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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

FALTANDO 3 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO



Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece com 57% das intenções de votos válidos, o que representa uma vantagem de 14% em relação a Haddad

A redução em comparação com os números da pesquisa anterior, que está dentro da tal “margem de erro”, pode ter a ver com declarações, vídeos e “revelações polêmicas” que inundaram a mídia e as redes sociais nos últimos dias, mas também pode ser uma “acomodação de camadas”, e não o terremoto que alguns vêm alardeando. Prova disso é que os mercados financeiros têm demonstrado confiança na vitória de Bolsonaro e na expectativa de continuidade da agenda de reformas — o que levou o IBOVESPA a se firmar acima dos 85 mil pontos, além de reduzir significativamente a desvalorização do real em relação do dólar.

Na avaliação de Merval Pereira, a vantagem Bolsonaro a três dias da eleição mostra como os votos cristalizados dos dois candidatos praticamente inviabilizam uma reviravolta na reta final, a não ser que algo inacreditável aconteça. Em vez de uma bala de prata, o PT gastou várias, mas nenhuma acertou o alvo. Mesmo assim, o número de pessoas que não votariam no capitão aumentou, superando o dos que votarão com certeza. Paralelamente, a rejeição a Haddad diminuiu, ainda que a diferença esteja dentro da tal margem de erro.

O suposto escândalo das mensagens inverídicas de WhatsApp, baseado numa denúncia jornalística inepta, acabou sendo soterrado pelo próprio Haddad, que se precipitou em avalizar a denúncia de que o general Mourão, vice de Bolsonaro, teria torturado o cantor e compositor Geraldo Azevedo em 1969 — até porque, na época, Mourão tinha apenas 16 anos (aliás, o próprio Azevedo voltou atrás em sua declaração). Mas o problema causado pela denúncia da Folha não justifica os arroubos retóricos do capitão em mensagem enviada aos manifestantes na Avenida Paulista, pois revelam uma preocupante visão autoritária da relação entre a imprensa e o mandatário de um país. Aliás, o mesmo destempero acomete o presidente Trump, dos Estados Unidos, e o ex-presidente Lula, que também se valeram de sua popularidade para incitar militantes e apoiadores contra os órgãos de imprensa que os vigiam.

Os esquerdistas assumiram postura autoritária ao exigir, em discursos inflamados, não apenas a anulação da eleição, mas também a censura ao WhatsApp até o final do segundo turno. É inacreditável que o PT pleiteie medidas drásticas com  base apenas numa denúncia de jornal, sem que as autoridades abram investigações. Quando mais não seja, porque os petistas sempre desacreditaram denúncias de jornal contra os seus — principalmente contra Lula — e criticaram o que qualificaram de rito sumário das decisões da Justiça na Operação Lava-Jato. Anular uma eleição é decisão gravíssima, e que, como destacou a ministra Rosa Weber, atual presidente do TSE, não pode ser tomada fora do tempo da Justiça “que não é o tempo da política”.

Resumo da ópera; Dificilmente a diferença que separa Bolsonaro de Haddad poderia ser revertida nos poucos dias que nos separam do segundo turno, mas a redução da distância entre ambos, que pode ser confirmada ainda nesta semana pelo Datafolha, é um alerta ao futuro presidente, que, por mais votos que receba, não terá um cheque em branco da sociedade.    

Para concluir esta postagem (que a síndrome do macaco não me permite espichar demais), relembro que esta vem sendo a eleição presidencial mais polarizada da nossa história e a primeira calcada precipuamente meio virtual, ainda que a anacrônica propagando política obrigatória continue a ser veiculada. E continuará a sê-lo até a próxima sexta-feira, permitindo que os candidatos se digladiem no mar de ofensas e acusações, numa deplorável sucessão de baixarias, como as que se viram nos debates entre os postulantes ao governo do estado de São Paulo — no âmbito do governo federal, Bolsonaro preferiu administrar sua vantagem e “jogar parado” a aceitar os recorrentes desafios do preposto do criminoso de Garanhuns (dizendo até que quem conversa com poste é bêbado).

Nessa terra de ninguém, onde é quase impossível separar o joio do trigo, o Projeto Comprova vem em socorro dos eleitores, com uma equipe de jornalistas que checam a veracidade das mensagens que lhe são repassadas pelo WhatsApp 11 97795-0022, a exemplo de site como Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake, que também buscam desmentir as fake news

Seja como for, desconfie sempre de mensagens de cunho político com linguagem sensacionalista ou abundante em adjetivos, com textos em maiúsculas e/ou que apresentem erros gramaticais excessivos, pontos de exclamação em demasia e outros indicativos de maracutaia — sobretudo quando elas vêm acompanhadas do indefectível pedido de compartilhamento.

Observação: É bom lembrar que fotos não bastam para garantir a veracidade das mensagens, pois muitos disseminadores de boatos se valem de imagens antigas, editadas, ou associam fotos e vídeos verdadeiros a informações falsas. Nesse caso, vale recorrer à ferramenta de busca reversa de imagem do Google para verificar o contexto em que a foto foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta carregar um arquivo de imagem ou pesquisar pelo link da foto.

Ainda em dúvida? Anote aí alguns telefones úteis:

Estadão Verifica: (11) 99263-7900
Aos Fatos: (21) 99956-5882
Folha Informações: (11) 99490-1649
Boatos.org: (61) 99177-9164
Fato ou Fake: (21) 97305-9827

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A 5 DIAS DO SEGUNDO TURNO...



Reza a sabedoria popular que, para náufrago, jacaré é tronco. Essa pérola cai como uma luva para explicar a insistência de Haddad e do PT em criar factoides em busca do “grande escândalo” que, segundo Lula, seria a única maneira de evitar a derrota de seu fantoche.

A Folha deu uma mãozinha ao denunciar a compra de supostos “disparos” de fake news contra Haddad por empresas (ou empresários) que apoiam Bolsonaro, mas denunciar é uma coisa, provar é outra. Mesmo que essa história tenha repercutido, e o PT e o PSD se aproveitado dela para pedir a impugnação da candidatura do adversário, a investigação determinada pelo TSE não altera, no curto prazo, o cenário eleitoral que se vem delineando desde o primeiro turno e que tende a se consolidar no próximo domingo 28.

Até o momento não existem provas de que empresas (ou empresários, o que mudaria completamente a história, já que, dentro de certos limites, colaborações de pessoas físicas às campanhas eleitorais continuam sendo permitidas) patrocinaram os tais disparos em massa no WhatsApp, mas a petralhada mantém o tom elevado, como se o partido da estrela (cadente) fosse a quintessência da virtude, e não uma organização criminosa comandada por um apenado e integrada por Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Humberto Costa, Paulo Teixeira e outros que tais.

Um vídeo publicado em junho (não dias ou semanas atrás, portanto), no qual Eduardo Bolsonaro dá uma resposta infeliz a uma pergunta igualmente infeliz, ganhou vulto agora, a poucos dias do segundo turno, também impulsionado pela Folha. Diante dessa “grave ameaça às instituições”, o ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, afirmou em nota que um ato contra o Judiciário seria “atacar a democracia”. Na minha desvaliosa opinião, está-se  fazendo tempestade em copo d’água. Mas não vou insultar a inteligência dos leitores exaltando o óbvio, e sim convidá-los a clicar aqui para ler a nota de Toffoli, aqui para ver como se pronunciaram outros ministros da Corte, e então tirar suas próprias conclusões.

Observação: Ainda sobre o tal vídeo, talvez Jair Bolsonaro pudesse ter escolhido melhor as palavras que usou para condenar o ato de seu rebento — referir-se a  Eduardo como “garoto” e dizer que o repreendeu, tanto como filho quanto como parlamentar, não me pareceu lá muito apropriado. Já a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, também se referiu a Eduardo como “menino inconsequente e imaturo”, mas ponderou que o presidenciável não pode ser responsabilizado pela bravata do filho, e que, quando se vê qual foi o contexto à época em que foi feito, fica clara a intenção do PT de criar mais um factoide e usá-lo contra o adversário.

É oportuno lembrar que o deputado petista Wadih Damous — um daqueles que tramou a soltura de Lula durante o recesso do Judiciário — disse com todas as letras, num vídeo postado meses atrás em sua página no Facebook depois que o ministro Barroso não acolheu os recursos da defesa do ex-presidente petralha, que “tem de fechar o Supremo Tribunal Federal”.

José Dirceu — outro criminoso condenado, mas em liberdade condicional graças à ala garantista do STF — também disse recentemente que “é preciso tirar todos os poderes do Supremo”, rebatizá-lo como “Corte Constitucional”, e que “Judiciário não é poder da República, é um órgão, mas se transformou em um quarto poder; se o Judiciário assume poderes do Executivo e do Legislativo, caminhamos para o autoritarismo”.

Gleisi Hoffmann, a uma semana do julgamento de Lula no TRF-4, berrou aos quatro ventos que para Lula ser preso “vai ter que prender muita gente, vai ter que matar gente”. O próprio Lula chegou a dizer que “botaria o exército de Stedile nas ruas”, e que a mídia deveria “trabalhar” para que ele não voltasse ao poder, porque, quando voltasse, haveria regulação da imprensa (e outras bravatas que a síndrome do macaco me impede de enumerar).

Para encerrar: Segundo a revista digital Crusoé, os petistas depositam suas últimas esperanças em uma possível “onda silenciosa” de eleitores que só se manifestarão nas urnas. Essa onda seria formada por pessoas que vão votar no poste de Lula, mas teriam receio ou até vergonha de expor o voto publicamente, e por isso não aparecem nas pesquisas.

Sem  mais comentários. Que o leitor tire suas próprias conclusões.

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terça-feira, 23 de outubro de 2018

O DESESPERO DO PT A 5 DIAS DO SEGUNDO TURNO



Ao encerrar sua peregrinação pelo Nordeste, Haddad criticou a “leniência” da TSE com o suposto envio em massa de fake news anti-PT (ou a favor de Bolsonaro, o que a esta altura dá no mesmo). Até aí nenhuma surpresa: para os sectários da seita do inferno, o Judiciário só acerta quando decide a favor de Lula. Aliás, o partido da estrela cadente sempre procura pregar suas bobagens onde consegue reunir uma claque numerosa de apoiadores — como a região Nordeste, a única em que o fantoche petista foi mais votado que Bolsonaro (a não ser no Ceará, estado em que Ciro Gomes ganhou disparado, como se vê na imagem que ilustra este post).

A irresignação do PT foi prontamente apoiada pelo PDT, cujo candidato ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Haddad chegou a dizer que “o certo seria ele e Ciro disputarem o segundo turno”, e agora busca impugnar a candidatura de Bolsonaro com base numa reportagem publicada na Folha, onde o partido vê “provas robustas do uso de cadastro sem autorização, caixa 2 de campanha e calúnia e difamação”, embora sustente até hoje que Lula foi condenado sem provas, que foi vítima de um conspiração da mídia, da Justiça e do diabo que o carregue.

Salvo melhor juízo, não existe a menor possibilidade de o TSE impugnar a candidatura de Bolsonaro a poucos dias do segundo turno, até porque é muito difícil de provar que houve abuso de poder econômico nesse caso. O fato é que Haddad está prestes a sofrer mais uma derrota acachapante — a exemplo da que sofreu quando tentou a reeleição para a prefeitura de São Paulo e perdeu para João Doria. Para náufrago, jacaré é tronco, mas se é para o poste “escolher” quem ele quer enfrentar no segundo turno, não faz sentido ter realizado o primeiro.  

Não há provas que sustentem o pedido do PT. O que se tem é uma matéria jornalística inconclusiva. A investigação aberta no TSE levará meses — senão anos — para ser concluída (basta lembrar que a ação por de abuso de poder econômico movida pelos tucanos contra a chapa Dilma/Temer em 2014 levou 3 anos para ser julgada). Ademais, a denúncia contra Bolsonaro é de que a distribuição em massa de fake news seria disparada na última semana da campanha, o que agora dificilmente aconteceria, mesmo que a acusação fosse verdadeira.

O PT, que sempre acusou o Judiciário de ser rápido no gatilho ao condenar Lula, agora pede urgência ao TSE, como se fosse razoável o Tribunal interferir na eleição presidencial a partir de meras suspeitas. Aliás, a campanha petista se baseia em tentativas de deslegitimar a do oponente, além de atribuir a Temer as mazelas geradas e paridas na gestão de Dilma, notadamente após o estelionato eleitoral que produziu sua reeleição. Isso só cola com a patuleia desvairada, mas essa não precisa ser convencidos de nada.

Observação: Criar narrativas de vitimização é uma especialidade petista que Haddad assimilou rapidamente: mesmo sendo réu por improbidade administrativa e alvo de mais de 30 inquéritos, ele fala como se fosse a Madre Teresa e seu adversário, o próprio Belzebu.

Depois de testar os limites legais e a paciência do eleitorado insistindo na candidatura de um ficha-suja e denunciando, inclusive no exterior, que “eleição sem Lula é fraude”, a seita vermelha ora lança dúvidas sobre o processo eleitoral, revelando sua natureza autoritária, que não admite oposição por se julgar dona da verdade e exclusiva intérprete das demandas populares. Sua usina de produção de narrativas parece não ter limite. A da vez é que está sendo vítima de uma “guerra suja” travada no WhatsApp e que Bolsonaro só vencerá a eleição devido às fake news, como se a rejeição ao PT e a Haddad não estivesse batendo recordes em todo o país.  

Numa campanha difamatória contra Bolsonaro, a pecedebista Manuela D’Ávila, vice do poste, compartilhou um vídeo em que dois atores, simulando um motorista dirigindo para uma “madame” preconceituosa, divulgam posições já desmentidas pelo adversário, como a de que Bolsonaro vai acabar com a licença maternidade, com o 13º, e “subir o morro atirando em todo mundo”. Sem citar diretamente o vídeo, o capitão tuitou: “Quão canalha e cara de pau alguém tem que ser pra se colocar como vítima de fake news enquanto espalha aos quatro cantos que votei contra deficientes, que vou aumentar imposto pra pobre, acabar com bolsa-família, com licença maternidade, 13° salário e mais um monte de mentiras?

Na propaganda política, Haddad tem concitado os eleitores a não votarem em seu adversário simplesmente por serem contra o PT. Só falta ele dizer qual seria a alternativa, pois todas as demais opções (que também não eram grande coisa) deixaram o palco após a apuração das urnas no último dia 7. Agora, minha gente, não adianta chorar.  
  
Sobrando tempo, assista a este clipe.

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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

FALTANDO 6 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO



Enquanto a gente sofre com a síndrome do macaco (para saber do que se trata, clique aqui e veja a foto no final da postagem), PT e PDT padecem da síndrome do mau perdedor. O primeiro por estar prestes a levar uma monumental lavada do PSL; o segundo por ter ficado em terceiro lugar no primeiro turno. Inconformados, ambos pleiteiam a cassação de Bolsonaro, baseados numa denúncia de que empresários teriam bancado a compra de “pacotes de disparo de mensagens pelo WhatsApp contra o PT”, que foi publicada pela Folha na semana passada.

Chega a ser hilário um pedido desses partir do PT, que sempre jogou sujo o jogo eleitoral, tanto na esfera legal quanto do ponto de vista moral. À extensa lista de infrações cometidas pela seita do inferno ao longo de três governos e meio, acrescentam-se na reta final desta campanha erros crassos equivocadamente tratados no noticiário como “estratégias”. Da insistência na candidatura falaciosa do criminoso de Garanhuns ao prosaico “Lula Livre”, do “mensalinho do Twitter — em que influenciadores foram pagos para postar loas a candidatos petistas — à retomada da programática passado, culminando com a conversão súbita ao dito pelo não dito no segundo turno, a legenda da estrela apagada só fez reforçar as razões do modelo rejeitado pelo eleitorado — que Bolsonaro soube tão bem cooptar jogando com a manipulação das emoções negativas.

Observação: Haddad afirma que está disposto a debater com Bolsonaro a qualquer momento e em qualquer lugar, mesmo numa enfermaria, e o capitão diz que “quem conversa com poste é bêbado”. A julgar pelos nível dos últimos confrontos televisivos entre João Doria e Marcio França — no da Globo o mediador chegou a dizer que esperava que ambos sobrevivessem ao programa e no da Record a baixaria foi ainda pior —, os eleitores não vão perder grande coisa, já que ninguém parece disposto a discutir programas de governo, mas apenas atacar o adversário para tentar ganhar no grito. Triste Brasil.

Na guerra generalizada de fake news, o PT é tanto vítima quanto algoz, como no caso recente em que Haddad tuitou uma informação falsa (que depois apagou) sobre suposto voto de seu adversário contra um projeto de lei envolvendo a inclusão de portadores de deficiência — e isso vários dias depois de a informação já ter sido desmentida nas mídias sociais. É nítida, portanto, a impressão de esse insurgimento do PT não passa de mera tentativa de “vencer no tapetão”, e que o PSL resolveu surfar nessa onda, vislumbrando a possibilidade — remota, mas enfim... — de anulação do primeiro turno e de um segundo pleito tendo como adversários o segundo e o terceiro colocados no sufrágio do último dia 7.

Observação: Segundo Maurício Lima publicou na seção Radar da revista Veja, o próprio Lula já admitiu abertamente a derrota na eleição. Na visão dele e da cúpula do PT, só um grande escândalo poderia mudar o resultado final. Talvez seja isso que Haddad e o PT, com uma ajudinha da Folha, estão querendo produzir com essa "denúncia".

O Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral estão aí para receber denúncias, promover investigações e julgar os casos que chegarem à corte, mas será que há consistência na acusação envolvendo Bolsonaro, seus apoiadores e o WhatsApp? (a propósito, assistam ao vídeo no final desta postagem). Será que não faltam indícios de materialidade do suposto crime eleitoral, já que não foi apresentada comprovação de que o esquema realmente existiu, colocando em xeque a própria fundamentação da denúncia?

Na última sexta-feira, o WhatsApp cancelou as contas das agências  mencionadas na reportagem da Folha, mas não deu maiores detalhes sobre o teor dos conteúdos que foram compartilhados, o que não permite inferir se os envios eventualmente já feitos configurariam a existência de um esquema criminoso. Supondo que haja empresários pagando agências para disparar mensagens as tais mensagens, seria preciso apurar se o dinheiro vem de pessoas físicas ou jurídicas, já que empresas não podem contribuir para campanhas eleitorais, mas seus donos podem — ao menos dentro de certos limites.

A capa da Folha fala em “empresas” e o título da reportagem, em “empresários”. Apesar do uso do plural, apenas a rede de lojas Havan foi citada, e seu proprietário negou ter pago pelo envio de mensagens. Junte-se a isso o fato de a denúncia não envolver doação oficial de campanha — para caracterizar caixa 2, seria preciso comprovar que o esquema foi realizado com conhecimento ou anuência de Bolsonaro; se tiver sido fruto de iniciativa independente, tomada por apoiadores do candidato, não se pode considerá-lo doação irregular de campanha.

Supondo que se trate de uma ação individual sem o conhecimento da campanha do capitão, a resolução 23.551/2017 do TSE proíbe expressamente a compra de cadastros e pune os responsáveis pelo envio das mensagens, independentemente de terem alguma ligação formal com a campanha, mas o candidato só é responsabilizado se for comprovado seu prévio conhecimento. E se o envio de mensagens tiver usado apenas a base de dados fornecida pela própria campanha, com os números de pessoas que voluntariamente se dispuseram a informar seus dados? Mais uma vez, a reportagem diz que houve compra de cadastros, mas não apresenta provas, além do que a referida resolução do TSE não prevê todas as situações nem delimita até onde vai a liberdade individual quando se trata de ajudar um candidato.

Caberá ao MPE investigar as denúncias. Se efetivamente for possível ir além do que foi publicado até agora, amarrar todas as pontas soltas — que são muitas — e se apurar que há realmente indícios de crime eleitoral, que o caso seja levado ao TSE, a quem caberá julgar e responsabilizar os envolvidos (o que não exclui o próprio Bolsonaro). Do contrário, teremos de nos questionar se não estamos diante de mais uma tentativa petista de deslegitimar uma eleição que o PT está prestes a perder, mostrando como o discurso que tenta colocar a legenda no “campo democrático” não passa de mais um engodo do partido, que desde o início do ano vem tumultuando o processo sucessório com o (felizmente já esquecido) “eleição sem Lula é fraude”.

O TSE ficou de se pronunciar na tarde deste domingo (ontem), mas o que eu consegui apurar até a conclusão deste texto é que foi decretado sigilo no inquérito instaurado pela PF a pedido da PGR/PGE Raquel Dodge (para investigar o disparo de fake news em massa pelo WhatsApp referentes a Bolsonaro e Haddad), e que a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou que não há “base empírica” para as “criativas teses” em mensagens de conteúdo falso que lançam suspeitas sobre o processo eleitoral. Em suas próprias palavras: “As criativas teses que intentam contra a lisura do processo eleitoral não possuem base empírica. Estão voltadas à disseminação rápida de conteúdos impactantes sem o compromisso com a verdade. A resposta da instituição, ao contrário, há de ser responsável, após análise das imputações. Reafirmo: o sistema eletrônico eleitoral é auditável. Qualquer fraude nele necessariamente deixaria digitais, permitindo a apuração das responsabilidades.”

Indagada sobre eventual falha do TSE no combate à disseminação de mensagens com conteúdo falso, Rosa Weber negou, mas ponderou que a desinformação é um fenômeno mundial para o qual não há uma solução “pronta e eficaz”. Novamente, nas palavras da presidente da Corte: “A desinformação visando minar a credibilidade da Justiça Eleitoral, a meu juízo, é intolerável e está merecendo a devida resposta. Nossa resposta está se dando tanto na área jurisdicional como também na própria área administrativa. Agora, se tiverem a solução para que se evitem ou se coíbam 'fake news', por favor, nos apresentem. Nós ainda não descobrimos o milagre.”

Eventuais novidades sobre mais esse circo mambembe serão objeto do post de amanhã, ou, em havendo relevância maior, numa postagem em edição extraordinária.


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domingo, 21 de outubro de 2018

A UMA SEMANA DO 2º TURNO, PT ARMA CIRCO MARAMBAIA NA JUSTIÇA ELEITORAL




SE VOCÊ AINDA NÃO PERCEBEU QUEM OS POLÍTICOS, MINISTROS DE TRIBUNAIS, GÊNIOS DOS PARTIDOS ETC. ESCOLHERAM PARA FAZER O PAPEL DE PALHAÇO NESSE PICADEIRO, OLHE-SE NO ESPELHO.

Mesmo ciente da inelegibilidade chapada de Lula, o PT levou sua candidatura adiante o quanto pode, de olho na “transferência de votos” para o (sempre negado) “plano B” — que acabou sendo Haddad devido à recusa do brioso Jaques Wagner em se prestar ao papel de fantoche). Agora, às vésperas do segundo turno, quando tudo indica que sua derrota será acachapante, a seita do inferno, rápida como um raio, se articula para melar a eleição e ganhar “no tapetão”, deslegitimando a eventual vitória de Bolsonaro mediante a acusação de que sua candidatura está sendo impulsionada nas redes sociais por organizações que atuam no “subterrâneo da internet”. Ou, nas palavras da ainda senadora Gleisi Hoffmann

Eu acuso o senhor [Bolsonaro] de patrocinar fraude nas eleições brasileiras. O senhor é responsável por fraudar esse processo eleitoral manipulando e produzindo mentiras veiculadas no submundo da internet através de esquemas de WhatsApp pagos de fora deste país. O senhor está recebendo recursos ilegais, patrocínio estrangeiro ilegal, e terá que responder por isso. (…) Quer ser presidente do Brasil através desse tipo de prática, senhor deputado Jair Bolsonaro?

Como salientou o Estadão em editorial, “se vem do PT, não pode ser casual”.

À narrativa da fraude eleitoral junta-se o esforço para que o partido se apresente ao eleitorado — e, mais do que isso, à História — como o único que defendeu a democracia e resistiu à escalada autoritária supostamente representada pela possível eleição de Bolsonaro. Esse “plano B” foi lançado quando ficou claro que a patranha lulopetista da tal “frente democrática” não enganou ninguém.

A própria ideia de formação de uma “frente democrática” é, em si, uma farsa lulopetista, destinada a dar ao partido a imagem de vanguarda da luta pela liberdade contra a “ditadura” de Bolsonaro. Tudo isso para tentar fazer os eleitores esquecerem que o PT foi o principal responsável pela brutal crise política, econômica e moral que o País ora atravessa — e da qual, nunca é demais dizer, a candidatura Bolsonaro é um dos frutos. Como os eleitores não esqueceram, conforme atesta o profundo antipetismo por trás do apoio a Bolsonaro, o partido deflagrou as denúncias de fraude contra o adversário. Aliás, o pau-mandado de Lula chegou até mesmo a mencionar a hipótese de “impugnação” da chapa de Bolsonaro por, segundo ele, promover “essa campanha de difamação tentando fraudar a eleição”.

Observação: Como é que uma frente política pode ser democrática tendo à testa o PT, partido que pretendia eternizar-se no poder por meio da corrupção e da demagogia? Como é que os petistas imaginavam ser possível atrair apoio de outros partidos uma vez que o PT jamais aceitou alianças nas quais Lula não ditasse os termos, submetendo os parceiros às pretensões hegemônicas do demiurgo que hoje cumpre pena em Curitiba por corrupção?

O PT tenta mais uma vez manter o País refém de suas manobras ao lançar dúvidas sobre o processo eleitoral, como fez ao testar os limites legais e a paciência do eleitorado sustentando a candidatura do criminoso de Garanhuns — e bom lembrar que, até bem pouco tempo atrás, o partido denunciava, inclusive no exterior, que “eleição sem Lula é fraude”. Tudo isso reafirma a natureza profundamente autoritária de um partido que não admite oposição, pois se julga dono da verdade e exclusivo intérprete das demandas populares. O clima eleitoral já não é dos melhores, e o partido ainda quer aprofundar essa atmosfera de rancor e medo ao lançar dúvidas sobre a lisura do pleito e da possível vitória de seu oponente. Mas nada disso surpreende, considerando que essa corja sempre se fortaleceu na discórdia, sem jamais reconhecer a legitimidade dos oponentes — prepotência que se manifesta agora na presunção de que milhões de eleitores incautos só votaram em Bolsonaro porque “foram manipulados fraudulentamente pelo subterrâneo da internet”.

Como vivemos no país do faz de conta, parece que essa palhaçada — a exemplo da candidatura do presidiário, a seu tempo — ainda vai dar pano pra manga. A ação movida pela coligação do PT, baseada em uma reportagem da Folha, foi distribuída e terá como relator o ministro Jorge Mussi, corregedor-geral eleitoral. Paralelamente, O PDT de Ciro Gomes ingressou com um pedido para anular o primeiro turno do das eleições (ele foi encaminhado ao corregedor-geral do TSE e tem o mesmo fundamento inicial da ação movida pelos petistas).

Tudo somado e subtraído, a ideia que fica é de que isso é coisa de mau perdedor. Resta saber como a Justiça Eleitoral se pronunciará a respeito. O pedido de cassação da chapa Dilma-Temer, apresentado pelos tucanos quando a anta vermelha derrotou o mineirinho safado por um punhado de votos, demorou mais de 3 anos para ser julgado, e o resultado foi o Circo Marimbondo montado pelo então presidente da Corte Eleitoral, ministro Gilmar Mendes. Aliás, se você não percebeu quem os políticos, ministros de tribunais, gênios dos partidos etc. escolheram para fazer o papel de palhaço nesse picadeiro, olhe-se no espelho.



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sábado, 20 de outubro de 2018

FALTAM 8 DIAS PARA AS ELEIÇÕES NO PAÍS DO CABEÇA PARA BAIXO




Era uma vez, numa terra muito distante, o País do Cabeça Para Baixo. Lá, tudo é ao contrário. A água, ao invés de descer, sobe pelas cachoeiras. As árvores crescem de ponta cabeça, com as raízes para cima e as copas enterradas no chão. Os carros andam de ré. A chuva brota do chão e cai para cima. As conversas começam com “adeus” e terminam em “oi”. Nesse país, tudo é o oposto do que a gente imagina. O que é feio é bonito e o que é bonito é feio. O que é velho é novo e o que é novo é velho.

Quando você mora no País do Cabeça Para Baixo, compreende que a vida pode ser muito mais fácil. Por exemplo, as leis são feitas para ser ignoradas; então você pode fazer o que bem entender. As regras existem para ser burladas, e sempre tem um jeitinho ou alguém que, por um trocado, resolve seu problema.

Quem mora no País do Cabeça Para Baixo aprende desde criança que estudar não é importante, porque não tem escola pra todo mundo. Nem esgoto, nem hospitais, nem segurança. Mas tudo bem, porque no País do Cabeça Para Baixo fartura é faltar.

No País do Cabeça Para Baixo, pensar no coletivo é investir no ego. Roubar não é grave. Principalmente se for político. Se alguém disser alguma coisa, eles respondem que tudo é feito pelo bem do povo. E o povo acredita.

No País do Cabeça Para Baixo, as pessoas acreditam em tudo. Em promessas, em boatos e até em mentiras deslavadas. E as verdades, aquelas óbvias e inquestionáveis, todos acham que são mentiras. Como é tudo ao contrário do que a gente imagina, quanto mais o tempo passa, menos se aprende sobre a vida, sobre as pessoas e sobre o mundo.

Este ano estão acontecendo eleições no País do Cabeça Para Baixo. Eleições são um período onde o País do Cabeça Para Baixo fica especialmente diferente de tudo que já se viu. Só o Carnaval é mais estranho que isso, com todo mundo andando pelado pelas ruas. As eleições, contando ninguém acredita.

Os dois candidatos que disputam a presidência, por exemplo, são os que mostram bem como pensa quem vive no País do Cabeça Para Baixo. O primeiro candidato nem é um candidato de verdade — está mais para um porta-voz, um candidato de mentira. É que, como o candidato para valer está preso, esse outro ocupa seu lugar.

Isso mesmo que você ouviu: preso. O tal candidato de verdade foi preso por corrupção, mas, mesmo preso, continua mandando e desmandando no que o candidato de mentira pode falar. Assim, antes de se pronunciar, o candidato de mentira tem de passar na cadeia para saber o que pode e o que não pode dizer. Porque, no País do Cabeça Para Baixo, preso é solto e solto é preso.

Você pode achar estranho, mas é só porque não vive nesse país. Muito mais estranho é que, quando a bola entra no gol, é escanteio. Quando vai fora, é gol. Vai entender.

E tem o outro candidato. Um sujeito que diz que é “a favor da tortura”, que “tem de fechar o Congresso”, que abertamente se posiciona contra gays, índios, negros, e por aí vai. Um monte de gente vibra com isso, porque no País do Cabeça Para Baixo o que é bom é ruim e o que é ruim é bom.

Um dos dois candidatos vai ganhar, e a vida vai seguir seu curso. Porque o correto, no País do Cabeça Para Baixo, é não ligar para nada. 

Em alguns meses, ninguém lembra nem em quem votou, porque no País do Cabeça Para Baixo quem sofre de amnésia é que lembra de tudo.

E olha, até hoje sempre deu certo. Que para nós, na verdade, é errado.

Texto de Mentor Neto.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

ELEIÇÕES — FALTANDO 9 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO...




Antes de qualquer outra coisa, cumpre esclarecer que a charge que ilustra esta postagem nada tem a ver com o texto, mas eu simplesmente não resisti. Dito isso, vamos em frente.

Um amigo meu diz que está com a “síndrome do macaco” (vide imagem autoexplicativa no final desta postagem). Vai ver esse troço é contagioso, pois também pra mim está ficando cada vez mais difícil aturar as baixarias dessa campanha eleitoral, assistir aos debates e não perder a paciência diante da avalanche de fake news espalhadas pelos adeptos de ambos os postulantes e replicadas pelos sem-noção de plantão. Mas mais difícil ainda é escrever sobre política num momento como esse. E não por falta de assunto.

Torno a insistir que não concordo com tudo que Bolsonaro diz, mas sou totalmente avesso à volta do PT ao poder, sobretudo quando isso significaria ter no Planalto um fantoche que não é capaz de dar um arroto sem pedir autorização a um criminoso condenado e encarcerado por ter rapinado o Erário a pretexto de levar adiante seu espúrio projeto de poder. Em suma, é exatamente isso que uma eventual vitória de Haddad representaria, digam o que disserem os 30% do eleitorado que apoiam esse total desatino. Mas não adianta chorar sobre o leite derramado. A dicotomia começou por culpa vocês sabem de quem, com aquela história do nós contra eles, cresceu em progressão geométrica e contaminou inexoravelmente a sociedade como um todo e todas as esferas do poder — haja vista a cizânia que se instalou entre os membros da nossa mais alta Corte de Justiça. Daí não ter sido exatamente surpreendente o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, no qual candidatos “mais de centro” e muito mais preparados foram preteridos pelo eleitorado. Agora é tarde, Inês é morta, e o que temos de aturar até o dia 28 é a campanha do “votem em mim não por mim mesmo, mas contra meu adversário”.

Ao PT, mergulhado até os beiços em esquemas de corrupção, resta apontar os defeitos do deputado-capitão, já que as próprias qualidades do partido caíram em descrédito — aliás, guardadas as devidas proporções, em idêntica situação se viram os advogados do ex-presidente petralha, que, sem elementos para refutar as acusações, passaram a atacar o Judiciário, mas isso é outra conversa. Sem demonstrar qualquer arrependimento de seus atos espúrios — e olha que não foram poucos —, os petistas ficaram sem o suporte de um aliado certo — o PDT de Ciro Gomes — e não conseguiram o esperado apoio de Fernando Henrique (aliás, só mesmo se o grão-tucano tivesse sangue de barata, depois de 15 anos sendo duramente criticado e responsabilizado por uma falaciosa “herança maldita” que jamais existiu fora do imaginário dar corja vermelha).

No outro canto do ringue, Bolsonaro, com uma imodéstia, digamos, desbragada, diz que já está “com uma mão na faixa”. Convém não contar com o ovo na cloaca da galinha nem cantar vitória antes da hora, mas o fato é que, a julgar pelas pesquisas e, principalmente, pelo resultado do primeiro turno (e aí não há que se falar em margem de erro, embora estejamos no Brasil, e no Brasil nem o passado é previsível), tudo indica que o prato da balança penderá para o lado do Capitão Caverna.

Observação: Para qualquer náufrago, jacaré é tronco: enquanto o fantoche do presidiário de Curitiba fez o diabo para disseminar nas redes sociais as imagens de um menino apontando e atirando contra o pai — como forma de pregar o direito à vida e exaltar o risco da morte se a política do adversário for para valer —, Bolsonaro não precisou fazer o menor esforço para impulsionar o vídeo em que Cid Gomes chama a atenção para “os babacas” do PT (se você ainda não viu, clique aqui para acessar o post onde eu o incluí; são pouco mais de 4 minutos, mas que valem cada segundo).

Para encerrar esta postagem (afinal, a “síndrome do macaco” é inclemente), transcrevo mais um texto magistral do jornalista J.R. Guzzo, cuja leitura recomendo enfaticamente:

As últimas pesquisas de “intenção de votos” que estão circulando na praça dizem, em números redondos, que Jair Bolsonaro está com cerca de 60% das preferências do eleitorado, contra 40% de Fernando Haddad. Mas esperem um momento: deve haver alguma coisa errada aí. Até às vésperas da votação do primeiro turno, todas as pesquisas (e a mídia insistia muito nesse ponto: todas as pesquisas) garantiam que Bolsonaro perderia de qualquer dos outros candidatos no segundo turno. Repetindo: de qualquer candidato

Nove em cada dez análises se fixavam na importância terminal desta informação vinda da ciência estatística. Podia se contar com diversos cenários, mas uma coisa pelo menos estava certa, acima de toda e qualquer dúvida: o candidato da direita iria perder a eleição no segundo turno, seja lá o adversário que sobrasse para a disputa com ele. Até o Meirelles? Aparentemente, não chegaram a medir a coisa nesses detalhes, mas as manchetes diziam que Bolsonaro perderia de todos os candidatos no segundo turno, e como Meirelles (ou o cabo Daciolo, ou o Boulos, ou o Amoedo, ou o Álvaro Dias etc.) eram candidatos, sempre dá para dizer, tecnicamente, que até essas nulidades ganhariam dele. Não aconteceu nada de extraordinário de lá para cá. Porque, então, as pesquisas preveem agora exatamente o oposto do que previam cinco minutos atrás?

Os institutos de pesquisa fariam uma especial gentileza ao público se explicassem, em umas poucas palavras compreensíveis, por que seus números devem ser levados a sério no segundo turno, se mostram agora o contrário do que mostravam no primeiro. Não conseguindo fazer isso, talvez ficasse mais simples dizer o seguinte às pessoas: “Esqueçam o que a gente deu no primeiro turno. Era tudo chute”. Chute ou torcida, tanto faz, porque uma coisa é tão ruim quanto a outra e, no fim das contas, nenhuma das duas será cobrada. Como sempre acontece, se Bolsonaro ganhar mesmo as eleições, os autores das pesquisas dirão que ficou provado o quanto eles acertaram — pois o resultado que costuma sobrar na memória é o último. 

Daqui a pouco, contando com esquecimento geral por parte do público, estarão propondo novas profecias para quem estiver interessado. E em 2022, ou já em 2021, prepare-se para ler que Lula está na frente de todo mundo com 50%, que Marina está subindo e Ciro Gomes começa a crescer. Bolsonaro, se for eleito agora e se candidatar à reeleição, estará com 0%. Na reta final os números serão ajustados de novo (“ocorreram mudanças no processo decisório”) e tudo continuará como sempre foi.

As pesquisas eleitorais de 2018 deixaram claro, mais que em qualquer eleição anterior, o quanto elas são incapazes de medir aquilo que está realmente na cabeça do eleitor. Foi um desastre. Dilma Rousseff foi garantida como a senadora mais votada do Brasil e ficou num quarto lugar em Minas Gerais. O senador de São Paulo Eduardo Suplicy, outro “eleito” pelas pesquisas, foi exterminado após 27 anos de Senado. Houve erros grotescos nas pesquisas para governador de Minas e Rio de Janeiro — os que acabaram colocados em primeiro lugar tinham 1% dos votos, ou nada muito diferente disso, até poucos dias antes da eleição. Geraldo Alckmin ficou com menos de 5% dos votos. Marina Silva ficou com 1%. No Nordeste, que foi citado durante seis meses seguidos como o grande celeiro de onde Lula poderia operar a sua “volta”, o PT teve 10 milhões de votos a menos que em 2014. Das sete capitais da região, perdeu em cinco.

Erros deste tamanho, por mais que os institutos neguem, são sintoma de alguma coisa profundamente errada no sistema todo. Como escrito acima, tudo isso tende a cair rapidamente no esquecimento, sobretudo porque não há paciência para ficar discutindo um assunto que não interessa mais até a próxima eleição. Mas o problema não vai sumir só porque não se falará mais nele.

As pesquisas, com certeza, não conseguiram captar as correntes que se movimentam no oceano da internet e do mundo digital como um todo. Não entenderam nada sobre o peso que as redes sociais tiveram no processo eleitoral. Seus questionários podem não estar fazendo as perguntas certas, na maneira certa, na hora e no lugar certos. Na disputa nacional, o papel da propaganda obrigatória na televisão, tido como algo sagrado, mostrou que está valendo zero — e as pesquisas não estavam preparadas para isso, nem para o efeito nulo dos “debates” entre candidatos na TV, das opiniões dos comentaristas políticos e da orientação geral da mídia.

Está surgindo um mundo novo por aí. Não será fácil para ninguém começar a entender como ele vai funcionar. Uma boa razão, portanto, para começar já o esforço.

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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

FALTAM 10 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO — QUEM CONVERSA COM POSTE É BÊBADO!


Depois do resultado do primeiro turno, o criminoso de Curitiba concitou seu esbirro a ser “mais Haddad”. A estratégia é descolar sua imagem puída da do poste e se eximir da culpa por uma eventual derrota, para a qual terão contribuído a demora e a relutância na definição do “plano B” do PT.

Lula, que de bobo não tem nada, não esqueceu o fiasco do PT nas eleições municipais de 2016, quando seu poste perdeu a prefeitura de São Paulo para Doria no primeiro turno, mesmo tendo a tiracolo o sumo pontífice da seita do inferno. Mesmo assim, ele atribui sua crescente impopularidade no estado à derrota humilhante de Haddad, quando na verdade dá-se o inverso: a impopularidade do demiurgo é que foi determinante para a derrota de seu protegido — embora este tenha contribuído com uma péssima gestão — muitos paulistanos consideram-no o pior prefeito de todos os temos, embora Celso Pitta, Luiza Erundina, Marta Suplicy e Gilberto Kassab sejam concorrentes de peso ao título.

Observação: Do alto de sua megalomania, o deus pai da Petelândia não se vê como um criminoso condenado e réu em mais meia dúzia de processos. De tanto repetir a narrativa de que é um preso político, um perseguido, uma espécie de mártir, ele parece acreditar nas próprias mentiras.

Falando no poste, um bate-boca entre o dito-cujo e o capitão caverna viralizou nas redes sociais. Tudo começou quando o candidato do PSL tuitou uma mensagem chamando o petista de “fantoche de corrupto” — referindo-se a um comentário do adversário sobre os erros cometidos nos os governos de Lula e Dilma (no tuíte, o deputado disse que narrativa do petista não passava de uma “conversa para boi dormir”).

Essa história de o fantoche de corrupto admitir erros do seu partido é pra boi dormir. A corrupção nos governos Lula/Dilma não era caso isolado, era regra para governar. Por isso estão presos presidente, tesoureiros, ministros, marqueteiros, etc., além de tantos outros investigados”, disse Bolsonaro em sua postagem. E Haddad respondeu: “Tuitar e fazer live é fácil, deputado. Vamos debater frente a frente, com educação, em uma enfermaria se precisar. O povo quer ver você aparecer na entrevista de emprego”.

Bolsonaro tem dito que, mesmo se for liberado pelos médicos para participar dos debates televisivos, só confirmará presença se achar que deve. Em outra publicação, ele chamou o petista de “Andrade”, disse que “quem conversa com poste é bêbado” e insinuou que Haddad pode ser o próximo a cumprir pena na sede da Polícia Federal.

Como se vê, o nível da campanha é "o melhor possível". Mas esses bate-bocas até que são interessantes. Já que o troço virou circo, vamos às palhaçadas.

Piada do dia:


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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTAM 11 DIAS...



A oportunidade de escolher um candidato “mais ao centro do espectro político-partidário” se perdeu no último dia 7. Agora não adianta chorar. Resta-nos o Capitão Caverna ou o fantoche do presidiário de Curitiba — o pior dos cenários, sem dúvida, mas previsível à luz da crescente polarização do eleitorado.

Não sei o que esperar de Bolsonaro na presidência, mas sei como foi ter o PT no poder. No mais das vezes, é melhor ficarmos com o diabo que conhecemos, mas toda regra tem exceção, e a eleição do próximo dia 28 me parece ser uma situação excepcional.

A pouco mais de uma semana do segundo turno, todas as pesquisas indicam a vitória de Bolsonaro por uma vantagem considerável, embora ele seja o candidato dos sonhos somente para os bolsomínions — mais ou menos como Lula em relação aos sectários do lulopetismo. Isso significa que seu favoritismo se deve a um repúdio maciço ao PT, ou por outra, ao medo de o demiurgo de Garanhuns voltar ao poder, ainda que encarnado no fantoche que se empenha mais a cada dia em desconstruir sua própria imagem para se travestir no mestre e conquistar a simpatia da patuleia.

A pesquisa mais recente do Ibope não só reafirmou o favoritismo do capitão como também o declínio de sua rejeição, que às vésperas do primeiro turno era de 43% e agora caiu para 35%. Já o repúdio a Haddad cresceu de 36% para 47%, superando o do adversário pela primeira vez desde o início da campanha.

Sondados pelo staff petista, Joaquim Barbosa e Fernando Henrique não demonstraram grande entusiasmo em apoiar Luladdad. Jaques Wagner — que era o primeiro da lista no “plano B” do PT, mas preferiu (sabiamente) disputar uma vaga no Senado — chegou mesmo a reconhecer que o partido deveria ter desistido da candidatura própria e apoiado Ciro Gomes. Aliás, Lula atuou nos bastidores para minar as chances de Ciro chegar ao segundo turno, e agora está colhendo o que plantou: o cangaceiro de araque (Ciro é paulista de Pindamonhangaba) viajou para a Europa e seu irmão Cid, durante um ato de campanha petista no Ceará, disse à patuleia que o PT deveria ter pedido desculpas pelas “besteiras que fizeram”, por “aparelharem as repartições públicas” e por “acharem que eram os donos de um país que não aceita ter dono”. O circo pegou fogo, como se pode conferir no vídeo que eu inseri na postagem anterior (são cerca de 4 minutos, mas que valem cada segundo).

Observação: Para não perder a liderança da esquerda, o presidiário de Curitiba barrou de todas as maneiras a aliança com o PDT, inclusive ameaçando o PSB de lançar candidato em Pernambuco se o partido apoiasse Ciro. Agora, quando tudo indica que Inês é morta, surgem dentro do próprio PT sugestões de lançar a candidatura de Ciro em 2022.

A pouco mais de uma semana do segundo turno, combater Bolsonaro com um discurso genérico sobre valores e democracia, direcionado a um eleitorado eminentemente antipetista, me parece perda de tempo. Mesmo que atraísse para si todos os votos brancos e nulos, o fantoche de Lula não conseguiria vencer o adversário, e roubar seus eleitores é uma missão quase impossível, pois quem vota no capitão não vota no PT. Além disso, a ideia de formar uma aliança pluripartidária “a favor da democracia” não só não deu certo como foi desmentida (ou talvez por não ter dado certo é que foi desmentida) pelo próprio Jaques Wagner.

Bolsonaro tenta se mostrar menos radical e vem evitando os debates (que decididamente não são a sua praia). Pode ser uma boa estratégia: com ou sem debates, os que votaram nele não mudarão seu seu votos, assim como os seguidores da seita do inferno também não o farão. Se o candidato do PSL conseguir controlar seus verdadeiros adversários — que são ele próprio, seu vice e seu staff, que nem sempre cantam em coro e não raro cometem erros primários em seus pronunciamentos —, sua vitória está praticamente assegurada.

Observação: Bolsonaro deve passar por nova avaliação médica nesta quinta-feira, 18, quando será liberado (ou não) para participar de debates televisivos. Desde que teve alta, ele gravou transmissões ao vivo quase que diárias nas redes sociais, deu entrevistas a rádios e emissoras de TV e participou de alguns atos públicos, mas não dos debates programados pela Band, Gazeta e Rede TV. E o mesmo deve ocorrer no do SBT, que estava previsto para esta quarta-feira. E ainda que seja liberado pelos médicos, ele pode não participar dos debates da Record e da Globo, programados respectivamente para os próximos dias 21 e 26. Segundo o UOL, o capitão só irá aos debates “se achar que deve; se achar que não, não vai participar”. A Band remarcou seu para a próxima sexta-feira, “a depender da decisão que os médicos tomarão na quinta e que o próprio Bolsonaro tomará na sequência”, segundo o jornalista Ricardo Boechat, escalado para mediar o debate.

Os próximos anos não serão fáceis, independentemente de quem for o presidente da vez, pois sua popularidade irá evaporar tanto se ele se empenhar nas reformas necessárias ao combate do desequilíbrio fiscal quanto se não as levar adiante. Todavia, considerando os presidenciáveis que disputarão o segundo turno, o Brasil sairá do pleito mais dividido do que nunca. 

Com bem salientou Mario Vitor Rodrigues na Gazeta do Povo, “se somarmos à inabilidade política do grupo que tende a assumir o poder o seu voluntarismo para ferir estruturas básicas no senso comum e o fato de que não há função mais talhada para a esquerda do que jogar pedra na vidraça, talvez o bolsonarismo encontre a sua verdadeira vocação em poucos anos, qual seja reavivar uma esquerda que tinha tudo para passar um bom tempo no ostracismo, não fosse ela convidada para uma festa em que sempre soube muito bem como se comportar”.

Para relembrar, veja como age o candidato que se diz pronto para debater com quem for e em qualquer lugar:


E para encerrar, uma foto que traduz com rara sensibilidade como a maioria de nós se sente em relação ao cenário político:


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terça-feira, 16 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTAM 12 DIAS




Quem acompanha minhas despretensiosas postagens sabe o que eu penso sobre as pesquisas de intenção de voto. Aliás, estatísticas devem ser tratadas com muito cuidado — basta lembrar a história dos cientistas que colocaram um sujeito com a cabeça no freezer e os pés no forno e não entendiam por que ele berrava tanto, já que, na média, deveria se sentir confortável.

Acho difícil acreditar que a opinião de 2.000 entrevistados em cento e poucos municípios traduz o que pensam mais de 140 milhões de eleitores em quase 5.600 cidades brasileiras. A propósito, basta relembrar a eleição de Doria no primeiro turno do pleito de 2016 e do retumbante fiasco de Dilma no da semana passada — embora fosse tida e havida como favorita por todos os institutos de pesquisa, a anta vermelha não chegou nem perto de se eleger.

Dias atrás, um novo levantamento feito pelo Datafolha apurou que Bolsonaro está 16 pontos percentuais à frente de Luladdad na contagem de votos válidos (58% a 42%). Para superar o capitão, o dublê de fantoche e alter ego do presidiário de Curitiba precisaria conquistar todos os votos nulos, em branco ou de indecisos.

A pesquisa FSB/BTG Pactual, cujos resultados foram divulgados nesta segunda-feira, diz que o candidato do PSL está 18 pontos percentuais à frente do  petista nas intenções de voto, e que sua rejeição é de 38%, enquanto a do adversário chega a 53%. Já os números publicados pelo Instituto Paraná Pesquisas — também nesta segunda-feira — dão conta de que Bolsonaro tem 59,1% das intenções de voto, contra 25,5% de Haddad (mais detalhes na figura abaixo).


Por essas e outras — mais um gripe que ninguém merece —, vou ficando por aqui, não sem antes relembrar que não concordo 100% com tudo que Bolsonaro diz, mas sou 1.000% contrário à volta do PT ao poder.

Falando no diabo, digo, nos petistas, vale a pena assistir ao vídeo abaixo até o final. São cerca de quatro minutos, mas que valem cada segundo:

   

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domingo, 14 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTAM 14 DIAS


Uma vitória de Haddad no segundo turno seria mudar em 15 dias tudo o que o eleitorado brasileiro fez no primeiro, ao varrer medalhões da política e alguns próceres petistas. Não por acaso a imagem do presidiário de Curitiba desapareceu da campanha de seu fantoche e a cor vermelha, tradicional do PT, foi substituída pelo verde e amarelo.

Observação: Curiosamente, nas manifestações populares que eclodiram em 2013 e apoiaram o impeachment da anta vermelha, quem vestia camisa verde e amarela, sobretudo da Seleção, era ridiculamente acusado de “coxinha” pela turma da mortadela. Agora são os cartazes do PT que exibem militontos ostentando as cores da pátria, com a mão no peito e o olhar perdido no horizonte. Uma pantomima digna do socialismo dos tempos de Stalin.

Lula continua sendo “o grande líder” do PT e de seus satélites, mas sua rejeição cresceu a tal ponto que, na opinião do diretor do Ibope, o petralha teria sido derrotado se disputasse pessoalmente o pleito, como queriam ele e seu partido  — daí sua abjeta figura e a cor vermelha terem saído de cena na propaganda de Haddad.

Décadas se passarão até que o eleitorado tupiniquim aprender a votar. Mesmo assim, contrariando as expectativas, as urnas foram inclementes com clãs da velha política e candidatos envolvidos em corrupção. O hoje senador e presidente do Congresso não se reelegeu — e já disse que vai se retirar da vida pública. Como nada é perfeito, seu antecessor conquistou mais um mandato, e seu rebento, Renan Filho, foi reeleito governador (vale lembrar que Alagoas é o reduto de Collor, e que o ex-presidente, mesmo depois de impichado e privado dos direitos políticos, voltou ao cenário, tão logo a suspensão terminou, como o senador mais votado pelos alagoanos). Desta vez, porém, o folclórico caçador de marajás ameaçou disputar a presidência, mudou o foco para o governo do Estado e acabou se resignando a continuar no Senado até 2022 (vale lembrar que o mandato de senador é de 8 anos, e a cada 4 anos são renovados 1/3 ou 2/3 da composição da Casa). 

Os pimpolhos do imortal José Sarney também foram penalizados: nem Zequinha se reelegeu deputado, nem Roseana — que governou o Maranhão por quatro legislaturas desde 1995 — conseguiu desbancar o pecedebista Flavio Dino, que foi reeleito governador com 59,29% dos votos válidos.

Observação: Para quem não se lembra, Sarney, o velho, ingressou na política em 1954, sobreviveu à ditadura como político da ARENA (que ele chegou a presidir durante os anos de chumbo, já que sempre foi puxa saco dos poderosos da vez). Mais adiante, o partido passou a se chamar PDS, depois PFL e finalmente DEM. Em algum momento dessa sopa de letras, articulações políticas lideradas por Tancredo Neves e Ulysses Guimarães resultaram na formação da Aliança Democrática, que uniu a Frente Liberal com o PMDB e elegeu Tancredo o primeiro presidente civil desde o golpe de 1964. O resto é história recente. Sarney, que era vice na chapa do político mineiro, ascendeu à presidência com a morte do titular, e a despeito de ter feito um governo de merda, conseguiu se abancar no Senado — primeiro por seu estado natal, depois pelo Amapá — e de lá não desgrudou até 2013, quando deixou a vida pública a pretexto de se dedicar integralmente à literatura. Conta-se que certa vez um dilúvio assolou o Maranhão, e Sarney, ao ser informado pela filha Roseana — então governadora — que metade do estado estava debaixo d’água, perguntou: — A sua metade ou a minha?  

Nas alas do PT, Lindbergh Farias, Jorge Viana, Eduardo Suplicy e Gleisi Hoffmann ficarão de fora Senado na próxima legislatura. “Coxa”, que é presidente nacional do PT mas não é trouxa, baixou o facho, mirou na Câmara Federal e conseguiu uma cadeira, junto com — pasmem! — Zeca Dirceu. Mas a cereja do bolo foi o fiasco de Dilma, cuja eleição para o Senado era tida e havida como certa em todas as pesquisas. No computo geral, dos 513 deputados federais eleitos no último dia 7, 102 vão assumir um mandato na Câmara pela primeira vez. Se isso é um bom sinal, ou não, só o tempo dirá.

A duas semanas do segundo turno, o acirramento da política em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física e até em assassinato. Nos últimos dias foram registrados no país diversos casos de agressão por motivação política. Entrementes, Bolsonaro resolveu não participar de debates na TV, menos por questões de saúde e mais por estratégia. Mas segue dando entrevistas para emissoras de rádio e TV — Haddad chiou, mas o TSE não viu irregularidades nas entrevistas. Aliás, para os petistas, vale tudo na busca por apoio: além de tentar conquistar os católicos — depois que os evangélicos “fecharam” com o capitão —, o fantoche de Lula está namorando o ex-candidato a candidato e ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, que era presidente da Corte à época do julgamento do Mensalão. Como se vê, na guerra e no amor vale tudo.

Sob a coordenação de Jaques Wagner — que declinou do convite para ser o bobo da corte de Lula e disputar a presidência em seu lugar, caso a candidatura do molusco fosse rejeitada —, o PT arma mais uma tramoia contra o povo brasileiro, tentando vender a imagem de “bastião da democracia” ante o avanço da candidatura de Bolsonaro. Ninguém ameaçou mais a democracia do que o PT, como relembra, em editorial, o Estadão. Quando Lula ocupava a Presidência e desfrutava de expressivo apoio popular, a legenda optou por subverter a democracia representativa com o mensalão, e jamais pediu desculpas à população por ter desrespeitado o princípio constitucional de que todo o poder emana do povo — sob o jugo do PT, o poder emanava do dinheiro periodicamente pago aos parlamentares. 

Como se não bastasse, a quadrilha vermelha gestou e pariu o petrolão, visando à apropriação de todo o aparato do Estado em prol de sua causa político-partidária. Mais recentemente, instituiu uma verdadeira cruzada contra o Judiciário, já que várias instâncias da Justiça entenderam que a lei vale também para seu eterno presidente de honra. Na visão dessa corja, todo o Estado Democrático de Direito deveria se curvar ao grande líder — como nos regimes admirados pelos petistas, onde o Judiciário não tem “a audácia” de condenar líderes populares por corrupção e lavagem de dinheiro.

Lula e seus seguidores fizeram de tudo para desrespeitar as regras eleitorais, pregando que, se o presidiário não pudesse se candidatar, a eleição seria uma fraude. “Eleição sem Lula é golpe”, repetiram por todo o País. Sem nenhum apreço pelo princípio da igualdade de todos perante a lei, a fantasiosa argumentação era um descarado pedido de privilégio para o sumo sacerdote da Petelândia, a quem a Lei da Ficha-Limpa não se aplicava. E para que não pairassem dúvidas, o programa de governo de Luladdad foi talhado à imagem e semelhança do modelo bolivariano, com vistas a subverter a democracia representativa. 

Além de instalar conselhos populares, o PT quer “expandir para o presidente da República e para a iniciativa popular a prerrogativa de propor a convocação de plebiscitos e referendos”, fala abertamente em “instituir medidas para estimular a participação e o controle social em todos os Poderes da União e no Ministério Público”, e para coroar suas pretensões autoritárias menciona a necessidade de um “novo marco regulatório da comunicação social eletrônica”. 

Quando o PT pede votos em seu “campeão da defesa democrática do País”, falta-lhe credibilidade, já que passado e presente o desmentem. Depois dessa, só mesmo acendendo velas, muitas velas, para a Padroeira do Brasil.


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