A MELHOR IDADE É HOJE. A QUE SE FOI NÃO VOLTA. A QUE ESTÁ POR VIR, SABE DEUS SE VIRÁ...
Vimos o que é para que
serve o sistema operacional, que suas atribuições não incluem emular recursos de aplicativos — programas específicos
para a realização de tarefas específicas —, mas que maioria dos sistemas atuais integra uma porção
de componentes nativos — acessórios e utilitários — capazes de atender o usuário em
diversas situações.
Não há nada de errado em instalar programas de terceiros no PC (ou no smartphone, que em última análise nada mais é que um computador pessoal ultraportátil), ainda que o sistema já inclua recursos que possam dar conta do recado. No entanto, há casos em que “menos é mais”. E este é um deles.
Aplicativos em excesso ocupam espaço na memória de massa (HDD/SSD nos PC convencionais
e “memória interna” nos ultraportáteis) e consomem memória RAM, ciclos de
processamento e outros recursos de hardware a tal ponto que o desempenho global do dispositivo pode restar prejudicado.
A gama de recursos do sistema era bem mais limitada nos tempos de antanho (mais detalhes no capítulo anterior), e a instalação de programas, que então exigia a aquisição da mídia com os arquivos de instalação (disquete ou CD-ROM, conforme a época), era um processo um tanto trabalhoso. Atualmente, no entanto, tudo é feito a partir da Web, mediante uns poucos cliques do mouse.
Some-se a essa facilidade a miríade de “freeware” (saiba mais sobre as diversas modalidades de distribuição e licenciamento de software nesta postagem) disponíveis nas lojas oficiais da Microsoft (para o Windows), do Google (para o Android) e da Apple (para o macOS e o iOS) e de repositórios como AONDE, BAIXAKI, GRÁTIS, SUPERDOWNLOADS etc. e o resultado será um PC ou smartphone apinhado de “inutilitários”.
Para além da imprestabilidade de boa parte dos
apps e do impacto que causam na performance do sistema, há ainda o risco de programinhas legítimos servirem de transporte para malwares,
que vêm embutidos nos arquivos de instalação e acabam sendo instalados à revelia do usuário, "de carona" com o aplicativo propriamente dito.
Observação: Aplicativos
mal intencionados ou contaminados com códigos maliciosos são os principais causadores de incidentes de segurança em smartphones,
conforme eu venho alertando desde sempre (para saber mais, acesse esta
postagem e as seguintes). Sobretudo porque pouca gente se preocupa em analisar as permissões que os programinhas solicitam durante a instalação. Você já se perguntou, por exemplo, por que diabos uma lanterna ou um gravador de voz que você instala no seu celular
pede permissão para acessar sua agenda de contatos ou seus grupos no WhatsApp?
Outra questão importante tem a ver com a desinstalação de aplicativos, a começar pela possibilidade de elementos indesejáveis sobreviverem à remoção do programa responsável por sua instalação. Apps que instalam barras de ferramenta intrusivas no navegador,
modificam a homepage, alteram o mecanismo de buscas, etc. são bons exemplos, pois os elementos estranhos que forma instalados com eles nem sempre são eliminados mediante a pura e simples desinstalação do app.
Ainda que tudo seja reversível
no âmbito do software, o fato de a reversão ser possível não significa necessariamente que seja fácil de fazer. Em muitos casos, é preciso reinstalar
o sistema ou reverter o computador às configurações de fábrica, o que é trabalhoso e quase sempre implica a perda de arquivos pessoais de
difícil recuperação, já que manter backups
atualizados na nuvem ou em algum tipo de mídia removível não costuma ser prioridade para boa parte dos usuários.
Por essas e outras, evite instalar aplicativos de
que você não precisa simplesmente porque eles são gratuitos. Como se costuma dizer, quando você não paga por um
produto, geralmente o produto é você.
Continua.