a vice na chapa do bonifrate do presidiário
de Curitiba) ― do que possíveis soluções, não custava nada experimentar algo novo, como João Amoedo, Henrique Meireles ou Álvaro Dias. Queira Deus que em
2022 tenhamos candidatos "menos ruins", que não nos deixem novamente
entre a cruz (leia-se Bolsonaro) e a
caldeirinha (leia-se o fantoche que Lula
escalará para disputar o pleito). Embora faltem 3 anos, o "mito" dos ignorantes, que, dentre outras promessas de campanha ficaram na campanha, prometeu acabar com a reeleição, já é candidatíssimo a mais quatro anos de reinado. Faz-me lembrar de Dilma, que, de olho em 2014, deixou de governar o país (se é que algum dia governou alguma coisa) para, numa segunda gestão, terminar de destruir a economia tupiniquim.
Voltando ao ministro Marco Aurélio, sua trajetória é um exemplo lapidar de como o patrimonialismo não só atravessou incólume todas as tentativas de superá-lo, mas acentuou suas imperfeições e demoliu a reputação de seus agentes. Seu pai, Plínio Affonso de Farias Mello, é até hoje reverenciado no ambiente do sindicalismo patronal como uma espécie de benemérito — seu prestígio era tamanho que o general Figueiredo, último presidente do regime militar, manteve aberta uma vaga no TRT-RJ para que o filho Marco a assumisse quando completasse 35 anos. Foi também graças ao prestígio paterno que ele foi guindado ao TST, em Brasília, onde o primo Fernando Affonso Collor de Mello o encontraria mais adiante e cobriria com a suprema toga.
Desde junho deste ano, quando Verdevaldo despejou o primeiro caminhão de merda sobre Moro e a Lava-Jato, esse luminar do saber jurídico vem destilando seu veneno
contra o atual ministro da Justiça — talvez por ciúmes ou despeito, já que jamais
conseguiu em seus quase 30 anos no supremo uma mísera fração do protagonismo e
aprovação popular que o ex-juiz federal conquistou à frente da 13ª Vara
Federal do Paraná. Na verdade, Mello
sempre teve predileção por ser voto vencido, e foi a encarnação do “espírito de
porco” até Dilma nomear
desembargadora sua filha Letícia,
em mais uma demonstração de como o nepotismo se perpetua. A partir daí, o
campeão das causas perdidas abraçou cruzadas que atendem aos interesses dos
petistas e dos nababos da advocacia de Brasília — que, de olho no filão
milionário que os corruptos representam, defendem incondicionalmente a mudança
da jurisprudência que autoriza a prisão de condenados em segunda instância. O
resto é conversa mole para boi dormir.
Observação: Para não repetir o que eu já disse sobre a
atual composição do Supremo ser
a pior de todos os tempos, sugiro a quem interessar possa reler este
post e o seguinte. Mas
volto a dizer que a solução não é
fechar o tribunal, como defendem alguns extremistas (recomendo assistir ao
clipe que eu inseri no
final desta postagem).
É nas mãos de decisores desse quilate, comandados pela
eminência parda que Augusto Nunes
chama de Maritaca de Diamantino e presididos
por ninguém menos que Dias Toffoli,
cujo currículo é abrilhantado por duas reprovações em concursos para juiz de
primeira instância e pelos bons serviços prestados a Lula e ao PT (como
advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de SBC, do partido e das campanhas do molusco,
bem como consultor jurídico da CUT,
ajudante de ordens do criminoso condenado José
Dirceu e Advogado Geral da União),
o eminente ministro não despiu o uniforme de militante quando vestiu a
suprema toga em 2009, mais uma vez graças a Lula e com suas bençãos — mais uma demonstração cabal da falta de
noção do criminoso de Garanhuns sobre a dimensão do cargo de ministro.
Sem currículo, sem conhecimento, sem luz própria e sem os
laços com a rede protetora do partido o recém empossado ministro Antonio Dias Toffoli sem foi buscar
apoio em Gilmar Mendes
Ferreira, que é quem melhor encarna a figura do velho coronel político. Já consolidado no habitat, o ex-advogado de
Lula passou a emular os piores
hábitos do novo padrinho ―
a arrogância
incontida, a grosseria, a falta de limites, o uso da autoridade da forma mais
arbitrária possível. O próprio Lula, certa feita, pegou-o pelo braço
em um evento em Brasília e quis saber sobre a relação íntima entre ele e Gilmar — uma amizade outrora impensável.
Medes, espertamente, viu em Toffoli um possível aliado e, aos poucos, foi
ganhando sua simpatia — ao mesmo tempo em que lhe apresentava as gostosuras do
poder, ajudava-o a ampliar sua rede de contatos e lhe mostrava como fazer para valorizar a caneta que lhe foi
conferida pelo demiurgo de Garanhuns. Recentemente, depois que as mulheres de ambos entraram na mira de um
grupo especial da Receita Federal que investigava possíveis fraudes tributárias
em suas atividades profissionais, a amizade virou uma aliança estratégica e se
somou aos interesses dos amigos dos dois ministros, um oriundo das hostes
petistas e outro alinhado aos tucanos e emedebistas. E assim se abriu uma janela
de oportunidade para transformar a agenda do Supremo em instrumento para enfraquecer a Lava-Jato.
Amanhã eu conto o resto.