MULHER
ENIGMÁTICA, ÀS VEZES, É POUCA GRAMÁTICA.
O WhatsApp conquistou usuários de todo
o mundo a tal ponto que muita gente nem sabe como conseguiu sobreviver quando ele não existia. Para alguns, no entanto ― e eu me incluo entre estes
últimos ―, a maneira como determinados usuários bombardeiam seus contatos com mensagens de texto e voz, fotos e clipes de vídeo digamos,
dispensáveis, é um aborrecimento de proporções épicas.
Se você usa o WhatsApp, é provável que
apague as “conversas” regularmente, pois mantê-las indefinidamente pode
esgotar o espaço já não muito generoso da memória interna dos smartphones ― e ainda
que a maioria dos aparelhos permita ampliar esse espaço via cartões de memória, nem sempre nos lembramos de ajustar a
configuração para que o armazenamento se dê na mídia removível (aliás, muitos
aparelhos costumam dificultar esse ajuste, e isso quando não o impedem). Resultado: a gente sempre acaba apagando mensagens que, por qualquer razão, precisa
reler posteriormente, quando já é tarde demais.
Observação: O WhatsApp
jura de pés juntos que não armazena as conversas dos usuários, embora elas
fiquem guardadas na memória do aparelho e, se o backup tiver sido habilitado,
será possível restaurar todo o conteúdo que foi salvo ultimamente. No caso de
perda do smartphone, essas serão as únicas conversas que poderão
ser restauradas no aparelho, e embora alguns aplicativos se proponham a
recuperar as conversas apagadas da memória, eles nem sempre funcionam.
O Dr. Fone é um programa de recuperação de arquivos que realiza varredura em três níveis configuráveis. O ideal é começar com a opção Procurar arquivos apagados e, dependendo da quantidade de arquivos recuperados, repetir o procedimento no Modo Avançado, que é mais demorado (dependendo da capacidade armazenamento do telefone, essa varredura pode levar horas, além de exigir que o aparelho não seja utilizado enquanto a ferramenta de recuperação estiver sendo executada). Note que a versão de teste permite apenas avaliar a capacidade de recuperação do programa e visualizar os arquivos; para restaurá-los, é preciso adquirir uma licença (que custa R$ 189,90 para o sistema Android e de R$ 119,90 a R$ 259,90 para o iPhone)
O Dr. Fone é um programa de recuperação de arquivos que realiza varredura em três níveis configuráveis. O ideal é começar com a opção Procurar arquivos apagados e, dependendo da quantidade de arquivos recuperados, repetir o procedimento no Modo Avançado, que é mais demorado (dependendo da capacidade armazenamento do telefone, essa varredura pode levar horas, além de exigir que o aparelho não seja utilizado enquanto a ferramenta de recuperação estiver sendo executada). Note que a versão de teste permite apenas avaliar a capacidade de recuperação do programa e visualizar os arquivos; para restaurá-los, é preciso adquirir uma licença (que custa R$ 189,90 para o sistema Android e de R$ 119,90 a R$ 259,90 para o iPhone)
Outra opção é o Gihosoft Data Recovery, que opera de maneira semelhante
e pode servir como alternativa para quem não conseguir recuperar os arquivos ou
conversas usando o Dr. Fone ― até porque cada aplicativo trabalha com um
mecanismo próprio, e assim as chances de sucesso variam caso a caso, conforme o
aparelho e a plataforma. Da mesma forma que o app anterior, este permite
somente visualizar os arquivos recuperados; para restaurá-los, é preciso desembolsar
US$ 49,95.
Tenham todos um ótimo dia.
AINDA SOBRE O SUCESSOR DE ZAVASCKI NA RELATORIA DA LAVA-JATO
O sorteio da relatoria da Operação Lava-Jato no Supremo deve ficar pode ficar para amanhã, quinta-feira (2). Até poucos minutos atrás, a expectativa era que essa definição ocorresse no início da tarde de hoje, mas parece que Carmen Lucia ainda quer ouvir todos os ministros da corte sobre o pedido de mudança feito por Edson Fachin (da mesma forma que no exército, antiguidade é posto no STF, e como a nomeação de Fachin foi a mais recente, a presidente quer saber se alguém mais da Primeira Turma tem interesse em mudar para a Segunda.
Vale lembrar que Carmen Lucia pode realizar o sorteio apenas entre os ministros da Segunda Turma ou entre os 9 que restaram com a morte de Zavascki (o STF conta com 11 distribuídos em duas Turmas de 5, já que o presidente da Corte ― ou A presidente, na composição atual ― não participa de nenhuma delas.
Não há no regimento interno do Supremo um artigo que permita que algum ministro escolha assumir um caso, mas é possível recusar a relatoria de um processo ― no contexto atual, o decano Celso de Mello já adiantou que declinaria da relatoria da Lava-Jato, alegando motivos de saúde.
Embora seja controversa, a possibilidade de Carmen Lucia definir ela própria a situação existe; o que não existe (pelo menos até onde eu consegui apurar) é um precedente nesse sentido. Mas para tudo tem uma primeira vez. Aliás, em recente entrevista à imprensa, o ministro Marco Aurélio Mello sinalizou que Fachin sucederá a Zavascki na relatoria da Lava-Jato.
Mais uma vez, ir além disso seria pura especulação. O jeito é acompanhar os acontecimentos e publicar atualizações, fazer o quê?
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
AINDA SOBRE O SUCESSOR DE ZAVASCKI NA RELATORIA DA LAVA-JATO
O sorteio da relatoria da Operação Lava-Jato no Supremo deve ficar pode ficar para amanhã, quinta-feira (2). Até poucos minutos atrás, a expectativa era que essa definição ocorresse no início da tarde de hoje, mas parece que Carmen Lucia ainda quer ouvir todos os ministros da corte sobre o pedido de mudança feito por Edson Fachin (da mesma forma que no exército, antiguidade é posto no STF, e como a nomeação de Fachin foi a mais recente, a presidente quer saber se alguém mais da Primeira Turma tem interesse em mudar para a Segunda.
Vale lembrar que Carmen Lucia pode realizar o sorteio apenas entre os ministros da Segunda Turma ou entre os 9 que restaram com a morte de Zavascki (o STF conta com 11 distribuídos em duas Turmas de 5, já que o presidente da Corte ― ou A presidente, na composição atual ― não participa de nenhuma delas.
Não há no regimento interno do Supremo um artigo que permita que algum ministro escolha assumir um caso, mas é possível recusar a relatoria de um processo ― no contexto atual, o decano Celso de Mello já adiantou que declinaria da relatoria da Lava-Jato, alegando motivos de saúde.
Embora seja controversa, a possibilidade de Carmen Lucia definir ela própria a situação existe; o que não existe (pelo menos até onde eu consegui apurar) é um precedente nesse sentido. Mas para tudo tem uma primeira vez. Aliás, em recente entrevista à imprensa, o ministro Marco Aurélio Mello sinalizou que Fachin sucederá a Zavascki na relatoria da Lava-Jato.
Mais uma vez, ir além disso seria pura especulação. O jeito é acompanhar os acontecimentos e publicar atualizações, fazer o quê?
O Brasil de hoje é
provavelmente um dos países do mundo que melhor convivem com o absurdo. Fomos
desenvolvendo na vida pública brasileira, ao longo de anos e décadas, uma
experiência sem igual em aceitar a aberração como uma realidade banal do dia a
dia, tal como se aceita o passar das horas ou o movimento das marés.
A morte do ministro Teori
Zavascki, dias atrás, na queda de um avião privado no litoral do Rio de
Janeiro, foi a mais recente comprovação da atitude nacional de pouco-caso
diante de comportamentos oficiais que não fazem nexo. É simples. O ministro Zavascki
não poderia estar naquele avião, porque o avião não era dele ― estava viajando
de favor, e um ministro do STF não pode aceitar favores, de proprietários de
aviões ou de qualquer outra pessoa. Nenhum juiz pode, seja ele do mais alto
Tribunal de Justiça do Brasil, seja de uma comarca perdida num fundão qualquer
do interior.
Da morte de Teori já
se falou uma enormidade, e sabe lá Deus o que não se falou, ou talvez ainda se
fale. Foram feitas indagações sobre o dono do avião, um empresário de São
Paulo, seus negócios e suas questões junto ao Judiciário. Foram apresentados
detalhes sobre suas relações pessoais, seus projetos empresariais e seu estilo
de vida. Foram examinadas as circunstâncias em que se originou e evoluiu seu
relacionamento com o ministro. Não apareceu nada que pudesse sugerir qualquer
decisão imprópria por parte do magistrado ― ao contrário, sua conduta à frente
dos processos da Lava-Jato continua sendo descrita como impecável. Mas o
problema, aqui, não é esse. O problema é que ninguém, entre os que tomam
decisões ou influem nelas, estranhou o fato de que um dos homens mais
importantes do sistema de justiça brasileiro, nos trágicos instantes finais de
sua vida, estivesse viajando de carona no avião de um homem de negócios que não
era da sua família nem do seu círculo natural de amizades. Não se trata de
saber se o empresário era bom ou ruim. Sua companhia não era adequada, apenas
isso, para nenhum magistrado com causas a julgar.
A questão não se
limita aos empresários. Não está certo para um juiz, da mesma maneira,
frequentar ministros de Estado e altos funcionários do governo. Ele também não
pode andar com sócios de grandes escritórios de advocacia ― grandes ou de
qualquer tamanho. Entram na lista, ainda, diretores de “relações
governamentais” de empresas, dirigentes de órgãos que defendem interesses
particulares e políticos de todos os partidos. Não dá para aceitar convites de
viagem com “tudo pago”, descontos no preço e qualquer coisa que possa ser
descrita como um favor. Não é preciso fazer a lista completa ― dá para entender
completamente do que se trata, a menos que não se queira entender. O ministro Zavascki
não era, absolutamente, um caso diferente da maioria dos membros do STF e de
uma grande parte, ninguém poderia dizer exatamente quantos, dos 17.000
magistrados brasileiros de todas as instâncias. Seu comportamento era o padrão
― com a diferença, inclusive, de ser mais discreto do que muitos. Ninguém nunca
viu nada errado no que fazia ― e ele, obviamente, também não.
Cobrança exagerada?
Diante dos padrões de moralidade em vigor na vida pública nacional, é o caso, realmente,
de fazer a pergunta. Mas não há exagero nenhum em nada do que foi dito acima.
Ao contrário, essa é a postura que se observa em qualquer país bem-sucedido,
democrático e decente do mundo. Na verdade, não passa na cabeça de ninguém,
nesses países, levar uma vida social parecida à que levam no Brasil os
ministros do STF e de outros tribunais superiores, desembargadores e juízes de
todos os níveis e jurisdições. Muitos magistrados brasileiros também acham
inaceitável essa confusão entre comportamento privado e função pública. Não
falam para não incomodar colegas, mas não aprovam ― e não agem assim. Têm a solução
mais simples para o problema: só falam com empreiteiros, etc. no fórum, e nunca
a portas fechadas. Para todos eles, “conversa particular” é coisa que não
existe. Nenhum deles vê nenhum problema em se comportar assim. Eles aceitam
levar uma vida pessoal com limites; só admitem circular na própria família, com
os amigos pessoais e entre os colegas. Fica mais difícil, sem dúvida. Mas
ninguém é obrigado a ser juiz, nem a misturar as coisas. Só quem quer.
Concluída a
transcrição de mais essa pérola do ilustre jornalista, acrescento a seguinte ressalva:
não estou entre “aqueles que tomam decisões ou influem nelas”, mas entre os que
observaram o detalhe que Guzzo salientou em sua coluna. Para conferir, basta
acessar a postagem que publiquei dias após o
acidente que matou Zavascki, na
qual, parágrafos depois de dizer que “para
muitos, falar mal dos mortos é blasfêmia, mas, hipocrisias à parte, o simples
fato de alguém morrer não faz desse alguém um santo nem anula seus eventuais
malfeitos”, eu teci as seguintes considerações:
“Causa estranhamento ninguém ter mencionado
que Zavascki ia passar o final
de semana na ilha do empresário Carlos
Alberto Filgueiras ― dono da luxuosa rede de hotéis Emiliano e da
malsinada aeronave. O fato de estar a bordo do avião de Filgueiras não configura crime, mas tampouco favorece o magistrado
― ou, no mínimo, coloca-o na mesma e incômoda posição de um Sérgio Cabral que voava nas asas de Cavendish ou de um Lula aninhado nos ares com a Odebrecht. Ou que, em 2015, o ministro
tenha participado do casamento do filho de um amigo ― o advogado Eduardo Ferrão ―, onde se encontrava
boa parte da elite empresarial tupiniquim enrolada na Lava-Jato. Ou ainda que,
numa de suas primeiras decisões no STF, ele
tenha dado o voto de desempate que absolveu Dirceu, Genoino e Delúbio do crime de formação de
quadrilha”.
Enfim...
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