segunda-feira, 8 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 45ª PARTE — SETAS DO TEMPO: DA SIMETRIA QUÂNTICA À DESORDEM CÓSMICA

SE NÃO FOSSE A LUZ, NÃO EXISTIRIA SOMBRA.

Nossos antepassados começaram a contar o tempo quando perceberam padrões no amanhecer, no anoitecer, nas fases da Lua e nas mudanças sazonais. Há cerca de 5.000 anos, os egípcios criaram um calendário baseado na observação da estrela Sirius. Mais ou menos na mesma época, os sumérios dividiram o ano em 12 meses de 30 dias. Em 1582, o papa Gregório XIII substituiu o calendário solar que Júlio César implementou em 46 a.C. pelo modelo hoje adotado oficialmente por 189 dos 193 países-membros da ONU.

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Pelo andar da carruagem, Bolsonaro e outros 7 integrantes do núcleo crucial do golpe conhecerão suas penas na próxima sexta-feira. Até lá, haja antiácido, plasil e pantoprazol, pois o assunto continuará em destaque nos telejornais, assim como as manobras dos parlamentares bolsonaristas para pautar uma proposta de anistia que contemple também — e principalmente — o ex-presidente e seus asseclas de alto coturno.

Se a anistia fosse um filme, ele se chamaria "O Exterminador do Futuro". Na saga original, Schwarzenegger é enviado ao passado para matar a mãe de um líder revolucionário que incomoda o governo no presente — se o inimigo não nascer no passado, o problema deixa de existir no futuro. A proposta de anistia dos bolsonaristas segue a mesma lógica: enviar para o arquivo morto os inquéritos sobre fake news e milícias digitais, usados por Xandão como incubadoras, daria cabo de todos os problemas criminais de Bolsonaro et caterva. 

A proposta perdoaria todos aqueles que "tenham sido ou estejam sendo ou, ainda, eventualmente, possam vir a ser investigados, processados ou condenados" por crimes variados, inclui desde o complô golpista de Bolsonaro ao atentado à soberania nacional do filho Eduardo, passando pelo custeio de acampamentos de quartel e pelo quebra-quebra de 8 de janeiro.

A falta de limites do bolsonarismo ultrapassou todos os limites. Inclusive os do Centrão, pois o projeto apaga "todas as inelegibilidades já declaradas ou que venham a ser declaradas pela Justiça Eleitoral contra os anistiados. Bolsonaro, dodói e entristecido, voltaria a ser um presidenciável "imbrochável", estalando de novo. Tarcísio de Freitas, afilhado político do xamã golpista, estendeu a mão para a facção pró-anistia, mas descobriu que o bolsonarismo quer o braço, o tronco, a alma... 

A sorte é que o absurdo deve ser barrado — sob pena de todos os malfeitores se reunirem e mandarem um novo Schwarzenegger voltar 525 anos no tempo, aguardar na praia pela chegada da primeira caravela e exterminar Cabral e sua trupe.

Embora os relógios de sol e clepsidras tenham evoluído para sofisticados modelos atômicos, a ciência ainda não consegue explicar plenamente o que é o tempo. No século XVII, Isaac Newton comparou-o a uma flecha disparada de um arco, viajando em linha reta e velocidade constante. No  seu entender, a velocidade da luz podia variar, mas o tempo era constante e imutável em qualquer ponto do Universo.

Em 1905, Albert Einstein propôs que o tempo e o espaço são partes de uma única estrutura — o espaço-tempo. Segundo ele, com exceção da velocidade da luz, tudo é relativo no Universo, e a passagem do tempo varia conforme a velocidade do observador e a intensidade do campo gravitacional ao qual ele está submetido. Isso foi comprovado experimentalmente nos anos 1970, quando pesquisadores colocaram quatro relógios atômicos a bordo de aviões que deram a volta ao mundo, primeiro para o leste, depois para o oeste, e observaram um atraso de 59 nanossegundos e um avanço de 273 nanossegundos, respectivamente, em comparação com o padrão do Observatório Naval dos EUA.

De acordo com o astrônomo britânico Arthur Eddington, a "seta do tempo" aponta para o futuro quando a entropia aumenta e para o passado quando ela diminui. Até onde se sabe, a entropia só aumenta — ou seja, estruturas ordenadas perdem sua ordem, vasos de porcelana viram cacos e, por aí vai —, exceto nos sistemas quânticos, onde ela permanece constante quando tudo é deixado ao acaso. 

ObservaçãoOutra teoria sugere que o Universo “puxa” o tempo conforme se expande, e como o tempo e o espaço formam uma estrutura única, eventual reversão da expansão cósmica faria com que o espaço se contraísse e o tempo retrocedesse.

Ainda que as leis da física clássica sejam simétricas no tempo, os fenômenos termodinâmicos que observamos no cotidiano não são. Mas essa aparente contradição é resolvida quando se considera que o Universo começou num estado de entropia extremamente baixa, mas que vem aumentando sua desordem desde então. Mais que as próprias leis da física, esse ponto de partida incomum pode ser o verdadeiro responsável por termos uma seta do tempo. E como ninguém jamais viu os cacos de um vaso quebrado se rearranjarem espontaneamente, a experiência cotidiana reforça a ideia de que essa seta aponta somente para o futuro.

Se a seta do tempo aponta sempre da entropia menor (passado) para a maior (futuro), mesmo nos sistemas quânticos inicialmente ordenados, conclui-se que a entropia cresce até atingir um estado total de desordem. No entanto, segundo o físico John von Neumanna entropia de um sistema quântico não pode mudar, e se ela permanece sempre a mesma, não é possível saber se o tempo está correndo para frente ou para trás.


Essas considerações são irrelevantes ao lidar com sistemas quânticos elementares — como o átomo de hidrogênio, com um único elétron —, mas tornam-se cruciais quando se estuda sistemas com muitas partículas. Nestes casos, é preciso conciliar a teoria quântica com a termodinâmica, o que pode ser tão complicado quanto unificar a Relatividade e a Mecânica Quântica e combinar a gravidade com as outras três forças fundamentais da natureza. Por outro lado, talvez isso também seja apenas uma questão de tempo. 


Continua...

domingo, 7 de setembro de 2025

PIZZA OU FUGAZZETA? A ESCOLHA É SUA!

EU ATÉ FARIA UMA PIADA SOBRE OS POLÍTICOS, MAS ELES ROUBARAM A GRAÇA.

Reza a lenda que a pizza foi criada pelos egípcios há cerca de 4 mil anos, como uma massa fina à base de farinha de trigo ou de arroz — algo parecido com o "pão sírio", que, aliás, rende boas minipizzas caseiras.

Mais adiante, os antigos fenícios passaram a cobrir a massa com carne e cebola, e, em 1889, o padeiro napolitano Raffaele Esposito criou a redonda como a conhecemos hoje, espalhando molho de tomate sobre a massa, cobrindo com muçarela, rodelas de tomate e folhas de manjericão — as cores da bandeira italiana — e batizando de Margherita, em homenagem à esposa do rei Umberto I

Foi também em Nápoles que surgiu a primeira pizzaria (Port'Alba), que se tornou ponto de encontro de artistas da época — como Alexandre Dumas (pai), que citou diversos tipos de pizzas em seus livros.

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Se não houve golpe no Brasil em 2022, não foi por falta de vontade. A intentona só não prosperou devido à burrice e à incompetência daqueles que não se conformaram com a derrota eleitoral, à ausência de ambiente social e político propício a uma ruptura dessa natureza e à recusa dos então chefes das FFAA em aderir a qualquer tentativa golpista.

O julgamento do “núcleo crucial do golpe” deve terminar no dia 12, e a dúvida principal reside apenas na extensão da pena, já que a condenação dos réus são favas contadas. Há quem não reconheça a legitimidade do STF para julgar o ex-presidente — como há quem acredita que a Terra é plana e que o homem jamais pisou na Lua —, mas essa desconfiança não está relacionada ao processo penal em si, mas ao papel que a Corte passou a exercer na política nacional.

A fragilidade da democracia brasileira A degradação de diversas instituições e a paralisia de um embate político extremamente polarizado, que tem impedido o enfrentamento dos gravíssimos desafios que o país enfrenta, escancaram a fragilidade da democracia brasileira — que se agrava ainda mais com o episódio em que o grupo bolsonarista recorreu à Casa Branca, em busca de apoio internacional para evitar que o líder do clã fosse preso. Internamente, a situação é ainda mais preocupante: os brasileiros sequer conseguem chegar a um acordo mínimo sobre o que são os fatos.

Não se pode esperar que, passado este julgamento, o país “volte à normalidade”. Não há uma situação anterior que possa ser simplesmente reencontrada, como uma espécie de data-base institucional ou política. O que se tem é um país enfraquecido, vulnerável, e que, além de suas mazelas históricas, vem sendo tratado com descaso pela superpotência americana.

Para além do aspecto jurídico, esse julgamento histórico lança luz sobre quem somos, onde estamos e para onde poderemos ir.


A pizza foi trazida ao Brasil pelos imigrantes italianos. As primeiras pizzarias surgiram na década de 1910, como estabelecimentos familiares voltados principalmente à comunidade italiana, e se espalharam pelos bairros paulistanos no final dos anos 1940. A modalidade "para viagem" ganhou força nos anos 1960 e 70, acompanhando o crescimento urbano e o ritmo acelerado das grandes cidades. O "delivery" (entrega em domicílio) revolucionou o setor a partir de 1982, quando a Telepizza popularizou o conceito de "pizza por telefone".

Pedir pizza por telefone e recebê-la quentinha meia hora depois é prático — e geralmente mais econômico do que degustá-la no salão da pizzaria, não só por conta do aperitivo, do vinho, da sobremesa e da gorjeta, mas também pela taxa do valet. Já fazer a pizza em casa dá trabalho — a menos que se opte por versões de liquidificador ou de pão de forma, entre outras adaptações.

Você vai precisar de:

2 colheres (sopa) de fermento biológico seco;
2 colheres (chá) de açúcar;
2 ½ xícaras de água morna;
6 xícaras de farinha de trigo;
2 colheres (chá) de sal;
¼ de xícara de azeite extravirgem;
Farinha de trigo para polvilhar a bancada.

Misture o fermento e o açúcar numa tigela, junte a água morna, mexa até dissolver e deixe descansar em temperatura ambiente por cerca de 5 minutos. Quando começar a espumar, acrescente a farinha, o sal e o azeite, misturando com uma espátula apenas o suficiente para incorporar os ingredientes.

Use uma batedeira com gancho para sovar a massa em velocidade baixa por cerca de 5 minutos. Aumente a velocidade aos poucos e deixe bater até que a massa se solte da lateral da tigela. Amasse-a com os dedos, coloque numa tigela grande untada com azeite, cubra com plástico-filme e deixe descansar por uma hora.

Quando a massa dobrar de tamanho, polvilhe farinha sobre a bancada, abra com rolo e divida em quatro porções. Espalhe molho de tomate e a cobertura de sua preferência sobre os discos que for assar — e guarde os restantes na geladeira.

Ir a Buenos Aires para saborear uma pizza al molde — feita com a massa esticada dentro de uma assadeira, o que a deixa alta e fofa — ou uma pizza a la piedra — assada diretamente no forno a lenha, o que a torna mais parecida com as que estamos acostumados a comer — é quase um dever gastronômico. Ambos os estilos levam rios caudalosos de muçarela derretida, a exemplo da fugazzeta, que não leva molho de tomate e é coberta com cebola, muçarela, orégano e azeitonas verdes (tanto lá quanto cá, azeitonas e orégano são parte integrante de toda boa pizza).

A fugazzeta foi criada no início do século passado na pizzaria Banchero, de uma família de genoveses radicada na capital argentina. Há uma versão turbinada — a fugazzeta rellena (recheada) —, composta por dois discos de massa. O primeiro recebe o queijo, é coberto com o segundo e fechado para não vazar. Sobre tudo isso, um oceano de cebola e mais queijo.

Você vai precisar de:

200 g de farinha de trigo;
1 colher (café) de fermento biológico seco;
1 colher (café) de sal;
120 ml de água;
200 g de muçarela ralada;
2 cebolas fatiadas finas;
Azeitonas verdes sem caroço a gosto;
Orégano a gosto.

Misture os ingredientes secos, acrescente a água aos poucos e amasse com as mãos até que ela seja absorvida pela farinha. Quando obtiver uma massa lisa, cubra com um pano úmido e deixe descansar por 1 hora (ou até que ela dobre de volume). Aqueça o forno na temperatura máxima e, em fogo alto, aqueça também uma frigideira ou chapa por 5 minutos.

Divida a massa em duas bolas, uma ligeiramente maior que a outra. Numa superfície enfarinhada, abra com o rolo a bola maior até obter um disco de aproximadamente 18 cm de diâmetro. Com a outra, faça um disco um pouco menor. Coloque 2/3 do queijo sobre o disco maior, ponha o menor por cima e feche bem as bordas, como se fosse um pastelão redondo.

Coloque a fugazzeta na frigideira quente e deixe tostar até surgirem as primeiras manchas de queimado. Vire e repita a operação. Transfira para uma assadeira, cubra com o queijo restante, as cebolas, a azeitona e o orégano, e leve ao forno até tostar as cebolas, gratinar o queijo e terminar de assar a massa.

Bom proveito!

sábado, 6 de setembro de 2025

MEMÓRIA VIRTUAL — A AJUDA QUE ATRAPALHA

CONHEÇA-TE A TI MESMO, MAS NÃO FIQUE ÍNTIMO DEMAIS.

Computadores utilizam diferentes tipos de memória, e cada subsistema tem sua função. Como todos são medidos em múltiplos do byte, usuários menos familiarizados com hardware tendem a confundir memória física (RAM) com memória de massa (HDD/SSD nos PCs e armazenamento interno nos smartphones).

Por ser capaz de preservar os dados mesmo desenergizada, a memória de massa armazena o sistema, os aplicativos e os demais arquivos. A RAM é volátil — ou seja, seu conteúdo se perde quando ela deixa de ser alimentada eletricamente —, mas o acesso aleatório a torna até 100 mil vezes mais rápida que os HDDs, cerca de 40 vezes mais rápida que os SSDs e aproximadamente 50 vezes mais rápida que a memória flash dos smartphones.

 

A RAM tem importância fundamental em qualquer dispositivo computacional — de uma simples calculadora de bolso a um poderoso servidor. É nela que o sistema, os programas e os arquivos em execução são carregados — não integralmente, pois não haveria memória suficiente, mas em páginas (blocos de mesmo tamanho) ou segmentos (blocos de tamanhos diferentes). Um sistema com processador básico e abundância de RAM pode ter desempenho superior ao de outro com CPU potente e pouca RAM.


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No folclore da política, corre uma história sobre um ex-presidente a respeito do qual havia boatos acerca de um namoro com bela senhora ocupante de alta função na República. Consultado, o mandatário negou, mas aconselhou: "Espalhem, fico lisonjeado". Política e compostura não caminham de mãos dadas, mas a desfaçatez de alguns políticos ultrapassa os limites da canalhice. É o caso do governador paulista Tarcísio de Freitas, que nega a pretensão de se candidatar à Presidência, mas alimenta a versão dando sinais de que se sente envaidecido com as especulações — não por mera vaidade, mas por estratégia. Tarcísio se posiciona na rampa de lançamento, mas evita o pulo no escuro, já que a incerteza do cenário exige preparo — e, pelo visto, é o que o governador está fazendo. Talvez ele atire em 2026 mirando 2030 — ou não, dependendo de como andarão as carruagens, cujas rédeas estão nas mãos de Lula, devido à provável condenação de Bolsonaro. A julgar pela pesquisa Quaest, 55% dos entrevistados consideram justa a punição, o que reduz as chances do levante popular almejado por parte dos bolsonaristas. O ex-presidiário do mensalão Valdemar Costa Neto, presidente do PL, reconhece que "a maioria apoia Alexandre de Moraes", e vê em Donald Trump "a única salvação". Sendo como diz Valdemar, caberia à direita virar a página e sair à francesa da aba da família Bolsonaro, como de resto vêm fazendo políticos do Centrão ao cortejar Tarcísio que, penhorado, corresponde e agradece.


Como o próprio sistema e os softwares pré-instalados ocupam boa parte da RAM, a multitarefa (execução simultânea de dois ou mais aplicativos) pode ficar prejudicada em desktops e notebooks com menos de 8 GB e smartphones com menos de 6 GB — lembrando que as quantidades recomendadas, atualmente, são 16 GB e 6 GB. A maioria dos PCs permite aumentar a memória física mediante a adição de um segundo módulo (ou a substituição do módulo original por outro de maior capacidade), mas os smartphones permanecem com a configuração de fábrica durante toda sua vida útil.

 

Modelos de entrada com 4 GB de RAM custam menos que os intermediários, mas dificilmente oferecerão bom desempenho por mais de dois anos. Portanto, invista num aparelho com pelo menos 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Se seu orçamento permitir, vale a pena pagar um pouco mais por 12 ou 16 GB de RAM e 512 GB ou 1 TB de armazenamento. E não deixe de verificar quantas atualizações do Android o celular receberá, e por quantos anos o fabricante fornecerá patches de segurança para ele.

 

Alguns celulares Android permitem ampliar o armazenamento com cartões microSD e expandir a RAM com a “mágica” da memória virtual — recurso implementado pela Intel em suas CPUs 386 para evitar as frequentes mensagens de "memória insuficiente". O procedimento consiste basicamente em criar um arquivo de troca (swap file) na memória de massa para funcionar como extensão da RAM, permitindo a execução simultânea de mais programas e dados. No entanto, ainda que a tecnologia tenha sido aprimorada nas últimas décadas, a RAM ainda é muito mais rápida que os HDDs/SSDs dos PCs e memórias flash eMMC ou UFS otimizadas para dispositivos móveis.

 

Alguns fabricantes de smartphones oferecem modelos nos quais é possível expandir a RAM virtualmente. A Motorola batizou o recurso de RAM Boost, a Samsung, de RAM Plus, a Xiaomi, de Memory Extension, e a Realme, de Dynamic RAM Expansion. Para ativá-lo, toque em Configurações > Sistema > Desempenho e procure algo como Otimização de RAM (o caminho e a nomenclatura podem variar conforme a marca/modelo do dispositivo).

 

Em tese, a memória virtual é uma boa ideia também nos celulares, mas na prática o resultado pode ficar aquém do esperado. Como mencionado anteriormente, ela utiliza parte do armazenamento interno do dispositivo para emular memória em nome de uma suposta melhora de desempenho, mas o problema é que a RAM física é milhares de vezes mais veloz.

Se seu aparelho conta com pelo menos 8 GB de RAM, a perda de performance é praticamente imperceptível no uso diário, mesmo porque a memória virtual dificilmente será utilizada. Assim, se o problema não é falta de RAM, mas de espaço livre no armazenamento interno, desativar o recurso pode ser uma boa alternativa. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 44ª PARTE — QUANDO O FUTURO TAMBÉM APONTA PARA TRÁS

O MAIOR CASTIGO DO MENTIROSO NÃO É OS OUTROS NÃO ACREDITAREM NELE, MAS ELE NÃO PODER ACREDITAR NOS OUTROS.

A viagem no tempo sempre fascinou a humanidade, mas um dos maiores obstáculos para sua realização está na própria natureza do tempo e na manipulação da entropia — a medida da desordem de um sistema físico. 


Para compreender essa complexidade, imagine um vaso sobre uma mesa: sua entropia é baixa, mas aumentaria drasticamente se ele caísse e se quebrasse. Os cacos não se reorganizariam sozinhos, ilustrando perfeitamente a irreversibilidade que governa nosso mundo cotidiano.

 

Em escala cósmica, porém a passagem do tempo parece estar conectada à expansão contínua do universo em todas as direções — um fenômeno que nos fornece uma orientação temporal clara desde o Big Bang.


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No segundo dia do julgamento do século, o advogado de Bolsonaro afirmou que “não há uma única prova” que ligue o ex-presidente ao 8 de janeiro, que seu cliente não atentou contra o estado democrático de direito e que a delação de Mauro Cid “não é confiável”. Para o advogado Braga Netto, Cid "mente descaradamente", e para o patrono do general Augusto Heleno "um juiz não pode se tornar protagonista do processo”.

A condenação dos réus são favas contada e as penas máximas previstas para os cinco crimes  somam mais de 40 anos de prisão. Resta saber onde Bolsonaro gozará suas  férias compulsórias. Lula  passou 580 dias hospedado numa cela VIP da Superintendência da PF em Curitiba. Na condição de oficial do Exército, o "mito" pode ficar numa cela no Comando Militar do Planalto — ou não, já que a condenação criminal resulta em perda de patente.

As próximas sessões do julgamento estão marcadas para os dias 9, 10 e 12. A previsão é que o resultado do julgamento seja conhecido na sexta-feira, 12. Além de votarem pela condenação ou absolvição de cada um deles, os ministros precisam definir a dosimetria da pena – quanto tempo eles ficarão presosCogita-se que o ex-presidente e seus cúmplices cumpram as penas no Complexo Penitenciário da Papuda, que abriga mais de 16 mil detentos, mas possui uma ala separada dos presos de maior periculosidade para abrigar os assim chamados "vulneráveis"Mas não seria surpresa se, a exemplo de Collor, o "mito" cavasse uma prisão domiciliar por "razões humanitárias". Afinal, isto aqui é Brasil. 

Bolsonaro aposta suas fichas no Congresso, mas, mesmo se aprovada nas duas Casas, a anistia será vetada por Lula. Deputados e senadores poderiam derrubar o veto, mas nesse caso a aberração seria barrada no STF, que vê as articulações como inócuas. Nos bastidores, as togas afirmam que a proposta é inconstitucional e dificilmente passaria no plenário da Corte. Eles lembraram ainda da tentativa do próprio Bolsonaro de conceder um indulto ao ex-deputado Daniel Silveira, considerado inconstitucional por não poder ser aplicado a crimes contra o Estado Democrático de Direito. 

Mesmo considerando que o PL da anistia não teria efeitos práticos, ministros avaliam que sua aprovação no Congresso representaria uma afronta à Corte, e admitem que poderiam contra-atacar votando pelo fim das emendas impositivas — o tema já está em análise em diversas ações sob relatoria do ministro Flávio Dino. 

Em qualquer hipótese, a ressurreição extemporânea do projeto que passa uma borracha no complô do golpe favorece a estratégia política de Lula. Depois de ser presenteado por Trump com o mote da defesa da soberania, o macróbio ganha do Centrão o material para restaurar o arco democrático que lhe deu a vitória (apertada, mas enfim) em 2022.


Durante séculos, os físicos consideraram a irreversibilidade da "seta do tempo" um princípio fundamental da natureza, mas essa visão vem sendo desafiada pelas descobertas da física quântica, onde as interações são probabilísticas e, em certos contextos, reversíveis através da matéria exótica em estruturas como os buracos de minhoca — lembrando que tanto a existência da matéria exótica quanto dos buracos de minhoca ainda carecem de confirmação observacional direta.

 

Através de simulações matemáticas e experimentos com sistemas fotônicos, pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, descobriram evidências de que duas setas do tempo opostas podem emergir de certos sistemas quânticos — ou seja, que a reversibilidade pode coexistir com a irreversibilidade, dependendo das condições iniciais e da interação com o ambiente. Essa descoberta desafia a concepção tradicional de causalidade e evolução temporal, e uma eventual confirmação leva a crer que nosso conceito linear do tempo não passa de uma ilusão emergente da realidade macroscópica.


Um aspecto crucial dessa pesquisa é o papel da decoerência e do observador — a decoerência é o processo pelo qual um sistema quântico perde sua coerência, ou seja, deixa de exibir superposição de estados e passa a se comportar como um sistema clássico. Isso significa que o ato de medir ou observar não apenas perturba o sistema, mas pode determinar a direção temporal que ele seguirá. 


Os cientistas propõem a existência de duas setas temporais distintas: a termodinâmica, associada ao aumento da entropia, e a informacional, relacionada ao fluxo de informações nos sistemas quânticos. A questão que permanece é qual das duas experimentamos em nossa realidade cotidiana e se ambas podem coexistir — uma predominando em escalas macroscópicas e a outra restrita ao domínio quântico.

 

Alguns físicos teóricos sugerem que tanto o espaço quanto o tempo podem surgir de propriedades mais fundamentais da informação e da termodinâmica. Se isso estiver correto, o tempo seria mais uma "ilusão útil" do que um componente básico da realidade. Em ambientes extremos — como nas proximidades de buracos negros, onde as singularidades fazem com que as leis conhecidas da física não se apliquem —, ele pode literalmente "andar para trás" ou seguir direções não convencionais. 


Isso levanta questões fascinantes sobre como múltiplas setas temporais poderiam se manifestar em escalas cosmológicas, já que conceitos como "passado" e "futuro" podem ser apenas produtos de nossa percepção limitada. Nesse cenário, talvez o futuro não seja tão predefinido quanto imaginamos, e o livre-arbítrio poderia existir em um nível mais profundo, onde nossas escolhas não apenas moldam o presente, mas influenciam a própria direção temporal. 


Atribui-se ao filósofo grego Sócrates máxima "só sei que nada sei", que, a despeito da origem incerta, aplica-se perfeitamente a nosso entendimento atual do tempo: quanto mais os cientistas se aprofundam na exploração do tempo quântico, mais claro fica que eles estão apenas no início de uma jornada emocionante e complexa.

 

A possibilidade de navegar pelo tempo como um barco por um rio — avançando e retrocedendo — pode parecer ficção científica, mas os avanços da ciência sugerem que a realidade pode ser muito mais maleável e surpreendente do que nossa experiência cotidiana nos leva a crer.


Continua...

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

E MAIS DICAS PARA CELULARES MOTOROLA

TODO CONHECIMENTO GENUÍNO TEM ORIGEM NA EXPERIÊNCIA DIRETA.


"Alguma falha da minha parte impediu a Microsoft de ser o que o Android é hoje", disse Bill Gates em rara autocrítica, quando finalmente reconheceu ter perdido o bonde da história e aposentou o malfadado Windows PhoneHoje, Android e iOS dominam praticamente sozinhos (70% e 28%) o mercado de sistemas para dispositivos móveis,  enquanto Samsung e Motorola abocanham, respectivamente, 36% e 19% do mercado brasileiro de celulares.


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Até pouco tempo atrás, os críticos de plantão miravam veículos de comunicação de viés petista. Com a volta do criminoso à cena do crime e o recrudescimento da polarização, uma parcela significativa dos jornalistas e analistas políticos tornou-se bolsonarista. Ainda que não cante o hino nacional para pneu de trator nem envie sinais de celular para alienígenas, esse bando de lunáticos parece acreditar que o vilão da história é Alexandre de Moraes, e não o combo de mau militar que deixou a caserna pela porta lateral, aprovou 2 míseros projetos em 27 anos como obscuro parlamentar e, eleito presidente para evitar a vitória do preposto do então presidiário mais famoso da história desta banânia, tornou-se o pior mandatário desde Tomé de Souza.

Para essa chusma de descerebrados, o julgamento de Bolsonaro e seus asseclas é um jogo de cartas marcadas, e a condenação é certa pelos motivos errados. Um caso dessa importância deveria ser julgado pelo plenário do STF, e ministros da Corte não deveriam falar fora dos autos, mesmo entremeando um ou outro condicional para não passar a impressão de que a decisão está tomada. A “indiscrição” é tanta, dizem os críticos de Xandão, que já se sabe até que o destino do réu será o complexo da Papuda. Chega a ser assombroso, prosseguem eles, que a opinião pública normalize esse tipo de atitude, embora isso não chegue a surpreender, considerando que a Lava-Jato foi desmantelada a pretexto de um problema de competência que não existia.

A prisão domiciliar decretada por Moraes foi uma bizarrice processual, trombeteiam esses pseudopatriotas, segundo os quais as “ameaças” de Moraes a Mauro Cid (e sua família) escancaram a imprestabilidade de uma delação feita em tais condições. E dizem isso com a maior cara de pau, uma vez que a defesa do delator reconheceu expressamente que "não houve coação" a seu cliente durante o processo.

Bolsonaro e os demais réus podem ter discutido um golpe, argumentam os baba-ovos do grotesco. Podem até ter planejado um golpe, podem até ter redigido documentos para usar em caso de golpe, mas “não houve quartelada”. Minutas jamais saíram das gavetas e tanques jamais saíram dos quartéis. Lula tomou posse como previsto, e a lei brasileira não pune crimes que não passaram da fase dos atos preparatórios. Segundo essa caterva, quem acredita que vale absolutamente tudo para “preservar a democracia” já a destruiu. Mas o problema das meias-verdades é que os fatos são destorcidos para se encaixarem nas teorias falaciosas dos mentirosos. 

O discurso político de Moraes na sessão de abertura foi desnecessário. Diante da fartura de provas, deveria interessar às togas o cálculo das penas. Política, numa hora dessas, serve apenas para fornecer pano para o figurino de vítima de golpistas indefensáveis.

Mudando de um ponto a outro, enquanto o STF ajeita a corda no pescoço dos golpistas, o Congresso acorre com a tesoura da anistia. Se cortarem a corda, os nobres parlamentares farão da democracia um regime com a cabeça permanentemente a prêmio. Com a cumplicidade de Tarcísio de Freitas e sob aplausos de Donald Trump.

Sob a estridência da banda muda do Senado, Davi Alcolumbre se finge de morto. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, Moraes gritou teatro dentro do incêndio: "Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, significa impunidade e desrespeito à Constituição."Quer dizer: se passar no Congresso, a anistia será matéria-prima para um novo conflito entre Poderes. O que deveria ser apenas um julgamento histórico vai se convertendo num enredo vexatório com começo e meio, mas que nunca chega ao fim. 

Triste Brasil.

 

Como cada fabricante cria sua UI (interface de usuário) a partir do sistema “bruto” entregue pelo Google — e cada qual oferece um vasto leque de modelos de entrada, intermediários e de topo de linha — ícones, botões, menus, layouts e informações na tela variam, alguns recursos são comuns a todos os aparelhos, ainda que com implementações diferentes, e outros são exclusivos de modelos específicos de cada marca.

 

O Brilho Adaptável, que vem ativado na maioria dos celulares Android, ajusta a luminosidade da tela à claridade do ambiente, mas nem todo mundo se sente confortável com um aparelho que clareia e escurece o tempo todo. Se for o caso, toque em Configurações > Tela (ou Visor, conforme a marca do celular) e mova o botão do Brilho adaptável para a esquerda. 


Aproveite o embalo para ativar o Tema Escuro, que melhora a experiência em ambiente com pouca luz, e Não Perturbe, que silencia notificações, chamadas e alertas, evitando interrupções em momentos que exigem mais concentração — lembrando que é possível configurá-lo para permitir interrupções de determinados contatos, aplicativos prioritários e chamadas repetidas (dada a possibilidade de urgência.

 

A Motorola aposta em recursos próprios, que dão personalidade aos seus aparelhos. O Moto Gametime, voltado aos amantes de jogos, permite bloquear notificações e chamadas, dá acesso a ferramentas rápidas para captura de imagens, gravação de vídeos, ajustes de brilho, controle de volume e oferece opções para otimizar o desempenho do jogo. 


Moto Secure oferece várias ferramentas de segurança — como bloqueio de apps, pastas seguras, controle de permissões, alertas de ameaças ou atividades suspeitas, análise de redes Wi-Fi e detecção de malware. 


Moto Tela exibe informações como horário, notificações e controle de música quando o usuário passa a mão sobre a tela ou levanta o aparelho. O app Moto reúne funções exclusivas, tutoriais e explicações visuais que permitem explorar recursos exclusivos da Motorola. 


O Moto Ações permite usar gestos simples para ativar diversas funções — como girar o pulso duas vezes com o celular na mão para abrir a câmera, ou sacudir o aparelho duas vezes para ligar/desligar a lanterna, e o Moto Widget, personalizar a tela inicial com informações de horário, clima, etc.

 

Mas nem tudo são flores: visando engordar seus lucros, os fabricantes pré-instalam uma penca de inutilitários — também conhecidos como crapware — que poluem visualmente a tela, ocupam espaço e consomem ciclos do processador, memória e energia da bateria. 


Em tese, apenas os arquivos do sistema e o antivírus são indispensáveis; na prática, porém, quase nunca dá para remover os inutilitários sem “rootear” o aparelho.


Para impedir esses softwares de drenar recursos, toque em Configurações > Apps > Mostrar todos os apps, selecione o aplicativo na lista e toque em Desativar (lembrando que em alguns casos é preciso tocar em Forçar parada antes de desativar).