O molho à campanha leva os mesmos ingredientes do "vinagrete tropicalizado", mas usa menos azeite (apenas 2 colheres de sopa), menos vinagre (apenas 4 colheres de sopa), menos salsinha picada (apenas 2 colheres de sopa) e inclui ¼ de xícara de água, 2 colheres (sopa) de mostarda amarela, 2 colheres (sopa) de ketchup e 2 colheres (sopa) de molho inglês (há quem acrescente azeitona, palmito e champignon picados).
UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
domingo, 25 de agosto de 2024
VINAGRETE OU MOLHO À CAMPANHA?
O molho à campanha leva os mesmos ingredientes do "vinagrete tropicalizado", mas usa menos azeite (apenas 2 colheres de sopa), menos vinagre (apenas 4 colheres de sopa), menos salsinha picada (apenas 2 colheres de sopa) e inclui ¼ de xícara de água, 2 colheres (sopa) de mostarda amarela, 2 colheres (sopa) de ketchup e 2 colheres (sopa) de molho inglês (há quem acrescente azeitona, palmito e champignon picados).
domingo, 7 de julho de 2024
O QUE É DE GOSTO REGALA A VIDA
O "ponto" vai do gosto do comensal e varia conforme a espessura do bife, o material da frigideira e a potência do fogão. Para bifes médios (2,5 cm de altura) malpassados como manda o figurino, aqueça bem a gordura e frite cada lado por 2 ou 3 minutos. Se quiser seus bifes "ao ponto" ou bem-passados, frite-os por 4 ou 5 minutos ou de 6 a 8 minutos de cada lado, respectivamente. Ao final, coloque os bifes numa travessa, cubra com papel laminado e deixe descansar por alguns minutos, para que os sucos que se concentraram na parte central da carne durante a cocção se redistribuam por igual, deixando-a mais macia e suculenta.
Bifes à milanesa devem ser finos e fritos por imersão em gordura bem quente (180°C). Recomenda-se usar frigideiras ou panelas largas e borda alta e fritar um bife de cada vez (para o óleo não esfriar). A casca ficará mais crocante e não se desprenderá da carne durante a fritura se, ao empanar os bifes, você passá-los na farinha de trigo, no ovo batido e na farinha panko (nessa ordem). Ao final, coloque-os numa travessa forra com toalhas de papel, que absorverão o excesso de gordura, deixando os bifes mais sequinhos.
Carne moída (ou "picadinho", como ela é chamada no norte do país) é comumente usada como recheio de pastéis, esfihas, almôndegas e empadões, no molho à bolonhesa ou para acompanhar o popular arroz com feijão. Crua, ela é a base de hambúrgueres e do sofisticado Steak Tartar. Como é difícil saber se a carne pré-moída vendida nos supermercados é premium (de melhor qualidade), intermediária ou industrial (mais baratas), faça como nossas avós: escolha o pedaço desejado e peça ao açougueiro para passá-lo duas vezes no moedor. Melhor ainda é moer a carne em casa, pois assim você poderá misturar 20% de gordura de picanha à paleta ou ao patinho (hambúrguer sem gordura não dá liga nem tem sabor).
Para preparar quibe cru e Steak Tartar, o filé é o corte mais indicado. Supermercados de grife e "butiques" de carne vendem escalope, medalhões, tornedor e chateaubriand de filé, mas sai mais barato comprar a peça e cortá-la em casa. Comece removendo a fáscia (aquela membrana prateada que deixa os bifes duros se não for retirada). Use uma faca de ponta fina, bem afiada, e mantenha-a quase em paralelo com a peça (para minimizar a quantidade de carne que fatalmente será retirada junto com o tecido conjuntivo).
Separe o filé em cabeça, lateral, miolo e ponta (a cabeça é a extremidade maior, a lateral é a parte que fica ao lado, quase solta, o miolo é o corpo cilíndrico do filé, e a ponta é a parte final da peça, onde a carne "afina"). Corte o filé em chateaubriands (com cerca de 4cm de altura e de 300g a 400g), tornedor (3cm e 250g), medalhão (2cm e 180g) ou escalope (cubinhos de 1cm de lado), e o restante em bife (aproveite as sobras para fazer strogonoff ou escondidinho de filé, por exemplo).
Continua no próximo domingo.
domingo, 5 de maio de 2024
QUEIJO É TUDO DE BOM, MAS O PREÇO...
Se tivesse sido escalado para organizar o ato estrelado por Lula na última quarta-feira, o alto-comando do bolsonarismo não teria se saído melhor. Isso sem mencionar que a popstar Madonna reuniu 1,6 milhão de pessoas na praia de Copacabana — R$ 1,7 milhão de cachê que se somará ao patrimônio estimado em US$ 650 milhões (ou R$ 3,3 bilhões). O xamã petista e o mito dos pacóvios roxos de inveja.
A pantomima meticulosamente planejada pelas centrais sindicais companheiras em parceria com o Planalto foi um fiasco retumbante de público. Antecipando-se à ironia dos rivais, Lula, rápido no gatilho quando se trata de terceirizar responsabilidades, passou uma carraspana no chefe da Secretaria-Geral da Presidência: "Ele é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pense que vai ficar assim. Ontem eu conversei com ele e disse: 'Oh, Márcio [Macedo], o ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar'."
"Um boneco do Bolsonaro coloca mais gente na rua", anotou o deputado bolsonarista Nikolas Ferreira, numa alusão às multidões que prestigiaram o subproduto da escória da humanidade na Avenida Paulista, em fevereiro, e em Copacabana, semanas atrás.
Houve um tempo em que as centrais sindicais atraíam plateias vistosas com shows de artistas famosos e sorteios de carros e eletrodomésticos. Mas o fim do imposto sindical esvaziou as arcas do aparato sindical. Numa conjuntura castigada pela inflação dos alimentos e marcada pelo trabalho informal e pela uberização da mão de obra rendida à era dos aplicativos, o petismo e o sindicalismo enxergam o mundo pelo retrovisor.
Como na canção Carolina, de Chico Buarque, "o tempo passou na janela, só Lula e seus acólitos não viram".
No post de 8 de março, a reboque da receita de queijo-quente, discorri brevemente sobre as diferenças entre o Parmigiano Reggiano e o Grana Padano; hoje, veremos o que difere o Gorgonzola do Roquefort — que muita gente excluiu da lista de compras porque o preço está pela hora da morte (volto a esse assunto mais adiante).
Entre as diversas variedades, os queijos mais consumidos pela depauperada classe média tupiniquim são a muçarela e o prato. Ambos têm textura macia, embora o prato seja considerado "semiduro". A muçarela, mais "elástica", é mais usada em pizzas e lasanhas; o prato, mais firme e de sabor levemente adocicado (os de boa qualidade, porque alguns têm gosto de batata crua), combina melhor com lanches frios.
Igualmente populares, os queijos frescos — como Minas Frescal, Feta e Burrata — são úmidos e macios. Devido à maturação prolongada, os "duros" (como Parmesão, Grana e Provolone) têm casca firme, sabor intenso, coloração amarelada e aroma inconfundível. Mais macios e cremosos — mas menos consumidos no Brasil —, os queijos de "mofo branco", como o Brie e o Camembert, têm sabores personalíssimos e preços estratosféricos. Entre os "semiduros" (ou queijos de "pasta dura"), destacam-se o Gouda, o Edam e o Cheddar jovem.
Voltando ao Gorgonzola e o Roquefort, ambos são queijos de "mofo azul" — assim classificados devido aos veios azul-esverdeados em sua massa, que se devem à inserção do mofo Penicillium Roqueforti no leite ou na coalhada durante sua produção. Por serem parecidos, esses dois queijos costumam ser considerados pelos menos iniciados como "pinga da mesma pipa", mas as diferenças começam na origem e seguem pelos ingredientes.
O Gorgonzola é italiano e produzido com leite de vaca, enquanto o Roquefort é francês e feito com leite de ovelha. Ambos têm alto teor de sal, mas o sabor do italiano é mais picante e metálico, e o do francês combina o dulçor do leite de ovelha com uma massa fundente, que derrete na boca. Tanto um como o outro são usados para rechear massas e fazer molhos, inclusive para carnes vermelhas, mas também não podem faltar em "tábuas de queijos", até porque harmonizam com os mesmos vinhos — Porto, Sauterne, Riesling Renano e alguns Chenin Blanc.
Observação: Em atenção aos menos iniciados, entende-se por "tábua de queijos" uma apresentação elegante de diversas qualidades de queijos (como Brie, Camembert, Gorgonzola, Gouda, Reino, Maasdam, etc.) acompanhadas por frutas, nozes, geleias, e pães. Ao montar a dita-cuja, é importante considerar a variedade de sabores, texturas e aparências para criar uma apresentação visualmente atraente, bem como fornecer facas de queijo, garfos e outros utensílios que facilitem a degustação.
Ao comprar queijos frescos, escolha os de data fabricação mais recente. Nos "azuis", a massa deve estar mole, mas sem verter água ou soro ou apresenta manchas amarronzadas. No caso dos duros, confira se a casca está bem firme (pressionando-a com a unha) e a massa, seca. Sempre que possível, evite comprar aqueles "kits" prontos, que trazem quatro ou cinco tipos de queijo já cortados.
No que tange ao preço do queijo (assim como o da manteiga), produtores e revendedores geralmente atribuem a culpa ao leite e ao dólar. É fato que o litro do leite beirou os R$ 10 em meados de 2022, mas hoje ele custa menos da metade, e o dólar continua orbitando os R$ 5. Mesmo assim, o preço dos laticínios continua nas alturas.
Também é fato que, em meio a importações recordes de leite em pó, a alta dos custos (sobretudo dos grãos usados para alimentar o gado) o preço médio do litro de leite pago ao produtor despencou de R$ 3,57 para R$ 1,97 entre agosto de 2022 e outubro de 2023, levando um sem-número de pequenos produtores a mudar de atividade (em relação a 2015, quando o Rio Grande do Sul, que é o maior produtor de leite do país, tinha 84.199 produtores, a queda foi 61% em oito anos).
Observação: Em 2023, o Brasil importou um recorde de US$ 853,6 milhões (cerca de R$ 4,3 bilhões) em leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo, alta de 66% em relação ao ano anterior e maior valor da série da Secretaria de Comércio Exterior do governo federal.
Mas a pergunta que se coloca é: se o preço do leite despencou, por que o preço dos derivados segue nas alturas? Na avaliação dos especialistas, o vilão da história não são os produtores, mas os varejistas, que, por não considerarem o queijo um produto "de alto giro", mantêm suas margens de lucro mais elevadas do que em outros produtos. Aliás, o Brasil encabeça o ranking das maiores margens praticadas no mercado de queijos mundial.
Observação: Mutatis mutandis, o mesmo se aplica às misturas de azeite de oliva com óleo de soja comercializadas como "óleos compostos", que de azeitona não têm nem o cheiro. Alguns maus fabricantes acrescentam lampante — gordura obtida das azeitonas sãs, mas com graus de acidez acima de 2,% e com muitos defeitos sensoriais,— a suas misturebas, o que as torna impróprias para o consumo humano.
Ainda me lembro do sabor das manteigas Aviação e Viaducto dos anos 1960, da textura do requeijão Catupiry da caixinha de madeira e dos bifes deliciosos que degustava no sítio de minha avó materna, na divisa de São Paulo com Minas Gerais. Décadas depois, perguntei à velhota qual era o segredo daqueles bifes (cujo sabor eu jamais consegui reproduzir), e ela respondeu: "Vá até o matadouro e traga um quilo de patinho que eu faço os bifes pra você".
Bons tempos.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
O 8 DE JANEIRO E A POLARIZAÇÃO (QUINTA PARTE)
No baixo clero da Câmara Federal, Bolsonaro defendeu o fechamento do Congresso e a volta dos militares ao poder. Disse não acreditar em solução para o Brasil por meio do voto popular, e que mais gente deveria ter sido morta pela ditadura (incluindo o então presidente Fernando Henrique). Em abril de 2016, emendou seu voto pelo impeachment de Dilma com uma patética homenagem o coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Mas a punição mais severa que recebeu ao longo de sua improfícua trajetória política (abrilhantada pela aprovação de 2 míseros projetos e dois míseros quatro votos na disputa pela presidência da Câmara) foi uma réles advertência.
No livro "O Negócio do Jair", Juliana Dal Piva esmiúça o esquema usado pelo clã Bolsonaro para comprar mais de 100 imóveis, acumular milhões de reais e construir um projeto político iniciado com o emprego de parentes e coordenado pela segunda esposa. A Jornalista trata ainda das relações da família com Adriano da Nóbrega, o ex-capitão do Bope que viou chefe da milícia de Rio das Pedras e do Escritório do Crime — grupo suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista em março de 2018 — e acabou executado em 2020 por policiais militares baianos e fluminenses.
Em 2022, a jornalista Amanda Klein confrontou Bolsonaro com um levantamento patrimonial realizado pelo UOL, relembrou as rachadinhas nos gabinetes dele e dos filhos e os 20 imóveis que Flávio negociou nos últimos 16 anos (entre os quais uma mansão de R$ 6 milhões). Curto e grosso (mais grosso do que curto, na verdade), o então candidato à reeleição qualificou as acusações de "levianas", disse que não sabia da vida econômica de suas ex-mulheres e que os imóveis foram comprados na planta "por uma micharia por mês" e revendidos com lucro logo depois.
Investigar presidentes da República no exercício do cargo é prerrogativa exclusiva da PGR. Augusta Aras, que foi um exemplo de antiprocurador, fechou os olhos e os ouvidos para as atrocidades cometidas pelo pior mandatário desta banânia desde Tomé de Souza. Ignorar as evidências que conectam um formidável esquema de corrupção aos três casamentos de Bolsonaro, a seus filhos, a dezenas de parentes, ao patrimônio da família e à proximidade do clã com Queiroz, Adriano e outros pulhas é a prova provada de que a Justiça tupiniquim, além de cega, abriga em suas fileiras gente burra, pusilânime e venal. Nada muito diferente do que se vê no Congresso Nacional.
Triste Brasil.
terça-feira, 24 de outubro de 2023
QUEM FOI QUE INVENTOU O BRASIL? FOI SEU CABRAL! FOI SEU CABRAL!
Os entrevistadores apresentaram o entrevistado ao ridículo: "Quão generosos são os argentinos, para receber este tipo de gente", disse um deles, enquanto outra lembrou que foi por isso que os brasileiros defenestraram do poder o pai do entrevistado. Resta saber se o deputado fritador de hambúrguer passou vergonha entre os portenhos por conta própria ou à expensas do contribuinte brasileiro. Se as despesas forem bancadas pela Câmara, o ridículo se converte num escárnio digno de ação por improbidade.
Consta que o fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português Pedro Álvares Cabral zarpou do porto de Lisboa em 9 de março de 1.500, que seu destino era a cidade indiana de Calicute, e que, em meio ao Mar Tenebroso (como o Oceano Atlântico era chamado pelos intrépidos navegantes de então), sua esquadra foi tirada da rota original — por uma borrasca, segundo alguns, ou por uma calmaria, segundo outros — e deu com os costados no que hoje é o litoral da Bahia.
A "Relação do Piloto Anônimo" — que, ao lado das cartas de Caminha e de Mestre João, é um dos três testemunhos diretos do descobrimento que sobreviveram ao tempo —, relata que a nau comandada por Vasco de Ataíde se perdeu em 23 de março, embora não houvesse vento forte nem contrário para que tal acontecesse. Mas outros mistérios cercam o desaparecimento da embarcação e, de certo modo, o "descobrimento" que ocorreria dali a um mês. A começar pelo identidade do capitão da nau tragada pelo mar.
De acordo com o historiador naval e almirante brasileiro Max Justo Guedes, a incidência de cerrações e nevoeiros é comum na região do arquipélago de Cabo Verde, e que, ao tresmalhar-se da frota, a nau comandada por Ataíde se chocou contra os recifes de João Leitão, a 17 milhas ao sul da Ilha de Boa Vista. Mas as circunstâncias que envolveram o naufrágio reforçam a tese de que o descobrimento do Brasil não foi casual.
O historiador português Jaime Cortesão — defensor da tese da intencionalidade — faz outra leitura do episódio: "Caminha, que em breve iria dedicar páginas e páginas inteiras à descrição do aborígine, menciona o naufrágio sem uma palavra de lástima", embora 150 homens tivessem engolidos pelo mar, contribuindo para a longa história trágico-marítima de Portugal.
Continua...
sábado, 22 de abril de 2023
DATA DE VALIDADE VENCIDA
Há pouco mais de duas décadas, uma resolução da Anvisa determinou aos fabricantes que imprimissem na embalagem a validade dos produtos. Claro que atentar para essa informação não nos livra de levar para casa um produto deteriorado — atire o primeiro pão de forma, por exemplo, quem nunca encontrou sinais de bolor em algumas fatias. Por outro lado, nem sempre devemos descartar prontamente um produto vencido que esteja em nossa despensa ou geladeira, já que a data de validade não é tão precisa quanto um mecanismo da alta relojoaria suíça.
Vinagre, açúcar, sal, mel, melaço, xarope de milho, baunilha e outros extratos têm validade praticamente ilimitada. Aveia em flocos pode levar mais de um ano para ficar rançosa, e a pré-cozida (ou aveia instantânea), a exemplo da farinha branca, se mantém própria para o consumo por anos a fio, mas farinhas integrais tendem a adquirir um odor metálico ou de sabão em poucos meses.
A regra do "mais branco é mais duradouro" vale também para grãos não moídos. Por não conter gordura, o arroz branco refinado tem validade indeterminada, ao passo que o integral não dura mais que alguns meses. Isso porque as gorduras são a primeira coisa a deteriorar quando se trata de alimentos secos.
Nozes, tipicamente ricas em gordura, ficam rançosas em poucos meses. Feijões secos e lentilhas podem durar anos, ainda que endureçam e demorem mais a cozinhar. Se seus feijões estiverem guardados há muito tempo, evite usá-los em receitas que incluam ingredientes ácidos — como melaço ou tomates —, pois eles aumentam drasticamente o tempo que os grãos levam para amolecer.
Pães industrializados (como os de forma, de hot dog, de hambúrguer e que tais) são feitos com óleos e conservantes, e podem durar mais tempo se guardados na geladeira. Mas o pão de fermentação natural, como o que a gente compra na padaria da esquina, fica rançoso em poucos dias, chegando mesmo a mofar — a não ser que os cortemos em fatias e congelemos.
Você pode usar temperos com validade vencida se eles não apresentarem bolor, mau cheiro ou outra evidência de deterioração. Frutas, legumes, carnes e outros enlatados podem ser consumidos anos depois do envase, mas desde que não haja nenhum sinal externo de deterioração, como inchaço ou ferrugem (o pequeno botão no topo das latas, que estufa caso haja ação bacteriana significativa, é a melhor maneira de saber se o conteúdo está bom para o consumo). E se for armazenar refrigerante ou cerveja, prefira as latinhas às garrafas de vidro, e estas às garrafas PET.
A validade dos azeites e óleos refinados é indeterminada quando eles são armazenados em latas ou garrafas seladas. Depois que abrir o recipiente, mantenha-o longe de fontes de calor (como o fogão). Para saber se o óleo está bom, siga seu nariz ou coloque uma gota no dedo e aperte. O óleo rançoso exala um cheiro inconfundível, além de ficar pegajoso.
Molhos para salada podem durar mais de um ano na geladeira, especialmente se envasados em garrafas com aberturas estreitas. Mostarda dura indefinidamente; o ketchup tende a mudar de cor antes de completar um ano, mas permanece palatável mesmo assim. Contrariando a crença popular, a vida útil da maionese é excepcionalmente longa, sobretudo se o produto não contiver ingredientes como suco de limão ou alho. Já a validade dos ovos e de aproximadamente 60 dias, desde que armazenados sob refrigeração.
Quando armazenado em condições adequadas, o leite "longa vida" dura meses a fio, mas, depois que a embalagem é aberta, as bactérias começam a digerir a lactose e produzir ácido lático. Com o acúmulo de ácidos, o pH do leite vai abaixando, e quando chega em 4,6, a caseína (proteína do leite) se aglomera, dando o aspecto de coalhado e o gosto azedo.
Dica: Quer leite com uma vida útil mais longa? Procure pela sigla "UHT" (de temperatura ultra alta em inglês). Ela indica que o leite foi pasteurizado em altas temperaturas (135º C, o que é suficiente para destruir não apenas vírus e bactérias, mas também esporos bacterianos) antes de ser bombeado e selado assepticamente em caixas. A maioria das marcas de leite orgânico passa pelo processo UHT.
Fonte: O Globo