domingo, 14 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTAM 14 DIAS


Uma vitória de Haddad no segundo turno seria mudar em 15 dias tudo o que o eleitorado brasileiro fez no primeiro, ao varrer medalhões da política e alguns próceres petistas. Não por acaso a imagem do presidiário de Curitiba desapareceu da campanha de seu fantoche e a cor vermelha, tradicional do PT, foi substituída pelo verde e amarelo.

Observação: Curiosamente, nas manifestações populares que eclodiram em 2013 e apoiaram o impeachment da anta vermelha, quem vestia camisa verde e amarela, sobretudo da Seleção, era ridiculamente acusado de “coxinha” pela turma da mortadela. Agora são os cartazes do PT que exibem militontos ostentando as cores da pátria, com a mão no peito e o olhar perdido no horizonte. Uma pantomima digna do socialismo dos tempos de Stalin.

Lula continua sendo “o grande líder” do PT e de seus satélites, mas sua rejeição cresceu a tal ponto que, na opinião do diretor do Ibope, o petralha teria sido derrotado se disputasse pessoalmente o pleito, como queriam ele e seu partido  — daí sua abjeta figura e a cor vermelha terem saído de cena na propaganda de Haddad.

Décadas se passarão até que o eleitorado tupiniquim aprender a votar. Mesmo assim, contrariando as expectativas, as urnas foram inclementes com clãs da velha política e candidatos envolvidos em corrupção. O hoje senador e presidente do Congresso não se reelegeu — e já disse que vai se retirar da vida pública. Como nada é perfeito, seu antecessor conquistou mais um mandato, e seu rebento, Renan Filho, foi reeleito governador (vale lembrar que Alagoas é o reduto de Collor, e que o ex-presidente, mesmo depois de impichado e privado dos direitos políticos, voltou ao cenário, tão logo a suspensão terminou, como o senador mais votado pelos alagoanos). Desta vez, porém, o folclórico caçador de marajás ameaçou disputar a presidência, mudou o foco para o governo do Estado e acabou se resignando a continuar no Senado até 2022 (vale lembrar que o mandato de senador é de 8 anos, e a cada 4 anos são renovados 1/3 ou 2/3 da composição da Casa). 

Os pimpolhos do imortal José Sarney também foram penalizados: nem Zequinha se reelegeu deputado, nem Roseana — que governou o Maranhão por quatro legislaturas desde 1995 — conseguiu desbancar o pecedebista Flavio Dino, que foi reeleito governador com 59,29% dos votos válidos.

Observação: Para quem não se lembra, Sarney, o velho, ingressou na política em 1954, sobreviveu à ditadura como político da ARENA (que ele chegou a presidir durante os anos de chumbo, já que sempre foi puxa saco dos poderosos da vez). Mais adiante, o partido passou a se chamar PDS, depois PFL e finalmente DEM. Em algum momento dessa sopa de letras, articulações políticas lideradas por Tancredo Neves e Ulysses Guimarães resultaram na formação da Aliança Democrática, que uniu a Frente Liberal com o PMDB e elegeu Tancredo o primeiro presidente civil desde o golpe de 1964. O resto é história recente. Sarney, que era vice na chapa do político mineiro, ascendeu à presidência com a morte do titular, e a despeito de ter feito um governo de merda, conseguiu se abancar no Senado — primeiro por seu estado natal, depois pelo Amapá — e de lá não desgrudou até 2013, quando deixou a vida pública a pretexto de se dedicar integralmente à literatura. Conta-se que certa vez um dilúvio assolou o Maranhão, e Sarney, ao ser informado pela filha Roseana — então governadora — que metade do estado estava debaixo d’água, perguntou: — A sua metade ou a minha?  

Nas alas do PT, Lindbergh Farias, Jorge Viana, Eduardo Suplicy e Gleisi Hoffmann ficarão de fora Senado na próxima legislatura. “Coxa”, que é presidente nacional do PT mas não é trouxa, baixou o facho, mirou na Câmara Federal e conseguiu uma cadeira, junto com — pasmem! — Zeca Dirceu. Mas a cereja do bolo foi o fiasco de Dilma, cuja eleição para o Senado era tida e havida como certa em todas as pesquisas. No computo geral, dos 513 deputados federais eleitos no último dia 7, 102 vão assumir um mandato na Câmara pela primeira vez. Se isso é um bom sinal, ou não, só o tempo dirá.

A duas semanas do segundo turno, o acirramento da política em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física e até em assassinato. Nos últimos dias foram registrados no país diversos casos de agressão por motivação política. Entrementes, Bolsonaro resolveu não participar de debates na TV, menos por questões de saúde e mais por estratégia. Mas segue dando entrevistas para emissoras de rádio e TV — Haddad chiou, mas o TSE não viu irregularidades nas entrevistas. Aliás, para os petistas, vale tudo na busca por apoio: além de tentar conquistar os católicos — depois que os evangélicos “fecharam” com o capitão —, o fantoche de Lula está namorando o ex-candidato a candidato e ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, que era presidente da Corte à época do julgamento do Mensalão. Como se vê, na guerra e no amor vale tudo.

Sob a coordenação de Jaques Wagner — que declinou do convite para ser o bobo da corte de Lula e disputar a presidência em seu lugar, caso a candidatura do molusco fosse rejeitada —, o PT arma mais uma tramoia contra o povo brasileiro, tentando vender a imagem de “bastião da democracia” ante o avanço da candidatura de Bolsonaro. Ninguém ameaçou mais a democracia do que o PT, como relembra, em editorial, o Estadão. Quando Lula ocupava a Presidência e desfrutava de expressivo apoio popular, a legenda optou por subverter a democracia representativa com o mensalão, e jamais pediu desculpas à população por ter desrespeitado o princípio constitucional de que todo o poder emana do povo — sob o jugo do PT, o poder emanava do dinheiro periodicamente pago aos parlamentares. 

Como se não bastasse, a quadrilha vermelha gestou e pariu o petrolão, visando à apropriação de todo o aparato do Estado em prol de sua causa político-partidária. Mais recentemente, instituiu uma verdadeira cruzada contra o Judiciário, já que várias instâncias da Justiça entenderam que a lei vale também para seu eterno presidente de honra. Na visão dessa corja, todo o Estado Democrático de Direito deveria se curvar ao grande líder — como nos regimes admirados pelos petistas, onde o Judiciário não tem “a audácia” de condenar líderes populares por corrupção e lavagem de dinheiro.

Lula e seus seguidores fizeram de tudo para desrespeitar as regras eleitorais, pregando que, se o presidiário não pudesse se candidatar, a eleição seria uma fraude. “Eleição sem Lula é golpe”, repetiram por todo o País. Sem nenhum apreço pelo princípio da igualdade de todos perante a lei, a fantasiosa argumentação era um descarado pedido de privilégio para o sumo sacerdote da Petelândia, a quem a Lei da Ficha-Limpa não se aplicava. E para que não pairassem dúvidas, o programa de governo de Luladdad foi talhado à imagem e semelhança do modelo bolivariano, com vistas a subverter a democracia representativa. 

Além de instalar conselhos populares, o PT quer “expandir para o presidente da República e para a iniciativa popular a prerrogativa de propor a convocação de plebiscitos e referendos”, fala abertamente em “instituir medidas para estimular a participação e o controle social em todos os Poderes da União e no Ministério Público”, e para coroar suas pretensões autoritárias menciona a necessidade de um “novo marco regulatório da comunicação social eletrônica”. 

Quando o PT pede votos em seu “campeão da defesa democrática do País”, falta-lhe credibilidade, já que passado e presente o desmentem. Depois dessa, só mesmo acendendo velas, muitas velas, para a Padroeira do Brasil.


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