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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 63ª PARTE

QUEM SORRI SEM PARAR NÃO É ALEGRE — É FALSO.

No que tange  à consciência humana — talvez o maior de todos os mistérios —, a pergunta que não quer calar é: como nossa mente, presumivelmente irreversível, consegue criar uma experiência tão definitivamente direcionada do tempo? 

Alguns neurocientistas sugerem que a consciência pode ser vista como um “processo de integração de informações” que opera numa direção temporal específica, e que nossa sensação de “fluxo” do tempo seria um subproduto da forma como o cérebro processa e armazena memórias. Outros especulam que ela pode ter uma relação especial com o colapso das funções de onda quântica, e que cada “momento” consciente corresponde a uma escolha quântica que define nossa realidade específica entre infinitas possibilidades paralelas.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Nem tudo na política é bandidagem. Mas não é fácil distinguir os políticos ruins dos muito piores, já que todos os gatunos ficam pardos à medida que a política vai se tornando um outro ramo do crime organizado. Aliás, não há organizações criminosas no Brasil; o Brasil é uma organização criminosa.

A aprovação do projeto de lei que reduz as penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado não apaga o caráter casuístico da matéria, a deslavada troca de interesses entre governo e oposição, o atropelo do regimento e a falsidade da alegação de que o gesto marcaria o início da pacificação entre as correntes radicalizadas do país.

Visando modificar decisões do Supremo — que ainda vai examinar o caso —, o Congresso alterou a lei de execuções penais para beneficiar pessoas condenadas. Salta aos olhos que a intenção atendeu a interesses de um grupo político de oposição, mas com apoio do governo — cujo cinismo promete veto.

O Senado fez uma leitura marota do conceito de emenda de redação e ignorou os alertas de senadores mais responsáveis sobre os defeitos do texto. Houve um toma lá dá cá negociado na noite anterior à votação, mediante o qual a oposição garantiria votos para o aumento de fontes de arrecadação no valor de R$20 bilhões.

Não há argumento pacificador capaz de se sustentar ante a seguinte clareza: não existe paridade de condições entre agressor e agredido. Os condenados desferiram ataques dos quais a institucionalidade se defendeu.

Nenhum sinal de arrependimento da parte dos agressores, admissão de culpa ou de compromisso de não repetirem os atos de grave desobediência civil. Ao contrário, reivindicam o perdão como prova de que nada fizeram de errado. Portanto, podem fazer de novo sem que nada de mais grave lhes aconteça, pois sempre haverá uma condescendência à espreita para perdoá-los em nome de uma paz que não virá enquanto prevalecer a lógica da guerra entre os que não têm ferramentas nem disposição para depor as armas e construir ambiente propício a diálogos baseados em preceitos de natureza republicana.

O saudoso Ulysses Guimarães, também conhecido como “Sr. Diretas”, costumava dizer: “Acha esse congresso ruim? Espere para ver o próximo". Lula, dizendo-se indignado, promete vetar, mas o veto pode ser natimorto se considerarmos que o placar foi 48 votos a 25 no Senado e de 291 a 148, na Câmara, e que derrubá-lo demanda maioria simples (41 e 257 votos, respectivamente). Resumo da ópera: ficou mais barato dar golpe graças ao Congresso

Os senadores fizeram uma mudança no texto que deveria levar a questão de volta à Câmara, mas tricotou-se nos bastidores um acordão com o Supremo, com tudo, e é difícil acreditar que Lula — que nunca sabe de nada — e o Planalto não soubessem de toda essa movimentação. 

Nem bem o país deu uma demonstração de maturidade política ao condenar um ex-presidente e generais que tentaram abolir de forma violenta o Estado democrático de direito, parlamentares gestam, parem e aprovam projeto de lei que mitiga os efeitos da decisão. Por essas e outras, a vergonha que eu tinha de ser brasileiro se transformou em nojo. Os vândalos do 8 de janeiro têm de acertar contas à Justiça, mas se tivesse que escolher entre sua anistia e a de centenas de seus seguidores, Bolsonaro daria uma banana para a massa e construiria a narrativa de que faria esse sacrifício, em nome do país.

Somado a questões de saúde, mais esse descalabro me leva a repensar se vale a pena continuar escrevendo sobre política aqui no blog.


Se essas teorias estiverem corretas, talvez estejamos “viajando no tempo” de formas sutis que ainda não compreendemos. Cada decisão consciente, cada observação quântica, cada momento de percepção pode ser uma forma de navegação temporal microscópica — não por meio de grandes saltos dramáticos, mas através de infinitas escolhas que moldam nosso caminho no espaço-tempo.

 

Talvez a viagem no tempo não exija necessariamente máquinas impossíveis ou energia cósmica, mas sim uma compreensão mais profunda de como nossa consciência interage com a estrutura quântica da realidade — transformando-nos, não em turistas temporais, mas em arquitetos conscientes da própria trajetória através do mistério que chamamos de tempo.

 

Observação: Nos capítulos 60 e 61, selecionei quatro exemplos — entre centenas de casos estranhos — que, no mínimo, dão o que pensar. É possível que sejam meras teorias da conspiração, mas isso não muda o fato de que viajar no tempo seja uma possibilidade real — ainda inalcançável, é verdade, mas, como bem disse o poeta, "não há nada como o tempo para passar".

 

Ainda que assim não fosse, cientistas acreditam que a chave para as viagens temporais pode estar em estruturas teóricas chamadas cordas cósmicas — fios invisíveis ao olho nu, mas com a massa de milhares de estrelas. As informações são da BBC, que entrevistou o professor Ken Olum, da Tufts University, David Chernoff, da Universidade Cornell, e J. Richard Gott, da Universidade de Princeton — todas nos Estados Unidos.

 

Supõe-se que as tais cordas cósmicas sejam extremamente finas, apresentem formatos variados — longos tubos que se estendem ao infinito ou laços fechados sobre si mesmos — e percam energia gradualmente ao emitir ondas gravitacionais enquanto vibram. As do primeiro tipo, conhecidas como supercordas cósmicas, baseiam-se na Teoria das Cordas — segundo a qual as partículas fundamentais do Universo seriam, na verdade, cordas vibrantes — e poderiam estar espalhadas pelo cosmos, fornecendo pistas sobre a estrutura do Universo e, possivelmente, sobre o segredo das viagens no tempo. As do segundo tipo seriam um legado das primeiras fases do cosmos, formadas durante uma transição cósmica inicial, que teria deixado “cicatrizes” semelhantes às rachaduras que surgem quando a água congela.

 

Segundo o físico teórico J. Richard Gott, se duas cordas cósmicas se movessem próximas à velocidade da luz, poderiam criar um loop no espaço-tempo, funcionando como um buraco de minhoca e abrindo uma passagem teórica para o passado ou o futuro. A questão é que detectá-las é um desafio imenso: por serem incrivelmente densas, elas deveriam distorcer o espaço-tempo ao redor, produzindo um efeito de lente gravitacional capaz de duplicar a imagem de galáxias, mas estudos recentes sugerem que elas podem ser menos densas do que se imaginava, o que as torna ainda mais difíceis de identificar.

 

Uma abordagem alternativa para localizá-las seria observar o fenômeno de microlente gravitacional em estrelas individuais. Caso uma corda cósmica passe diante de uma estrela, poderia dobrar temporariamente seu brilho, criando pistas para sua identificação. Esse método pode vir a ser crucial para encontrar tais estruturas e, quem sabe, desvendar o segredo das viagens no tempo livres de paradoxos.

 

Se essas pistas forem confirmadas, talvez estejamos mais próximos do que imaginamos de transformar a ficção científica em ciência aplicada. Até lá, as cordas cósmicas permanecem invisíveis, mas não necessariamente ausentes — como ensinou Carl Sagan, "ausência de evidência não é evidencia de ausência — aguardando o momento certo para revelar se são apenas curiosidades teóricas ou portais silenciosos para outros pontos no tempo.  


Por último, mas não menos importante: muitos fenômenos que parecem impossíveis no mundo macroscópico tornam-se plausíveis no universo subatômico da física quântica, onde sistemas podem ser manipulados para simular a passagem do tempo de formas distintas, como demonstrado por um estudo recente da Academia Austríaca de Ciências e da Universidade de Viena. Claro que essa manipulação quântica do tempo não equivale a viagens temporais, e sim à alteração de estados quânticos que permitem a evolução de fótons para estados anteriores — um fenômeno conhecido como "translação temporal".

Ainda que tenha limitações para objetos maiores, essa técnica permite fazer um sistema envelhecer mais rapidamente em comparação aos seus pares, realocando "anos" de um grupo de sistemas para outro. Assim, mesmo que foco não seja viajar no tempo, a manipulação quântica do tempo pode vir a ser parte fundamental do desenvolvimento da computação quântica e de futuras tecnologias. 

Continua...

quinta-feira, 3 de abril de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 13ª PARTE

TALVEZ O TEMPO NÃO EXISTA, MAS OS AMANHÃS CERTAMENTE NÃO SÃO INFINITOS.

 

Se o tempo desacelera à medida que a velocidade do observador aumenta (dilatação temporal), viajar para o futuro é uma possiblidade matematicamente plausível, embora seja inexequível com a tecnologia de que dispomos atualmente. 

Avançar dezenas, centenas, milhares de anos exigiria viajar a uma velocidade próxima à da luz (1,08 bilhão de km/h), e o objeto mais veloz construído pelo homem até hoje mal chegou a 700 mil km/h. Isso sem falar que a massa relativística de qualquer objeto — seja uma simples partícula ou um nave espacial — tende ao infinito na velocidade da luz, exigindo energia igualmente infinita para continuar acelerando.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Em entrevista à Folha, Bolsonaro reconheceu que a derrota nas urnas o "pegou de surpresa" e que buscou alternativas "dentro das quatro linhas". Chamou a Constituição de "Bíblia", disse que "discutir sobre alternativas" não caracteriza tentativa de golpe, e que a trama, da maneira como foi revelada, "é uma história contada por aquela parte da PF vinculada ao Sr. Alexandre de Moraes", soando como se desejasse reescrever o livro de Gênesis do regime democrático. 
Gleisi Hoffmann postou no X que "na estranha entrevista do réu Jair Bolsonaro, o que ressalta é a confissão de que ele nunca aceitou o resultado das eleições. É espantoso admitir que tentou impor estado de sítio, estado de defesa, aplicação indevida do artigo 142, intervenção militar e outras ‘alternativas’ para não entregar o poder. A entrevista é uma confissão de culpa que deveria ser tomada como agravante em seu julgamento". 
A decisão de não passar a faixa para alguém sem sua imagem e semelhança gerou elucubrações sobre a hipótese do Messias que não miracula proclamar "haja luz" a partir de uma "intervenção" baseada no artigo 142. Mas os comandantes do Exército e da Aeronáutica notaram que a luz não era boa e resolveram passar. 
O "mito" avalia que a ação penal sobre a trama golpista deveria ser extinta — pois não fez senão "discutir dispositivos constitucionais que não saíram do âmbito de palavras"—, e que sua provável prisão será "completamente injusta". 
E Deus viu que eram todos democratas.
 
Mais complicado ainda seria retroceder no tempo. Primeiro, porque seria preciso ultrapassar a velocidade da luz, e reza a física moderna que nada pode se mover mais rápido que a luz — cuja velocidade (denotada pela letra "c") é o limite máximo universal. Segundo, porque inverter a seta do tempo é uma possibilidade meramente teórica, ainda que o "tempo negativo" tenha deixado de ser um conceito especulativo depois qeu pesquisadores da Universidade de Toronto demonstraram sua existência através de experimentos com ondas quânticas. 

 

Voltar ao passado produziria eventos que afrontam a causalidade (gerando paradoxos temporais como o do Avô e o dos Gêmeos, que ocorrem quando uma ação no passado interfere no presente de uma forma que contradiga a linha do tempo original), mas várias soluções para contornar obstáculo foram propostas, como a do Multiverso, sustentada por diversas teorias que descrevem vários cenários possíveis partindo da premissa de que o e espaço-tempo observável não é a única realidade. 

 

A teoria da cosmologia inflacionária sugere que o Big Bang criou universos paralelos com propriedades semelhantes ou diferentes das dos nosso. A Interpretação dos Muitos-Mundos prevê a presença de linhas de tempo ramificadas (ou realidades alternativas) onde as decisões que tomamos produzem resultados diferentes. 

Talvez existam inúmeras versões de cada um de nós vivendo em universos muito semelhantes ou completamente diferentes do nosso, que viram à esquerda quando viramos à direita (ou vice-versa) em algum universo paralelo. 
 
Nem todas as teorias com foco em outros universos sugerem a existência de versões-clones de cada um de nós — até porque as propostas emanam de diferentes correntes científicas —, mas todas apontam para a existência de um multiverso. 

No famoso experimento do gato de Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele vai morrer ou sobreviver. Segundo a interpretação de Copenhague, o felino está em um estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro será decidido quando a caixa for aberta. 

Já na interpretação de Everett o universo se separa em dois, num dos quais o gato está vivo e no outro, morto; no Multiverso de Nível 3, tudo que pode acontecer de fato acontece — em vez de entrar em colapso, a partícula quântica ocupa todos os lugares, dando origem a múltiplas realidades diferentes a cada segundo no Espaço Hilbert. 
 
Na visão míope dos céticos, a teoria do multiverso não é empiricamente testável, uma vez que, por definição, os universos paralelos seriam independentes do nosso e impossíveis de acessar. Mas o fato de ainda não termos descoberto o teste certo não significa que não venhamos a descobri-lo mais adiante. 

A existência dos universos paralelos parece menos irreal se levarmos em conta que, diferentemente dos bits da computação tradicional, que assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. 

Em última análise, tudo que observamos é esquisito e confuso, mas Richard Feynman não disse que ninguém realmente compreende a mecânica quântica?
 
Continua...

quarta-feira, 19 de março de 2025

TELETRANSPORTE QUÂNTICO

HOUVE UM TEMPO EM QUE AS PESSOAS ME DECEPCIONAVAM; HOJE ELAS APENAS CONFIRMAM MINHAS TEORIAS.


Na série Jornada nas Estrelas, os tripulantes da Enterprise pronunciavam a palavra "Energia" e eram desmaterializados e remontados instantaneamente em outro local, sem qualquer vestígio do deslocamento físico. 


A ideia de viajar sem percorrer o espaço é fascinante, mas essa versão do teletransporte ainda é "coisa de ficção". Ainda, porque a ciência tem explorado conceitos surpreendentemente próximos. 


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Em mais um evento de pré-campanha bancado pelos contribuintes, Lula esbravejou: "Estou querendo descobrir onde é que teve um ladrão que passou a mão, que passou a mão no direito de comer ovo do povo brasileiro". Para isso, bastaria que ele se olhasse no espelho. 
O preço dos ovos e de quase todos os demais alimentos está nas alturas por causa da gastança desenfreada do próprio governo, pela concessão de crédito farto e auxílios assistenciais que irrigam a economia artificialmente, pela desvalorização do real como consequência da falta de credibilidade do país e pela incapacidade de produção de alguns segmentos, estagnados pela falta de investimentos, decorrente dos altos juros que o Banco Central é obrigado a manter por conta da irresponsabilidade e incompetência do governo federal. 
Além da contribuição de amigos empresários como Joesley e Wesley Batista e de mensaleiros que também tiveram as condenações anuladas depois do desmonte da Lava-Jato (como José Dirceu), o novo presidente do Senado concedeu um dia de folga a cada três dias trabalhados aos servidores da Casa, além de aumentar-lhes o vale alimentação em 22%, para R$ 1,7 mil mensais e destinar 15 milhões de reais a uma ONG ligada a um assessor seu, e o novo presidente da Câmara quer aumentar o número de parlamentares federais no Congresso que é o segundo mais caro do planeta (atrás apenas do americano). Na esfera do Judiciário, além dos 60 dias de férias, finais de semana e feriados prolongados, salários e benefícios nababescos, que nos custam mais de R$ 130 bilhões por ano, temos lagostas e vinhos importados nas cortes superiores regando os jantares dos togados, e lencinhos e gravatas distribuídos aos ilustres visitantes.
Sob a terceira gestão de Lula — que se considera a "alma viva mais honesta do Brasil", mesmo tendo sido condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro (lembrando que a posterior anulação das penas pelo STF, sob o pretexto de incompetência territorial da 13ª Vara Federal de Curitiba, não o inocentou) —, o rombo das estatais é recorde. Mas isso não as impede de destinar dezenas, centenas de milhões de reais em patrocínios de eventos escolhidos a dedo por Janja. Aliás, em tempos de déficit fiscal descontrolado, Lula ainda quer regar os cofres de agências de publicidade e veículos de comunicação amigos com cerca de R$ 3,5 bilhões em 2025.
E viva o povo brasileiro, que, por despreparo, incompetência e ignorância, faz a cada dois anos o que Pandora fez uma única vez por curiosidade.

O teletransporte quântico, por exemplo, que Einstein chamou certa vez de "ação fantasmagórica à distância", não envolve a transferência de matéria, mas de informações entre partículas entrelaçadas, e pode ter implicações revolucionárias para a comunicação e a computação quântica. A chave para esse processo é o entrelaçamento quântico: quando duas partículas estão entrelaçadas (ou emaranhadas, como alguns preferem dizer), a alteração no estado de uma delas provoca uma mudança imediata na outra, independentemente da distância que as separa. 

Estudos anteriores indicavam a interrupção do emaranhamento quântico em comprimentos de onda próximos aos utilizados pelo tráfego comum da internet. Usando uma interface de rede fotônica, pesquisadores da Universidade de Oxford (UK) conectaram com sucesso dois processadores quânticos separados para formar um único computador quântico totalmente conectado. Colocando os qubits em posições específicas dentro da fibra óptica, o emaranhamento não foi afetado. A informação transferida de um fóton para outro, com a velocidade da luz, sem que o fóton original se movesse fisicamente.

Ainda existem desafios significativos a superar, como a criação de infraestruturas robustas e a correção de erros quânticos, mas o futuro é promissor, sobretudo num mundo cada vez mais digital, onde redes quânticas podem revolucionar a forma como os dados são processados e transmitidos, levando a avanços significativos em áreas como pesquisa médica, modelagem climática e otimização de processos industriais. 

Por outro lado, o teletransporte de dados, objetos físicos e seres vivos envolve desafios de complexidade muito diferentes. Enquanto o teletransporte de informação se aproveita de propriedades quânticas da natureza, o transporte de matéria exigiria transformar um objeto em informação e, em seguida, a informação captada em uma reprodução em outro lugar usando uma espécie de impressora 3D. Como o processo de transformar o objeto em informação envolve sua "destruição", a cópia criada pode não ser perfeita. 


A física quântica trata de interações entre partículas, que são menores que o átomo, e a quantidade de informações necessárias para mapear e reconstruir um ser vivo é astronômica. Para teletransportar um ser humano, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, estimaram que seria necessário acumular mais informação do que todos os computadores que existem atualmente são capazes de armazenar, bem como rearranjar todos os átomos, célula por célula, em um processo que levaria 350 mil vezes mais tempo do que o Universo conhecido tem de idade (13,8 bilhões de anos). Embora isso seja teoricamente, a tecnologia atual está longe de tornar isso realidade.
 
Falando em soluções inovadoras, uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pelo Google resolveu, em apenas 48 horas, um problema que cientistas do Imperial College London levaram uma década para solucionar. 


Batizado de "co-scientist" e baseado no modelo Gemini 2.0 — criado para atuar como colaborador virtual em pesquisas científicas e biomédicas —, o sistema confirmou a hipótese dos pesquisadores sobre a resistência de algumas superbactérias a antibióticos e ainda sugeriu quatro outras soluções plausíveis, uma das quais jamais havia sido considerada pela equipe.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

NOVO CHIP DE COMPUTAÇÃO QUÂNTICA SUGERE QUE VIVEMOS NUM MULTIVERSO

QUEM TROCA O CAMINHO VELHO PELO NOVO SABE O QUE DEIXOU PARA TRÁS, MAS NÃO SABE O QUE VEM PELA FRENTE.

 

O novo chip de computação quântica desenvolvido pelo Google executou, em menos de 5 minutos, um cálculo que os supercomputadores mais rápidos da atualidade levariam 10 septilhões de anos para fazer. 

Esse número excede as escalas de tempo conhecidas na física e ultrapassa em muito a idade do Universo, levando a crer que a computação quântica ocorre em vários universos paralelos, conforme previu David Deutsch fez meados do século passado. "O Willow é tão rápido que indica que vivemos num multiverso", escreveu Hartmut Neven, fundador do Google Quantum AI, no blog da gigante de Mountain View. 

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Enquanto o STF julga a responsabilidade das plataformas digitais sobre conteúdos de seus usuários, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anuncia um conjunto de mudanças em suas práticas de moderação de conteúdo e defende que se chegue a uma "solução balanceada" e com "diretrizes claras". 
Seguindo os passos de Elon Musk no Xwitter, Mark Zuckerberg anunciou que os "fact-checkers" não mais poderão classificar o conteúdo postado nas plataformas da Meta, transferindo para os usuários a incumbência de determinar se um post é real ou fake. Nos EUA, os checadores começaram já começaram a receber o aviso de rescisão de seus contratos com a big tech, segundo apuração do New York Times. Ainda não se sabe quando a decisão será expandida para outros mercados, incluindo o Brasil.
Sem citar nominalmente a mais alta corte brasileira, o CEO da Meta afirmou que governo americano precisa ajudar a combater o que está sendo feito pelo Judiciário em países da América Latina onde "tribunais secretos podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa". Disse ainda que o sistema de moderação acabou se tornando uma "ferramenta para silenciar opiniões diferentes", e criticou expressamente a regulação das redes sociais por parte de alguns governos, mencionando, inclusive, que "tribunais na América Latina possuem poder de exigir que redes sociais removam conteúdos silenciosamente".
Antes do início do recesso, o ministro Barroso, atual presidente do STF, defendeu que a atual regra sobre responsabilidade das plataformas (consubstanciada no art. 19º do Marco Civil da Internetseja declarada apenas parcialmente inconstitucional, divergindo divergindo dos votos de Toffoli e Fux. O julgamento foi interrompida pelo pedido de vista de André Mendonça, e só deve ser retomado após o recesso, mas o Ministério Público já mandou intimar a big tech para dar mais explicações sobre a mudança.
 
De acordo com o TechCrunch, a afirmação de Neven foi bem-aceita por uns, até porque o multiverso é uma área de estudo real dentro da física quântica, mas recebida com reservas por outros. Segundo os céticos, a velocidade do novo chip se baseia no benchmark que o próprio Google criou para medir o desempenho quântico, e isso não prova que versões paralelas de nós estão circulando em outros universos.
 
Os computadores convencionais operam com base na dualidade dos bits — 0 para falso e 1 para verdadeiro. Assim, tudo que é digital — textos, imagens, músicas, vídeos etc. — e todos os algoritmos que formam os sistemas e apps que rodam em PCs e smartphones são sequências de bits 0 e bits 1. 
 
Na computação quântica, o qubit (ou bit quântico) é uma partícula de nível subatômico, como um elétron ou um fóton. Por permitir diversas combinações simultâneas de zeros e uns, a superposição quântica reduz enormemente o tempo que o computador leva para concluir uma tarefa, e o entrelaçamento quântico faz com que duas partículas interligadas, mesmo que separadas por grandes distancias, reajam de forma similar, resultando numa situação exponencial de ganho de desempenho.
 
Observação: Nos computadores clássicos, dobrar o número de bits dobra a capacidade computacional, ao passo que passo que o aumento no número de qubits nos computadores quânticos produz ganhos em escala exponencial.
 
Quanto mais qubits o computador utiliza, mais propenso a erros ele se torna, mas o Willow consegue corrigir esses erros em tempo real introduzindo mais qubits no sistema. No entanto, é preciso demonstrar que se está "abaixo do limiar" para mostrar progresso real na correção de erros, e esse tem sido um grande desafio desde 1995, quando Peter Shor introduziu a correção de erros.
 
No futuro, diz Neven, a tecnologia quântica será indispensável para coletar dados de treinamento de IA, e ajudará a descobrir medicamentos, projetar baterias mais eficientes para carros elétricos e acelerar o progresso em fusão e novas alternativas de energia. 
 
A ver.

terça-feira, 23 de julho de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE V)

SOMENTE OS EXTREMAMENTE SÁBIOS E OS EXTREMAMENTE ESTÚPIDOS NÃO MUDAM DE OPINIÃO.

Viajamos para o futuro do primeiro vagido ao último suspiro e "visitamos" o passado quando olhamos para o céu e vemos é a luz que as estrelas emitiram há milhares, milhões, bilhões de anos, mas viajar no tempo como nos livros e filmes de ficção científica e nas HQs é outra conversa. Embora essa possibilidade seja admitida (com ressalvas) pela Teoria da Relatividade e pela física atual, a tecnologia de que dispomos atualmente não permite acelerar uma espaçonave à velocidade da luz e/ou levá-la até as imediações do horizonte de eventos de um buraco negro

De acordo com a dilatação do tempo e a dilatação gravitacional do tempo, o tempo é relativo. Sua velocidade é inversamente proporcional à velocidade do observador e à força da gravidade. Isso é imperceptível no dia a dia,
 mas os relógios atômicos dos satélites GPS que orbitam a Terra a 14 mil km/h adiantam 38 milissegundos por dia, tornando o efeito mensurável. Se fosse possível viajar a uma velocidade próxima à da luz, um segundo no referencial do viajante representaria anos no tempo terrestre (como bem ilustra o paradoxo dos gêmeos). 

Já um bate e volta a Alpha Centauri a 99% da velocidade da luz seria praticamente instantâneo para os viajantes, mas levaria de 8,5 anos pelo calendário terrestre (mais detalhes neste artigo). Em outras palavras, a nave e seus ocupantes avançaria quase uma década no tempo.

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Num editorial com duras críticas à relutância de Lula em pôr fim à gastança, a revista britânica The Economist ressaltou as críticas ao presidente do Banco Central, anotou que as decisões do governo em relação à política fiscal preocupa os investidores e reiterou que Lula insiste em repetir fórmulas fiscais antigas em vez de preparar "sucessores mais jovens para lutar pela reforma de que o Brasil precisa". Dias antes da publicação do editorial, o petista disse que "precisava ser convencido da necessidade de cortar despesas", que não é "obrigado a seguir meta fiscal" e que muito do que é considerado gasto, como recursos para saúde e educação, ele considera como investimento. Londres fica a 8.5 mil quilômetros de Brasília da Fantasia, mas os editores do periódico britânico enxergam Lula melhor que o próprio se enxerga quando se olha no espelho. Como se costuma dizer, de nada adianta trocar as rodas da carroça se o problema é o burro.
 
A possibilidade de qualquer coisa com matéria superar a velocidade da luz
(299.792.458 m/s ou 1,08 bilhão km/h) contraria as equações de Einstein, mas Gerald Feinberg descreveu os táquions como partículas com massa (ínfima) que "nascem superluminais" e ganham energia à medida que perdem velocidade. Essas partículas ainda não foram observadas ao vivo e em cores porque nossa tecnologia não é capaz capaz de detectar algo que se mova tão rápido. Se sua existência for comprovada (o que pode ser apenas uma questão de tempo), o princípio da causalidade (segundo a qual causa precede a consequência) seria violado, já que eles se moveriam para trás na linha do tempo, criando paradoxos tão complexos quanto o do Avô.

Observação:  Um hipotético táquion emitido por um hipotético piloto de uma hipotética espaçonave para um hipotético receptor na Terra se moveria mais rápido que a luz no referencial deste, mas retrocederia no tempo no referencial daquele. Em outras palavras, a resposta chegaria antes da pergunta, e se ela fosse "não envie o sinal", o piloto não enviaria a pergunta e o receptor não teria nada para responder, o que a afronta o lógica básica da nossa realidade.
 
Para verificar se as leis da física realmente conspiram contra viagens ao passado, Stephen Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge e enviou convites com data, hora e coordenadas exatas do local. O fato de ninguém ter aparecido pode ter a ver com a Teoria do Multiverso, segundo a qual existem universos paralelos semelhantes ao nosso, mas com diferenças fundamentais e que tendem ao infinito em progressão exponencial. Talvez existam versões de cada um de nós em universos semelhantes (ou completamente diferentes), e que fazem escolhas diferentes a cada decisão que tomamos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert).
 
No famoso experimento Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele morre ou sobrevive. Segundo a interpretação de Copenhague, o bichano está num estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro é decidido no momento em que a caixa é aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; o gato está vivo num deles e morto no outro, ou seja, c
ada realidade fica permanentemente conectada aos estados do átomo e só participa de um dos universos paralelos que, uma vez separados, continuam seu próprio caminho sem jamais interagir com os demais.
 
A teoria do multiverso parece menos absurda quando consideramos que os bits da computação tradicional assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), mas os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. No
 Multiverso de Nível 3, tudo que pode acontecer de fato acontece. Ao invés de colapsar, as partículas quânticas ocupam todos os lugares ao mesmo tempo, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert

Em última análise, tudo que observamos é esquisito e confuso... mas Richard Feynman não disse que ninguém compreende realmente a mecânica quântica?
 
Continua...