terça-feira, 28 de janeiro de 2025

VERDADE OU MITO?

O CONHECIMENTO É A LUZ QUE DISSIPA A ESCURIDÃO DA IGNORÂNCIA.

 
Mitos são fatos inverídicos ou versões distorcidas de eventos reais que, mesmo desmentidos, continuam alimentam teorias conspiratórias. Talvez isso ocorra porque muita gente prefere acreditar no que não deveria e desconfiar daquilo em que deveria acreditar. Mas nem sempre é fácil diferenciar a verdade da paranoia ou da superstição digital. 

Meu celular está me rastreando? A navegação anônima me torna invisível? Se alguém descobrir meu endereço IP conseguirá invadir meu computador? Quase 50% das 10 mil pessoas a quem a empresa de cibersegurança Kaspersky fez essas e outras perguntas sobre mitos digitais disseram acreditar que redes Wi-Fi públicas são seguras, que o smartphone rastreiam seus movimentos, que a navegação anônima protege contra invasores e que chatbots com inteligência artificial são perigosos (clique aqui para acessar o relatório em inglês).

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Bolsonaro disse que acorda todos os dias com a sensação de ter a PF na porta. Trata-se da "síndrome do porvir, um fenômeno que acontece quando a pessoa acha é uma coisa e sua reputação indica que ela já virou outra coisa. Em live, o ex-mandatário reafirmou que será candidato à Presidência em 2026, e que deixará de acreditar na democracia se continuar inelegível (pausa para as gargalhadas). Com os achados da PF sobre as joias sauditas, a falsificação dos cartões de vacina e, sobretudo, a tentativa de golpe de Estado na mesa do procurador-geral Paulo Gonet, a denúncia ao STF pode acontecer a qualquer momento. A realidade que leva Bolsonaro a temer a prisão é muito parecida com a de uma mulher fictícia, criada pelo escritor Josué Guimarães, que sofria de uma doença que a fazia diminuir diariamente de tamanho, mas seus parentes serravam os pés das mesas e das cadeiras para que ela não percebesse. No caso do "mito", seus advogados se esforçam para disfarçar o encolhimento, reduzindo seu drama jurídico a uma hipotética conspiração. Politicamente, o indiciado percorre a conjuntura como se estivesse cheio de vida. Banido das urnas pelo TSE até 2030, ele prolonga a ficção de representar em 2026 a direita que tirou do armário em 2018 e avacalhou na Presidência encerrada em 2022. Mas admite a própria pequenez ao falar sobre a inevitabilidade de sua prisão. Hoje, seu futuro eleitoral cabe numa caixa de fósforos. 


Distinguir uma conversa com um dispositivo dotado de inteligência artificial de um bate-papo com outro ser humano ficou mais difícil com os avanços dessa tecnologia nos testes de Turing. Alguns chatbots já empregam expressões coloquiais e jargões do dia a dia, tornando seu estilo de comunicação menos formal ou mecânico. Mesmo que seu conhecimento seja limitado ao conjunto de dados em que foram treinados, sua capacidade de captar as sutilezas e nuances típicas de uma conversa entre humanos aumenta a cada dia. Em outras palavras, além de darem respostas tão precisas quanto um especialista, os bots já não se expressam como se estivesse recitando trechos de um manual.

Dois terços dos entrevistados acreditam que seus smartphones rastreiem sua geolocalização o tempo todo, 28% desligam o aparelho ou ativam o "modo avião" durante uma conversa pessoal sobre algum assunto "sensível" e 26% o fazem sempre que estão em locais públicos. Mas esse "método antiespionagem" é inútil, já que certos trojans gravam o som ambiente mesmo quando o dispositivo infectado não tem acesso à Internet e transferem os dados para o servidor do cibercriminoso assim que recurso é desativado.
 
Cerca de 40% dos entrevistados acham que as redes Wi-Fi públicas são seguras. Se você também pensa assim, talvez devesse rever seus conceitos: um estudo feito pela Kaspersky na véspera das Olimpíadas em Paris apontou que um em cada quatro pontos de acesso público era totalmente inseguro ou usava protocolos de segurança desatualizados. 

Quatro de cada dez entrevistados disseram acreditar que a navegação anônima protege a privacidade, pois não salva o histórico de navegação, não grava cookies, não lembra as informações inseridas nos sites visitados nem armazena dados no cache do navegador. Mas não é bem assim. 

navegação anônima é útil para burlar sites que limitam o número de artigos que podem ser lidos gratuitamente, para usar contas pessoais em computadores de terceiros, para pesquisar determinados produtos sem receber uma enxurrada de anúncios de produtos semelhantes, para evitar que o(a) parceiro(a) descubra que você visitou sites "pouco recomendáveis", mas a "proteção" que ela oferece não vai muito além disso. Já os cookies são usados por profissionais de marketing para direcionar anúncios com base nos hábitos de navegação dos internautas, mas também podem servir para ataques de phishing e malware. Bloqueá-los reduz o risco de ser pego no contrapé, ainda que inúmeros tipos de fraude digital não tenham nada a ver com eles. 

Observação: A coleta de dados feita por aplicativos "legítimos" depende das permissões que o próprio usuário concede. Em tese, os dados são usados para fins de marketing, mas a possibilidade de "vigilância" é tão real quanto o risco de infecção por spyware. 

Ao contrário das VPNs e do Tor Browser, a navegação anônima do Chrome, Firefox, Edge etc. não esconde endereço IP dos sites visitados. Quando o acesso é feito em uma rede corporativa ou educacional, o administrador tem como saber até mesmo o que foi acessado de forma detalhada. Assim, usá-la para acessar o Facebook ou visitar um site de pornografia do computador do trabalho não garante o anonimato desejado, já que as informações que o internauta fornece, tanto direta como indiretamente, são monitoradas e gravadas pelos sites visitados.
 
Continua...