quinta-feira, 27 de maio de 2021

SOBRE SISTEMA E APLICATIVOS (CONTINUAÇÃO)

PROMETE EM DÚVIDA, QUE AO DAR NINGUÉM TE AJUDA.

Conforme eu antecipei no post anterior, os aplicativos são responsáveis pela maioria das tarefas que o computador (de mesa, portátil ou ultraportátil) executa para nós. Embora o Windows integre um editor de textos elementar (Notepad, ou Bloco de Notas) e outro um pouco mais versátil (WordPad), muita gente não abre mão do MS Word (processador de textos que integra o Windows 365, como passou a ser chamado o pacote de apps de escritório e produtividade Office 365 — sucessor da tradicional suíte de aplicativos MS Office). 

Para proteger o computador contra malware e invasões, há quem prefira uma “Internet Security” — como as da Kaspersky, McAfee, Symantec, Avira, etc. —, a despeito de o Windows dispor de antimalware e firewall nativos. E para manter o sistema nos triques, usuários intermediários e avançados se valem de suítes de manutenção como o Advanced System Care, da IObit, ou o CCleaner, da Piriform, ainda que o próprio Windows conte com utilitários nativos para limpeza do disco, correção de erros e desfragmentação dos dados. E esses são apenas alguns entre dúzias de exemplos que eu poderia citar.

Ainda que os discos rígidos atuais sejam verdadeiros latifúndios, não há razão para ocuparmos cada megabyte de espaço com programas que usamos uma vez para nunca mais. Até porque qualquer software adicionado ao computador ocupa espaço e consome recursos (ciclos da CPU, espaço na memória RAM, etc.), e quanto mais aplicativos pendurarmos no sistema, mais lento o computador ficará e maiores serão os riscos de infeções digitais.

Até não muito tempo atrás, para instalar qualquer aplicativo era preciso adquirir a respectiva a mídia de instalação. Hoje em dia, basta acessar o site do desenvolvedor do programa — ou um repositório de softwares, como o Baixaki —, baixar o instalador, rodar o executável, aceitar os termos do EULA (detalhes nesta postagem) e pronto. A Web está coalhada de “freewares” (para saber mais sobre as diversas modalidades de distribuição e licenciamento de software, acesse esta postagem), e a “gratuidade” estimula a instalação de toda sorte de inutilitários. Por outro lado, além do impacto na performance do sistema, sempre existe o risco de esses programinhas virem acompanhados de vírus e outros códigos maliciosos. 

Observação: Apps maliciosos ou adulterados pela bandidagem digital são responsáveis pela maioria dos incidentes de segurança em smartphones (para saber mais, acesse esta postagem e as seguintes), sobretudo porque poucos usuários atentam para as permissões solicitadas no momento da instalação. Você já se perguntou, por exemplo, por que diabos uma lanterna ou um gravador de voz que você instala no seu celular pede permissão para acessar sua agenda de contatos ou seus grupos no WhatsApp?

Pode-se argumentar que tudo é reversível no âmbito do software e que basta desinstalar os aplicativos inúteis ou problemáticos para recuperar o espaço que eles ocupavam e tudo voltar a ser como antes no Quartel de Abrantes. Mas não é assim que a banda toca. Elementos indesejáveis (pastas, arquivos de log e entradas inválidas no Registro do Windows, entre outros) costumam sobreviver à desinstalação do programa que os criou. Barras de ferramentas adicionadas ao navegador e alterações da homepage e do mecanismo de buscas são bons exemplos de modificações que nem sempre são revertidas com a pura e simples remoção do programa que as implementou. E o mesmo vale para vírus e outros códigos mal-intencionados (spywares, trojans, bots e outros que tais).

No smartphone, reverter o aparelho às configurações de fábrica costuma resolver todos esses problemas, mas tudo volta a ser como era quando o aparelho foi ligado pela primeira vez — ou seja, todas as configurações, personalizações e aplicativos terão de ser refeitos/reinstalados. No PC, mesmo que a Microsoft tenha facilitado bastante a reinstalação do Windows, esse processo é apenas a parte visível do iceberg. Depois de reinstalar o sistema ainda  preciso atualizá-lo, personalizá-lo e reinstalar todos os aplicativos que não vieram com o computador. Isso sem mencionar que arquivos pessoais (documentos de texto, fotos, músicas, vídeos, etc.) podem se perder caso o usuário não cultive o hábito de manter backups atualizados desse conteúdo.

Por hoje chega. O resto fica para uma próxima vez.