MUITO SABE QUEM CONHECE A PRÓPRIA IGNORÂNCIA.
Os primeiros PCs não tinham disco rígido — e nem sistema operacional, mas isso é outra conversa. Mais adiante, o DOS e os primeiros HDs facilitaram a vida dos usuários, ainda que o espaço oferecido fosse pífio (naquela época, 1 MB de armazenamento custava cerca de US$ 200). Mas não há nada como o tempo para passar: os fabricantes levaram décadas para quebrar a barreira do gigabyte, mas, a partir daí, dobraram a capacidade dos dispositivos em intervalos cada vez menores.
Em 2005, desktops de entrada de linha já vinham com HDs de 20 GB — suficientes para a maioria dos usuários comuns, considerando que o Windows e os aplicativos da época eram bem menos "volumosos" e não havia tantos arquivos multimídia para armazenar. Em 2007, com o lançamento do iPhone, a Apple obrigou a concorrência a promover seus celulares a smartphones. Ao longo dos anos seguintes, os pequenos notáveis se tornaram verdadeiros microcomputadores de bolso, capazes de realizar tarefas complexas, como edição de vídeo e fotografia profissional, jogos de alta performance e muito mais.
Atualmente, a quantidade de memória RAM dos smartphones ombreia com a dos desktops e notebooks: de 6 a 8 GB nos modelos intermediários e de 16 a 24 GB nos aparelhos top de linha. Já o armazenamento interno — equivalente ao HDD/SSD dos PCs de mesa e portáteis — varia de 128 a 256 GB nos modelos medianos, e de 500 GB a 1 TB nas versões premium. Embora aparelhos com 4 GB de RAM e 32 ou 64 GB de armazenamento ainda sejam vendidos, não se deixe seduzir pelo preço: diferentemente dos desktops e notebooks, que permitem a troca dos módulos de memória e drives de HD/SSD, celulares nascem e morrem com a configuração definida por seus fabricantes.
Até poucos anos atrás, a maioria dos smartphones de entrada e medianos suportava cartões de memória, permitindo economizar um bom dinheiro na compra do aparelho e usar um cartão microSD como extensão do armazenamento interno. A partir do Android 6.0, passou a ser possível inclusive instalar e rodar aplicativos diretamente do cartão (nem todos os fabricantes ativaram esse recurso), mas a dificuldade em proteger aparelhos com slot extra contra água e poeira, somada às limitações impostas pelas versões mais recentes do robozinho verde — que ainda permitem armazenar arquivos, mas não rodar a maioria dos aplicativos diretamente da mídia removível — deve diminuir ainda mais a oferta de modelos com suporte a cartões.
Vale lembrar que os padrões eMMC mais recentes — a tecnologia mais lenta usada em memória interna, presente apenas em celulares de baixo custo — ainda são muito mais rápidos do que os cartões SD mais velozes. Além disso, a memória de qualquer celular Android comercializado é criptografada, enquanto os cartões SD geralmente não possuem essa camada de proteção nem atendem aos requisitos necessários para isso — embora alguns aparelhos permitam criptografar cartões SD manualmente, isso é exceção, e não regra.
Alguns fabricantes ainda oferecem suporte a cartões em seus modelos de entrada, e apps simples — como Telegram, Instagram e alguns jogos — permitem que parte dos dados seja armazenada no cartão, que também pode ser usado para armazenar arquivos multimídia (notórios consumidores de espaço), que não são afetados pelas limitações de velocidade e estabilidade dos cartões. Mas a tendência é que eles desapareçam, como aconteceu com outras portas e conexões. Então, se você ainda os usa, aproveite enquanto pode.
