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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

BASTA DE FAKE NEWS

FOI-SE O TEMPO EM QUE AS PESSOAS ME DECEPCIONAVAM; HOJE ELAS APENAS CONFIRMAM MINHAS TEORIAS.


Comemora-se no dia 2 de abril o Dia Internacional da Checagem de Fatos, mas as eleições municipais estão aí, e com as fake news potencializadas pela Inteligência Artificial, fica ainda mais difícil separar o joio do trigo. 

Adubada pela popularização das redes sociais a polarização semeada por Lula com seu "nós contra eles" transformou as campanhas políticas num campo mais fértil para o joio das fake news do que para o trigo dos debates — debates esses que eram mais ou menos civilizados quando os tucanos, e não os trogloditas, eram os adversários de turno do PT e seus satélites. 
 
O uso de fake news, perfis-robôjunk news e outros mecanismos não é uma exclusividade da política tupiniquim entre outras coisas, essa prática ensejou o desembarque do Reino Unido da União Européia e levou Trump à presidência dos EUA em 2106 (o Facebook admitiu que a Internet Research Agency comprou mais de US$ 100 mil em anúncios políticos na plataforma durante a campanha eleitoral).  

No Brasil, a moda surgiu no pleito de 2014 e se consolidou nos subsequentes, tanto gerais como presidenciais. Este ano, a julgar pelo festival de acusações e xingamentos trocados entre os 5 primeiros colocados na disputa pela prefeitura de São Paulo, os eleitores minimamente pensantes que não baixarem o sarrafo terão de escolher entre anular o voto, votar em branco ou dar uma banana pra essa gentalha e se abster de votar. 

Observação: A capital paulista lidera o ranking mundial de poluição do ar pelo quarto dia consecutivo por causa das queimadas, mas, segundo algumas fontes, o problema se agrava significativamente sempre que os aspirantes a alcaide abrem a boca

O voto em branco indica que o eleitor não se identifica com nenhum dos candidatos ou propostas, mas não é considerado na contagem e, portanto, não afeta o resultado diretamente. O voto nulo é uma forma de protesto mais explícito, mas também não interfere no resultado (é mito que 50% + 1 votos nulos anulam a eleição). Já a abstenção (não votar), sobretudo em países em que "o exercício do direito de voto é obrigatório", como é o caso desta banânia, é uma forma de protesto contra o sistema como um todo (embora possa resultar de desinteresse ou alienação política). 

PAUSA PARA MAIS DESGRAÇA

A estiagem vem causando uma queda acentuada no nível dos mananciais que abastecem a capital paulista e outras cidades do estado. A situação não é tão crítica como a de 2020/21, mas pode se agravar se as previsões de estiagem para 2025 e 2026 se confirmarem.
Bauru, Piracicaba e outros municípios do interior enfrentam racionamentos há mais de três meses, e os focos de incêndio registrados em todo o estado continuam aumentado. Para piorar o que já é ruim, a seca na represa Guarapiranga (que abastece boa parte da zona sul da capital) tem contribuído para aumentar a poluição da água e do ambiente ao redor do reservatório.
Capitaneado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas, o governo do estado iniciou a perfuração de poços artesianos e retomou as obras de reservatórios próximos a Campinas como forma de minimizar os efeitos da falta de chuva. Se ainda se ouve falar em "rodízio" e "racionamento", é porque isso não orna com eleições, mas a conscientização da população e uma "mãozinha" de São Pedro são cruciais para o restabelecimento dos níveis dos reservatórios.
Quem for pedir ajuda ao santo deve frisar que a precipitação deve ser significativa, ocorrer por um período prolongado e se concentrar nas bacias hidrográficas que alimentam os reservatórios. As célebres "tempestades de verão" servem apenas para aumentar o caos na sempre caótica Sampa, mas mais caótica ainda em meio a uma eleitoral travada por aspirantes a alcaide que não reúnem condições sequer para dirigir um carrinho de pipoca.
 
Disse alguém mais sábio que "só existem 'influencers' porque existem 'idioters'", mas mesmo que não fazem integra a confraria de anencéfalos que endeusam políticos corruptos e têm bandidos de estimação corre o risco de "levar gato por lebre" se não puser as barbichas de molho.

Para checar a veracidade dos posts, você pode usar a ferramenta disponível na SERP do Google — basta clicar (ou tocar) nos três pontinhos verticais que ficam ao lado dos títulos nos resultados das pesquisas para ter acesso a informações como origem do domínio, idade do registro do site e certificado de segurança — recorrer à coluna Me engana que eu posto, hospedada no site da revista Veja
 
O E-Farsas é o site de checagem de fatos mais antigo do Brasil (para checar um tema específico, encaminhe  o pedido através da aba "Contato"), mas a Agência Lupa, ligada à Folha de S.Paulo, também é pioneira nesse ramo. Para entrar em contato, basta mandar uma mensagem no Facebook que o bot irá avaliar se as informações são verdadeiras ou falsas.
 
O Boatos.org vem desmentindo boatos sobre doenças raras, notícias de morte de pessoas públicas, tentativas de golpes ou outros tipos de fake news desde 2013. Para sugerir a checagem de uma notícia, envie uma mensagem pelo site ou pelo Facebook; se preferir usar o WhatsApp, o telefone é 61 99275-5610

O Fato ou Fake, do g1, está ativo desde julho de 2018. A apuração de notícias falsas é feita por uma equipe de jornalistas de diversos veículos — como Época, Extra, G1, CBN, Extra, TV Globo, GloboNews, Jornal O Globo e Valor Econômico. Para enviar sugestões pelo WhatsApp, o número é 21 97305-9827. 
 
detector de fake news do FakeCheck consegue analisar um texto de pelo menos 100 palavras usando usando Processamento de Linguagem Natural e Aprendizado de Máquina. Para enviar o material pelo WhatsApp, o número é 16 98112-8986

Criado por uma ex-engenheira da Nasa e um desenvolvedor de apps premiado, o site Ground News ajuda a entender o viés da mídia, verificar a credibilidade da fonte e visualizar dados de propriedade de agências de notícias em todo o mundo, e está disponível no formato aplicativo para Android e para iOS.

O buscador de imagens reversas Duplichecker permite fazer pesquisas a partir de uma imagem, colando um URL ou digitando as palavras-chave correspondentes. Outra opção a considerar é a coluna Me engana que eu posto, que fica hospedada no site da revista Veja

O Aos Fatos é uma agência especializada na checagem de fatos que classifica as notícias em sete categorias — verdadeiro, impreciso, exagerado, distorcido, contraditório, insustentável e falso — e aceita denúncias no Facebook mediante posts marcados com a hashtag #vamosaosfatos e no WhatsApp pelo número 21 99956-5882.

O Comprova dispõe de uma equipe de jornalistas de 24 veículos  entre os quais Exame, Folha/UOL, Nexo, Estadão e Veja — e recebe denúncias via Facebook pelo ou WhatsApp através do número 11 97795-0022

domingo, 1 de setembro de 2024

MUSK X MORAES — A NOVELA CONTINUA

MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO.

O furdunço em epígrafe surgiu nas pegadas do inquérito das fake news e ganhou vulto no ano passado, quando uma investigação envolvendo apoiadores e aliados de Bolsonaro que financiaram, fomentaram ou participaram da tentativa fracassada de golpe no 8 de janeiro, foi instaurada pelo STF e relatada por Alexandre de Moraes — que é relator também dos inquéritos das milícias digitais e dos atos golpistas.

Após determinar o bloqueio de perfis de diversas pessoas acusadas de atentar contra o Estado Democrático de Direito e o processo eleitoral, Moraes foi causado por políticos ligados ao líder da escumalha golpista de cercear a liberdade de expressão nas redes sociais. Em resposta, o ministro sustentou que liberdade não se confunde com permissão para desrespeitar leis e agir contra a ordem democrática, e que as redes sociais não são "terra de ninguém". 

Depois que Elon Musk tomou as dores dos direitistas radicais e usou sua rede social para atacar Moraes, o ministro o arrastou para o inquérito das milícias digitais, e a novela virou uma guerra de egos: o de Musk, agigantado por seus bilhões, e o de Moraes, inflado pelo poder extraordinário que lhe foi conferido por seus pares. 

Alegando preocupação com a segurança de sus funcionários no Brasil e com uma possível prisão do representante legal do "Xwitter",  o bilionário desmontou o escritório local, recusou-se a pagar mais de R$ 18 milhões em multas e a  um novo representante para sua rede social — exigência legal que se aplica a qualquer empresa estrangeira que atue no território nacional. 
 
Na última sexta-feira, Moraes determinou que o X fosse tirado do ar. Na falta de um representante legal no país, o magistrado intimou o próprio Musk uma postagem no próprio X, na qual marcou o perfil do empresário e a conta de assuntos globais da mídia social (foi a primeira vez que o STF usou o ex-Twitter para intimar alguém). Musk respondeu com postagens ofensivas e memes sarcásticos, comparando o togado a vilões de Star Wars e Harry Potter e publicando uma foto (criada por inteligência artificial) de um rolo de papel higiênico com o nome "Alexandre". Em reposta, Moraes bloqueou as contas da Starlink — provedora de internet via satélite que também pertence ao bilionário por meio da SpaceX — e foi chamado pelo desafeto de "tirano" e "ditador do Brasil".
 
Observação: Nos meus tempos de ginásio, desinteligências eram resolvidas na base do "te pego lá fora", pois pugilatos intramuros não eram tolerados pelo corpo docente. Embora os ânimos se acalmassem até o momento do embate, a falta de uma "saída honrosa" e a pressão dos colegas (que queriam ver o circo pegar fogo) inviabilizava o armistício, pois quem o propusesse seria taxado de "arregão". Mas isso era coisa de pré-adolescentes que compravam merenda com dinheiro da mesada, de jovens impúberes cujas opiniões não valiam um traque.  
 
Moraes voltou atrás no tocante ao bloqueio de VPN nas lojas App Store e Google Play Store — que, segundo ele próprio reconheceu, prejudicaria empresas que nada têm a ver com o peixe —, mas manteve a suspensão do X e a multa de R$ 50 mil a qualquer pessoa (natural ou jurídica) que ouse burlar a proibição. 

Tudo somado e subtraído, manda quem pode e obedece quem tem juízo, mas a decisão de Moraes rebaixou o Brasil ao nível de países como Rússia, Coreia do Sul, Cuba, Venezuela e outras ditaduras escrachadas ou disfarçadas. Não por exigir que uma plataforma estrangeira que opere no país cumpra as leis brasileiras, mas porque a forma como vem conduzindo o assunto afeta negativamente a segurança jurídica e a confiança de investidores internacionais, além de reacender o debate sobre o limite entre regulação e censura nas redes sociais.
 
Moraes deixou Musk numa sinuca de bico. Se nomear um representante legal, o bilionário estará mandando essa pessoa para a cadeia, a menos que capitule cumpra as determinações anteriores e censure os alvos do ministro. Se não quiser nenhum desses desfechos, só lhe resta continuar desobedecendo as determinações judiciais e arcando com as consequências. Em contrapartida, Musk transformou o que Moraes imaginava ser uma cruzada em defesa do Estado Democrático de Direito numa briga de bar. Na última sexta-feira, em meio a memes e garrafadas virtuais, Moraes rejeitou um recurso do X contra o bloqueio de 34 perfis sem analisar o mérito. Alegou que cabe à plataforma cumprir as ordens judiciais, não recorrer em nome dos bloqueados. 

Observação: A decisão de Moraes foi submetida à 1ª Turma do STF, que, por unanimidade, manteve a suspensão do X no Brasil, mas existe a possibilidade de o caso ir a plenário, de modo a proteger o tribunal de acusações de abuso de poder. 
 
Com um patrimônio estimado em US$ 250 bilhões, Musk está cagando e andando para dinheiro. Mas o desenlace da novela, qualquer que ele seja, trará prejuízos para os usuários do Xwitter e sobretudo para os brasileiros conectados à internet pela Starlink. Mas as leis existem para serem cumpridas. Moraes não tinha alternativa senão intimar Musk, que pode discordar de suas decisões, mas a maneira correta de contestá-las é a interposição de recursos, e ele tem dinheiro de sobra para apresentar recursos. 

Em mais um emocionante capítulo da novela (que parece estar longe de terminar), Musk criou a conta "Alexandre Files" para divulgar supostos "crimes" de Moraes no âmbito do bloqueio de conteúdos e perfis da plataforma. Uma publicação promete "lançar luz sobre os abusos" e outra qualifica de "violação frontal da lei" uma determinação do ministro de bloquear os perfis do senador bolsonarista Marcos do Val e da filha adolescente do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, entre outros.


Observação: "ELON MUSK confunde LIBERDADE DE EXPRESSÃO com uma inexistente LIBERDADE DE AGRESSÃO, confunde deliberadamente CENSURA com PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL AO DISCURSO DE ÓDIO E DE INCITAÇÃO A ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS", escreveu Moraes ao derrubar o X, usando letras maiúsculas, e afirmou ainda que "não se trata de novidade" a instrumentalização das redes sociais para "divulgação de diversos discursos de ódio", e que o "ápice dessa instrumentalização" contribuiu para a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023.

 
Tão importante quanto a continuidade dos processos é sua conclusão. A sensação de invulnerabilidade do refugo da escória da humanidade e do alto comando do golpe vai se tornando um novo atentado à democracia. De resto, a atmosfera de emergência institucional perdeu o prazo de validade: Aras foi para casa, os réus do 8 de janeiro colecionam sentenças e a PF faz o seu trabalho. Se Moraes voltasse a ser apenas Alexandre, não haveria um Xandão para Musk chutar. O ministro ainda não percebeu, mas está lidando com um porco-espinho, e esse porco-espinho o está arrastando para seu chiqueiro.

Para mais detalhes sobre o bafafá, clique aqui.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

DE VOLTA AO MICROSOFT EDGE

O SEGREDO É AMAR O PRÓXIMO, ATÉ PORQUE O ANTERIOR NÃO MERECIA.


ArpaNet foi criada pelo Defense Advanced Research Projects Agency, no início dos anos 1960, visando descentralizar o armazenamento de informações vitais para o governo dos EUA. Ela passou a se chamar Internet em 1982, quando o conjunto de protocolos TCP/IP foi adotado como padrão, mas continuou sendo usada quase que exclusivamente por entidades governamentais e universidades até 1989, quando então a National Science Foundation liberou o acesso para fins comerciais. 
 
Os primeiros navegadores para Unix surgiram em 1991, mas o Netscape Navigator foi o pioneiro na exibição de textos e imagens em websites 
— e o responsável pelo uso de "navegar" como sinônimo de "folhear" (as páginas da Web). Em 1995, a Microsoft desenvolveu o Internet Explorer a partir do código do Spyglass Mosaic e, ao disponibilizá-lo gratuitamente para os usuários do Win95 Plus!, pavimentou o caminho para o que ficou conhecido como Primeira Guerra dos Browsers.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Acusado pela Folha de usar o TSE "fora do rito" para investigar bolsonaristas, Alexandre de Moraes afirmou que, enquanto presidente da corte eleitoral e ministro do STF, "seria esquizofrênico se auto oficiar", que todas as solicitações foram documentadas e que os alvos dos relatórios já eram investigados.
O "material explosivo" que embasou a reportagem são áudios e mensagens trocadas entre o juiz instrutor Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, e o perito criminal Eduardo Tagliaferro, que à época chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE — Morares suspeita que o vazamento partiu de seu Tagliaferro, como vingança por sua demissão da AEED.
O Supremo em peso saiu em defesa de Moraes e o CNJ rejeitou um pedido de investigação apresentado pelo partido Novo contra os dois juízes auxiliares que produziram relatórios para embasar decisões do magistrado. Já os bolsonaristas pedem o impeachment do "algoz" de seu mito e a anulação dos processos contra extremistas investigados no inquérito das fake news.
Diferentemente do que ocorre na Justiça comum e na seara criminal, a Justiça eleitoral pode agir de ofício. As ações de de Moraes que a Folha põe em xeque estão escorado na Lei 9.504, que confere ao TSE o poder de polícia para fazer requisições que embasem investigações. Quando os fatos trazidos a lume pelo jornal aconteceram, Moraes acumulava as funções de presidente do TSE e relator do inquérito das fake news no STF, e tinha poder de polícia para requisitar informações e encaminhar indícios de ilícitos à seara criminal — no caso, o próprio STF. Dito isso, o magistrado apenas se valeu de suas prerrogativas legais, nada havendo de anormal ou reprovável em sua conduta.
Einstein ensinou que a única verdade absoluta no universo é a velocidade da luz, e que para isso é preciso que o espaço e o tempo sejam relativos. Não há como esperar equilíbrio e neutralidade num país tão polarizado, nem do povo, nem da mídia, nem dos membros dos poderes Legislativo e Judiciário. Para os críticos de Moraes, os fatos descritos pela Folha provam e comprovam que o ministro compartilhou de forma indevida informações entre os tribunais, porém a mim me parece que a reportagem trouxe à luz um problema muito maior, que são as distorções no desenho institucional das altas cortes. Mas isso é outra conversa e fica para um próxima vez.

O IE destronou Navigator em 1997 e reinou até meados de 2012, quando foi superado pelo Google Chrome — que continua sendo o queridinho dos internautas, com 65,4% de participação no mercado, contra 18,4% do Apple Safari (que não roda no Windows), 5,2% do Edge e 2,7% do Firefox. 

Esperando repetir em 2015 o sucesso obtido com o IE em 1995, a Microsoft integrou o Edge ao Windows 10, mas a falta compatibilidade (inclusive com as versões mais antigas do próprio Windows), a carências de extensões (o número reduzido de usuários não animava os desenvolvedores parceiros a criá-las), a demora nas atualizações (vinculadas ao Windows Update) e as indesejáveis semelhanças com o vetusto IE levaram os internautas a optar pelo Chrome

Observação: Como eu publiquei uma sequência sobre navegadores entre 6 de maio e 16 de junho de 2020 e a complementei nesta postagem, não vou encompridar (ainda) mais esta (não tão breve) introdução. Lembro apenas que, para homenagear o icônico IE, o engenheiro de software sul-coreano Jung Ki-Young criou a imagem de uma lápide com o logotipo navegador e o epitáfio "Ele era uma boa ferramenta para baixar outros navegadores". 

O fiasco do Edge forçou a Microsoft a criar uma nova versão baseada no Projeto Chromium, que tornou o software multiplataforma (compatível inclusive com o Android e o iOS) e ampliou enormemente seu leque de extensões. O Edge Chromium evoluiu sobremaneira nos últimos 4 anos, mas muitos de seus recursos passam despercebidos pelos usuários de primeira viagem, como veremos a seguir.

O Edge é capaz de transformar webpages em aplicativos. Para isso, basta acessar o site desejado, clicar nos três pontinhos no canto superior direito da janela do navegador, selecionar Apps, clicar em Instalar este site como um aplicativo", personalizar o nome no pop-up e concluir clicando em Instalar. O ícone é salvo na barra de tarefas e no menu Iniciar. Quando o usuário clica nesse ícone, a página se abre numa janela separada, como se fosse um programa independente, e as barras de endereço e de favoritos desaparecem, deixando mais espaço para o conteúdo. 
 
O browser conta também com uma ferramenta que monitora as senhas salvas e alerta o usuário caso alguma delas tenha sido exposta em vazamentos de dados online. Para habilitar esse recurso, faça o login com sua conta Microsoft, clique nos três pontinhos, depois em Configurações > Perfis > Senhas, novamente em Configurações e, na seção Senha, ative a opção Verificar se há senhas vazadas. A verificação é feita no momento da ativação, mas é possível fazer novas checagens a qualquer momento, bastando para isso selecionar a opção Verificação de segurança de senha.
 
As Coleções funcionam como um caderno digital. Além de salvar links, imagens e trechos de texto, é possível centralizar as abas abertas num só lugar, adicionar notas, reorganizar os cartões e exportar tudo para o Word ou para o Excel. Para usar o recurso, clique no ícone com dois quadrados e um sinal de + (no canto superior direito da janela do Edge) e adicione os itens desejados à coleção (que você pode acessar mais rapidamente pelo atalho Ctrl+Shift+Y, no Windows, ou Command+Shift+Y, no Mac).
 
Para tirar print da tela inteira, abra a página desejada, clique nos três pontinhos, selecione Captura de Tela e clique em Capturar a página inteira (use os atalhos Ctrl+Shift+S no Windows ou Command+Shift+S no Mac para acessar essa função mais rapidamente). Uma prévia da imagem será exibida numa nova janela, onde poderá ser editada. Ao final, basta clicar no ícone do disquete para o arquivo ser salvo no formato .JPG.
 
Kit de Ferramentas de Aprendizagem do Edge inclui a leitura em voz alta (você pode ajustar o ritmo das palavras e escolher entre diferentes vozes e sotaques) e o leitor imersivo (você pode mudar o tamanho da fonte, o espaçamento entre linhas e o tema da página, destacar linhas específicas e até traduzir páginas inteiras para diferentes idiomas). A função Localizar na página foi aprimorada com inteligência artificial para oferecer sinônimos e correspondências, facilitando a localização das informações mesmo quando você comente pequenos erros de digitação.
 
Para explorar essas e outras funcionalidades, clique no ícone do livro aberto, à direita da barra de pesquisa. Se você não o encontrar, clique nos três pontinhos e selecione Mais ferramentas > Kit de Ferramentas de Aprendizagem.

Boa navegação.

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

EVITE SER BANIDO DO WHATSAPP E VEJA O QUE FAZER SE SUA CONTA FOR SUSPENSA

MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR

O WhatsApp tem mais de 2 bilhões de usuários em 180 países — são 169 milhões só no Brasil. Para quem usa o mensageiro no trabalho e em relações comerciais, ter a conta suspensa é um problemão. 

A suspensão é automática quando o app não é acessado por mais de 120 dias consecutivos ou o número do usuário é bloqueado muitas vezes num período de 24 horas (a plataforma não informa quantas vezes). Em ambos os casos, a pessoa é notificada previamente e pode seguir as instruções que acompanham a notificação para tentar manter a conta ativa. 


Observação: Mesmo que a suspensão seja consumada, ainda é possível apresentar ao suporte um pedido de reconsideração e aguardar o resultado.

 

Enviar mensagens em massa para destinatários que não estão em sua lista de contatos ou grupos dos quais você não participa caracteriza spam e é motivo para banimento, a exemplo do compartilhamento de fake news ou informações enganosas  até porque fraudadores e outros cibercriminosos se valem das ferramentas do app aumentar as chances de êxito de seus golpes.

 

Também ensejam o banimento da conta o uso de versões modificadas do aplicativo — como WhatsApp Plus ou GB WhatsApp — e o envio de mensagens com conteúdo pornográfico, discursos de ódio, ameaças, extorsão, fraude, assédio e compartilhamento não autorizado de conteúdos protegidos por direitos autorais, entre outros. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay" é um ditado galego que reflete uma crença cultural sobre a existência de coisas inexplicáveis. O inesquecível Juca Chaves disse certa vez que "segundo o papa, o diabo existe, se o diabo existe, então ele deve ser casado, já que tem chifre". Não me considero ateu; estou mais para agnóstico, seguidor de São Tomé. A meu ver, qualquer pessoa minimamente esclarecida deveria refutar a ideia de passar a eternidade tocando harpa numa nuvem ou assando lentamente em um espeto. A possibilidade de existir um ser superior é admissível, mas desde que não seja o deus vingativo dos padres pedófilos e pastores papa-dízimo. Como já disse alguém, "Deus criou a fé e o amor, e o Diabo, invejoso, as religiões e o casamento". Todas as religiões são a verdade sagrada para quem as professa, mas cada uma delas não passa de fantasia para os fiéis das demais. Não há crença, por mais estúpida que seja, que não tenha fiéis seguidores.
Não acreditar em céu e inferno com anjos e demônios é uma coisa, tentar "catequisar" a récua de muares que acredita é outra. Mas ficar calado enquanto o tiranete de merda venezuelano, em seus intermináveis discursos (Fidel ficaria orgulhoso desse discípulo), chama seus opositores de "diabos e diabas" (o feminino, no caso, em referência à Maria Corina, líder da oposição) já é demais. E "mais demais ainda" seria não criticar o PT e seu sumo pontífice (não necessariamente nessa ordem) por suas afinidades históricas com Maduro — e com Chávez, Fidel e outros ditadores de ditaduras "cumpanhêras" (que o diabo lhes reserve um bom lugar no fogo eterno). 
Mas espantoso mesmo é o "alinhamento religioso" que ora se descortina. No último dia 2 de agosto, ao anunciar a expansão do Pé de Meia em Fortaleza (CE), o xamã petista encarnou o companheiro golpista "Tem Internet do bem e a Internet do mal. Tem a Internet que quer construir e a Internet que quer destruir. Tem a Internet que quer nos ensinar o caminho de Jesus e a que quer nos ensinar o caminho de Lúcifer". Se dissesse “amém" no final do culto, eu visualizaria o "bispo" Edir Macedo em pessoa, instantes antes de pedir um Pix.
Dizem que o diabo sabe das coisas não porque é o diabo, mas porque é velho. Quando a gente pensa que já viu de tudo, ele sempre encontra uma maneira de nos surpreender. E quando achamos que os políticos não têm como descer mais fundo no poço, eles sempre encontram um alçapão. 
Política e religião nunca deram bom caldo. Fundamentalismo religioso, seja qual for, idem. O diabo (metaforicamente falando) é que demagogos e populistas fidelizam e mobilizam os otários com discursos místicos e pregações fantasiosas (o que as torna difíceis de combater). O truque é velho como o Diabo (agora literalmente), mas funciona.

 

Se você tiver a conta suspensa ou for banido da plataforma, verifique se o motivo que ensejou a punição é procedente (ele é informado na mensagem de notificação). Caso esteja usando uma versão não autorizada do WhatsApp, desinstale-a, baixe o programinha oficial do Google Play (ou da App Store, caso use um iPhone) e envie um email para support@whatsapp.com (ou use a opção "Fale Conosco" no aplicativo para explicar sua situação).


Caso seu pedido de reconsideração seja negado, você ainda poderá criar uma nova conta usando outro número de telefone. Para mais informações, acesse https://faq.whatsapp.com/465883178708358/?locale=pt_BR

terça-feira, 30 de julho de 2024

EXPLOSÃO DE CELULAR EM ELEVADOR

quem dá voz a burros não pode se queixar dos zurros.

Antes da Internet, a mídia controlava as massas; com o advento das redes sociais, os idiotas da aldeia, que antes só tinham direito à palavra na mesa do bar, agora têm mesmo direito de um Prêmio Nobel. A função precípua da imprensa é noticiar os fatos, mas o interesse do público por eventos negativos levou os editores a se valerem de manchetes chamativas e conteúdo sensacionalista para aumentar a circulação de seus pasquins. 

Em 1963, o Grupo Folha criou o jornaleco "Notícias Populares", que abusava de manchetes escandalosas (e não raro mentirosas) para vender seu peixe podre. Ele deixou circular 2001, mas excrescências policialescas como Cidade Alerta, Balanço Geral e Brasil Urgente não lhe ficam devendo nada quando se trata de explorar a sequidão sanguinária da escumalha que o Criador escalou para povoar esta banânia. 
 
Dias atrás, a explosão de um celular num elevador, que aconteceu em outubro de 2021, viralizou nas redes sociais como se ainda fosse possível sentir o cheiro da fumaça. Requentar notícias velhas e servi-las como novas não é novidade, e o "vale a pena ver de novo" foi largamente explorado por âncoras de programas de TV que são incapazes de encontrar o próprio rabo usando as mãos e uma lanterna.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Todo fato tem pelo menos três versões: a minha, a sua e a verdadeira. Maduro está podre, mas ainda não caiu do galho. A despeito de todas as pesquisas indicarem que Edmundo González Urrutia o venceria com 64% dos votos, Elvis Amoroso, chefe do Conselho Nacional Eleitoral e aliado de Maduro, anunciou a vitória do tiranete de merda (por 51,2% a 44,2%) quando 80% dos votos haviam sido apurados. Maduro se reelegeu, mas daí a ter sido reeleito vai uma boa distância. Segundo Maria Corina, líder da oposição, Urrutia obteve 70% dos votos

Gabriel Boric disse que o Chile não reconhecerá nenhum resultado "que não seja verificável" e Javier Milei, que a Argentina não vai reconhecer "outra fraude" (em resposta, Maduro chamou o argentino de "bicho covarde", "traidor da pátria" e "fascista e nazista"). Gonzalez-Olaecha declarou que o Peru não aceitará "a violação da vontade popular do povo venezuelano", e o ministro das Relações Exteriores da Colômbia pediu a contagem total dos votos e uma auditoria independente.

No discurso em rede nacional em que teceu elogios rasgados a seu terceiro mandato, o Sun Tzu de Atibaia não deu um pio sobre a "vitória" do déspotaO governo brasileiro afirmou que aguarda a divulgação dos dados e evitou reconhecer a vitória de Nicolás Maduro na eleição. Em nota, o Itamaraty destacou a importância de uma 'verificação imparcial dos resultados' e emitiu um alerta de segurança aos brasileiros na Venezuela, diante dos 'recentes acontecimentos' no país.

 Nas redes, adversários usam fotos e vídeos para criticar a proximidade entre Lula e Maduro. Segundo o assessor especial Celso Amorim, a votação transcorreu "com tranquilidade e sem incidentes", apesar das denúncias de que o CNE paralisou a transmissão de dados de diversos centros de votação, das testemunhas que foram impedidas de obter os boletins de urna que certificam os votos em cada centro, dos episódios de violência nas cidade de San Antonio del Táchira e Guásimos e das suspeitas de que um jovem tenha sido assassinado por disparos de um coletivo chavista. 

Antes do resultado ser anunciado, a vantagem de González sobre Maduro era de 20 a 35 pontos percentuais, mas nenhuma dessas pesquisas pôde ser divulgada dentro da VenezuelaMinutos após a divulgação do resultado, Maduro disse em discurso a apoiadores que sua reeleição foi o "triunfo da paz e da estabilidade". 

Então tá. E eu sou o coelhinho da Páscoa.


A alta densidade energética das baterias de íon-lítio torna-as potencialmente inflamáveis, e defeitos de fabricação, impactos e perfurações podem danificar as camadas internas de proteção e causar curtos-circuitos, incêndios e até explosões. No entanto, num universos de quase 8 bilhões de aparelhos, apenas 130 casos (0.0000017333%) foram documentados entre 2022 e 2023, e a maioria resultou de defeitos de fabricação — como os que ensejaram a explosão de várias unidades do Samsung Galaxy Note 7 em 2016.

 
Embora seja um dos maiores responsáveis pela venda de ventiladores e condicionadores de ar, o calor não anda de mãos dadas com a tecnologia. No interior de um veículo estacionado sob o sol num dia de muito calor, a temperatura pode ultrapassar 60°C. Isso é calor suficiente para acelerar a degradação química das baterias de íon de lítio (ou polímero de lítio, no caso do iPhone) e provocar a explosão de isqueiros descartáveis, mas para um celular pegar fogo ou explodir é preciso que a temperatura suba a 130°C. 
 
Os aparelho modernos integram um sensor térmico que os desliga automaticamente quando a temperatura interna da bateria atinge 50°C, bem como um sistema de segurança que interrompe a passagem de corrente quando a bateria está 100% carregada. No entanto, se nem as baterias originais estão livres de defeitos congênitos, o que dizer dos modelos de reposição genéricos  e de carregadores e cabos marca barbante, como os vendidos nos "melhores camelódromos do ramo"?
 
Como cautela e canja (não confundir com Janja) não fazem mal a ninguém, desligue o celular e remova a capinha antes de colocar o aparelho na carga. Baterias de íon ou polímero de lítio não estão sujeitas ao efeito memória e, portanto, não há benefício algum (antes pelo contrário) em descarregá-las totalmente. A primeira carga não precisa ser de 12 ou 24 horas (até porque o processo é interrompido automaticamente quando o nível de energia chega a 100%). A maioria dos smartphones vem com pelos 40% de carga e desliga automaticamente quando nível fica entre 10% e 5% (para prolongar a vida útil da bateria, os especialistas recomendam manter a carga entre 20% e 80%). Usar o telefone enquanto a bateria está carregado não causa danos, mas, mal comparando, é como abrir a torneira para encher a pia sem tapar totalmente o ralo. 
 
Plugar o carregador na tomada antes de introduzir o conector USB-C (ou micro-USB) no aparelho ajuda estabilizar a corrente, evitando picos de tensão. Ao final da recarga, recomenda-se remover o plugue USB do carregador, o plugue menor da portinha do telefone e o carregador da tomada, nessa ordem. Evite manter o carregador permanentemente conectado à tomada — o consumo em stand-by é insignificante, mas somado ao do relógio do micro-ondas, do modem, do roteador, dos decodificadores da TV por assinatura e dos televisores... enfim, faça as contas.
 
A tensão elétrica das nossas tomadas (corrente alternada) pode ser de 110V, 115V, 115~127V ou 220V, e os celulares operam com corrente contínua de 3,7V a 5V. A conversão da alta tensão fornecida pela tomada é um compromisso conjunto do carregador e de um chip que regula a quantidade de energia que a bateria pode receber. A potência dos carregadores convencionais varia de 5W a 10W, mas a dos carregadores rápidos chega a ser 8 vezes superior. Para descobrir a potência do carregador (que, por alguma razão, os fabricantes não informam), multiplique a voltagem pela amperagem (exemplo: um carregador de 9V e 1,67 mAh tem potência nominal de 15 Wh). 
 
ObservaçãoO miliampere/hora (submúltiplo do ampere/hora) corresponde à quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de 0,001 ampere durante uma hora. Não se trata da "potência" da bateria, que é expressa em Wh, mas de sua capacidade de fornecer energia (autonomia).
 
Boatos.org, que vem desmentindo notícias e correntes falsas no Brasil desde 2013, aponta que a maioria dos rumores relacionando carregadores de celular a ferimentos e mortes são "fake news". Mas explosões envolvendo baterias de íon de lítio, em 2016, ensejaram um recall mundial do Galaxy Note 7. No ano seguinte, a Samsung divulgou que o problema decorreu de falhas no isolamento de componentes fabricados por dois fornecedores.
 
Recarregue o celular em local aberto, ventilado e livre de umidade, e não manuseie o carregador com as mãos molhadas. Evite enrolar ou dobrar o cabinho do carregador — ele estiver danificado, compre um novo (fita isolante não resolve). Volto a lembrar que reiniciar o sistema operacional de tempos em tempos é fundamental para a saúde de qualquer dispositivo computacional — e o que são os smartphones senão microcomputadores ultraportáteis? —, pois esvazia a RAM, corrige erros de software e muito mais. 
 
Num mundo permanentemente conectado, uma breve pausa pode ser um respiro não só para os aparelhos, mas também para nossa mente. Então, por que não unir o útil ao agradável e aproveitar essa horinha de trégua para relaxar, tomar um café ou levar o cachorro para passear?