quarta-feira, 24 de junho de 2020

SOBRE PROVEDOR DE CONTEÚDO, WEBMAIL E QUE TAIS... (2ª PARTE)


CONHECER A SI PRÓPRIO É O MAIOR SABER.
Como vimos, o grande problema dos serviços gratuitos de webmail era o espaço miserável das caixas postais. Ou era até 2004, quando o Google... bem, vamos por partes.
Por ser baseado na Web, o webmail (também chamado de Correio Eletrônico) permite ao internauta acessar sua mensagens em qualquer parte do mundo e a partir de qualquer computador conectado à Internet.
Em meados da década de ’90, o indiano Sabeer Bhatia criou o primeiro webmail — o Hotmail, que a Microsoft comprou pela “bagatela” de US$ 400 milhões e lançou no mercado em 1996. Há quem diga que o primeiro webmail gratuito foi o Rocket Mail, criado pela Four11 Corporation e vendido ao Yahoo! (tanto o serviço quanto a empresa), mas isso é de somenos.
No Brasil, o primeiro webmail gratuito foi o ZipMail, lançado em 1998. Em seguida vieram o BOL (de Brasil Online, que hoje pertence ao UOL) e o iG (Internet Group), entre outros. O problema, como dito, era o espaço miserável que eles forneciam para armazenamento de mensagens (entre 1 MB e 5 MB), e o que já era ruim ficou pior depois que os emails se tornaram capazes de “anexar” (isto é, transportar como anexo) praticamente qualquer tipo de arquivo digital, de figuras e fotos a músicas e arquivos multimídia — além, naturalmente, de vírus e outras pragas eletrônicas).

Observação: Mensagens em texto puro ocupam pouquíssimo espaço, mas anexos são volumosos — uma faixa musical de aproximadamente 3 minutos salva no formato .MP3, por exemplo, ocupa cerca de 3 MB.
Some-se a isso o fato de a modalidade padrão de conexão, naquela época, ser a rede dial-up, na qual um “programa discador” fornecido pelo provedor de acesso discava (literalmente) para um número pré-definido e, feito o handshake, o internauta podia navegar pela Web a “vertiginosos”... 30 ou 40 kbps (a velocidade máxima teórica alcançada por um modem analógico é de 56 kbps).
A despeito da baixíssima velocidade e da instabilidade dessa tecnologia, o serviço era tarifado como as chamadas telefônicas convencionais, ou seja, a partir de pulsos. Quanto maior o tempo de conexão, mas cara a ligação e, consequentemente, a conta de telefone no final do mês, a menos que se aproveitasse a tarifa diferenciada (durante a madrugada, nos dias úteis, das 14h do sábado às 6h da manhã da segunda-feira e nos feriados nacionais, de 00h às 23h59min59s, era cobrado um pulso por camada, independentemente do tempo de ligação).
Voltando ao espaço medíocre das caixas postais, quem não gerenciasse as mensagens regularmente corria o risco de a caixa de entrada lotar e, consequentemente, não receber emails importantes. Para evitar esse problema, muitos usuários recorriam a apps clientes — como o Outlook Express, o Eudora, o IncrediMail e tantos outros. Assim, podia-se centralizar no aplicativo todas as contas de email, mesmo de provedores distintos (evitando, portanto, ter de navegar até o site de cada provedor, logar-se e então gerenciar os emails), e da feita que as mensagens eram descarregadas para o disco rígido do computador, as caixas postais nos servidores do provedor eram esvaziadas regularmente. 
Mas o que nos interessa dizer, para efeitos desta postagem, é que em 2004, na tradicional pegadinha de primeiro de abril (dia da mentira, ou dos tolos, ou dos trouxas), Larry Page anunciou que o Google quebraria dois paradigmas: inauguraria uma sucursal na Lua e lançaria um webmail com capacidade de 1 GB de espaço gratuito para cada usuário.

Mas isso já é assunto para a próxima postagem