A polarização política fomentada por Lula com o proselitismo do "nós contra eles" vem produzindo efeitos tão nefastos quanto os que Dilma causou na Economia ao longo de
seus 5 anos, 4 meses e 12 dias no poder governo.
Entre outras consequências funestas, a "guerra entre o Bem e o Mal" exterminou no primeiro turno das eleições passadas, juntamente com o circo de horrores (Vera Lúcia, Cabo Daciolo, Eymael e outras bizarrices), os poucos candidatos que valiam dois tostões de mel coado, levando ao embate final os extremistas mais extremados do espectro político. E com o timão da Nau dos Insensatos nas mãos de um marujo que, em outras circunstâncias, estaria empunhando um esfregão, nosso consolo é que a coisa teria seria ainda pior se o títere da jararaca tivesse derrotado o capitão caverna.
Eleito graças ao discurso anti-Lula e anti-PT, a versão tupiniquim do Goofy beneficia-se desse cenário inflamado, notadamente num momento em que sua capacidade de produzir crises começava a decepcionar quem acreditou que ele adquiriria maturidade no cargo ou seria domado pelos assessores. E os ganhos são ainda maiores com o presidiário de Curitiba (que também se capitaliza com esse confronto permanente) em ritmo de palanque nacional. A questão é que o Brasil e o povo brasileiro só têm a perder, pois ficam reféns de duas posições: petista ou antipetista.
Observação: Talvez seja injusto atribuir esse descalabro apenas a Lula. Como bem lembrou o próprio Bolsonaro numa de suas "frases polêmicas" — aquelas que a mídia adora tirar do contexto para fazer tempestade em copo d'água —, o grande erro da ditadura foi torturar e não matar. Aliás, Lula disse mais ou menos a mesma coisa em 2016, após ser conduzido coercitivamente à PF do Aeroporto de Congonhas. Depois de prestar depoimento, a jararaca da caatinga ensinou que para matar a serpente é preciso bater na cabeça, não na cauda. Como ninguém aprendeu a lição, é possível que se repita no pleito de 2022 o que aconteceu no de 2018.
Ao longo dos últimos 11 meses e lá vai fumaça, Bolsonaro nomeou um bando de incompetentes para o primeiro escalão, indispôs-se com Deus e o mundo, ungiu-se primeiro-vassalo de Donald Duck, digo, Donald Trump, moveu mundos e fundos para emplacar o filho fritador de hambúrgueres (numa rede americana de lanchonetes que só trabalha com frango frito) no cargo de embaixador no EUA e vendeu a alma ao diabo, digo, à banda podre do STF, em troca da blindagem de seu primogênito no "Caso Queiroz". Como se não bastasse, em vez de ajudar na tramitação da PEC da Previdência, fez o possível para atrapalhar, criando uma crise aqui, outra acolá, falando mal deste, debochando daquele.
Entre outras consequências funestas, a "guerra entre o Bem e o Mal" exterminou no primeiro turno das eleições passadas, juntamente com o circo de horrores (Vera Lúcia, Cabo Daciolo, Eymael e outras bizarrices), os poucos candidatos que valiam dois tostões de mel coado, levando ao embate final os extremistas mais extremados do espectro político. E com o timão da Nau dos Insensatos nas mãos de um marujo que, em outras circunstâncias, estaria empunhando um esfregão, nosso consolo é que a coisa teria seria ainda pior se o títere da jararaca tivesse derrotado o capitão caverna.
Eleito graças ao discurso anti-Lula e anti-PT, a versão tupiniquim do Goofy beneficia-se desse cenário inflamado, notadamente num momento em que sua capacidade de produzir crises começava a decepcionar quem acreditou que ele adquiriria maturidade no cargo ou seria domado pelos assessores. E os ganhos são ainda maiores com o presidiário de Curitiba (que também se capitaliza com esse confronto permanente) em ritmo de palanque nacional. A questão é que o Brasil e o povo brasileiro só têm a perder, pois ficam reféns de duas posições: petista ou antipetista.
Observação: Talvez seja injusto atribuir esse descalabro apenas a Lula. Como bem lembrou o próprio Bolsonaro numa de suas "frases polêmicas" — aquelas que a mídia adora tirar do contexto para fazer tempestade em copo d'água —, o grande erro da ditadura foi torturar e não matar. Aliás, Lula disse mais ou menos a mesma coisa em 2016, após ser conduzido coercitivamente à PF do Aeroporto de Congonhas. Depois de prestar depoimento, a jararaca da caatinga ensinou que para matar a serpente é preciso bater na cabeça, não na cauda. Como ninguém aprendeu a lição, é possível que se repita no pleito de 2022 o que aconteceu no de 2018.
Ao longo dos últimos 11 meses e lá vai fumaça, Bolsonaro nomeou um bando de incompetentes para o primeiro escalão, indispôs-se com Deus e o mundo, ungiu-se primeiro-vassalo de Donald Duck, digo, Donald Trump, moveu mundos e fundos para emplacar o filho fritador de hambúrgueres (numa rede americana de lanchonetes que só trabalha com frango frito) no cargo de embaixador no EUA e vendeu a alma ao diabo, digo, à banda podre do STF, em troca da blindagem de seu primogênito no "Caso Queiroz". Como se não bastasse, em vez de ajudar na tramitação da PEC da Previdência, fez o possível para atrapalhar, criando uma crise aqui, outra acolá, falando mal deste, debochando daquele.
É complicado fazer previsão com quase 3 anos de
antecedência, sobretudo num país onde nem o passado é previsível. As últimas pesquisas
sugerem que a popularidade do capitão parou de cair e segue firme no patamar de 33%, podendo, inclusive, melhorar se
as boas perspectivas da economia se confirmem. Lula, mesmo solto, já não consegue mobilizar a esquerda como
antigamente, mas mantém respeitáveis 29%.
Lidos nas entrelinhas, esses resultados revelam que 60% do eleitorado tupiniquim é manipulável e altamente susceptível a discursos demagógicos, embora as castas já estejam formadas, sendo muito difícil membros da patuleia mortadeleira serem convertidos em bolsomínions. E vice-versa. Mas é bom ter em mente que, como as nuvens no céu e o cenário político, os índices podem mudar a cada nova pesquisa (sem mencionar que muitos entrevistados não só são semianalfabetos ou analfabetos funcionais, como também incapazes de encontrar o próprio rabo usando as duas mãos e uma lanterna).
Enfim, resta saber como ficará o "meio
de campo". Se não surgir um candidato "de centro" com
envergadura para mudar esse jogo de cartas marcadas, estaremos ferrados e mal pagos.
E anular, o voto, votar em branco ou se abster de votar, embora sejam opções
válidas, não ajudam em numa eleição polarizada como tende ser a de 2022.
Para concluir, ainda falando em pesquisas, dados coletados
pelo Datafolha indicam que a
avaliação do governo piorou no quesito combate à corrupção. Moro a culpa ao STF, mas
é sempre mais fácil escolher culpados do que assumir culpas. Hoje, lembra o
impagável Josias de Souza, quando a
corrupção domina a conversa numa rodinha, é impossível mudar de assunto; pode-se,
no máximo, mudar de suspeito. E Bolsonaro
está cercado de suspeitos: o filho investigado, o ministro denunciado no
escândalo do laranjal, um líder enrolado na Lava-Jato, o diabo.
Moro disse que
"o governo está trabalhando com
afinco para o restabelecimento da prisão em segunda instância". Não é
bem assim. O ministro até frequenta o debate do lado certo, mas o líder do
governo no Senado, Fernando Bezerra,
coleta assinaturas para barrar a votação do PL que altera o CPP, enquanto
Bolsonaro faz cara de paisagem ou,
no máximo, declarações flácidas. Num cenário em que a memória fraca se confunde
com a consciência limpa, o brasileiro tem dificuldade para enxergar inocentes
no palco. Consolida-se a sensação de que os corruptos são encontrados em várias
partes do mundo — quase todas no Brasil. E a leniência do Supremo não explica
tudo. Eleito como parte da solução, Bolsonaro
oferece material para que seus próprios eleitores comecem a enxergá-lo como
parte do problema.
Valei-nos Deus!