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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

EXERCÍCIOS DE FUTUROLOGIA — É PRECISO CUIDADO PARA NÃO SE MACHUCAR

NAQUELA MANHÃ CINZENTA, TÃO VOCACIONADA A VENTOS — VENTOS FORTES, FORTES, NÃO DESEJEI AMANHECER, SOB PENA DE ME PERDER NAQUELE UIVO ATERRORIZANTE.

Vaticínios “meia boca” não faltam na história recente, como é o caso dos relógios de pulso do ano 2000, que serviriam como intercomunicadores e gravariam áudio e vídeo (em vista dos smartphones atuais, o lance bateu na trave), ou das TVs penduradas como quadros em paredes (elas não se tornaram realidade nos anos 60, como previu a GE, mas hoje em dia muita gente usa modelos LCD e de plasma dessa forma).

Profecias que não se confirmaram são comuns também no âmbito da TI, mesmo quando feitas por próceres Thomas John Watson, presidente da IBM, segundo o qual “um dia haveria mercado para, quando muito, uns cinco microcomputadores” (quatro décadas mais tarde sua empresa lançaria o Personal Computer e daria o primeiro passo para transformar a computação pessoal num produto de consumo de massa). Ou por Ken Olsen, fundador da Digital Equipment Corporation (empresa respeitada nos anos 70), que afirmou “não haver razão para qualquer indivíduo ter um computador em casa” (isso quando os PCs já estavam sendo vendidos).

Bill Gates também errou feio em 2004, ao afirmar que dali a dois anos o SPAM seria totalmente erradicado, ou, pior, em 1981, quando disse (supostamente) que 640 KB seriam mais memória do que qualquer PC viria a precisar (ele nega esse “deslize”, até porque os PC modernos integram entre 2 e 8 GB de RAM, mas não consegue se livrar da pecha). Mas Mr. Gates fez um gol de placa em 1995, ao prever os computadores-carteira que, ironicamente, a Apple tornaria realidade com o iPad.

Falando nisso, há quem diga que os desktops (e mesmo os notebooks) não resistirão por mais de um par de anos à popularização dos smartphones, tablets e gadgets ainda mais inovadores, tais como relógios, óculos e pulseiras conectadas (alguns brinquedinhos desses chegam a custar mais de R$ 100 mil!).                          

Observação: “Tio Bill” é citado como protagonista de diversas situações curiosas, como aquela em que teria simplesmente continuado a caminhar após deixar cair no chão uma nota de US$ 1000, indiferente à perda do que, diante de sua fortuna, seria “dinheiro de pinga”. No entanto, isso não passa de uma lenda urbana, até porque o Tesouro americano tirou as notas de US$ 1000 de circulação em 1969, quando o futuro fundador da Microsoft era um adolescente impúbere de 14 anos.

Em contrapartida, a profecia de Gordon Earl Moore, co-fundador da Intel, segundo a qual o poder de processamento dos computadores dobraria a cada vinte e quatro meses, foi bem mais acurada, embora talvez não sobreviva por muito tempo mais, já que a “Cloud Computing” vem sendo vista como o futuro da computação. Seja como for, é quase impossível encontrar alguém plenamente satisfeito com os recursos do seu PC, e devido ao agigantamento dos sistemas e programas, mesmo máquinas de topo de linha se tornam ultrapassadas em poucos anos — e a despeito de dispositivos de hardware mais avançados serem lançados em intervalos cada vez mais curtos, nem todo mundo tem cacife para acompanhar pari passu essa vertiginosa evolução.

Quem acompanhou o alvorecer da computação pessoal deve estar lembrado dos PCs que integravam dois ou mais Floppy Drives — como eles não dispunham de discos rígidos, tanto o sistema quanto os programas eram executados a partir de prosaicos disquetes. Quando os HDs começaram a se tornar populares, 10 MB de espaço custavam 2.000 dólares, mas a evolução tecnológica cumpriu bem o seu papel: embora os fabricantes tenham levado décadas para romper a “Barreira do Gigabyte”, dali a poucos anos já produziam drives gigantescos — na casa das centenas de gigabytes — a preços bem mais acessíveis.

Observação: Para ter uma noção melhor desse espaço, considere que uma música em MP3 de 3 minutos ocupa cerca de 3 MB – ou três milhões de bytes – e que mil gigabytes (ou 1 Terabyte) correspondem a um trilhão de bytes (faça as contas). Pelo andar da carruagem, é possível que logo alcancemos a casa dos Petabytes, dos Exabytes, ou mesmo dos Zettabytes (grandezas que correspondem, respectivamente, a um quatrilhão, um quintilhão e um sextilhão de bytes). Segundo alguns especialistas, 1 TB equivale à capacidade da memória humana, enquanto que 1 ZB é espaço suficiente para armazenar toda a informação digitalizada no mundo (se cada byte fosse um grão de arroz, isso corresponderia a 20 quatrilhões de quilos – arroz suficiente para alimentar a humanidade por 30 mil anos!

Para concluir, considerando que a informática tende a evoluir de maneira “circular”, talvez devêssemos reavaliar o vaticínio de Mr. Watson. De uns tempos a esta parte, a venda de computadores (desktops e notebooks) vem caindo sistematicamente, enquanto dispositivos móveis (tablets e smartphones) se multiplicam como coelhos. E se a computação em nuvem cumprir o que vem prometendo, importante mesmo será garantir um plano de banda larga decente, de preferência com boas taxas de upload, pois o armazenamento dos arquivos em servidores remotos e a execução dos aplicativos através do navegador propiciarão uma experiência mais rica e interativa sem exigir máquinas cada vez mais poderosas e quantidades ainda maiores de memória e espaço em disco. 

Passemos agora ao nosso tradicional humor de sexta-feira:




Bom f.d.s. a todos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

MAIS SOBRE PREVISÕES, FUTUROLOGIA, HORÓSCOPOS E QUE TAIS. NOSTRADAMUS VS LEONARDO DA VINCI E JULIO VERNE

UMA VIDA NÃO QUESTIONADA NÃO VALE A PENA SER VIVIDA.

Pegando um gancho no post de ontem, sempre que se fala em profecias, oráculos e afins, o nome de Nostradamus (alquimista do século XVI) e suas previsões sobre o Apocalipse vêm à baila. Mas o mundo não acabou na virada do milênio nem em 21 de dezembro de 2012, como alardeavam alguns desatinados, baseados em interpretações infundadas do antigo Calendário Maia (provavelmente eram todos militantes petistas, já que essa raça é imbatível quando se trata de viajar na maionese). Enfim, quem não morreu de morte morrida ou matada nesse entretempo continua ativo e operante (isso se estende ao Lula, à Dilma e à petralhada de plantão e seus néscios e abjetos defensores radicais, desgraçadamente, mas fazer o quê?).

A experiência mostra que não se deve acreditar piamente na idoneidade dos tradicionais videntes que, a cada final de ano, lançam previsões do tipo “um artista famoso vai morrer no ano que vem” (só neste ano, que caminha para a reta final, morreram vários). Ou então naqueles horóscopos de revistas de fofocas e variedades, pródigos em “previsões” do tipo “época propícia a problemas de saúde”, “prejuízos à vista; evite investimentos arriscados” ou “aguarde novidades no campo sentimental”, dentre outros besteiróis de estilo.

A despeito de todo o avanço tecnológico ocorrido no século XX, a maior parte das previsões “sérias” — como as publicadas no Livro da Juventude de 1968 — acabou dando com os burros n’água. Visão, mesmo, tinha Leonardo da Vinci, que idealizou o helicóptero seis séculos antes de ele ser criado (note que o polímata italiano viveu na segunda metade do século XIV, época em que o must dos transportes eram as carroças puxadas a burro). Ou Julio Verne, autor do romance de ficção “Da Terra à Lua” (1865), onde uma espécie de bala de canhão com três tripulantes era disparada de Tampa, na Flórida — a 20 milhas de onde, um século mais tarde, seria lançada a Apollo 11 —, e de “20.000 Léguas Submarinas” (1869), no qual criou o Nautilus (imagem à esquerda na figura que ilustra este post), precursor dos submarinos nucleares que só começariam a ser construídos em meados do século XX.

Já um ”manto da invisibilidade” como o usado pelo bruxo Harry Potter na saga da escritora britânica J. K. Rowling (figura à direita na imagem que ilustra este post) vem sendo desenvolvido a partir de metamateriais (estruturas artificiais menores do que as ondas eletromagnéticas), que fazem a luz contornar o objeto coberto e projetar a imagem daquilo que está atrás dele.

Fazer previsões acuradas é arriscado, especialmente no campo da tecnologia. Quando a Apollo 11 chegou à Lua, dizia-se que dali a poucos anos as viagens interplanetárias seriam corriqueiras. Na Terra, navios e trens alcançariam velocidades estonteantes, enquanto monotrilhos elevados a 30 metros do solo resolveriam o problema do transporte. As grandes metrópoles seriam parecidas com o que se via na década de 60 no desenho animado “Os Jetsons”, com edificações futuristas, esteiras rolantes, automóveis voadores e pessoas usando “cinturões foguetes” (a propósito, vale rever minha postagem de 27 de agosto de 2008). 

Mas até agora só conseguimos colocar robôs em Marte e criar alguns protótipos de carros voadores, embora já contemos com veículos carros capazes de estacionar sozinhos e prevenir o motorista para prevenir potenciais acidentes, sem mencionar o veículo que dispensa o motorista. Aliás, os engenheiros do Google vêm testando um troço desses há algum tempo, e parece que estão no caminho certo. No entanto, QUEM SOU EU PARA FAZER PREVISÕES?

Amanhã a gente continua, pessoal; abraços e até lá.