Depois de conseguirem financiamento, Engelbart e sua equipe demonstraram o
potencial dos computadores e de alguns dispositivos de entrada de dados, como
uma prosaica caixa retangular, provida de três botões na parte de cima e
conectada ao computador por um cabo (que ficaria conhecida como mouse),
além de conceitos inovadores (para a época), como o de hipertexto e de comunicação
por rede, sem mencionar uma tela
que podia ser compartilhada por dois usuários a partir de locais diferentes
— o que seria a primeira videoconferência da história da informática.
Daí para uma interface gráfica baseada no conceito de janelas — que mais adiante se
tornariam reposicionáveis e incorporariam bordas, barras de título e de
rolagem, ícones, menus de contexto clicáveis, caixas de diálogo e botões de
opções — foi um pulo. Em 1976, valendo-se da tecnologia desenvolvida por Engelbart e com a participação de
ex-funcionários da Xerox, o genial Steve Jobs, fundador da Apple, criou um computador pessoal (batizado
de Lisa) que dispunha de interface gráfica baseada em ícones, onde cada um deles indicava um documento ou uma
aplicação, além de uma barra de menu desdobrável (pull-down), que exibia
todos os menus logo nas primeiras linhas da tela.
O Lisa OS
viria a incorporar marcas de verificação — destinadas a destacar os itens
selecionados (ativados) nos menus — e o conceito de atalhos de teclado para os
comandos mais comuns, sem mencionar o então inovador ícone da Lixeira, para onde o usuário podia
arrastar os arquivos que desejasse excluir. O mouse, que havia se consagrado com três botões, passou a ter apenas
um no Lisa. E da feita que a
interface exigia pelo menos duas ações para cada ícone — uma para selecionar e
outra para executar o programa ou arquivo — surgiu o conceito de duplo clique.
Anos depois, as primeiras versões Windows trariam a interface gráfica aprimorada com a implementação
de uma barra de menus para cada janela — no Lisa e nos Macintosh havia
uma única barra no topo da área de trabalho — e a disposição das janelas lado a
lado (esse recurso seria descartado pela Microsoft
nas versões posteriores do programa).
No final dos anos 1980, surgiram diversas interfaces
gráficas para estações Unix (sistema
que daria origem ao
Linux), mas a lei da selva
vale tanto no mundo real como na digital: dali a alguns anos, noves fora a Apple e a Microsoft, as demais empresas faliram ou foram encampadas por
outras companhias.
Conforme já vimos, o Windows ganhou visibilidade com as versões 3.0, em 1990, e 3.1, em
1992. Apesar de não contar com alguns recursos simples que Jobs havia introduzido no Macintosh,
a interface gráfica da Microsoft
vendeu feito pão quente, e dali a poucos anos se tornaria o sistema operacional
para PCs mais bem sucedido da história.
Voltando agora ao interpretador de comandos (legado do velho MS-DOS, conforme eu mencionei de passagem no post anterior e
detalhei nesta sequência), o PowerShell se tornou padrão no Windows a partir da versão 8.1, embora o prompt de comando, nativo do NT e adotado pelo XP, continue presente inclusive no Win 10.
Na prática, a maioria de nós raramente precisa usar
qualquer um dos dois, mas saber não ocupa lugar (na verdade ocupa, sim,
conforme vimos nesta postagem, porém isso é outra
conversa), e é sempre melhor ter (a informação) e não precisar do que precisar
e não ter.
Então, suponhamos que você precisa realizar um procedimento de
manutenção ou outra tarefa qualquer que não pode ser executada no ambiente Windows, e aí dá um clique direito no botão Iniciar (ou pressiona Win+X, que produz o mesmo resultado) e
repara que, em vez do seu velho conhecido prompt
de comando, quem aparece no menu é um tal de Windows PowerShell. O
que fazer?
Bem, a resposta depende do que você quer fazer.
Se quiser apenas convocar o prompt de
comando, basta teclar Win+R, digitar
cmd.exe na caixa do Menu Executar e pressionar a tecla Enter (ou clicar em OK). Caso queira ressuscitar o status quo ante, ou seja, substituir
o PowerShell pelo Prompt de comando no menu, você
deve clicar em Iniciar > Configurações
> Personalização > Barra de tarefas e desligar o
botão ao lado de Substituir Prompt
de Comando pelo Windows PowerShell no
menu quando eu clicar com o botão direito do mouse no botão Iniciar ou
pressionar Windows + X.
Preferências pessoais à parte, o PowerShell está para o Prompt de comando assim como
o MS-Word está para
o Bloco de Notas. Seus
recursos, bem mais aprimorados, facilitam a criação de comandos e scripts em
linguagem C # (PowerShell e C # são integrados ao .NET Framework da Microsoft) e
permitem, entre outras coisas, executar tarefas de forma remota ou em segundo
plano, a automação de tarefas, a tabulação de comandos, etc.
Trocando em
miúdos: o PowerShell é
mais adequado a usuários avançados, enquanto o Prompt de comando atende às necessidades básicas dos leigos e
iniciantes, ainda que, repito, a
maioria de nós passe muito bem sem nenhum dos dois. Note, porém, que muitos
comandos funcionam em ambos os interpretadores, mas alguns só funcionam num ou
no outro. Portanto, se você for seguir um tutorial que envolva a linha de
comando e mencione expressamente o Prompt
de Comando ou o PowerShell, assegure-se
de utilizar o interpretador correto.
Continua...