Uma vitória de Haddad no segundo turno seria mudar em
15 dias tudo o que o eleitorado brasileiro fez no primeiro, ao varrer medalhões
da política e alguns próceres petistas. Não por acaso a imagem do presidiário
de Curitiba desapareceu da campanha de seu fantoche e a cor vermelha,
tradicional do PT, foi substituída pelo verde e amarelo.
Observação: Curiosamente, nas manifestações populares que eclodiram em
2013 e apoiaram o impeachment da anta vermelha, quem vestia camisa verde e
amarela, sobretudo da Seleção, era ridiculamente acusado de “coxinha” pela
turma da mortadela. Agora são os cartazes do PT que exibem militontos
ostentando as cores da pátria, com a mão no peito e o olhar perdido no
horizonte. Uma pantomima digna do socialismo dos tempos de Stalin.
Lula continua
sendo “o grande líder” do PT e de seus satélites, mas sua rejeição cresceu a tal
ponto que, na opinião do diretor do Ibope, o petralha teria sido derrotado se disputasse pessoalmente o pleito, como queriam ele e seu partido — daí sua abjeta figura e a cor vermelha terem saído de cena na propaganda de Haddad.
Décadas se passarão até que o eleitorado tupiniquim aprender
a votar. Mesmo assim, contrariando as expectativas, as urnas foram inclementes
com clãs da velha política e candidatos envolvidos em corrupção. O hoje senador
e presidente do Congresso não se reelegeu — e já disse que vai se retirar da
vida pública. Como nada é perfeito, seu antecessor conquistou mais um mandato,
e seu rebento, Renan
Filho, foi reeleito governador (vale lembrar que Alagoas é o reduto de Collor, e que o ex-presidente, mesmo
depois de impichado e privado dos direitos políticos, voltou ao cenário, tão
logo a suspensão terminou, como o senador mais votado pelos alagoanos). Desta
vez, porém, o folclórico caçador de marajás ameaçou disputar a presidência, mudou
o foco para o governo do Estado e acabou se resignando a continuar no Senado até
2022 (vale lembrar que o mandato de senador é de 8 anos, e a cada 4 anos são renovados
1/3 ou 2/3 da composição da Casa).
Os pimpolhos do imortal José Sarney também foram penalizados: nem Zequinha se reelegeu deputado, nem Roseana — que governou o Maranhão por quatro legislaturas desde 1995 — conseguiu desbancar o pecedebista Flavio Dino, que foi reeleito governador com 59,29% dos votos válidos.
Observação: Para quem não se lembra, Sarney, o velho, ingressou na política
em 1954, sobreviveu à ditadura como político da ARENA (que ele chegou a presidir durante os anos de chumbo, já que
sempre foi puxa saco dos poderosos da vez). Mais adiante, o partido passou a se
chamar PDS, depois PFL e finalmente DEM. Em algum momento dessa sopa de letras, articulações políticas
lideradas por Tancredo Neves e Ulysses Guimarães resultaram na
formação da Aliança Democrática, que
uniu a Frente Liberal com o PMDB e elegeu Tancredo o primeiro presidente civil desde o golpe de 1964. O resto
é história recente. Sarney, que era
vice na chapa do político mineiro, ascendeu à presidência com a morte do
titular, e a despeito de ter feito um governo de merda, conseguiu se abancar no
Senado — primeiro por seu estado natal, depois pelo Amapá — e de lá não
desgrudou até 2013, quando deixou a vida pública a pretexto de se dedicar
integralmente à literatura. Conta-se que certa vez um dilúvio assolou o
Maranhão, e Sarney, ao ser informado
pela filha Roseana — então
governadora — que metade do estado estava debaixo d’água, perguntou: — A sua
metade ou a minha?
Nas alas do PT, Lindbergh
Farias, Jorge Viana, Eduardo Suplicy
e Gleisi Hoffmann ficarão de fora
Senado na próxima legislatura. “Coxa”, que é presidente nacional do PT mas não
é trouxa, baixou o facho, mirou na Câmara Federal e conseguiu uma cadeira,
junto com — pasmem! — Zeca Dirceu. Mas a cereja do bolo foi o fiasco de Dilma, cuja eleição para o Senado era tida e havida como certa em todas as pesquisas. No computo geral, dos 513 deputados federais eleitos no último dia 7, 102 vão
assumir um mandato na Câmara pela primeira vez. Se isso é um bom sinal, ou não,
só o tempo dirá.
A duas semanas do segundo turno, o acirramento da política
em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física e
até em assassinato. Nos últimos dias foram registrados no país diversos casos
de agressão por motivação política. Entrementes, Bolsonaro resolveu não participar de debates na TV, menos por questões de saúde e mais por estratégia.
Mas segue dando entrevistas para emissoras de rádio e TV — Haddad chiou, mas o TSE não
viu irregularidades nas entrevistas. Aliás, para os petistas, vale tudo na busca por apoio: além de tentar conquistar os católicos — depois que os
evangélicos “fecharam” com o capitão —, o fantoche de Lula está namorando o ex-candidato a candidato e ministro
aposentado do STF Joaquim Barbosa,
que era presidente da Corte à época do julgamento do Mensalão. Como se vê, na guerra e no amor vale tudo.
Sob a coordenação de Jaques
Wagner — que declinou do convite para ser o bobo da corte de Lula e disputar a presidência em seu lugar,
caso a candidatura do molusco fosse rejeitada —, o PT arma mais uma tramoia contra
o povo brasileiro, tentando vender a imagem de “bastião da democracia” ante o avanço
da candidatura de Bolsonaro. Ninguém ameaçou mais a democracia do que o PT,
como relembra, em editorial, o Estadão. Quando Lula
ocupava a Presidência e desfrutava de expressivo apoio popular, a
legenda optou por subverter a democracia representativa com o mensalão, e
jamais pediu desculpas à população por ter desrespeitado o princípio
constitucional de que todo o poder emana do povo — sob o jugo do PT, o poder emanava do dinheiro
periodicamente pago aos parlamentares.
Como se não bastasse, a quadrilha vermelha
gestou e pariu o petrolão, visando à apropriação de todo o aparato do Estado em
prol de sua causa político-partidária. Mais recentemente, instituiu
uma verdadeira cruzada contra o Judiciário, já que várias instâncias da Justiça
entenderam que a lei vale também para seu eterno presidente de honra. Na visão
dessa corja, todo o Estado Democrático de Direito deveria se curvar ao grande
líder — como nos regimes admirados pelos petistas, onde o Judiciário não tem “a
audácia” de condenar líderes populares por corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula e seus seguidores fizeram de tudo para desrespeitar as
regras eleitorais, pregando que, se o presidiário não pudesse se
candidatar, a eleição seria uma fraude. “Eleição sem Lula é golpe”, repetiram por todo o País. Sem nenhum apreço pelo
princípio da igualdade de todos perante a lei, a fantasiosa argumentação era um
descarado pedido de privilégio para o sumo sacerdote da Petelândia, a quem a
Lei da Ficha-Limpa não se aplicava. E para que não pairassem dúvidas, o
programa de governo de Luladdad foi
talhado à imagem e semelhança do modelo bolivariano, com vistas a subverter a democracia
representativa.
Além de instalar conselhos populares, o PT quer “expandir para
o presidente da República e para a iniciativa popular a prerrogativa de propor
a convocação de plebiscitos e referendos”, fala abertamente em “instituir
medidas para estimular a participação e o controle social em todos os Poderes
da União e no Ministério Público”, e para coroar suas pretensões autoritárias menciona a necessidade de um “novo marco regulatório da comunicação social
eletrônica”.
Quando o PT pede votos em seu “campeão da defesa democrática do
País”, falta-lhe credibilidade, já que passado e presente o desmentem. Depois dessa, só mesmo acendendo velas, muitas velas, para a Padroeira do Brasil.
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