Após o ministro Fachin
ter rejeitado o mandado de segurança que buscava suspender o afastamento
de Aécio Neves, o Senado decidiu aguardar a votação pelo plenário do
Supremo, no próximo dia 11, de uma ação direta de inconstitucionalidade sobre
os termos de afastamento de parlamentares sob investigação.
Dos 71 parlamentares presentes, 21 optaram pela continuidade
da deliberação na noite de ontem; desses, treze têm pendências a resolver no STF
― daí a maioria deles ter subido à tribuna para preferir discursos contundentes
contra o Judiciário. Renan Calheiros
e Romero Jucá, colegas de partido,
comparsas e campeões em número de inquéritos latiram grosso. O primeiro disse
ser melhor dissolver o Senado a se submeter ao Supremo; o segundo, que o STF
não pode buscar “jeitinho”, que há um movimento para “anestesiar” os senadores
e que não se pode agir com “covardia” nem “leniência” no caso.
Antonio Anastasia, aliado de Aécio na política mineira, seguiu na
mesma linha, como também fez o ex-presidente impichado e eternos senador por
Alagoas Fernando Collor, que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro
e alvo de não sei quantas investigações. Da ré e multi-investigada Gleisi Hoffmann, dublê de senadora
petista e presidente nacional da ORCRIM, melhor nem falar ― uma pessoa que tem
o desplante de acusar Palocci de delatar Lula a mando da CIA não pode
ser levada a sério.
A questão volta à pauta no próximo dia 17, uma semana
depois de o plenário do Supremo manter ou reverter a decisão da 1ª Turma, que,
por 3 votos a 2, afastou o mineirinho larápio da mamata parlamentar. Há quem
entenda que os ministros desrespeitaram a Constituição ao impor uma medida
cautelar sem o referendo do Senado, mas essa tese encontra resistência entre
juristas de grosso calibre, para quem somente
o corporativismo do Parlamento explica essa união inusitada entre políticos
enrolados com a Justiça para livrar um colega do afastamento do mandato e da reclusão
noturna.
Leia o que disse o juiz Douglas de Melo Martins
a respeito desse imbróglio.
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