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terça-feira, 14 de março de 2017

FAVORITOS E AM-DEADLINK

NINGUÉM SE CONFORMA DE JÁ TER SIDO.

Conforme navegamos pela imensidão da Web, é comum irmos parar no site do YouTube, por exemplo, embora nossa intenção original fosse cotar preços de pendrives.

Usuários mais “focados” até resistem a essa tentação e conseguem deixar tais distrações para outra hora, mas se até lá o histórico de navegação já tiver sido apagado ― coisa que, por questões de segurança, a gente deve fazer ao final de cada sessão de navegação ―, aí a porca torce o rabo.

Por conta disso, os navegadores permitem armazenar os URLs numa pasta (bookmarks ou favoritos, conforme a denominação utilizada pelo programa), e a partir dele retornar mais facilmente às páginas que despertaram nosso interesse, mas que por algum motivo não pudemos explorar naquela oportunidade. No entanto, alguns “favoritos” que salvamos podem deixar de funcionar, mudar de endereço ou simplesmente ser removidos da Web, e se mantê-los na nossa lista não faz sentido, testar os favoritos, um a um, para descobrir quais entradas não funcionam ― ou mesmo remover redundâncias desnecessárias ― é um procedimento trabalhoso e enfadonho.

A boa notícia é que o freeware AM-DeadLink facilita sobremaneira esse processo. Basta clicar neste link, baixar os arquivos de instalação, selecionar o idioma desejado (Português BR, no caso dos internautas tupiniquins), rodar a ferramenta, definir o navegador desejado (no canto superior esquerdo da janela), comandar a busca (pelo botão verde), aguardar o sinal sonoro e vasculhar a lista dos favoritos, que exibe o status de cada um deles e outras informações importantes (caminho, pasta, tipo de erro, etc.).

As entradas problemáticas são grafadas em vermelho (convém clicar em Bookmarks > Colocar Bookmarks com erro no topo da lista para facilitar a análise) e acessar os sites em questão a partir da pasta Favoritos (ou Bookmarks) do seu navegador.

Observação: Às vezes, um site deixa de responder devido a problemas momentâneos com o servidor que o hospeda; portanto, não apague a entrada sem antes tentar acessar a página novamente em outra oportunidade. Alternativamente, acesse http://www.downforeveryoneorjustme.com/, digite o URL da página que você não está conseguindo acessar na caixa de diálogo, tecle Enter (ou clique em “or just me”, tanto faz) e confira o resultado.

Para localizar entradas duplicadas, torne a clicar no menu Bookmarks e selecione “Mostrar Bookmarks duplicados”; para mais informações, consulte a ajuda do programa.

PADILHA E A JARARACA

Citado por delatores da Lava-Jato, o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha retorna à Brasília após ser submetido a uma cirurgia de próstata no último dia 27, embora afirme que volta para trabalhar, fontes ligadas ao Planalto sinalizam que seu destino é incerto. Diz-se à boca-pequena que Temer vai cobrar explicações sobre as denúncias, e que Padilha ― um dos maiores articuladores do governo ― pode acabar se retirando de cena, talvez indefinidamente.

Para Jucá ― outro articulador importante e igualmente delatado na Lava-Jato ―, Padilha é uma peça importante do governo, e “enquanto tiver a confiança de Michel, a decisão de mantê-lo caberá a Michel”. Caju disse também “estar tranquilo” em relação à lista de Janot. Acredite quem quiser.
A posição de Temer é delicada. A volta do ministro recoloca o Planalto no palco da Lava-Jato, mas seu afastamento deixaria o presidente sem seu principal articulador ― ou, como dizem alguns, o “cérebro” do governo. O fato é que Padilha era o negociador da reforma da Previdência junto ao Congresso, e alguns caciques peemedebistas dizem até que Yunes o atacou para “blindar” Temer nas denúncias da Lava-Jato.

Na última sexta-feira, a situação se complicou: o delator José Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, afirmou em depoimento no TSE que negociou diretamente com Padilha repasses de R$ 4 milhões para o PMDB, e que o ministro foi procurado depois de reclamações do ex-deputado Eduardo Cunha de que não recebera seu dinheiro. Segundo o depoente, Padilha deu senhas para os repasses, e a última parcela foi de R$ 500 mil.

Pelo visto, honestidade, em Brasília, é algo tão raro quanto nota de US$ 100 em bolso de pensionista da Previdência. Não é à toa que Lula, o comandante-chefe da ORCRIM segundo o Ministério Público, nem chega a corar quando se autodeclara “a alma viva mais honesta do Brasil”.

Falando no capo di tutti i capi, de tanto repetir a falácia que criou para ilaquear a boa-fé dos otários, é possível que até ele acredite em seu retorno à presidência da Banânia. Aliás, diante dessa perspectiva surreal, melhor seria devolvermos o Brasil aos silvícolas com um pedido de desculpas pelo estrago e torcermos para que espanhóis ou ingleses redescubram a terra onde “em se plantando, tudo dá” ― nada contra os portugueses, mas só é permitido errar uma vez; da segunda em diante não é erro, é burrice...

Os petistas vêm farejando uma possível prisão de Lula em maio ― mês em que o petralha deverá depor ao juiz Moro. Segundo O Globo, a militância vermelha pensa em organizar uma caravana para cercar o prédio do tribunal. O Antagonista diz que será difícil reunir muita gente, pois até lá o indigitado estará completamente desmoralizado pelos depoimentos de Emilio e Marcelo Odebrecht, Pedro Novis e Léo Pinheiro.

Lula deve depor nesta terça-feira, em Brasília ― além dos dois processos na 13ª Vara Federal de Curitiba, o petralha é réu em mais três ações penais, e outras certamente virão com os cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito que Janot encaminhou ao ministro Fachin, respaldado nas delações dos 77 da Odebrecht. Mesmo assim, ele se reuniu com líderes do PCdoB, na semana passada, para confirmar que será candidato à presidência. “Para vocês posso dizer: eu serei candidato à Presidência da República”, publicou O Estadão.

Segundo O Antagonista, os comunas, que não são bobos nem nada, sabem que essa candidatura é mera cantilena para dormitar bovinos. O site afirma que o PCdoB “já faz previsões para se descolar do PT, lançando o governador do Maranhão, Flávio Dino, à sucessão do presidente Michel Temer”.
Neste editorial, o Estadão explicou o desespero do petralha. Destaco um trecho: “É compreensível que [Lula] queira antecipar o processo eleitoral de 2018, manifestando desde já sua disposição de concorrer uma vez mais à Presidência da República. Com tal gesto, ele evidencia o duplo desespero que o move: o medo de ser condenado e preso e o temor de ver extinto o seu partido político, afogado no mar de lama que ele mesmo criou”.

O fato é que Lula quer oficializar sua candidatura antes de ser confrontado pelo juiz Moro. Mas muita água vai rolar antes disso. Nesta semana ― em que a Lava-Jato completa 3 anos ―, Emilio Odebrecht e Pedro Novis, em depoimento no processo contra Palocci, devem explicar que o Italiano administrava a conta corrente da propina do PT e que seu chefe era Lula. Em 10 de abril, Marcelo Odebrecht será interrogado no mesmo processo, e deve dizer que, além de administrar a propina destinada ao PT, Palocci administrava também o mata-bicho destinado à Jararaca, depositado na conta corrente “Amigo”. No dia 20 [de abril], Léo Pinheiro, da OAS, deve repetir o que já disse à PGR, ou seja, que o triplex foi descontado da conta da propina do PT e que Lula sabia de tudo. Mais alguns dias e teremos acesso aos depoimentos de Alexandrino Alencar e outros delatores da Odebrecht, que vão detalhar os pagamentos para a reforma do sítio do Lula, para a compra do terreno do Instituto Lula, para a compra da cobertura do Lula, para as palestras do Lula, para o marqueteiro do Lula em países da América Latina e da África, para o filho do Lula, e por aí segue essa execrável procissão.

O petralha tem muito com que se preocupar nas próximas sete semanas. O ambicioso projeto de voltar ao Planalto deveria ser a menor dessas preocupações, até porque não faz sentido um penta-réu (em via de se tornar hexa) candidatar-se à presidência da República. Mas estamos no Brasil, que Charles de Gaulle já dizia não ser um país sério. Voltarei a esse assunto numa próxima oportunidade.

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sexta-feira, 10 de março de 2017

O APETITE PANTAGRUÉLICO DO FIREFOX POR MEMÓRIA RAM

O ÚLTIMO RECURSO DO PERDEDOR É NÃO ESTAR ERRADO.

Não é de hoje que eu venho dizendo que a maioria dos principais navegadores é muito parecida em termos de recursos e funções, o que leva a escolha do aplicativo para o campo das preferências pessoais.

Há coisa de um lustro que o MS IE passou a coroa e o cetro para o Google Chrome, que mantém a liderança desde então, seguido de longe pelo Mozilla Firefox. Todavia, uma queixa recorrente dos usuários do líder e do vice-líder remete à lentidão ― decorrente do alto consumo de memória dos browsers.

Numa sequência de postagens que eu publiquei no mês passado, vimos que é possível contornar esse problema ― que não é exatamente um defeito, mas sim uma característica do produto ― no Chrome com a instalação do plugin “Great Suspender”, que, depois de determinado tempo de ociosidade, “adormece” as tabs (abas) abertas, minimizando o consumo de memória. Para o Firefox, todavia, não existe uma extensão equivalente (pelo menos até onde eu sei), e, para piorar, a raposinha armazena em cache as últimas cinco páginas visitadas em cada tab ― pressupondo que o usuário fatalmente voltará a visitar as mesmas páginas (ou a algumas delas). E como tem gente que abre dezenas de abas durante uma sessão de navegação e não se preocupa em fechá-las quando não são mais necessárias, a conclusão é óbvia (sem mencionar que nem sempre basta fecha as tabs para forçar o navegador a devolver toda a memória que ele havia alocado; às vezes isso só acontece quando se reinicia o programa, e olhe lá).

Enfim, se, como eu, você utiliza regularmente o Firefox e se ressente do alto consumo de RAM (coisa que você pode acompanhar pelo Gerenciador de Tarefas do Windows, mas é melhor fazer com um gerenciador de memória ― como o do Advanced System Care, que desfragmenta a RAM, agiliza o acesso aos dados e recupera o espaço que alguns softwares malcomportados insistem em comprometer), é bom saber que pequeno truque para minimizar esse problema: batas digitar about:config na barra de endereços do Firefox, teclar Enter, clicar em “Eu aceito o risco”, digitar browser.sessionhistory.max_total_viewer no campo Localizar, dar um clique direito sobre a entrada em questão, selecionar Editar e, na caixa de diálogo, alterar o valor de -1 para 0, confirmar em OK e reiniciar o navegador.

Se, por alguma razão, você não ficar satisfeito com o resultado, repita os mesmos passos e reverta a configuração ao status quo ante. Simples assim.

VAMOS FATURAR?

Barack e Michelle Obama firmaram contrato com a tradicional editora Penguin Random House. Em troca de módicos US$ 30 milhões (cada um), eles vão escrever suas lembranças dos tempos em que ocuparam a Casa Branca.

Quando foi afastada da presidência, Janete ― a anta vermelha, senhora dos ventos e grande-chefa-toura-sentada ― aventou a possibilidade de publicar suas memórias. Fica aqui a dica, já que certa vez ela disse que é capaz de escrever melhor do que fala (pior seria impensável).

Outro que poderia se interessar pela ideia é Eduardo Cunha, que também aventou a possibilidade de publicar dois livros (?!) ― o primeiro, ainda em 2016. Parece que a ideia mixou, talvez por conta da delação dos 77 da Odebrecht, cujo conteúdo deve ser ainda mais bombástico do que os podres que o ex-presidente da Câmara poderia contar.

Lula, o senhor das palestras milionárias, fica de fora. Primeiro, porque ele orgulha de jamais ter lido um livro ― e provavelmente não se daria bem como escritor. Contratar um ghost writer está fora de cogitação, naturalmente: na cabeça do, seria preciso matar o cara quando a obra ficasse pronta, para evitar que que ele contasse seus segredinhos sujos.

Por outro lado, a julgar pelas denúncias de corrupção envolvendo o deus pai da petelândia, sua insolência já deve estar com as burras cheias. E considerando o que o espera depois que as cinco ações penais em que ele figura como réu (por enquanto), mais dinheiro não faria mesmo muita diferença. Quá, quá, quá!

E como hoje é sexta-feira:



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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

NAVEGADOR LENTO... (Parte 4)

NÃO FAZER NADA É A COISA MAIS DIFÍCIL QUE SE PODE FAZER.

Depois que passaram a suportar extensões ― como são chamados os programinhas internos que agregam funções adicionais ao browser ―, os navegadores se tornaram mais “versáteis”. Mas nem tudo são flores nesse jardim: da mesma forma que o consumo exagerado de memória e a sobrecarga do cache, essas extensões podem acarretar lentidão, instabilidade e, em situações extremas, travar o aplicativo (ou o próprio sistema operacional).  

Conforme já foi dito, a maioria dos navegadores tem o (péssimo) hábito de alocar grandes quantidades de memória RAM ― se você usa o Windows 10 e dispõe de menos de 3 GB de RAM, já deve ter notado que seu browser vai ficando mais e mais lento durante uma sessão prolongada de navegação, e que fechar as tabs (abas) ociosas ou encerrar e reabrir o programa nem sempre resolve o problema.

A RAM armazena as informações apenas temporariamente, de modo que seu espaço é bem mais “modesto” que o da memória de massa (representada pelo disco rígido ou, em máquinas mais sofisticadas, pelo SSD). Por conta disso, à medida que novos programas vão sendo executados (ou novas abas do navegador são abertas), a assim chamada "memória física" do computador tende a se esgotar. Para solucionar esse problema, o ideal é partir para um upgrade de RAM (alguns especialistas sugerem reconfigurar a memória virtual, mas eu não recomendo esse procedimento, muito menos no Windows 10).

Observação: Quando rodamos um programa qualquer, seus executáveis são copiados do disco rígido para a memória física do computador, juntamente com algumas DLLs e arquivos de dados com os quais iremos trabalhar. Considerando que a quantidade dessa memória é limitada e que o próprio sistema operacional já ocupa boa parte dela, a execução simultânea de aplicativos exige o uso da “memória virtual”, sem o que seria impossível executar um aplicativo sem antes encerrar os demais, sob pena de o sistema ficar extremamente lento ou até travar. A memória virtual cria no HDD um espaço que o sistema enxerga como uma espécie de extensão da memória física, mas seu uso acarreta lentidão, pois mesmo os discos eletromecânicos modernos são milhares de vezes mais lentos do que a já (relativamente lenta) memória RAM. Então, para ter um sistema ágil, rodar aplicativos com desenvoltura e navegar na Web sem engasgos ou tropeços, abasteça seu computador com a maior quantidade possível de RAM, respeitadas as limitações do Windows e da placa-mãe.

Sabemos que o Windows tende a "perder o viço" com o uso normal do computador ao longo do tempo. Isso já foi dito e redito em diversas postagens sobre manutenção preventiva, como você pode conferir digitando manutenção no campo de buscas do Blog e teclando Enter ― mas convém fazê-lo antes que o mal cresça, ou será preciso formatar a unidade ou partição onde o sistema se encontra instalado e reinstalá-lo “do zero” (o que pode não ser um bicho-de-sete-cabeças, mas dá trabalho, toma tempo e provoca invariavelmente a perda de arquivos pessoais, já que quase ninguém se preocupa em fazer backups e mantê-los up-to-date). Então, para prevenir acidentes, habitue-se a desinstalar inutilitários e aplicativos redundantes ou desnecessários, limpar o disco e desfragmentar os dados mensalmente (com as ferramentas nativas do sistema ou com o auxílio de suítes de manutenção como o CCleaner, o Advanced System Care ou o Glary Utilities, por exemplo). Acredite: vale a pena.

Se você tem memória de sobra e algumas dezenas de gigabytes de espaço livre no disco rígido, mas sua navegação anda meio claudicante mesmo assim, experimente limpar o cache do navegador.

Observação: Quando ouvimos falar em cache, logo nos vem à mente o cache do processador, mas esse recurso passou a ser usado também em HDs, servidores, placas de sistema e até em softwares ― como no caso dos navegadores, que guardam as páginas localmente para evitar consultas constantes à rede (solução especialmente útil quando a gente navega por páginas estáticas). Todavia, a partir de um certo momento, a memorização offline dos dados deixa de ajudar e começa a atrapalhar. Ou seja, o recurso que deveria aprimorar o desempenho do browser passa a degradá-lo. Então, habitue-se a limpar regularmente o cache do seu navegador

Se você usa o Chrome, clique no botão de configurações (os três pontinhos, lembra?), aponte o mouse para Mais Ferramentas, clique em Limpar dados de navegação... Na tela que se abre em seguida, clique na setinha ao lado de Eliminar os seguintes itens desde, escolha uma das opções disponíveis (sugiro desde o começo) e marque as caixas de verificação ao lado dos itens que você deseja eliminar (sugiro limitar-se às primeiras quatro opções) e, ao final, clique em Limpar dados de navegação, reinicie o navegador e confira o resultado (para não fazer besteira, siga este link e leia atentamente as informações da ajuda do Google antes de dar início à faxina).

Numa próxima oportunidade, veremos como executar esse procedimento em outros navegadores de internet. Abraços e até lá.

 LEVEI MALA DE DINHEIRO PARA LULA

Olha aí mais uma do penta-réu que afirma ser “a alma viva mais honesta do Brasil”, usa o esquife da mulher como palanque e, no discurso, afirma que vai concorrer à presidência para salvar o país: a matéria de capa da revista ISTOÉ desta semana (clique neste link para ler a íntegra da reportagem) revela que, em troca de uma mala cheia de dinheiro, esse “abnegado” teria azeitado uma negociata de R$ 100 milhões entre a Camargo Corrêa e a Petrobrás.

Na entrevista, Davincci Lourenço de Almeida diz que privou da intimidade da cúpula da Camargo Corrêa e que essa estreitíssima relação fez com fosse destacado por Fernando de Arruda Botelho ― marido de Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira da CC ―, no início de 2012, para entregar a propina ao ex-presidente Lula e distribuir outras malas cheias de dinheiro a funcionários da Petrobras.

Lula teria ido buscar a “encomenda” no hangar da Morro Vermelho Taxi Aéreo (também de propriedade da CC), em São Paulo, e posado para selfies com funcionários da empresa. Os retratos permaneceram nas paredes do hangar até setembro de 2015, sendo retirados quando a Lava-Jato começou a fechava o cerco em torno do grupo empresarial em questão. Ainda segundo o entrevistado, os pagamentos tiveram a chancela de Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira da Camargo Corrêa e esposa de Fernando ― que morreu há cinco anos num acidente aéreo, após uma calorosa discussão com o brigadeiro Edgar de Oliveira Júnior, assessor da Camargo, que teria tramado a sabotagem da aeronave (a discussão, regada a gritos, socos e bate-bocas ferozes, teria culminado na demissão do brigadeiro).

As negociatas também foram reveladas ao promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que encaminhou os depoimentos à força-tarefa da Operação Lava-Jato. Uma sucessão de estranhos acontecimentos chamou a atenção do Ministério Público, dentre os quais o caminhão de bombeiros comprado por Botelho para atender a eventuais emergências no aeródromo de sua propriedade se encontrar trancado no hangar, no dia do acidente, e que o GPS com as informações de voo, resgatado por Davincci, foi ocultado das autoridades a pedido do brigadeiro. “Ele tomou o aparelho das minhas mãos dizendo que poderia ficar ruim para a família se entregássemos à investigação, e ainda me obrigou a mentir num primeiro depoimento à delegacia”, disse Davincci a reportagem.  

As investigações sobre o acidente haviam sido arquivadas pela promotora Fernanda Segato, em março de 2013, mas foram reabertas em setembro do ano passado, em face dos depoimentos de Davincci, e estão a cargo do delegado José Francisco Minelli, ora em fase de oitiva de testemunhas.
Eduardo Botelho, irmão do empresário supostamente assassinado, revelou à ISTOÉ que “o nível de nojeira da equipe que comandava os negócios do irmão era muito grande. Tudo o que aconteceu naquele dia do acidente aéreo foi estranhíssimo. Fernando estava sendo roubado. Como ele não tinha controle do que acontecia com o avião, pode ter sido sabotado, sim. Era fácil sabotar aquele avião, que era da Segunda Guerra. Podem ter mexido no dia da queda. Se ele não tivesse morrido naquele dia, iria fazer uma limpeza gigantesca nas fazendas da Camargo”. Novas ― e graves ― revelações devem surgir em breve, já que um acordo de colaboração da Camargo Corrêa com o MPF está em fase final de negociação.  

E viva o Brasil, onde só tem gente honesta e um penta-réu, mais honesto que todo mundo, almeja retornar à presidência da República. Só se for Presidente Bernardes (referência à penitenciária onde estão criminosos ilustres, como Marcola e Fernandinho Beira-Mar).

Havendo tempo e jeito, assista a esse clipe de vídeo e veja se não é exatamente isso que eu venho dizendo sempre.


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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

NAVEGADOR LENTO... (Parte 3)

JOVENS: ENVELHEÇAM RAPIDAMENTE!

Como dito nos capítulos anteriores desta sequência, reinstalar o Chrome, o Firefox, o Opera, o Safari, o UC-Browser ou outro navegador que você utiliza não implicar maiores dificuldades. Via de regra, a nova instalação requer a posterior reconfiguração do navegador ― convém salvar os bookmarks (sites favoritos) e anotar a extensões que você havia adicionado, porque será preciso reinstalá-las. Já se você navega com o Edge ou o Internet Explorer, que são componentes do próprio sistema, aí a coisa muda de figura, pois alguns aplicativos internos do Windows simplesmente não podem ser desinstalados. Todavia, considerando que, hoje em dia, a esmagadora maioria dos usuários preferem o Chrome e Firefox, o procedimento é simples. Mas nada impede que, antes desse “tratamento de choque”, você faça algumas tentativas.   

No caso do Chrome, clique no botão de configuração (aquele dos três pontinhos), selecione a opção Configurações, role a tela até o final e clique em Mostrar configurações avançadas. Desça pela tela até o último item, logo após a seção Sistema, clique em Redefinir configurações do navegador e confirme quando solicitado. Isso irá limpar todos os dados armazenados, desativar as extensões e redefinir as páginas e abas iniciais com as configurações-padrão. Se o browser voltar a funcionar direitinho, você poderá reabilitar (ou reinstalar) os plug-ins através da aba de extensões.

Se for mesmo preciso desinstalar o navegador, encerre-o, abra o Gerenciador de Tarefas do Windows (dê um clique direito num ponto vazio da barra de tarefas e selecione a opção correspondente), clique na aba Processos e vasculhe a lista em busca de entradas identificadas com o logo do Chrome. Se encontrá-las, dê um clique direito sobre cada uma delas e, no menu suspenso que se abre em seguida, selecione Finalizar Processo e confirme quando solicitado. Proceda então à remoção do aplicativo (seguindo os passos sugeridos na postagem anterior).

Observação: Se você tiver problemas para remover um aplicativo (seja o Chrome, seja outro programa qualquer), tente realizar a desinstalação no modo de segurança (para saber o que é, como acessar e como instalar/remover programas no modo de segurança, leia a dupla de postagens iniciada por esta aqui).

Abraços a todos e até a próxima.

QUE PAÍS É ESTE?

Ao contrário da indigesta militância petista e dos esquerdistas em geral ― que parecem tomar regularmente doses cavalares de alienação do mundo real ―, não vejo Michel Temer como um traíra golpista, mas tampouco como a pessoa que eu e outros brasileiros cansados da corrupção institucionalizada, da roubalheira e da putaria franciscana que se instalou com a ascensão de sua insolência o nove-dedos teríamos escolhido para presidir a Banânia após o impeachment da nefelibata da mandioca. Todavia, ele era o vice da vez, e a ele competia, para o bem ou para o mal, cumprir o restante do mandato da titular penabundada (vade retro, Satanás!).

Não tenciono chover no molhado detalhando (mais uma vez) as articulações de bastidores que resultaram na defenestração da gerentona de araque, ou relembrar a lamentável maracutaia que, com a participação do então presidente do Senado ― hoje líder do governo no Congresso, a despeito de ser réu por peculato ― e o aval do então presidente do STF, expeliu a anta vermelha sem inabilitá-la ao exercício de cargos públicos, eletivos ou não. O que precisa ser dito é que, a despeito de a Economia ter dados sinais de recuperação no período “pós-Dilma”, muita gente se frustrou com o atual comandante-em-chefe. E não é para menos, pois desejávamos e precisávamos de alguém que revertesse a desgraceira resultante dos 13 anos, 4 meses de 12 dias de governo lulopetista e recolocasse o país nos trilhos, se não com a prometida equipe de notáveis, ao menos sem um notável time de suspeitos ― que começou a sofrer baixas logo depois da posse.

O primeiro ministro a sofrer os efeitos da “Lei da Gravidade Palaciana” foi Romero Jucá, colega de partido e amigo de longa data do presidente Temer. Empossado no dia 12 de maio, “Caju” ― como ele figura na lista dos beneficiários do propinoduto da Odebrecht ― foi apeado do ministério do Planejamento no dia 23 (do mesmo mês). Em conversa gravada sub-repticiamente por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, Jucá sugeria um pacto para “estancar a sangria” (referindo-se à Lava-Jato). Uma semana depois foi a vez de Fabiano Silveira, ministro (ironicamente) da Transparência, Fiscalização e Controle, que caiu devido a uma conversa (também gravada à sorrelfa por Machado), na qual ele criticava a Lava-Jato e orientava seu padrinho político, o hoje réu Renan Caralheiros, sobre como se comportar em relação à PGR. Tutti buona gente!

Junho levou embora Henrique Alves, a quem Temer havia confiado o ministério do Turismo, e que também foi alvo da delação premiada de Machado ― segundo o qual ele teria recebido R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Se comparado aos 16,5 milhões de dólares que Eike Batista pagou ao ex-governador fluminense Sérgio Cabral, esse valor é mixaria, mas ladrão de tostão, ladrão de milhão, diz a sabedoria popular. Julho passou in albis, mas agosto pegou no contrapé o então Advogado-Geral da União Fabio Medina, que foi demitido por conta de uma discussão com o então todo-poderoso ministro-chefe da Casa Civil, Geddel Vieira Lima ― outro amigão do peito de Temer. Aliás, o imbróglio envolvendo Geddel resultou também na demissão de Marcelo Calero do ministério da Cultura ― que alega ter sido pressionado para aprovar o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, onde o chefe da Casa Civil tinha um apartamento; Calero pediu demissão em 18 de novembro, mas o desgaste decorrente do episódio levou à queda do próprio Geddel, que “se demitiu” uma semana mais tarde ― um dia depois de Calero afirmar que teria sido “enquadrado” pelo presidente.

A questão é que Temer parece impermeável às lições de administração pública que vem recebendo nos últimos meses. Agora, ele resolveu promover a ministro outro velho amigo ― Wellington Moreira Franco, codinome “Angorá” ―, que já ocupava posição de destaque no seu governo, e só não foi feito ministro em maio do ano passado porque, o governo precisava cortar ministérios para se diferenciar da gestão da senhora dos ventos. Junto com Geddel e Eliseu Padilha, “Angorá” formava o trio de escudeiros fiéis do presidente, mas era o único que não tinha status de ministro. Só que ganhar esse status ― e, consequente, prerrogativa de foro ― justamente quando veio a público que seu nome foi suscitado mais de 30 vezes em delações na Lava-Jato... pegou mal.

Observação: Impossível não traçar um paralelo entre esse a nomeação de Angorá e a de Lula ― para Casa Civil, que Dilma levou a efeito no final de seu governo, não só com o propósito de tirar o molusco abjeto do alcance de Sergio Moro, mas também de tentar salvar seu mandato (a nomeação foi cassada pelo STF, mediante uma liminar do ministro Gilmar Mendes, e anulada mais adiante com deposição de Dilma e exoneração de seu ministério). Moreira Franco foi e deixou de ser ministro diversas vezes, em questão de dias, devido a decisões conflitantes no Distrito Federal e novamente suspensa e no Rio de Janeiro. A decisão final caberá ao decano Celso de Mello, que abriu prazo para o governo justificar a nomeação (e recebeu um calhamaço com mais de 50 páginas). A decisão, que era esperada para a última sexta-feira, ficou para ontem e depois para hoje (14). Vamos aguardar para ver que bicho vai dar.

Temer se capitalizou politicamente com a eleição de Estrupício Oliveira para a presidência do Congresso e a reeleição de Rodrigo Maia para a da Câmara, mas o “Caso Angorá” não ajudou a melhorar sua imagem perante a opinião pública. E como se tudo isso já não bastasse, a anarquia e a baderna que se instalou no Espírito Santo ― e contaminou o Rio de Janeiro, ainda que em menor medida ― também respingou no presidente, pois denota a irrealidade em que insistem em viver os políticos brasileiros ― ou “universos paralelos”, como classificou a jornalista Ruth de Aquino., pra quem o transtorno que acomete Temer & Cia. é grave e demolidor para um Brasil que foi às ruas por progresso, ética e ordem, para tentar se livrar de figuras como Romero Jucá (*), Edison Lobão e outros menos cotados, mas mais enlameados que a Peppa Pig.

Jucá já não era ministro, mas se comportava como tal ― além de ser o mais próximo de Temer, com a possível exceção de Moreira Franco, que tem mudado de status a cada hora. Desmentidos oficiais podem até convencer o Supremo, mas não convencerão a população, cansada de manobras para proteger a turma no comando, seja ela qual for. Diz-se que Temer decidiu jogar seu xadrez para não acabar no xadrez ele próprio, e que tem muita fé em sua imaginação e em seu ideário conservador para indicar Alexandre de Moraes para a vaga aberta no Supremo com a morte de Zavascki, a despeito das inúmeras gafes verbais do então ministro da Justiça (uma das mais notórias foi a promessa de “erradicar a maconha”) e de sua tese de doutorado, segundo a qual ninguém em cargo de confiança do presidente da República poderia ser indicado ao Supremo Tribunal Federal, para evitar “gratidão política”.

Observação: Moraes é amigo de Marcela Temer e do ministro Gilmar Mendes, e será sabatinado por uma comissão que inclui 10 senadores investigados pela Lava-Jato ― dentre os quais Renan e Jucá, suspeitos de tentar mudar leis para atrapalhar os inquéritos. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado é presidida por Edison Lobão, que foi ministro de Minas e Energia de Lula e Dilma e fiel escudeiro da anta vermelha durante seu primeiro mandato. Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra ele em março de 2015, tirando o sigilo do inquérito que apura achaques milionários do dito-cujo a empresas (Lobão, vale lembrar, foi o único senador a se abster na votação para manter ou não Delcídio do Amaral na prisão).

Resumo da ópera: Todos continuam “à disposição da Justiça”, todos “negam irregularidades”, todos “apoiam a Lava-Jato”. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, “fez a campanha mais transparente possível” e nada tem a ver com a rapinagem de Sérgio Cabral. O novo presidente do Senado, Eunício Oliveira, do PMDB ― o “Índio” das planilhas de propina da Odebrecht ― não recebeu R$ 2 milhões em duas parcelas, pagas em Brasília e São Paulo. Rodrigo Maia não alimentou com R$ 1 milhão em propina da OAS a campanha de seu pai, ao contrário do que diz a Polícia Federal. Temer diz não ter pressa de nomear um novo ministro da Justiça, numa semana em que a greve da Polícia Militar mergulhou o Espírito Santo na barbárie. A greve da PM é inconstitucional, disso não resta a menor dúvida. Mas será que o mau exemplo não vem de cima? Quando os partidos tentam aprovar na Câmara um projeto livrando a si próprios da Justiça Eleitoral, o país testemunha exatamente o quê? Respeito à Constituição e ao eleitor?

(*) O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a abertura de novo inquérito para investigar os senadores Renan CaralheirosRomero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, todos por suspeitas de criar embaraços às investigações da Operação Lava-Jato. Caberá ao ministro Fachin autorizar ou arquivar o pedido. A assessoria de Renan afirma que ele não praticou nenhum ato para embaraçar ou dificultar qualquer investigação e que sempre foi colaborativo. O advogado que representa Sarney diz considerar importante a abertura do inquérito para comprovar que o crime foi cometido por Sérgio Machado, que gravou as conversas. A assessoria de Jucá, em nota, informa que “a defesa do senador afirma que não há preocupação em relação à abertura do inquérito pois não vê qualquer tipo de intervenção do mesmo na operação Lava-jato; ressalta que a única ilegalidade é a gravação realizada pelo senhor Sergio Machado, que induziu seus interlocutores nas conversas mantidas, além de seu vazamento seletivo, e que o senador é o mais interessado em que se investigue o caso ― e vem cobrando isso desde maio do ano passado”. A defesa de Sérgio Machado informou que não tem ciência do pedido da PGR e, portanto, não irá se manifestar.

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

NAVEGADOR LENTO? NINGUÉM MERECE!

COMO UM CACHORRO QUE VOLTA AO PRÓPRIO VÔMITO, O TOLO TENDE A REPETIR SUAS TOLICES.

Navegador que demora a abrir, leva uma eternidade para carregar páginas e empaca sem mais aquela, ninguém merece. Felizmente, ao contrário do que ocorria até não muito tempo atrás, já não nos faltam alternativas ao browser padrão do sistema operacional. Aliás, depois de desbancar o Internet Explorer, em maio de 2012, o Google Chrome se tornou o queridinho dos internautas no mundo inteiro.

Observação: O festejado MS Internet Explorer, que reinou quase absoluto durante anos e anos, acabou cedendo ao Chrome, em maio de 2012, o trono, a coroa e o cetro. Ainda que continue a integrar a lista de componentes do Windows 10, ele perdeu o status de navegador-padrão para o Microsoft Edge (do qual falaremos mais adiante). Segundo o StatCounter Global Stats, o browser do Google é o preferido de 83,21% dos internautas tupiniquins, enquanto o Firefox, o IE e o Edge conquistam, respectivamente, 9,11%, 2,94% e 1,44% ― em nível mundial, a fatia do Chrome é de “apenas” 62,09%, contra 14,85% do Firefox, 10,49% do IE, 5,28% do Safari e 3,58% do Edge.

O fato é que não existe software perfeito, e o Chrome não é exceção. E um de seus “defeitos” é o apetite pantagruélico por memória RAM, que acarreta lentidão e, em situações extremas, chega a travar o aplicativo, sobretudo se o usuário abre diversas tabs (abas) e se esquece de fechá-las à medida que ficam ociosas. O esquema de abas propicia uma economia significativa no consumo de memória, se comparado ao uso simultâneo de várias instâncias do navegador, mas impacta o desempenho do browser. Demais disso, o alto consumo de memória não é o único responsável por lentidão, instabilidade e travamento do navegador ― cache lotado e complementos (extensões) malcomportados também têm sua parcela de culpa.

Se você usa o Chrome, saiba que o Google disponibiliza o plug-in Great Suspender ― que monitora em tempo real as abas abertas e coloca em animação suspensa aquelas que estão inativas. Para adicioná-lo, clique no botão que exibe três pontinhos alinhados verticalmente, na extremidade direita da barra de endereços do browser, selecione Mais ferramentas, clique em Extensões > Obter mais extensões e pesquise por Great Suspender. Quando localizar o programinha, clique sobre ele e em Usar no Chrome.

Concluída a instalação (que demora poucos segundos), reinicie o navegador, clique no ícone que será adicionado à esquerda da barra de endereços e, no menu suspenso, selecione Configurações. Feito isso, ajuste o tempo de inatividade da página (o intervalo padrão é de uma hora, mas você pode alterar para qualquer outro entre 20 segundos e 3 dias ― sugiro 1 minuto).

Amanhã a gente continua. Abraços e até lá.


TALVEZ ATÉ DESSE UM ROMANCE ― Texto de Vladimir Safatle (*)

Em uma república em algum lugar na América Latina, o vice-presidente mobiliza toda a casta política para derrubar a titular e "estancar a sangria" produzida por denúncias de corrupção a envolver toda a classe, além do próprio personagem em questão. Depois do “golpe”, no entanto, a sangria não para totalmente, e a máquina colocada em funcionamento no Poder Judiciário continua, mesmo que aos trancos e barrancos.

Mas eis que um "terrível acidente" resulta na morte do juiz do Supremo responsável pelas homologações das delações contra a casta política, exatamente no momento em que elas pareciam envolver de vez os nomes-chave do governo do “vice-presidente golpista” e do partido fundamental de sustentação do seu governo ― que poderíamos chamar em nosso romance de, digamos, PSDB.

No lugar do juiz acidentado, o vice-presidente nomeia seu próprio ministro da Justiça: homem organicamente vinculado a todos os esquemas do dito, digamos, PSDB. Alguém cuja meteórica passagem pelo referido ministério foi marcada por uma crise no sistema penitenciário que resultou no assassinato de centenas de presos, levando a república em questão a figurar no noticiário internacional devido ao seu sistema carcerário medieval.

No meio da crise, o ministro entrou para a história não por ter tomado medidas sensatas e precisas para conter o problema, mas por simplesmente ter mentido despudoradamente quando evidenciados sua inação e descaso à ocasião de um pedido de auxílio de uma governadora de Estado. Algo tão absurdo que até mesmo a imprensa, normalmente complacente com o vice-presidente golpista, foi obrigada a reconhecer que o ministro era o homem errado no lugar errado.

Como se não fosse suficiente, o personagem já tinha provocado polêmicas ao defender a tortura "em alguns casos", isto em um país no qual a polícia tortura mais hoje do que na época de seu antigo regime militar, e por usar a força militar e brutalidade de sua polícia para conter todo o tipo de manifestação e mobilização social.

Quando estava a sair do ministério, eis que um dos Estados da federação passa por uma greve da polícia e se transforma em pura e simples zona de anomia, com direito a saques em plena luz do dia, assaltos e afins. O que demonstra a incrível competência do nosso personagem, suas qualificações indiscutíveis para tão alto cargo.

Não, pensando bem, esse enredo não daria um bom romance. Muito óbvio, muito primário. Ninguém iria acreditar ser possível algo assim nos dias de hoje. Certamente, se isto ocorresse atualmente, haveria grandes manifestações nas ruas contra a natureza despudorada de tal esquema. Haveria uma mobilização da opinião pública contra a desagregação das instituições da República. Não, como romance o enredo definitivamente não funcionaria. Bem, talvez como comédia ele desse certo.

É, como comédia isso aí poderia funcionar. Nós poderíamos começar com a descrição de grandes manifestações populares a varrer as cidades da dita república exigindo combate feroz contra a corrupção e mostrando indignação cidadã. Depois de a presidenta deposta, poderíamos mostrar essas mesmas pessoas tentando defender o vice-presidente envolvido em escândalos, indo para as ruas contra a corrupção, mas indignados não com o chefe do esquema, mas com um tal "presidente do Senado", isto em uma semana na qual o próprio vice-presidente fora pego em um escândalo primário de tráfico de influência envolvendo dois de seus ministros. Poderíamos mostrar ainda essas mesmas pessoas caladas quando da nomeação do ministro "aos amigos tudo, aos inimigos a lei" convocado para empacotar os processos contra seu partido do coração.

Sim, seria hilário, o mundo todo morreria de rir. É verdade que seria um pouco difícil acreditar na possibilidade de tudo isso, mas, em comédia, há sempre algo da ordem do vale-tudo, algo da ordem da ampliação caricatural até o absurdo, o que libera a imaginação para ganhar asas e pensar até mesmo o impensável. Ou seja, pensar o Brasil atual.

(*) Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP. Deixo claro que não concordo necessariamente com todas as colocações do articulista e que reproduzo este texto (originalmente publicado na suspeita Folha de São Paulo) por tê-lo achado criativo, interessante e, em grande medida (mas não totalmente) sintonizado com a realidade desta republiqueta da Bananas. E viva o povo brasileiro! 

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

AINDA SOBRE NAVEGADORES ― UC-BROWSER

"ALLER ANFANG IST SCHWER." (TODO COMEÇO É DIFÍCIL).

O UC-Browser foi desenvolvido originalmente para o sistema Android com base no Google Chromium, mas dispõem também de versões para iPhone, Windows Phone e Windows PCs.

Observação: O Chromium ― cujo logo é igual ao do Chrome, só que na cor azul ― costuma ser confundido com PUPs, pois não raro é instalado “de carona” com outros aplicativos baixados da Web. Mas na verdade ele é uma versão de código aberto do irmão famoso, uma espécie de “beta” usada para testar novas funções, recursos e outros aprimoramentos a ser incorporados ao Chrome.

O UC-Browser é um navegador pródigo em recursos e altamente personalizável ― com várias opções de temas e planos de fundo. Ele oferece uma navegação fluída, notadamente por antecipar o carregamento de fotos, vídeos e links das webpages. 

Como a maioria dos concorrentes, o programinha permite configurar o mecanismo de buscas, salvar sites favoritos, visualizar rapidamente o histórico de navegação e sincronizar dados para acessá-los a partir do smartphone ou do tablet, além de facilitar o gerenciamento de extensões ― podem ser baixadas da Chrome Web Store ―, e de downloads ― que podem ser acompanhados em tempo real, interrompidos a qualquer momento e facilmente direcionados à pasta preferida pelo usuário.

O fabricante assegura compatibilidade com as edições XP, Vista, 7, 8 e 8.1 do Windows, mas não menciona expressamente o Ten. Embora alguns repositórios de download o façam, eu limitei a avaliação no meu smartphone (com sistema Android). E como os resultados foram satisfatórios, fica aqui a sugestão, como alternativa aos concorrentes que a gente discutiu nas postagens anteriores.

AGRURAS E DESCALABROS

Michel Temer diz que não está preocupado com índices de popularidade e que se dará por feliz se for lembrado pelo povo como “o cara que recolocou o Brasil no caminho do crescimento”. Todavia, não marcou presença no velório do cardeal arcebispo emérito de São Paulo, na última sexta-feira, muito provavelmente para evitar o constrangimento das vaias. Afinal, em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.

Os índices de popularidade de sua excelência, que nunca foram grande coisa, caíram ainda mais nas últimas semanas, em parte devido à monumental dificuldade que o presidente vem enfrentando para descascar o abacaxi gerado e parido por sua deplorável antecessora. Mas não se pode esquecer que seu nome foi suscitado 43 vezes na delação de Cláudio Melo Filho, e que Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, confirmou que o repasse de R$ 10 milhões feito ao PMDB decorreu de um pedido pessoal do próprio Temer. Isso sem mencionar que, em apenas seis meses no cargo, o peemedebista perdeu seis ministros, entre os quais alguns amigos pessoais, como Romero Jucá, Geddel Vieira Lima e Jose Yunes.  

É inegável que, em meio a toda essa crise, Temer venha lutando para ressuscitar a Economia. Prova disso foi seu empenho em conseguir a aprovação da PEC do Teto, que foi promulgada há alguns dias. Já a reforma Previdência continua provocando celeumas e, se tudo correr bem, só deverá ser promulgada no final do primeiro semestre de 2017.

Observação: Limitar os gastos públicos é apenas o primeiro passo para reverter o quadro caótico da Economia. No entanto, como diz a milenar sabedoria chinesa, toda caminhada começa com o primeiro passo. Só loucos ou mal-intencionados são contra a imposição de um teto aos gastos públicos, até porque isso é uma questão de bom senso, e, por que não dizer, de responsabilidade ― tanto com o país quanto com os contribuintes (que sempre acabam pagando a conta). Aliás, 11 anos atrás, ainda no desditoso governo do molusco asqueroso, os então ministros da fazenda (Antonio Palocci) e do planejamento (Paulo Bernardo) foram os primeiros a sugerir a contenção dos gastos. E sabe quem vetou, caro leitor? A então ministra-chefe da Casa Civil ― ela mesma, Dilma Vana Rousseff, vulgo, Janete, ou mulher sapiens, ou ainda nefelibata da mandioca e estocadora de vento.

No último sábado, Temer alardeou “medidas sérias e responsáveis para preparar o país para o amanhã”, referindo-se a seu “minipacote” de estímulo ao crescimento ― que já provocou discussões acaloradas entre ministros de Estado, mas só deve apresentar resultados práticos no médio prazo. Enquanto isso, a capital da Banânia e os políticos que por lá circulam (ainda que poucos dias por semana) continuam vivendo num mundo de fantasia: enquanto o presidente luta para tourear a oposição e apaziguar a opinião pública em prol das medidas impopulares, mas indispensáveis à manutenção da governabilidade do país, prefeitos, secretários de governo e vereadores aproveitam as últimas sessões antes do recesso para aprovar reajustes indecentes em seus próprios salários.

Em Sampa ― que cito como exemplo por ser a maior e mais importante (economicamente falando) metrópole tupiniquim ―, a proposta votada pela Câmara Municipal previa um aumento de 26,3%. Se tivesse sido aprovada, o salário dos vereadores passaria, a partir do mês que vem, dos atuais R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68 ― não foi, felizmente, mas tampouco foi descartada (como dizia o saudoso Ferreira Netto, “quem parte e reparte, e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte”).

Também aqui em Sampa ― que daqui a alguns dias se livrará do entulho petista que a governou nos últimos quatro anos ―, onde o salário médio dos professores é de R$ 3,5 mil, 140 funcionários da recebem remuneração acima do teto ― alguns ganham mais que o prefeito, cujo salário é de R$ 24 mil. Tem encanador recebendo R$ 11 mil, operador de copiadora ganhando R$ 9,8 mil; onze ascensoristas percebendo entre R$ 8,7 mil e R$ 11 mil, sete copeiros faturando entre R$ 9 mil e R$ 13 mil, manobrista embolsando R$ 15,8 mil, e o chefe dos garagistas, R$ 23,5 mil!

E viva o povo brasileiro!

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