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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A INSEGURANÇA DAS URNAS ELETRÔNICAS USADAS NO BRASIL

PRECISAMOS OLHAR ONDE TROPEÇAMOS, NÃO ONDE CAÍMOS.

Nas postagens de 20 de maio e 4 de agosto, falamos na confiabilidade (ou melhor, na falta dela) das nossas urnas eletrônicas – problema que muita gente atribui a delírios de alguns teóricos da conspiração, mas que me parece estar calcado em fatos reais.
Uma matéria publicada na Folha Política, no dia 9 de julho, dá conta de que um hacker de nome Rangel (supostamente vivendo sob proteção policial) afirma ter fraudado o resultado das eleições de 2012 para beneficiar candidatos da Região dos Lagos sem para tanto precisar invadir uma urna sequer (bastou-lhe obter acesso à intranet da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro).
Quer mais? Então vamos lá: o advogado e ex-ministro da Cultura Luiz Roberto Nascimento Silva publicou no jornal O Globo um artigo ponderando que, “num país onde se desvia merenda escolar, se rouba remédio popular e se desnaturam emendas parlamentares (...) é ingênuo não debater essa questão”. Já o doutor Antonio Pedro Dourado Rezende, do Depto. de Computação da Universidade de Brasília, em trabalho sobre o voto eletrônico esclarece: “A urna é confiável? É claro que a urna eletrônica é confiável, mas não no sentido que lhe dá o contexto costumeiro dessa pergunta. É confiável na medida em que uma máquina pode ser confiável, na acepção de ser previsível. No caso de uma urna, se entra software honesto, sai eleição limpa; se entra software desonesto, sai eleição fraudada”.



Mas nem tudo são más notícias. Segundo matéria publicada na Gazeta do Povo, aplicativo para celular batizado de Você Fiscal, financiado por doações, promete apontar possíveis falhas de segurança no processo eleitoral. O programa será usado para detectar qualquer tentativa de fraude ou erro no processo de totalização, que envolve a soma dos resultados parciais produzidos por urnas eletrônicas em todo o país. A ideia é simples: às 17h, quando a votação se encerra, os mesários são obrigados a fixar o boletim de urna na porta da seção eleitoral. O documento traz a contagem de votos naquela seção, separado por candidato. Com o aplicativo, será possível fotografar os boletins e enviar para a equipe da Unicamp. Lá, os pesquisadores vão comparar o boletim publicado com o resultado registrado e divulgado pelo TSE. Se alguém fraudar a urna depois da emissão do boletim, o aplicativo descobre.
Apesar de reconhecer que “os testes de segurança das urnas eletrônicas fazem parte do conjunto de atividades que garantem a melhoria contínua deste projeto”, o TSE não fará nenhum antes das eleições de outubro. Desde 2012, aliás, quando uma equipe de técnicos da Universidade de Brasília simulou uma eleição com 475 votos na urna eletrônica e conseguiu colocá-los na ordem em que foram digitados, o tribunal não expõe seus sistemas e aparelhos à prova de técnicos independentes, embora continue a afirmar que eles são seguros e invioláveis (para saber mais, clique aqui).

Que Deus nos ajude a todos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

DE VOLTA ÀS URNAS ELETRÔNICAS

VOCÊ PODE ME MATAR, MAS NÃO PODE ME JULGAR.


Um post que publiquei em maio passado recomendava a leitura do livro FRAUDES E DEFESAS NO VOTO ELETRÔNICO, escrito pelo especialista em segurança de dados de computador Amílcar Brunazo Filho em co-autoria com a advogada e procuradora de partidos políticos Maria Aparecida Cortiz.
Volto agora ao assunto porque me deparei acidentalmente com mais informações a propósito da fidedignidade das urnas utilizadas no Brasil – o que é preocupante, a meu ver, sobremaneira porque a nossa presidente disse com todas as letras que “em ano eleitoral a gente faz o Diabo”. E sendo ela que é (e quem foi) e filiada ao partido dos PTralhas, não me espantaria se... Enfim, para bom entendedor...
Passando ao que interessa, se você quer conhecer os modelos e as gerações das máquinas de votar, clique aqui (no Brasil, ainda são usadas as urnas eletrônicas de 1ª geração, que são as mais antiquadas e obscuras em uso no mundo). Se quiser garantia de Transparência na Votação e Apuração Eletrônica dos Votos, assine em apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (o PLIP do Voto Impresso). E se tem dúvidas sobre sua privacidade no uso da Biometria nas Eleições, conheça o problema e entre no Movimento de Obediência Civil.
Mas, pasmem, havendo vontade política, há uma luz no fim do túnel:


Sobrando tempo, assista a mais este:



Tenham todos um ótimo dia.

terça-feira, 20 de maio de 2014

URNA ELETRÔNICA - VOCÊ CONFIA NESSA "EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA"?

QUEM VOTA E COMO VOTA NÃO CONTA NADA; QUEM CONTA OS VOTOS É QUE REALMENTE IMPORTA.

Por ser programável de acordo com as necessidades de cada pleito, o software das urnas eleitorais utilizadas no Brasil permite adulterar os resultados facilmente – bastando, por exemplo, introduzir um comando que, a cada cinco votos, desvie um para determinado candidato, mesmo que o eleitor tenha teclado o número de outro.
Eu, particularmente, sempre tive minhas dúvidas quanto à insegurança desse tipo de escrutínio, cuja grande (e talvez única) vantagem é agilizar a apuração e apresentar em questão de horas o resultado que, na contagem manual de cédulas impressas, levaria dias ou até semanas para ser conhecido.
Se você tem interesse nesse assunto, não deixe de ler o livro FRAUDES E DEFESAS NO VOTO ELETRÔNICO, publicado pelo especialista em segurança de dados de computador Amílcar Brunazo Filho em co-autoria com a advogada e procuradora de partidos políticos Maria Aparecida Cortiz. Note que o lançamento da obra se deu em 2006 e a edição impressa está esgotada, mas você pode fazer a leitura online ou baixar o texto completo (em PDF). Nele você terá informações detalhadas sobre o voto de cabresto, a compra de votos, a clonagem e adulteração de programas, o engravidamento de urnas e muito mais.
Não deixe de visitar o site do Brunazo e de assistir aos vídeos 

Mais uma vez, que Deus nos ajude a todos.