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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO, PERIGOS, ETC. — QUARTA PARTE


HISTÓRIA NÃO É NADA. IMPORTANTE MESMO É A LENDA.

Como dizia meu avô, prevenir acidentes é dever de todos. Daí ser recomendável, na iminência de uma tempestade com raios, você desplugar da tomada os aparelhos mais sensíveis (ou mesmo desligar a chave geral do quadro de força) e religá-los somente depois que a tempestade passar e o fornecimento de energia se estabilizar. Como cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, mantenha distância de grades metálicas (como as que protegem portas e janelas), deixe para tomar banho mais tarde (mesmo que o chuveiro seja a gás) e use o celular em vez do telefone fixo (a menos que o aparelho seja sem fio).

Céu escuro, nuvens negras, sensação de leve formigamento na pele e pelos eriçados nos braços são indícios de tempestade elétrica. Mas uma das vantagens de viver no século XXI é poder usar e abusar da tecnologia. Portanto, se você mora num dos 645 municípios do estado de São Paulo, mande um SMS com o CEP de sua residência (ou de outro local do seu interesse) para o número 40199 e a Defesa Civil lhe enviará um alerta, também por SMS, sempre que houver previsão de temporais na sua região. O serviço é gratuito e funciona direitinho.

Prejuízos causados por distúrbios elétricos são passíveis de indenização, desde que o usuário formalize a reclamação no prazo de 90 dias. Feito isso, a concessionária terá 10 dias para examinar o bem danificado, mais 15 para decidir se o pedido é procedente e outros 20 para efetuar o ressarcimento. Se a reclamação não for atendida, ainda é possível recorrer ao Procon ou a um Juizado Especial Cível (tribunal de pequenas causas).

Observação: Sorvetes, congelados e outros perecíveis que porventura se deteriorem em decorrência de falta de energia por um período prolongado também são indenizáveis, pois a Resolução nº 414/2010 da ANEEL estabelece que, em caso da suspensão do fornecimento, o religamento deve ser feito em até 4 horas na área urbana e 8 na rural (note que isso não vale para desligamentos por falta de pagamento).

Por se concentrarem em pontos isolados, as tempestades de verão, mesmo sendo de curta duração, têm potencial para causar alagamentos, e os raios e rajadas de vento que as antecedem ou acompanham podem pôr em risco a integridade física (ou mesmo a vida) de quem é apanhado no lugar errado na hora errada. Portando, estando em campo aberto, evite manusear objetos metálicos longos — como tripés, guarda-chuvas e assemelhados — e jamais se abrigue sob árvores isoladas (em grupo, elas não atraem raios). Se não houver uma estrutura de alvenaria nas proximidades, agache-se e mantenha os pés juntos — os raios se espalham de forma concêntrica; se você mantiver as pernas afastadas, a diferença de potencial entre seus pés permitirá a passagem da corrente pelo seu corpo. Mas note que, se o temporal desabar quando você estiver tomando banho de  mar, de piscina, de lago ou de rio, saia da água e procure abrigo imediatamente.

ObservaçãoEngana-se quem pensa que raios não caem duas vezes no mesmo lugar. A rigor, eles costumam “repetir” um local quando há condições de atração — como é caso do Cristo Redentor, no morro do Corcovado (Rio de Janeiro), que é atingido seis vezes ao ano, em média.

Na rua, sempre haverá uma padaria, farmácia, boteco, mercado ou outro estabelecimento onde se abrigar. Na impossibilidade, procure ao menos manter distância de árvores, postes, quiosques e objetos metálicos grandes e expostos (como tratores, escadas, cercas de arame, etc.). Tenha em mente que o tempo é imprevisível (que o digam os meteorologistas), mas as tempestades de verão tendem a cair do meio para o final da tarde, depois que a temperatura atinge seu ápice. Então, se você puder agendar seus compromissos para outros horários, faça-o. Sem embargo das dicas de como proceder, no trânsito, durante um temporal (assunto dos próximos capítulos), permanecer em casa ou no escritório durante essas intempéries é a atitude mais sensata.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 3

O IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE FAZEM DE NÓS, MAS O QUE NÓS MESMOS FAZEMOS DO QUE OS OUTROS FIZERAM DE NÓS.

Vimos que o drive sólido (SSD) substitui com vantagens o eletromecânico (HDD), mas que, devido ao elevado custo de fabricação, modelos com fartura de espaço costumam equipar notebooks de configuração de ponta (e preços idem), enquanto drives híbridos ― ou mesmo SSDs puros, mas de capacidade mais modesta ― são direcionados a PCs de configuração mediana e preços mais acessíveis.

Uma das vantagens dessa “nova” tecnologia advém da maneira como os dados são gravados e lidos. Como eu disse no capítulo de abertura, a formatação física dos drives eletromecânicos mapeia a superfície dos pratos, que são divididas em trilhas, setores e cilindros. O setor corresponde à menor unidade física do disco, e tem capacidade para armazenar 512 bytes (não confundir com cluster; que é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar, e geralmente é formado por um conjunto de setores).

Além da formatação física, o disco rígido passa por uma formatação lógica por ocasião da instalação do Windows. Esse processo cria uma tabela de alocação de arquivos que permite ao sistema “enxergar” e gerenciar o espaço disponível no drive (no caso do Windows, os formatos mais usados são a FAT, o NTFS e, mais raramente, a exFAT). O tamanho do cluster varia conforme o sistema de arquivos. No NTFS, cada cluster possui entre 512 bytes e 4 KB, dependendo do tamanho da partição. Quanto menor for o cluster, menos espaço será desperdiçado, sobretudo na gravação de arquivos pequenos, pois, mesmo que tenha um único byte de tamanho, esse arquivo ocupará um cluster inteiro.

O sistema operacional é o responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre a memória de massa e a RAM, ele conta com o auxílio do BIOS, que supervisiona a entrada e saída de informações. Quando, por exemplo, comandamos a gravação de um arquivo, a instrução é repassada ao sistema, que altera a estrutura da tabela de alocação para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido, seleciona os clusters disponíveis para armazenar os dados e repassa os endereços ao BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os clusters correspondentes. Se o arquivo não couber integralmente num cluster, o sistema localizará mais clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassará as coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para que não sejam sobrescritos durante a gravação de outros dados.

Quando o computador é novo, há muito espaço livre na memória de massa, e os arquivos podem ser armazenados em clusters contíguos, o que facilita tanto a gravação dos dados quanto sua posterior leitura. Conforme vamos instalando e removendo aplicativos, criando, alterando e apagando arquivos, vão surgindo lacunas entre os clusters, e nem sempre o espaço vago deixado pelo arquivo que acabamos de excluir comporta integralmente o arquivo que criamos em seguida, daí o sistema distribuir o restante pelos demais clusters disponíveis ao longo da trilha. Isso evita o desperdício de espaço, mas acarreta demora na gravação e, principalmente, na leitura dos arquivos segmentados, já que o sistema precisa localizar cada fragmento e remontar tudo, num imenso quebra-cabeça.

Felizmente, o Windows dispõe de uma ferramenta para organizar a bagunça que ele próprio cria, mas isso já é conversa para o próximo capítulo.

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sexta-feira, 10 de julho de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE MOBILIDADE E PORTABILIDADE

A LÍNGUA É UM ÓRGÃO SEXUAL MUITO USADO PELOS JOVENS PARA FALAR.

Mobilidade e portabilidade são termos comumente usados como sinônimos, até porque tudo que é portátil costuma ser móvel. No entanto, no âmbito da informática, nem tudo que é móvel é portátil (no sentido de ser capaz de portar dados). Um bom exemplo disso é o pendrive, que serve para armazenar e transportar arquivos digitais, embora não os exiba de maneira autônoma. Já os Smartphones, dumbphones (*), tablets, notebooks e afins tanto armazenam e transportam quanto exibem arquivos digitais, e ainda podem ser levados facilmente de lado para outro e/ou utilizados em trânsito ─ razão pela qual são conhecidos como portáteis, ainda que fosse mais correto defini-los como móveis.

Questões semânticas à parte, fato é que nossos gadgets precisam de eletricidade para funcionar, e como depender exclusivamente da rede elétrica contraria os princípios da portabilidade (ou seria da mobilidade?), os fabricantes optaram pelas baterias recarregáveis ─ solução que foi satisfatória durante algum tempo, mas deixou de atender a demanda dos novos modelos, que, devido ao hardware mais poderoso e a gama de funções que cresce a cada nova versão, requerem recargas cada vez menos espaçadas, conforme vimos nas postagens anteriores.

Enquanto as "baterias do futuro" ─ desenvolvidas a partir das alternativas ao íon de lítio que mencionamos alhures ─ não se tornam padrão de mercado, resta-nos economizar energia e prolongar ao máximo a autonomia dos nossos aparelhos, o que pode ser feito mediante recursos nativos, aplicativos de terceiros e/ou ajustes oferecidos pelo sistema operacional. Só não vale se entusiasmar e repetir o feito no PC de mesa ou notebook que o substitua, a menos que você não se incomode em reduzir o desempenho do computador para economizar uns poucos reais na conta de luz.

Passando ao que interessa, o intervalo de tempo que um portátil suporta longe da tomada depende de diversos fatores, mas sempre será diretamente proporcional à capacidade de carga da bateria e inversamente proporcional ao consumo do aparelho. Como as informações que os fabricantes oferecem a propósito se baseiam em "condições ideais" ─ que não refletem o dia a dia dos usuários ─, é melhor você fazer suas próprias medições. Sem embargo, você pode ter uma ideia aproximada da autonomia dividindo a capacidade da bateria pelo consumo do aparelho ou recorrendo a algum aplicativo dedicado  a maioria deles proporciona resultados bem mais precisos e se encarrega do trabalho pesado. Um bom exemplo é BatteryBar, disponível tanto como shareware quanto como freeware (note que, embora reúna menos recursos do que a versão paga, a gratuita atende perfeitamente as necessidade dos usuários domésticos comuns). Uma vez instalado o programinha, basta pousar o ponteiro do mouse sobre o ícone do medidor para obter diversas informações atualizadas em tempo real, tais como a capacidade total da bateria, a taxa de carga e descarga, o tempo de uso e até uma estimativa da vida útil do componente.

Observação: O Windows 7 dispõe de uma ferramenta nativa que monitora o sistema por um período pré-definido, aponta erros, oferece sugestões para economizar energia e apresenta uma estimativa da vida útil da bateria. Para acessá-la, digite cmd na caixa de pesquisa do menu Iniciar, clique com o botão direito sobre o ícone respectivo, escolha a opção Executar como administrador e, na linha de comando, digite powercfg –energy. Ao final, tecle exit para fechar a janela, localize o arquivo energy-report.html (em C:\Windows\System32), abra-o no seu navegador e analise as informações fornecidas. Os valores de DESIGN CAPACITY e LAST FULL CHARGE, bem no finalzinho do arquivo, remetem à capacidade de armazenamento de energia; quando maior for a diferença entre eles, menor será a eficiência do componente.

(*) "Dumbphone" é o nome pelo qual passaram a ser conhecidos os celulares básicos, espartanos, mais pobres em recursos e funções do que os smartphones. O termo Dumb (estúpido, burro) se contrapõe a smart (inteligente, esperto).

Passemos agora ao nosso tradicional humor de final de semana:

Namore alguém que tenha o mesmo tipo de carregador que o seu.
Se a bateria do seu celular dura o dia inteiro, é porque ninguém gosta de você.
Odeio esse corretor ortográfico do celular. Não consigo falar nem a porta de um palavrão nessa vossa! É um carvalho mesmo...
Propaganda da Vivo diz que tem bônus para falar de vivo pra vivo. E alguém tá querendo falar com os mortos?
Os “tablets” são smartphones para pessoas com orelhas grandes.

Na semana que vem a gente continua, pessoal.  Bom f.d.s., abraços e até segunda.