É O PASSADO
QUE MOLDA O FUTURO.
O surgimento e posterior inclusão de um sem-número de recursos no smartphone — que em última análise é um PC ultraportátil —, muita
gente passou a usar o computador convencional (desktop/notebook) somente em situações específicas.
Na pré-história da computação pessoal, a arquitetura aberta,
que se tornou padrão de marcado, estimulou a montagem "caseira" das
máquinas (o que dava trabalho, mas permitia escolher a
configuração mais adequada). Quem não se sentia à vontade
para pôr a mão na massa recorria a lojas de informática — que geralmente dispunham
de pessoas qualificadas não só para realizar a integração, mas também para assistir o cliente na escolha dos componentes mais adequados —, ou encomendava a montagem a um computer guy de confiança. Ainda assim, operar o computador exigia expertise de programador — pelo menos até que as interfaces
gráficas se popularizassem.
Mais adiante, a redução do preço do hardware e a
popularização das máquinas de grife facilitaram
a vida dos consumidores, sobretudo quando os fabricantes passaram a fornecer os
arquivos de restauração do Windows numa
partição oculta do HDD — em vez de gravá-los em mídia óptica, como faziam até
então. Assim, reverter o aparelho às configurações de fábrica ficou mais fácil, embora as etapas subsequentes, que envolvem a atualização, personalização e
reconfiguração do sistema, até hoje tomam tempo e dando algum trabalho aos
usuários.
Lá pela virada do século, os "cursos" que ensinavam
a montar, operar e consertar o computador só perdiam
em número para as publicações especializadas, muitas das quais aliciavam o
leitor com um CD atopetado de aplicativos e utilitários gratuitos — que podiam
ser baixados pela Internet, naturalmente, só que a maioria dos usuários de PC se
conectava à rede mundial de computadores via modem analógico (conexão
discada), pois ter um plano de banda larga (com velocidades que hoje nos parecem ridículas) era para poucos.
Atualmente, é raro encontrar revistas especializadas em informática — como as saudosas INFO, PC WORLD, WINDOWS, entre outras —, até porque a facilidade de acesso à informação pelo meio digital e a popularização do
smartphone condenou as próprias bancas ao ostracismo. Também graças ao smartphone que quase não se veem mais revistas em barbearias, salas de espera de
consultórios médicos e odontológicos e outros locais onde, até não muito tempo atrás, elas tinham presença garantida. Em vez disso, o que se vê são pessoas
com os olhos grudados na tela dos telefoninhos inteligentes, trocando mensagens, ouvido música, assistindo a vídeos ou fazendo seja lá o que
for enquanto esperam a vez.
Da mesma forma que as revistas de informática, os cursos de
computação viraram peça de museu, e talvez por isso recursos do Windows, Android e MacOS costuma
ser subutilizados. Ainda que praticamente qualquer pessoa saiba, hoje em dia, usar
um smartphone para acessar redes
sociais, gerenciar emails e navegar na Web, por exemplo, muitas não sabem
que, a exemplo do PC convencional, seja ele de mesa ou portátil, os
telefoninhos também precisar ser protegidos por senhas fortes e ferramentas de
segurança responsáveis. Isso porque as pragas digitais não só se
multiplicaram em progressão geométrica, nas últimas décadas, mas também
passaram a visar dados sigilosos das vítimas, sobretudo senhas bancárias e números
de cartões de crédito.
Ainda que não faltem postagens sobre segurança digital aqui
no Blog, vale relembrar que no caso específico do smartphone o maior
risco está na instalação de aplicativos. Para prevenir dores de cabeça
(prevenir, porque evitar é impossível), deve-se baixá-los de fontes
confiáveis, preferencialmente da App Store
(no caso do iPhone) e da Play Store (no caso de smartphones com
sistema Android), lembrando que, muito embora o Google e
a Apple filtrem os
aplicativos disponíveis em suas lojas oficiais, programinhas nocivos são descobertos a
torto e a direito.
Observação: O código-fonte do iOS é proprietário, mas o do Android é aberto, e o sistema recebe aplicativos de quase uma
centena de desenvolvedores. Essa diversidade impede o Google de ser tão rigoroso quanto a Apple e torna o Android mais
susceptível a incidentes de segurança — o que não significa que donos de iPhones e iPads estejam 100% protegidos,
apenas que a empresa da Maçã estabelece
regras de mais rígidas para os desenvolvedores de aplicativos.