Já Bolsonaro ora apoia o confinamento, ora o rejeita, ao arrepio das orientações de seu ministro da saúde e da própria OMS, e na contramão do que vem fazendo os mandatários de quase 195 países. Na última quinta-feira, afirmou que "nenhum ministro meu é 'indemissível' e Mandetta tem que ouvir mais o presidente", achando, talvez, que o ouvido do médico seja penico. Disse ainda que "falta humildade" ao ministro da Saúde (este, ao ser perguntado a propósito, disse que estava trabalhando e não viu a entrevista), e que tem decreto pronto para reduzir o isolamento, e só está esperando o povo pedir mais.
Situações desesperadoras exigem medidas desesperadas, mas a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem: se insuficiente, a droga não cura; em excesso, pode
matar. A Covid-19 é algo inusitado — exceto para uns poucos macróbios que já se conheciam por gente no biênio 1918/20, quando a gripe
espanhola contaminou
quase 30% da população mundial e matou dezenas de milhões de pessoas. É certo que a medicina e a tecnologia evoluíram muito desde então, mas a questão é que, cinco meses atrás, ninguém sabia da existência de
um tal de SARS-Cov-2 — se é que ele já existia.
Para J.R. Guzzo — por quem eu tenho grande admiração, ainda que não concorde sempre com suas opiniões —, "a OMS não passa de um cabide de empregos que serve de esconderijo, na segurança da Suíça, para marginais que frequentam os galhos mais altos de ditaduras africanas e outros regimes fora-da-lei, um agrupamento político a serviço de interesses terceiro-mundistas, antidemocráticos e opostos à liberdade econômica, embora seja tida no Brasil como 'autoridade em saúde mundial' por ser um órgão da ONU".
A meu ver, Guzzo tem razão em parte. Basta lembrar que em 2018, a pedido da defesa de Lula, o Comitê de Direitos Humanos da ONU recomendou ao Brasil que garantisse ao criminoso o direito de disputar as eleições, numa clara ofensa à soberania nacional. Por outro lado, as recomendações da OMS vêm sendo avalizadas por cientistas, epidemiologistas e pesquisadores do mundo inteiro, e achar que todos estão errados e que a sumidade que elegemos presidente é o único do batalhão que está marchando com o passo certo seria ignorar os princípios mais elementares da lei das probabilidades.
Diferentemente do país comunista onde surgiu, o SARS-Cov-2 é democrático e comunitário. Já infectou ricos e pobres, nobres (o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e o príncipe Alberto II, de Mônaco, por exemplo) e plebeus. No Brasil, afrouxar as medidas de isolamento (ou distanciamento, melhor dizendo) a esta altura, quando os especialistas preveem que nas próximas semanas a velocidade de contaminação deve aumentar, atingir o ápice entre meados e final de abril, estabilizar-se em maio e declinar progressivamente a partir de então (com alguma sorte, tão rapidamente quanto cresceu) seria uma cretinice, da mesma forma que manter o arrocho por mais tempo que o necessário, já que isso levaria as empresas a respirar por aparelhos e, ao final, sobreviveriam apenas as mais fortes.
A meu ver, Guzzo tem razão em parte. Basta lembrar que em 2018, a pedido da defesa de Lula, o Comitê de Direitos Humanos da ONU recomendou ao Brasil que garantisse ao criminoso o direito de disputar as eleições, numa clara ofensa à soberania nacional. Por outro lado, as recomendações da OMS vêm sendo avalizadas por cientistas, epidemiologistas e pesquisadores do mundo inteiro, e achar que todos estão errados e que a sumidade que elegemos presidente é o único do batalhão que está marchando com o passo certo seria ignorar os princípios mais elementares da lei das probabilidades.
Diferentemente do país comunista onde surgiu, o SARS-Cov-2 é democrático e comunitário. Já infectou ricos e pobres, nobres (o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e o príncipe Alberto II, de Mônaco, por exemplo) e plebeus. No Brasil, afrouxar as medidas de isolamento (ou distanciamento, melhor dizendo) a esta altura, quando os especialistas preveem que nas próximas semanas a velocidade de contaminação deve aumentar, atingir o ápice entre meados e final de abril, estabilizar-se em maio e declinar progressivamente a partir de então (com alguma sorte, tão rapidamente quanto cresceu) seria uma cretinice, da mesma forma que manter o arrocho por mais tempo que o necessário, já que isso levaria as empresas a respirar por aparelhos e, ao final, sobreviveriam apenas as mais fortes.
Tratar a Covid-19 como uma “gripezinha” é mais uma demonstração de ignorância do nosso mandatário, mas, de novo, o "X" da equação é dosar adequadamente o remédio, que precisa combater a pandemia sem exterminar a economia. Médicos do mundo inteiro têm feito um esforço conjunto e quase
sobre-humano para encontrar uma solução preventiva (vacina) ou curativa
(remédio). Na China, onde a Covid-19 surgiu, hospitais
foram construídos a toque de caixa (o primeiro começou a
funcionar apenas
dez dias depois do início das obras). Ao que tudo indica, o vírus já concluiu seu ciclo naquele país, que, aos poucos, começa a retomar a vida normal.
Mortes são inevitáveis
— como disse Bolsonaro, com a sutileza de um elefante numa cristaleria —, mas é possível reduzi-las consideravelmente evitando o colapso do sistema de Saúde. E é por isso que todos cantam em coro o refrão do distanciamento social, que, gostemos ou não, ajuda a frear a contaminação e, consequentemente, retarda a demanda por leitos hospitalares. Mas é bom lembrar — e a imprensa, salvo raras exceções, não tem dado o devido destaque a alguns detalhes importantes, tais como: 1) 202.935 pessoas infectadas já se recuperaram e estão imunizadas, segundo dados da universidade americana Johns Hopkins (isso sem contar as assintomáticas, que nem se deram conta de que tiveram a doença); 2) China é a líder em números de cura, com mais de 76 mil pessoas recuperadas, seguida pela Espanha, com 26.743 curados, pela Alemanha, com 19.175 e pela Itália, com 16.847. 3) No Brasil, 127 pessoas foram curadas até o momento. Veja mais no vídeo a seguir.
Ontem, o governador Ronaldo Caiado publicou novo decreto prorrogando a quarentena por mais
quinze dias, mas representantes do setor empresarial de Goiás afirmam que muitas empresas
podem não obedecer e abrir de forma descontrolada, gerando desordem e propiciando o aumento do risco de contaminação. Segundo Caiado, a retomada de atividades não essenciais fica
impossibilitada porque a China não enviará mais os equipamentos esperados (devido à pressão feita pelos EUA, que precisam desesperadamente deles). Ainda que Goiás conte com capacidade hospitalar, inclusive com a instalação de
hospitais de campanha, o sistema de Saúde não dará conta de atender uma demanda
alta com os equipamentos que possui hoje. Aliás, isso não é exclusividade de Goiás; o mesmo acontece no Brasil inteiro.
Que Deus nos ajude a todos.
Voltando ao que escreveu Guzzo,
embora soe radical, é difícil discordar se levarmos em conta que
durante quatro semanas, ainda em dezembro de 2019,
com o SARS-Cov-2 matando à vontade, o governo comunista chinês se furtou a admitir a
existência de qualquer problema na cidade de Wuhan, o berço desse
pesadelo. Não se tratava de nenhuma discussão acadêmica — era um caso de
polícia secreta, como é comum acontecer em ditaduras quando aparecem problemas
com os quais o governo não sabe lidar.
Xi-Jinping não só mentiu, dizendo, repetidas vezes, que não havia epidemia nenhuma, como prendeu médicos e cientistas que alertaram sobre o vírus. Pesquisadores sumiram e nunca mais foram vistos. Laboratórios onde faziam seus estudos sobre o coronavírus foram destruídos. Provas materiais da existência do vírus foram confiscadas pelo governo e desapareceram. Todas as opiniões e conclusões diferentes das aprovadas pelo governo foram proibidas; passaram a ser consideradas “crime”. A China insistiu, até o último minuto, em permitir voos internacionais e em recomendar que os homens de negócio estrangeiros — da Itália, por exemplo — continuassem vindo para o país.
E qual foi, desde o início, a posição da OMS? Dar apoio cego a tudo o que o governo chinês determinou. Qualquer dúvida quanto à epidemia era considerada “preconceito” e “racismo”. A proibição de viagens à China por parte dos Estados Unidos foi oficialmente condenada pela OMS. Qualquer advertência sobre os riscos do coronavírus foram classificados como “agressão econômica” pelo órgão encarregado de cuidar da saúde do mundo.
Xi-Jinping não só mentiu, dizendo, repetidas vezes, que não havia epidemia nenhuma, como prendeu médicos e cientistas que alertaram sobre o vírus. Pesquisadores sumiram e nunca mais foram vistos. Laboratórios onde faziam seus estudos sobre o coronavírus foram destruídos. Provas materiais da existência do vírus foram confiscadas pelo governo e desapareceram. Todas as opiniões e conclusões diferentes das aprovadas pelo governo foram proibidas; passaram a ser consideradas “crime”. A China insistiu, até o último minuto, em permitir voos internacionais e em recomendar que os homens de negócio estrangeiros — da Itália, por exemplo — continuassem vindo para o país.
E qual foi, desde o início, a posição da OMS? Dar apoio cego a tudo o que o governo chinês determinou. Qualquer dúvida quanto à epidemia era considerada “preconceito” e “racismo”. A proibição de viagens à China por parte dos Estados Unidos foi oficialmente condenada pela OMS. Qualquer advertência sobre os riscos do coronavírus foram classificados como “agressão econômica” pelo órgão encarregado de cuidar da saúde do mundo.
Até três semanas atrás, a OMS se recusava a reconhecer a situação de "pandemia". E quem é o diretor-geral da OMS? O etíope Tedros Ghebreyesus, que faz parte do grupo que instalou,
anos atrás, uma ditadura selvagem na Etiópia, e se mantém no poder até hoje.
Como “ministro da Saúde” do regime, Tedros foi acusado de ocultar uma epidemia de
cólera em seu país — pelo jeito, é uma de suas inclinações. E quem foi que
colocou esse sujeito no comando da OMS? A China, usando de toda a
sua influência dentro da ONU.
Mas tanto presidente do Senado, quanto o ministro Gilmar Mendes e a mídia que imagina saber das coisas nos dizem que eles são a autoridade número 1 da saúde mundial e que precisamos obedecer à OMS. Eis aí o Brasil ignorante, subdesenvolvido e destinado a ser sempre a ser o último a saber. De toda a maciça produção de mentiras, declarações hipócritas e decisões desastrosas, devidas à ignorância ou à má fé, tomadas até agora para enfrentar a pandemia, provavelmente nada iguala a estupidez de autoridades e “personalidades” brasileiras em sua insistência de exigir fé religiosa no que diz a OMS.
Alcolumbre, quando ainda estava isolado por ter contraído o vírus, advertiu-nos, em tom gravíssimo, das nossas obrigações de seguir em tudo o que o órgão está mandando fazer. Sem que se saiba direito porque, Gilmar Mendes, que por sinal andava esquecido com todo esse barulho, entrou no assunto. “As orientações da OMS devem ser rigorosamente seguidas por nós”, disse o ministro. “Não podemos nos dar ao luxo da insensatez.” Obviamente, nem um nem outro têm a menor ideia do que estão falando. Quanto ao chefe do Senado, naturalmente, é exatamente o que se pode esperar. No caso do ministro, a única coisa que faz sentido dizer é o seguinte: insensato, mesmo, é ouvir o que a OMS diz sobre saúde, por cinco minutos que sejam.
Mas tanto presidente do Senado, quanto o ministro Gilmar Mendes e a mídia que imagina saber das coisas nos dizem que eles são a autoridade número 1 da saúde mundial e que precisamos obedecer à OMS. Eis aí o Brasil ignorante, subdesenvolvido e destinado a ser sempre a ser o último a saber. De toda a maciça produção de mentiras, declarações hipócritas e decisões desastrosas, devidas à ignorância ou à má fé, tomadas até agora para enfrentar a pandemia, provavelmente nada iguala a estupidez de autoridades e “personalidades” brasileiras em sua insistência de exigir fé religiosa no que diz a OMS.
Alcolumbre, quando ainda estava isolado por ter contraído o vírus, advertiu-nos, em tom gravíssimo, das nossas obrigações de seguir em tudo o que o órgão está mandando fazer. Sem que se saiba direito porque, Gilmar Mendes, que por sinal andava esquecido com todo esse barulho, entrou no assunto. “As orientações da OMS devem ser rigorosamente seguidas por nós”, disse o ministro. “Não podemos nos dar ao luxo da insensatez.” Obviamente, nem um nem outro têm a menor ideia do que estão falando. Quanto ao chefe do Senado, naturalmente, é exatamente o que se pode esperar. No caso do ministro, a única coisa que faz sentido dizer é o seguinte: insensato, mesmo, é ouvir o que a OMS diz sobre saúde, por cinco minutos que sejam.
Voltando a Bolsonaro,
alguns observadores sugerem que seu comportamento desvairado se deve ao populismo, de olho na reeleição em 2022. Outros atribuem sua falta de coerência à
influência dos filhos, sobretudo de 02 — recentemente colocado no
comando da comunicação do Planalto —, enquanto outros, ainda, consideram-no mentalmente perturbado e defendem sua
interdição e subsequente internação (mais detalhes nesta postagem). Eu,
particularmente, acho que nenhum deles está totalmente certo nem totalmente errado. Afinal, há
mais coisas entre esse "céu" e essa "terra" do que supõe nossa vã
filosofia.
Que Deus nos ajude a todos.