Atire o primeiro
vidro de azeite quem nunca se deparou com discrepâncias entre os preços
informados nas gôndolas e os efetivamente cobrados nos caixas dos supermercados.
E se você acha que
essa prática é restrita a mercadinhos e armazéns da periferia, é melhor rever
seus conceitos: uma pesquisa realizada pelo IDEC em janeiro passado
apurou que o campeão das maracutaias é o Pão de Açúcar (meu abraço ao
grande Abílio Diniz, principal responsável por transformar a Doceria
Pão de Açúcar, fundada por seu pai em 1948, na maior rede varejista do
Brasil).
Sem descer aqui a
conjecturas sobre a dificuldade de prosperar honestamente num país como este
nosso, que há décadas (ou séculos) vem sendo dominado por corruptos de todas as
espécies, fica aqui o alerta: confira o preço de cada item naqueles leitores
que os mercados são obrigados a disponibilizar – e que nem sempre funcionam,
mas aí já é outra história. Se possível, use a calculadora do celular para
computar cada produto colocado no carrinho... Pode ser trabalhoso, mas o susto
no caixa (ou, pior, em casa, ao conferir o cupom fiscal) será bem menor.
Veja a seguir a
sinopse de uma notícia publicada no Diário de São Paulo, sob o título “Na
gôndola é um preço, no caixa é outro”:
PESQUISA DO IDEC
(INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR) REALIZADA EM JANEIRO DÁ CONTA DÁ
CONTA DE QUE OS PREÇOS INFORMADOS NAS GONDOLAS DOS SUPERMERCADOS DE SÃO PAULO
SÃO DIFERENTES DOS COBRADOS NOS CAIXAS.
DEZ LOJAS DE CINCO
REDES FORAM ANALISADAS, E O CASO MAIS GRITANTE FOI O PÃO DE AÇÚCAR. DOS 46
PRODUTOS VERIFICADOS, 11 TINHAM PREÇO MAIOR DO QUE O EXPOSTO E, NA SOMA TOTAL,
A COMPRA SAIRIA 10% MAIS CARA.
O CARREFOUR, SEGUNDO
COLOCADO NO RANKING DE IRREGULARIDADES, APRESENTOU APENAS QUATRO DISTORÇÕES
ENTRE 45 PRODUTOS, MAS A DIFERENÇA NO PREÇO FINAL CHEGOU A 50% COM UMA CAIXA DE
LASANHA, ANUNCIADA POR R$ 4,65, MAS QUE FOI REGISTRADA NO CAIXA POR R$ 10,09.
O EXTRA E O WALMART
APRESENTARAM TRÊS DIVERGÊNCIAS E O SONDA, DUAS.
PROCURADA PELO
DIÁRIO, A ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE SUPERMERCADOS DISSE ORIENTAR SEUS FILIADOS A
ADOTAR O VALOR MAIS BAIXO, MESMO QUE O CONSUMIDOR JÁ TENHA PAGO PELO PRODUTO. AO
IDEC, AS REDES AFIRMARAM SEGUIR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E A LEGISLAÇÃO
REFERENTE À AFIXAÇÃO DE PREÇOS.
TAMBÉM FORAM
ENCONTRADOS TERMINAIS DE LEITURA INOPERANTES OU INEXISTENTES, APESAR DE
CARTAZES INDICAREM SUA LOCALIZAÇÃO. EM UMA LOJA DO CARREFOUR, QUATRO DELES
TINHAM PROBLEMAS. NO EXTRA TAMBÉM HAVIA QUATRO, MAS EM LOJAS DIFERENTES. NO
SONDA, APENAS UM.
No Rio, a
campanha “De olho no preço” – respaldada pela Defensoria Pública do
RJ, pelos PROCONS do estado e das cidades fluminenses, pelo Ministério
Público Estadual, pela Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-RJ e
pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – já conta com 300
supermercados participantes, que são obrigados a fornecer de graça os produtos
com preços divergentes, bastando para isso o consumidor dar conta da irregularidade
ao gerente ou responsável pelo estabelecimento. Aprende, Brasil!
Passemos agora ao nosso tradicional humor de final de semana (como se não nos bastasse rir de nós mesmos diante do que vimos vivenciando - e pagando a conta, o que é pior).
O
presidente Lula chama a sua secretária e diz:
— Por favor, marque uma reunião com os ministros para sexta-feira.
— Presidente, sexta-feira é com "s" ou com "x"? — pergunta a secretária.
Lula pensa um pouco e responde:
— Melhor marcar para quinta.
— Por favor, marque uma reunião com os ministros para sexta-feira.
— Presidente, sexta-feira é com "s" ou com "x"? — pergunta a secretária.
Lula pensa um pouco e responde:
— Melhor marcar para quinta.
Bom final de semana a todos.