terça-feira, 17 de dezembro de 2019

CAUTELA E CANJA DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

É O PASSADO QUE MOLDA O FUTURO.

O surgimento e posterior inclusão de um sem-número de recursos no smartphone  que em última análise é um PC ultraportátil , muita gente passou a usar o computador convencional (desktop/notebook) somente em situações específicas.

Na pré-história da computação pessoal, a arquitetura aberta, que se tornou padrão de marcado, estimulou a montagem "caseira" das máquinas (o que dava trabalho, mas permitia escolher a configuração mais adequada). Quem não se sentia à vontade para pôr a mão na massa recorria a lojas de informática  que geralmente dispunham de pessoas qualificadas não só para realizar a integração, mas também para assistir o cliente na escolha dos componentes mais adequados —, ou encomendava a montagem a um computer guy de confiança. Ainda assim, operar o computador exigia expertise de programador  pelo menos até que as interfaces gráficas se popularizassem.

Mais adiante, a redução do preço do hardware e a popularização das máquinas de grife facilitaram a vida dos consumidores, sobretudo quando os fabricantes passaram a fornecer os arquivos de restauração do Windows numa partição oculta do HDD — em vez de gravá-los em mídia óptica, como faziam até então. Assim, reverter o aparelho às configurações de fábrica ficou mais fácil, embora as etapas subsequentes, que envolvem a atualização, personalização e reconfiguração do sistema, até hoje tomam tempo e dando algum trabalho aos usuários.

Lá pela virada do século, os "cursos" que ensinavam a montar, operar e consertar o computador só perdiam em número para as publicações especializadas, muitas das quais aliciavam o leitor com um CD atopetado de aplicativos e utilitários gratuitos — que podiam ser baixados pela Internet, naturalmente, só que a maioria dos usuários de PC se conectava à rede mundial de computadores via modem analógico (conexão discada), pois ter um plano de banda larga (com velocidades que hoje nos parecem ridículas) era para poucos.

Atualmente, é raro encontrar revistas especializadas em informática — como as saudosas INFO, PC WORLD, WINDOWS, entre outras —, até porque a facilidade de acesso à informação pelo meio digital e a popularização do smartphone condenou as próprias bancas ao ostracismo. Também graças ao smartphone que quase não se veem mais revistas em barbearias, salas de espera de consultórios médicos e odontológicos e outros locais onde, até não muito tempo atrás, elas tinham presença garantida. Em vez disso, o que se vê são pessoas com os olhos grudados na tela dos telefoninhos inteligentes, trocando mensagens, ouvido música, assistindo a vídeos ou fazendo seja lá o que for enquanto esperam a vez.

Da mesma forma que as revistas de informática, os cursos de computação viraram peça de museu, e talvez por isso recursos do Windows, Android e MacOS costuma ser subutilizados. Ainda que praticamente qualquer pessoa saiba, hoje em dia, usar um smartphone para acessar redes sociais, gerenciar emails e navegar na Web, por exemplo, muitas não sabem que, a exemplo do PC convencional, seja ele de mesa ou portátil, os telefoninhos também precisar ser protegidos por senhas fortes e ferramentas de segurança responsáveis. Isso porque as pragas digitais não só se multiplicaram em progressão geométrica, nas últimas décadas, mas também passaram a visar dados sigilosos das vítimas, sobretudo senhas bancárias e números de cartões de crédito.

Ainda que não faltem postagens sobre segurança digital aqui no Blog, vale relembrar que no caso específico do smartphone o maior risco está na instalação de aplicativos. Para prevenir dores de cabeça (prevenir, porque evitar é impossível), deve-se baixá-los de fontes confiáveis, preferencialmente da App Store (no caso do iPhone) e da Play Store (no caso de smartphones com sistema Android), lembrando que, muito embora o Google e a Apple filtrem os aplicativos disponíveis em suas lojas oficiais, programinhas nocivos são descobertos a torto e a direito.

Observação: O código-fonte do iOS é proprietário, mas o do Android é aberto, e o sistema recebe aplicativos de quase uma centena de desenvolvedores. Essa diversidade impede o Google de ser tão rigoroso quanto a Apple e torna o Android mais susceptível a incidentes de segurança — o que não significa que donos de iPhones e iPads estejam 100% protegidos, apenas que a empresa da Maçã estabelece regras de mais rígidas para os desenvolvedores de aplicativos.