Mostrando postagens classificadas por data para a consulta computação quântica. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta computação quântica. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de julho de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE V)

SOMENTE OS EXTREMAMENTE SÁBIOS E OS EXTREMAMENTE ESTÚPIDOS NÃO MUDAM DE OPINIÃO.

Viajamos para o futuro do primeiro vagido ao último suspiro e "visitamos" o passado quando olhamos para o céu e vemos é a luz que as estrelas emitiram há milhares, milhões, bilhões de anos, mas viajar no tempo como nos livros e filmes de ficção científica e nas HQs é outra conversa. Embora essa possibilidade seja admitida (com ressalvas) pela Teoria da Relatividade e pela física atual, a tecnologia de que dispomos atualmente não permite acelerar uma espaçonave à velocidade da luz e/ou levá-la até as imediações do horizonte de eventos de um buraco negro

De acordo com a dilatação do tempo e a dilatação gravitacional do tempo, o tempo é relativo. Sua velocidade é inversamente proporcional à velocidade do observador e à força da gravidade. Isso é imperceptível no dia a dia, mas os relógios dos satélites que orbitam a Terra a 20 mil quilômetros de altitude e 28,2 mil quilômetros por hora atrasam 4.45 µs/dia  devido à velocidade e adiantam 33,64 µs/dia por causa da (menor) gravidade. Já um bate e volta a Alpha Centauri a 99% da velocidade da luz seria praticamente instantâneo para os viajantes, mas levaria de 8,5 anos pelo calendário terrestre (mais detalhes neste artigo). Em outras palavras, a nave e seus ocupantes avançaria quase uma década no tempo.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Num editorial com duras críticas à relutância de Lula em pôr fim à gastança, a revista britânica The Economist ressaltou as críticas ao presidente do Banco Central, anotou que as decisões do governo em relação à política fiscal preocupa os investidores e reiterou que Lula insiste em repetir fórmulas fiscais antigas em vez de preparar "sucessores mais jovens para lutar pela reforma de que o Brasil precisa". Dias antes da publicação do editorial, o petista disse que "precisava ser convencido da necessidade de cortar despesas", que não é "obrigado a seguir meta fiscal" e que muito do que é considerado gasto, como recursos para saúde e educação, ele considera como investimento. Londres fica a 8.5 mil quilômetros de Brasília da Fantasia, mas os editores do periódico britânico enxergam Lula melhor que o próprio se enxerga quando se olha no espelho. Como se costuma dizer, de nada adianta trocar as rodas da carroça se o problema é o burro.
 
A possibilidade de qualquer coisa com matéria superar a velocidade da luz
(299.792.458 m/s ou 1,08 bilhão km/h) contraria as equações de Einstein, mas Gerald Feinberg descreveu os táquions como partículas com massa (ínfima) que "nascem superluminais" e ganham energia à medida que perdem velocidade. Essas partículas ainda não foram observadas ao vivo e em cores porque nossa tecnologia não é capaz capaz de detectar algo que se mova tão rápido. Se sua existência for comprovada (o que pode ser apenas uma questão de tempo), o princípio da causalidade (segundo a qual causa precede a consequência) seria violado, já que eles se moveriam para trás na linha do tempo, criando paradoxos tão complexos quanto o do Avô.

Observação:  Um hipotético táquion emitido por um hipotético piloto de uma hipotética espaçonave para um hipotético receptor na Terra se moveria mais rápido que a luz no referencial deste, mas retrocederia no tempo no referencial daquele. Em outras palavras, a resposta chegaria antes da pergunta, e se ela fosse "não envie o sinal", o piloto não enviaria a pergunta e o receptor não teria nada para responder, o que a afronta o lógica básica da nossa realidade.
 
Para verificar se as leis da física realmente conspiram contra viagens ao passado, Stephen Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge e enviou convites com data, hora e coordenadas exatas do local. O fato de ninguém ter aparecido pode ter a ver com a Teoria do Multiverso, segundo a qual existem universos paralelos semelhantes ao nosso, mas com diferenças fundamentais e que tendem ao infinito em progressão exponencial. Talvez existam versões de cada um de nós em universos semelhantes (ou completamente diferentes), e que fazem escolhas diferentes a cada decisão que tomamos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert).
 
No famoso experimento Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele morre ou sobrevive. Segundo a interpretação de Copenhague, o bichano está num estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro é decidido no momento em que a caixa é aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; o gato está vivo num deles e morto no outro, ou seja, c
ada realidade fica permanentemente conectada aos estados do átomo e só participa de um dos universos paralelos que, uma vez separados, continuam seu próprio caminho sem jamais interagir com os demais.
 
A teoria do multiverso parece menos absurda quando consideramos que os bits da computação tradicional assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), mas os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. No
 Multiverso de Nível 3, tudo que pode acontecer de fato acontece. Ao invés de colapsar, as partículas quânticas ocupam todos os lugares ao mesmo tempo, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert

Em última análise, tudo que observamos é esquisito e confuso... mas Richard Feynman não disse que ninguém compreende realmente a mecânica quântica?
 
Continua...

sexta-feira, 19 de julho de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE IV)

NÃO COMPREENDO AS PESSOAS, A POLÍTICA, A CORRUPÇÃO E NEM MESMO O BRASIL, MAS ABOMINO A CEGUEIRA INTELECTUAL PRODUZIDA PELA ABJETA POLARIZAÇÃO.

Dizem que os tucanos (falo dos peessedebistas, não da ave usada pelo partido em seu logo) são tão indecisos que mijam no corredor quando o imóvel tem mais de um banheiro. Mas falta de consenso não é uma exclusividade do tucanato nem da política. Nas prateleiras da astronomia (não confundir com "astrologia"), o consenso é artigo permanentemente em falta. 
 
Por mais bem aceita que seja a Teoria do Big Bang, o modelo cosmológico atual e a idade do universo são contestados de tempos em tempos. Fala-se até que
 própria expansão do cosmos pode ser uma ilusão. Segundo o portal Live Science, sabe-se que o cosmos está em expansão devido ao aumento do desvio da luz para o vermelho à medida que as galáxias se afastam mais e mais do nosso sistema solar.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Estaria rico quem tivesse ganhado R$ 100 por cada besteira que Lula verbalizou desde o início do atual (e queira Deus derradeiro) mandato, mas fiquemos com a entrevista à Rádio Sociedade, na qual ele ensinou que a independência do Brasil foi um "grande conchavão" da elite que governava o país na época. Não vou entrar no mérito, mas não posso deixar de reconhecer que, de "conchavão, o presidente entende como ninguém. 
O Mensalão foi um "grande conchavão" entre a elite do PT e do Congresso Nacional, com pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor dos projetos do primeiro governo Lula. A impunidade dos mensaleiros foi outro “grande conchavão” que incluiu o indulto de Natal concedido por Dilma a sentenciados do quilates de José Dirceu e Valdemar Costa Neto, que saíram juntos da cadeia e hoje atuam em polos ideológicos supostamente opostos. 
O Petrolão foi mais um "grande conchavão" entre empresários companheiros e diretores indicados por Lula e seus aliados para setores da Petrobras, com os primeiros levando boladas bilionárias em contratos públicos em troca do pagamento de propina aos demais. A impunidade dos envolvidos no maior esquema de suborno da história do Brasil também foi um "grande conchavão" que uniu lulistas, tucanos e Centrão a bolsonaristas interessados em livrar o clã Bolsonaro das investigações de peculato em gabinetes passados. Os ministros das cortes supremas indicados nos governos de PT, PSDB e Bolsonaro somaram seus votos para aliviar a barra dos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro no Petrolão e da prática de "rachadinha".
A retaliação contra juízes e procuradores da finada Lava-Jato foi mais um “grande conchavão” da mesma elite política, econômica, judicial e midiática, que resultou em piruetas na lei para cassar o mandato de deputado de Deltan Dallagnol, em processos contra Sergio Moro — até por piada de "prisão" de festa junina — e em afastamentos e procedimentos disciplinares contra a ex-juíza Gabriela Hardt e desembargadores do TRF-4 que ousaram referendar condenações no âmbito da força-tarefa anticorrupção.
O orçamento secreto, desvelado em 2020, foi igualmente um "grande conchavão" que institucionalizou os esquemas anteriores durante o governo Bolsonaro, para garantir a distribuição de verbas públicas conforme a conveniência da cúpula do Poder Legislativo, sendo mantido, de modo maquiado, no terceiro mandato de Lula, mesmo após o STF ter declarado sua inconstitucionalidade e o atual presidente ter chamado o mecanismo, durante sua campanha eleitoral, de “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”.
A volta de empresários amigos de Lula à cena do crime em Brasília também foi um "grande conchavão" que resultou em medida provisória conveniente no setor elétrico e seleção para concluir a mais escandalosa refinaria de todos os tempos. Isto sem falar nas "coincidências" dos leilões de milho e arroz estatal, ou da megalicitação da Secom para a publicidade governista.
De conchavão em conchavão, o país vem perdendo a sua independência para uma casta privilegiada que tudo pode e se autoriza a fazer, inclusive em Portugal, como evidencia o Gilmarpalooza, em nome da mesma democracia diariamente solapada por ela. As elites colonizadoras das instituições se reúnem anualmente em Lisboa para ditar os rumos brasileiros, enquanto Lula, seu maior beneficiário, posa de defensor do povo.
Triste Brasil.
 
Tempos atrás, a
 constante cosmológica — também conhecida como lambda (Λ) — levou os cientistas a concluírem que a velocidade da expansão do cosmos vem aumentando. No entanto, ela foi descrita por Einstein há mais de 100 anos, e desde então vem sendo um desafio para os cosmólogos. Buscando explicar discrepâncias entre as previsões teóricas e as observações reais, a existência de novas partículas ou forças foram propostas. Mas o professor Lucas Lombriser, da Universidade de Genebra, sugere que o universo não está se expandindo, mas é plano e estático, como Einstein propôs inicialmente. A constante cosmológica ainda varia com o tempo, mas essa variação se deve à mudança da massa das partículas (hipótese dificilmente poderá ser verificada empiricamente no medio prazo.
 
Não se sabe quanto tempo a inflação levou para desaguar no Big Bang, mas sua natureza quântica sugere que a expansão do cosmos terminou em algumas regiões e continua acontecendo em outras, dando azo à teoria do multiverso. Se o Universo fosse finito e esférico, uma espaçonave que viajasse em linha reta por tempo suficiente voltaria ao ponto de partida. Como tudo indica que ele é infinitamente maior que sua porção observável, quanto mais longe os telescópios alcançam, mais "enxergamos" o passado, e menos evoluído o cosmos se nos apresenta. 

É possível que existam múltiplos universos semelhantes ao nosso e no mesmo espaço-tempo, ainda que com algumas diferenças fundamentais. Mas todos estariam abrigados em um universo real e tenderiam ao infinito em progressão exponencial. Essa teoria foi proposta nos anos 1950 pelo físico Hugh Everett. Segundo ele, quando se realiza um experimento quântico com diferentes resultados possíveis, cada resultado ocorre em cada multiverso paralelo. Outra teoria sustenta que o cosmos seria uma bolha que incha, e existiriam mais universos com a mesma aparência, todos imersos em um mar energizado e em eterna expansão. Essas bolhas se expandiriam em um vácuo infinito a tal velocidade que jamais poderiam se encontrar. 
 
Observação: Ainda que a inflação tenha gerado inúmeros universos dentro de um multiverso, a quantidade de realidades possíveis não são teorias em si, mas previsões de certas teorias que sugerem a existência de fenômenos impossíveis de ser observados. A relatividade geral prevê o interior de buracos negros — lugares que nunca poderemos acessar, mas que, apesar de não poderem ser estudados diretamente, fazem parte do pacote. E o mesmo se aplica aos 
universos paralelos em teorias como as da inflação infinita e da mecânica quântica.
 
Talvez existam inúmeras versões de cada um de nós vivendo em inúmeros universos semelhantes ou completamente diferentes. A cada decisão que tomamos, os outros "nós" podem fazer escolhas diferentes em seus universos paralelos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert ou Multiverso de Nível 3). 

No experimento do gato de Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele vai morrer ou sobreviver. Segundo a interpretação de Copenhague, o felino está em um estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro será decidido no momento em que a caixa for aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; num deles, o gato está vivo, e no outro, ele está morto. Cada uma das múltiplas realidades fica permanentemente conectada aos estados do átomo, e só participa de um dos universos paralelos, que, uma vez separados, seguem seus próprios caminhos sem jamais interagir com os demais.
 
A existência dos universos paralelos parece menos absurda quando fazemos uma analogia o mundo dos computadores. Diferentemente dos bits da computação tradicional, que assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), os bits quânticos (qubits) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. Na esteira desse raciocínio, 
tudo que pode acontecer no Multiverso de Nível 3 realmente acontece. Em vez de colapsara, a partícula quântica ocupa todos os lugares, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert

Em última análise, tudo o que observamos é esquisito e confuso. Mas Richard Feynman não disse que ninguém realmente compreende a mecânica quântica?

Continua...

sexta-feira, 3 de maio de 2024

QUEM VIVER VERÁ

A ÚNICA MANEIRA DE SEGUIR EM FRENTE É SEGUINDO EM FRENTE.

A conversa entre "dois seres humanos" que Lula manteve com Arthur Lira foi insuficiente para normalizar as relações do Planalto com o Congresso. Para piorar, nem bem desobstruiu sua relações com o imperador da Câmara, o petista foi intimado pelas circunstâncias a se reunir com o presidente no Senado. 

Em agosto de 2011, ignorando a máxima segundo a qual nada é mais permanente do que um programa temporário do Estado, Dilma concedeu um alívio tributário a empresas em troca da promessa de manutenção de empregos, que duraria até dezembro de 2012, mas ganhou a perenidade de um fantasma e continua favorecendo empresas de 17 setores da economia. 

Na semana passada, Pacheco insinuou que o governo deveria reduzir gastos em vez de recorrer ao STF contra o benefício tributário que o Congresso renovou até 2027. Haddad cobrou responsabilidade fiscal do Legislativo. Pacheco disse que o ministro foi "injusto", e  que o zelo com as contas nacionais não inclui uma adesão à agenda do Poder Executivo. 

Dilma reconheceu que a desoneração tributária foi um erro. Ironicamente, o mesmo Congresso que a defenestrou sob a alegação de que praticara ciclismo fiscal pega em lanças por uma assombração tributária que sobreviveu ao impeachment e a todos os governos que vieram depois dele.


O termo Q-Day remete ao dia em que um computador quântico se tornará capaz de quebrar as chaves criptográficas que governos e empresas vêm utilizando há décadas para proteger informações sensíveis. Quando (e se) isso acontecer, a segurança dos sistemas financeiro, de tráfego aéreo, usinas nucleares e rede elétrica, entre outros, poderá ser quebrada em poucos minutos. 

A ameaça não se limita apenas a futuras violações. Dados criptografados coletados agora e nos próximos anos poderão ser desbloqueados após o Q-Day, e autoridades de inteligência dos EUA afirmam que a China e a Rússia vêm armazenando esses dados na esperança de decodificá-los no futuro. Joe Biden sancionou a Lei de Preparação para a Segurança Cibernética da Computação Quântica, mas os novos protocolos de criptografia levarão mais de uma década para substituir os atuais, e isso pode ser tempo demais para evitar uma catástrofe.

Os computadores convencionais mais poderosos, capazes de fazer 1 trilhão de tentativas por segundo, levariam trilhões de anos para quebrar chaves de 256 bits — daí esse protocolo ser considerado seguro e ser largamente utilizado em sistemas criptográficos modernos, como o AES. Mas o detalhe (e o diabo mora nos detalhes) é que a segurança da criptografia não se baseia somente na quantidade de bits da chave, mas também no algoritmo utilizado.
 
Apesar de estarmos habituados com a base decimal, podemos escrever qualquer número inteiro usando a base binária, na qual o computador "enxerga" uma sequência de dígitos e multiplica cada potência de 2 (da esquerda para direita) por 0 ou 1 para chegar ao resultado. A sequência "10", por exemplo, tem dois bits e equivale a 0x20 + 1x21; a sequência "111" tem três bits e equivale a 1x20 + 1x21 + 1x22, e assim por diante. Já os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo, o que aumenta astronomicamente a velocidade de processamento dos computadores quânticos, que executam em poucos minutos tarefas que os supercomputadores atuais levariam milhares de anos para concluir.

A Atom Computing criou o primeiro computador quântico capaz de alcançar a marca dos 1180 qubits, deixando no chinelo os 433 qubits do Osprey, da IBM. Mas s IBM e o Google vêm criando modelos cada vez mais poderosos, e tudo indica que um avanço significativo poderá ser alcançado ainda nesta década. Todavia, mesmo que o avanço seja notável, o novo recordista ainda não é capaz de executar operações usando todos os qubits ao mesmo tempo.
 
Na década passada, anteviram-se a possibilidade de um salto substancial na computação quântica e os riscos que isso representa para a segurança, que, até então, vinham sendo solenemente ignorados. O senso de urgência foi intensificado pela consciência de quão difícil e demorada seria a implementação de novos padrões. A julgar por migrações passadas, estima-se que, mesmo depois de se estabelecer uma nova geração de algoritmos, a implementação pode levar mais 10 ou 15 anos. 
De acordo com NIST, o governo americano estabeleceu uma meta geral de migrar o máximo possível para algoritmos resistentes ao quantum até 2035 — projeto que muitos pesquisadores reconhecem ser ambicioso.
 
Apesar dos sérios desafios da transição para esses novos algoritmos, os EUA se beneficiaram da experiência de migrações anteriores, como a que foi feita para solucionar o chamado bug do milênio e as mudanças anteriores para novos padrões de criptografia. O tamanho alcançado por gigantes como Amazon, Apple, Google e Microsoft, que controlam grandes faixas de tráfego da internet, sugere que alguns poucos participantes poderiam realizar grande parte da transição com relativa agilidade, mas os estrategistas alertam que a maneira como um adversário pode se comportar depois de obter um grande avanço torna a ameaça diferente de qualquer outra que a comunidade de defesa já enfrentou. 

Quem viver verá.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

FELIZ VELHO ANO NOVO

 

Os 580 dias de férias compulsórias em Curitiba deixaram marcas profundas em Lula. Salta aos olhos que a escolha de Paulo Gonet para a PGR ao arrepio da lista tríplice do MP e da indicação da cúpula petista se deveram à preocupação do mandatário com a possibilidade de ter algoz ao estilo JanotO discurso e a linguagem corporal de Gonet sugerem que a sobriedade será a tônica de sua gestão. Segundo a revista eletrônica Crusoé, o novo procurador-geral assegurou a subprocuradores, procuradores regionais e chefes das procuradorias nos estados que será um defensor intransigente da instituição e suas prerrogativas, e que ninguém será tolhido no trabalho. A conferir.
 
Na sequência A Computação Quântica e a Viagem no Tempo (clique aqui para acessar a postagem de abertura) eu mencionei que Stephen Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge e, ao final, enviou um convite com as coordenadas exatas de tempo e espaço. "Talvez um dia alguém do futuro encontrará a informação e usará uma máquina do tempo para vir à minha festa, provando que as viagens no tempo serão possíveis", disse o astrofísico britânico. 

No ano seguinte, no capítulo "Viagem no tempo" da série Into the Universe with Stephen Hawking, o cientista comentou seu experimento: "Que lástima! Eu gosto de experiências simples e... champanhe. Então, combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível. Mas ninguém apareceu". Mais adiante, durante um simpósio no Festival da Ciência de Seattle (EUA), ele ponderou que a Teoria da Relatividade Geral dá margem a deformações no espaço-tempo que, em tese, permitem viajar para o passado. Mas ressalvou que tal deformação pode causar um raio de radiação capaz de destruir a espaçonave e o próprio espaço-tempo. 

Observação: Paradoxo das Linhas de Tempo Alternativas sugere que uma hipotética tentativa de mudar o passado resultaria na criação de um universo paralelo, coexistente ao presente de onde o viajante do tempo veio, mas paralelo à linha temporal original a partir do ponto da mudança. 
 
No livro A Máquina do Tempo (1895), adaptado para o cinema nos anos 1960, o protagonista se desloca tanto para o passado quanto para o futuro (a exemplo dos personagens de Michael J. Fox e Christopher Lloyd na trilogia De Volta para o Futuro). Na política tupiniquim, seria melhor que o passado permanecesse no passado e que governantes e parlamentares aprendessem com seus erros e evitassem reviver práticas que se mostraram nocivas para a maioria e benéficas somente "para o rei e os amigos do rei".
 
Encorajados pela suprema anulação das sentenças proferidas no âmbito da Lava-Jato (que converteu condenados em ex-corruptos, mas não apagou dos anais os crimes que eles cometeram), Lula e o PT voltam a agir como agiram outrora, aparelhando a Petrobras, usando fundos de pensão das estatais e verbas do BNDES para fazer política externa e propaganda ideológica. Nem mesmo os parceiros mudaram. 

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, foram flagrados pela Lava-Jato num grande esquema de suborno. Para manter sua empresa em pé, eles se comprometeram a pagar R$ 10,5 bilhões em multas e indenizações, mas, mais adiante, contestaram o acordo de leniência e pleitearam a redução do valor para R$ 3,5 bilhões. Semanas atrás, uma ação movida pelo petista Rui Falcão para denunciar um suposto conluio entre a Lava-Jato e a ONG Transparência Internacional Brasil acabou nas mãos do ministro Dias Toffoli (que ganhou a suprema toga de Lula em 2009, embora tenha sido reprovado duas vezes em concursos para juiz de primeiro grau em São Paulo), a despeito de os casos da J&F relacionados à finada força-tarefa estarem sob a relatoria do ministro Edson Fachin. 
 
Ainda segundo Crusoé, outros fios ligam o PT e os irmãos Batista do passado ao PT e aos irmãos Batista do presente. Um exemplo é a autorização concedida à Âmbar — do grupo J&F — para importar eletricidade da Venezuela. A empresa dos Batista receberá entre R$ 900 reais e R$ 1080 reais por megawatt — seis vezes mais que os R$ 137 que eram pagos até 2019 no mesmo tipo de operação com o governo venezuelano. Vale destacar que o governo aceitou o preço "sugerido" pela Âmbar sem qualquer negociação. 
 
Em 2016, o intervencionismo governamental e os escândalos de corrupção guindaram a Petrobras ao topo de ranking das empresas mais endividadas do mundo (US$ 125 bilhões). Para estancar a sangria e blindar as estatais de ingerências políticas, o então presidente Michel Temer sancionou a Lei das Estatais, e a Petrobras acomodou em seus estatutos socais as limitações dessa lei, criando uma segunda barreira de proteção. 

Sob D. Lula III, uma decisão liminar do (ora aposentado) ministro Ricardo Lewandowski — que ganhou a suprema toga porque sua mãe era amiga de dona Marisa Letícia — mandou a Petrobras de volta ao início dos anos 2000. A proibição prevista pelo Estatuto Social caiu em novembro, quando o Conselho de Administração da empresa e a Assembleia de Acionistas (na qual o governo detém a maioria dos votos) ratificou a "adequação" da norma interna à decisão precária do ex-togado.
 
Na campanha de 2022, Lula prometeu que não usaria o BNDES para ajudar grupos amigos a dominar certas áreas da economia. A Braskem, que conseguiu fechar o monopólio do setor petroquímico brasileiro durante o segundo mandato do petista, agora está à venda, pois sua controladora, a Novonor (ex-Odebrecht) ainda não concluiu o processo de reestruturação pós-petrolão. 
Petrobras é a segunda maior acionista da Braskem, mas essa história não deveria ter nada a ver com o governo. Ainda assim, Lula ventilou que o BNDES não está autorizado a financiar empresas tupiniquins interessadas na compra da Braskem — e não o fez em cumprimento da promessa eleitoral, já que as duas propostas nacionais postas na mesa (da Unipar e a da J&F) não contêm garantias de empréstimo do BNDES. 
 
Ainda mais sugestivo é o fato de Lula ter reverberado a informação de que a Petrobras pode aumentar seu volume de ações na Braskem caso isso seja necessário para viabilizar a venda. Ou seja, o governo pretende usar a petroleira para assegurar a realização de um negócio importante para a Novonor e para manter sob sua influência o setor petroquímico. E a nova sócia da Petrobras na Braskem seria a Adnoc 
— estatal dos Emirados Árabes Unidos que, tudo indica, é a preferida do sultão da Petelândia. Sai a política das campeãs nacionais, mas o desejo de determinar os caminhos da economia manipulando a Petrobras continua igual, empurrando o país do futuro que nunca chega de volta a seu inglório passado.
 
Mas não é só: o governo enviou ao Congresso um PL visando autorizar o BNDES a financiar a exportação de serviços de construtoras brasileiras. Essas operações haviam sido suspensas em 2016, após os calotes de Cuba e Venezuela e os escândalos de corrupção envolvendo o pool de empreiteiras capitaneado pela Odebrecht. Mas o projeto não impede a concessão de empréstimos a países governados por "aliados" 
 como a Bolívia ou a Colômbia  e gera suspeitas por se referir especificamente a empreiteiras, e não a empresas brasileiras em geral. 
 
Historicamente, os governos petistas sempre foram avessos à imprensa independente. Para Lula e seus acólitos, é mais conveniente investir em propaganda oficial e em veículos de comunicação e blogs chapa-branca, que repetem o discurso oficial e aplaudem qualquer decisão do chefe do Executivo. Para o Orçamento de 2024, foram reservados R$ 647 milhões para a propaganda do governo — quase o dobro dos R$ 359 milhões separados para 2023 e o maior desde 2004. 

Observação: Com o retorno da petralhada ao poder, a Globo voltou a liderar com folga o ranking dos veículos que mais receberam verba oficial (R$ 66 milhões), seguida por Record (R$ 16 milhões), SBT (R$ 13 milhões), Band (R$ 5 milhões ) e Rede TV! (R$ 1 milhão).
 
Sindicatos, movimentos sociais como o MST e partidos de esquerda com pífia representação política sempre foram braços auxiliares do lulopetismo. No começo de 2023, Psol, PCdoB e Solidariedade prestaram-se a essa função (juntamente com advogados do Grupo Prerrogativas) levando ao STF a tese de que a Lava-Jato provocou um "estado de coisas inconstitucional" tamanho que as grandes empresas flagradas na operação teriam sido coagidas a pagar multas e indenizações muito superiores ao necessário. Seu objetivo é forçar a revisão de todos os acordos de leniência firmados durante a atuação da força-tarefa, que oneram com dívidas bilionárias os balanços de empresas que confessaram corrupção — como Odebrecht, OAS e J&F 
 
"Estado de coisas inconstitucional" é um conceito jurídico importado da Colômbia para descrever situações em que existe violação generalizada de direitos humanos, omissão estrutural dos Poderes e necessidade de uma solução complexa, com a participação vários órgãos da República. Dizer que isso aconteceu na Lava-Jato, submetida desde sempre ao controle das instâncias superiores do Judiciário, é um absurdo, e dizer que isso aconteceu nos acordos de leniência ultrapassa os limites do absurdo, até porque esses acordos foram firmados de livre e espontânea vontade por representantes legais das empresas assessorados pelos melhores advogados do país. Mas nada é tão absurdo quanto ver partidos socialistas preocupadíssimos com o bem estar financeiro dos grupos que melhor representam o capitalismo de cartas marcadas vigente nesta banânia.
 
Feliz velho ano novo. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A COMPUTAÇÃO QUÂNTICA E O GATO DE SCHRÖDINGER (CONCLUSÃO)

AINDA QUE A ROSA TIVESSE OUTRO NOME, SEU PERFUME SERIA O MESMO.

Lá pelo final de 1925, o físico austríaco Erwin Schrödinger formulou uma teoria que ficaria conhecida como "Gato de Schrödinger" — ou "Paradoxo de Schrödinger". Trata-se, em resumo, de um experimento imaginário proposto para demonstrar como o Princípio da Incerteza vigora no mundo quântico, e consiste basicamente em trancar um gato dentro de uma caixa onde há um frasco contendo um gás venenoso, um elemento radioativo emissor de partículas alfa e um dispositivo composto de um martelo e um detector de radiação. 

Caso o detector registre a presença de pelo menos uma partícula alfa, o martelo quebra o frasco, o gás venenoso é liberado e o gato morre. No entanto, como há 50% de chances de a partícula não ser liberada, o gato pode não morrer. 

Pelo formalismo quântico, a matéria tem natureza ondulatória. O gato morto é representado por uma função de onda, e o gato vivo, por outra função de onda. O fato de o gato estar vivo e morto indica que houve superposição dessas duas funções de onda (ou seja, o gato assumiu dois estados possíveis). Para ter certeza do resultado, seria preciso abrir a caixa, mas o detalhe é que, à luz da mecânica quântica, o gato pode estar vivo e morto ao mesmo tempo. 

Segundo o Principio da Incerteza, não é possível fazer uma medida sem interferir nos resultados dessa própria medida. Então, abrir a caixa interfere no sistema e altera os resultados — essa é uma diferença fundamental entre as mecânicas quântica e clássica; na clássica, poder-se simplesmente abrir a caixa e conferir o que aconteceu com o bichano, ao passo que na quântica isso não é possível.
 
A intenção de Schrödinger era demonstrar como o comportamento das partículas subatômicas parece ilógico se aplicado numa situação fácil de ser visualizada, como a de um gato preso numa caixa fechada, cuja vida dependeria do comportamento das partículas radioativas — se elas circulassem pela caixa, o animal morreria, caso contrário, ele permaneceria vivo. 
 
O cenário fica ainda mais surreal quando analisado com base nas leis do mundo subatômico, segundo as quais ambas as possibilidades podem acontecer ao mesmo tempo — deixando o gato simultaneamente vivo e morto. A questão é que quem abrisse a caixa veria apenas um gato — vivo ou morto —, porque, de acordo com os princípios da física quântica, qualquer interferência (como uma fonte de luz utilizada para observar o fenômeno) levaria as realidades paralelas do mundo subatômico a entrar em colapso, e apenas uma delas poderia ser observada.

Para entender melhor:

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

A COMPUTAÇÃO QUÂNTICA E O GATO DE SCHRÖDINGER

O QUE HOJE NOS PARECE UM PARADOXO, AMANHÁ PODERÁ SER UMA VERDADE DEMONSTRADA.

 

Interpretada pelos computadores, a dualidade lógica tornou-se o fundamento de tudo que é digital. Assim, textos, imagens, músicas, vídeos, enfim, tudo pode ser traduzido em zeros e uns — zero para falso, um para verdadeiro —, donde todos os algoritmos que formam os sistemas e programas que rodam em PCs, smartphones e demais dispositivos computacionais são na verdade longas sequências de bits 0 e bits 1. 

Observação: base binária utilizada pelos computadores convencionais nos causa estranheza porque estamos habituados com a base decimal, mas a conversão é simples: considerando que cada 0 e cada 1 representam o número 2 elevado à potência “x” — o primeiro, 20; o segundo, 21, e assim por diante —, a sequência 10, por exemplo, tem dois bits e equivale a 0x20 + 1x21; a sequência 111 tem três bits e equivale a 1x20 + 1x21 + 1x22; a sequência 1001 tem quatro bits e equivale ao número (1x20 + 0x21 + 0x22 + 1x23), e por aí afora.

Entre as diversas tecnologias computacionais que surgiram ao longo das últimas décadas, a computação quântica se destaca por ter exigido a maior mudança de paradigma por parte dos desenvolvedores. A mecânica quântica foi desenvolvida entre 1900 e 1925, e continua sendo a base na qual a química, a física de matéria condensada e as tecnologias que vão de chips de computador à iluminação LED se apoiam. No nível quântico, a matéria pode assumir, a um só tempo, diversas configurações possíveis (conhecidas como estados). Os computadores quânticos foram propostos na década de 1980 por Richard Feynman e Yuri Manin, visando superar uma das maiores limitações física. 

Na computação clássica, os bits são representados por impulsos elétricos ou ópticos. Na computação quântica, os qubits (ou bits quânticos) são partículas de nível subatômico, como os elétrons ou os fótons. Portanto, a computação quântica permite ir muito além da dualidade dos bits que os computadores convencionais utilizam para representar o “sim” e o “não”, o “verdadeiro” e o “falso”. 

Observação: Uma das principais diferenças entre os bits e os qubits advém da superposição. Na computação quântica não há apenas dois "estados", mas "várias combinações de zeros e uns". Da feita que uma pequena variação é suficiente para alternar entre esses "estados", o computador quântico consegue avaliar diferentes combinações de resultados simultaneamente, o que reduz consideravelmente o tempo necessário para executar uma tarefa.
 
Outra característica responsável pelo desempenho incomparável dos computadores quânticos é o entrelaçamento. Na física quântica, duas partículas interligadas reagem de forma similar, mesmo quando separadas por longas distâncias. Nos computadores clássicos, dobrar o número de bits resulta no dobro da capacidade computacional, mas nas máquinas quânticas o aumento no número de qubits produz ganhos em escala exponencial.
 
Já a ideia de que a matéria pode assumir dois ou mais estados simultaneamente é bem mais "bizarra", mas fica mais fica mais fácil de assimilar esse pressuposto à luz da hipótese formulada pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, que ficou conhecida como "Gato de Schrödinger. 
 
Continua...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

VIAJANTES DO TEMPO (PARTE 3)

A VIDA É UM FILME QUE PRECISAMOS (VI)VER.

A Internet se popularizou entre usuários domésticos bem antes do advento das redes sociais e de buscadores como o Google oferecerem praticamente todo tipo de informação sobre praticamente qualquer coisa. 


Lá pela virada do século, fóruns de discussão em canais IRC (sistema de bate-papo baseado em texto) eram um "must", e foi num deles — chamado Artbell — que "TimeTravel_0" disse ser um soldado americano do ano de 2036 que fora incumbido de voltar a 1975 para adquirir um computador IBM 5100 — necessário, segundo ele, para depurar programas antigos e evitar o Efeito 2038. 

 

Observação: O IBM 5100 foi lançado em 1975 e retirado do mercado em 1982. O tal viajante disse ter voltado à época correta e conseguido um exemplar. Curiosamente, a Big Blue reconheceu que uma unidade dotada de uma rara interface — que permitiria ao programador acessar todos os códigos da empresa — havia desaparecido misteriosamente de seus depósitos. 

 

Durante mais de um ano, John Titor — esse era o nome do sujeito — detalhou seus deslocamentos temporais e fez revelações sobre o futuro. De acordo com ele, o CERN descobriria as bases para a viagem no tempo em 2001, e as máquinas do tempo, criadas para transportar pequenos objetos, seriam adaptadas para coisas grandes e seres humanos. O "viajante" chegou mesmo a postar diversos desenhos esquemáticos do projeto e uma foto de sua máquina — que chamou de "unidade de deslocamento no tempo de massa estacionária alimentada por duas singularidades duplamente positivas girando no topo".

 

A guerra civil que Titor profetizou para 2004 não aconteceu, a exemplo da Terceira Guerra Mundial — que teria início em 2015 e dividiria EUA em cinco países. Mas a "doença da vaca louca" aporrinhou pecuaristas nos anos seguintes, e a China realmente mandou um homem ao espaço em 2003. 


Após discorrer durante meses sobre a política norte-americana e assuntos como saúde e tecnologia, Titor desapareceu dos fóruns em março de 2001, deixando uma frase misteriosa ("traga uma lata de gasolina com você quando seu carro morrer na estrada") e uma miríade de perguntas sem respostas. 


Em 2009, o jornal britânico Daily Telegraph publicou uma matéria segundo a qual o tal viajante temporal era uma ficção criada pelos irmãos Larry e John Haber, respectivamente advogado e cientista da computação. Um detetive norte-americano encontrou um registro de marca com o nome de "John Titor Foundation", onde Larry era registrado como presidente, cuja sede não passava de uma caixa postal no estado da Flórida (EUA).

 

Para os teóricos da conspiração, as previsões não falharam, apenas deram a abertura temporal para que o viajante conseguisse corrigi-las a tempo de não ocorrerem. O próprio Titor avisou que alguns eventos poderiam não acontecer, pois o "modelo Everett-Wheeler da física quântica" estava certo: sua viagem ao passado criaria duas linhas do tempo — a original (vivida por ele) e outra, paralela, surgida após sua viagem ao passado.

 

Observação: Conhecido como "a interpretação de muitos mundos", o modelo em questão postula que todo resultado possível de uma decisão quântica na verdade ocorre em um "universo" paralelo" (de acordo com o "paradoxo do avô", se voltasse ao passado e matasse o próprio avô, o neto se tornaria uma pessoa diferente em outra linha temporal que não a dele (já que, na dele, ele não poderia existir). 

 

Talvez tudo isso não passe de uma fraude, mas, se for, quem a criou sabia muito bem do que estava falando. Até hoje, ninguém apareceu por aí dizendo ser o autor da brincadeira, e muitas questões levantadas por Titor jamais foram esclarecidas. 


Sites especializados surgiram para compilar as informações (em inglês) e analisar as falas do autoproclamando viajante temporal. A quem interessar possa, sugiro o John Titor Times, o John Titor’s Story e o Anomalies (que tem todas as postagens na íntegra).