quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SOBRE O CRAPWARE NO ANDROID E NO iOS

NEM TUDO QUE RELUZ É OUTRO, NEM TUDO QUE BALANÇA CAI.

PCs Windows e smartphones Android vêm recheados de crapware porque cada aplicativo pré-instalado rende alguns centavos — e, em certos casos, até uma fatia da receita futura — aos fabricantes. 

Apple pode se dar ao luxo de dispensar essa empurroterapia, já que controla toda a cadeia, do hardware ao software — daí sua imagem de "experiência premium e limpa". Mas nem tudo é o que parece...


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Uma semana depois da condenação de Bolsonaro, cresce o acordão que a Câmara levou ao forno para favorecer os golpistas. Após conversar com o deputado Paulinho da Força, relator do conchavo, o ex-presidente Michel Temer chamou o momento de "histórico", declarou que a coisa será trançada "de comum acordo com o Supremo e com o Executivo", rebatizou o emaranhado de "pacto republicano" e a anistia de "dosimetria". Chamar merda de perfume não a torna cheirosa, nem transformar anistia em redução da dosimetria das penas perfuma uma conjuntura fedorenta. Para completar, meteu-se o STF nessa fossa séptica. 

Nossa suprema corte não é um órgão moderador e muito menos mediador, mas se tornou uma espécie de muro de arrimo dos Poderes devido a péssima qualidade dos parlamentares e dos políticos sêniores no entorno do presidente da República. Nada se resolve no âmbito do Legislativo, nenhuma tratativa com o Executivo leva à solução de dissensos e, no cenário de impasses, os ministros são chamados a negociar, quando sua função é julgar o que está dentro ou fora da lei.

O recurso deveria ser exceção, dada a prerrogativa do STF de decidir por último, mas tornou-se uma regra, e, pior: corriqueira: fala-se em ouvir informalmente os magistrados a fim de balizar decisões a serem tomadas, corrigir o que não se conseguiu ajustar na política e obter vitórias ou impor derrotas no tapetão judicial. Para piorar ainda mais, isso não só é visto com naturalidade como é posto na conta da sabedoria na construção de consensos. Agora mesmo, no caso da anistia que virou dosimetria, togados atuam como conselheiros na montagem do texto que será levado ao exame dos parlamentares.

O jogo combinado pode até garantir o resultado, mas dá margem a reclamações dos adversários. Tanto há a consciência de que o método não é recomendável que se tentou manter as tratativas em sigilo, logo quebrado pela evidência da escolha dos interlocutores devido a suas boas relações com magistrados.

Nada de errado em conversar, desde que se evitem acordos prévios com quem dará a palavra final sobre eles.


Os apps pré-instalados no dispositivos com Android são softwares de terceiros, que pagam para estar lá. No iOS, eles são desenvolvidos pela própria Apple, que lucra indiretamente pelo próprio ecossistema. É quase um "bloatware premium" visualmente limpo, mas que força os usuários a conviverem com soluções que ocupam recursos e quase sempre ficam aquém das alternativas de mercado. 

 

O app Bússola se tornou tão inútil quanto um guia de ruas impresso para um motorista de aplicativo; Bolsa só faria sentido para um investidor preocupado com a Grande Depressão de 1929; Forma Livre e Diário podem ser substituídos por alternativas mais completas; e Livros faz as vezes de “biblioteca digital”, mas só funciona bem no ecossistema da Apple, e é limitado frente a apps de terceiros. 


Dicas não oferece novidades para quem já conhece o iPhoneMapas perdeu protagonismo para Google Maps e Waze; e o Image Playground, para outras IAs que entregam resultados superiores. Além disso, o advento das plataformas de streaming tornaram o icônico iTunes tão anacrônico quanto comprar um CD.

 

Remover o crapware no Android exige privilégios de "superusuário". Como o root  pode causar efeitos colaterais indesejáveis, acesse Configurações, toque em Apps > Mostrar todos os apps, selecione o aplicativo que quer remover e toque em Desinstalar. Se a opção não estiver disponível (como acontece na maioria dos apps pré-instalados da Samsung, Motorola, Xiaomi, Pixel etc.), tocar em Interromper > Desativar não remove o software, mas impede que ele rode em segundo plano.

 

Apple também não entrega a chave do cofre: até 2016, os apps nativos do iOS eram intocáveis; mais adiante, a maçã permitiu a "ocultação" de Música, Podcasts e Bolsa, entre outros, mas Safari, Mensagens e Telefone, por exemplo, permanecem grudados como parentes que vieram passar o fim de semana e nunca mais foram embora. 


Para remover um app no iPhone, toque e segure seu ícone; se aparecer Apagar App, toque nela e o software será realmente removido. Já se surgir apenas Remover da Tela de Início, você poderá apenas "escondê-lo"Outra opção é ir em Configurações > Geral > Armazenamento do iPhone, selecionar o app e tocar em Descarregar App. Caso queira reinstalá-lo futuramente, basta acessar a App Store, onde ele aparecerá como um download normal.

 

Resumo da ópera: No Android, o root dá controle total, mas seu equivalente no iPhone (jailbreak) pode quebrar funcionalidades. No fim das contas, a Apple dificulta menos que alguns fabricantes concorrentes, mas controla com mão de ferro o que pode ou não sair. Em outras palavras, o discurso da "experiência premium e limpa" serve tanto para justificar a ausência de crapware quanto para blindar os apps nativos que a maçã não quer que o usuário desinstale.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

QUINTA FORÇA — A PARTÍCULA QUE PODE MUDAR TUDO

QUANDO VIRES UM, DESCONFIA DE TRÊS; QUANDO VIRES TRÊS, DESCONFIA DE UM (*)

Toda ação no Universo é regida por uma das quatro forças fundamentais da natureza: eletromagnetismo, forças nucleares forte e fraca, e gravidade. Cada uma dessas forças é associada a uma partícula mediadora específica: os fótons carregam a força eletromagnética, os glúons, a força nuclear forte, os bósons W e Z e a força nuclear fraca. Já a gravidade não está incorporada ao Modelo Padrão

Supõe-se que a partícula mediadora da gravidade seja o hipotético gráviton, cuja existência poderia ser comprovada no Large Hadron Collider. No entanto, se realmente existir, ele tende a escapar rapidamente por dimensões extras — cuja existência também não foi confirmada.

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Segundo o escritor italiano Umberto Eco, "o drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade". Crítico do papel das novas tecnologias na disseminação de informações, ao autor de O Nome da Rosa enfatizou que "eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel; antes das redes sociais, os idiotas da aldeia tinham direito à palavra somente em um bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade".

Ao longo da última década, a direita se acostumou a tratar a WEB como habitat natural e as ruas como monopólio. De um tempo a esta parte, passou a apanhar nas redes sociais e no asfalto. Ao oferecer sabonete para corruptos e óleo de peroba para golpistas, a dupla bolsonarismo-centrão não deu apenas um tiro no pé: conquistou a proeza de chutar o próprio rabo.

Milhares de pessoas levaram sua indignação ao meio-fio na Paulista e na orla de Copacabana, que voltaram a ter mão dupla depois que mais de 80 mil manifestantes reocuparam a faixa da esquerda. Em São Paulo, o bandeirão dos EUA foi trocado por bandeira ainda maior do Brasil, e o pastor Silas Malafaia pelo padre Júlio Lancellotti; no Rio a charanga bolsonarista deu lugar a uma trilha sonora estrelada pela fina flor da MPB. 

Produziram-se dois resultados instantâneos. O Senado apressou o enterro da PEC da Pilantragem, cujo funeral começo nesta quarta-feira na CCJ da Casa, e a Câmara já não sabe se conseguirá aprovar o projeto da dosimetria — eufemismo para anistia desavergonhada.

Em um artigo publicado na revista científica da Sociedade Americana de Física, cientistas da Suíça, Austrália e Alemanha afirmaram ter encontrado evidencias de uma quinta força da natureza, possivelmente escondida no interior do núcleo dos átomos. Essa descoberta pode ampliar nossa compreensão do Universo, mas encontrar evidências que provem que essa força realmente existe é desafiador.

A Física evoluiu ao longo dos anos e já conseguiu explicar fenômenos quânticos e cósmicos, mas ainda existem lacunas enormes que deixam cientistas e físicos perplexos. A matéria escura é uma dessas grandes lacunas, e nem mesmo a gravidade, apesar de ser uma das forças fundamentais da natureza, foi totalmente compreendida. Por isso, em vez de trabalhar em escala cósmica, os pesquisadores se concentraram no nível atômico, mais precisamente nos núcleos de quatro tipos diferentes de cálcio

Normalmente, os elétrons ficam confinados pela atração entre sua carga e as partículas positivamente carregadas no centro do átomo. No entanto, se receberem um pequeno impulso, eles podem saltar para uma órbita mais elevada — fenômeno conhecido como salto quântico (ou transição atômica). O tempo exato desse salto depende diretamente da estrutura do núcleo, o que significa que um elemento pode apresentar múltiplas transições atômicas, conforme a quantidade de nêutrons que possui.

Os pesquisadores acreditam que uma quinta força da natureza estaria por trás dessas pequenas interações. Seus experimentos mostraram uma variação sutil entre as transições atômicas, que, apesar de pequena, é suficiente para sugerir a existência de uma partícula com massa estimada entre 10 e 10 milhões de elétron-volts. No entanto, determinar se essa ambiguidade é realmente causada por outra força da natureza exigirá experimentos adicionais e cálculos mais precisos.

A conferir.

(*) A frase de efeito que abrilhanta esta humilde postagem remete a um conto de Malba Tahan, que eu publiquei em fevereiro passado.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

ANDROID X iOS — OFERTA DE APLICATIVOS E OUTRAS SUTILEZAS

QUEM TENTA FUGIR DA PRÓPRIA SOMBRA SE PERDE EM PLENA LUZ DO DIA.

Android e iOS dominam o mercado mundial de sistemas móveis com 70% e 28% de participação, respectivamente — a fatia menor da Apple se explica pelo ecossistema fechado. 


No Brasil, os smartphones Android mas vendidos são da Samsung (36,21%), Motorola (20,05%), Xiaomi (18,62%) e Apple (11,55%). Vale destacar que o iOS se limita a sete modelos de iPhone, enquanto o Android oferece mais de 100 opções —  somente nos últimos quatro anos, a Anatel homologou 233 aparelhos 5G de vinte fabricantes. 


O código aberto torna o sistema do Google mais personalizável e, consequentemente, mais visado por cibercriminosos, mas o fato de os apps da App Store passarem por revisão rigorosa e rodarem em sandboxes não torna os iPhones invulneráveis nem dispensa o uso de segurança adicional.


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A condenação de Jair Bolsonaro e seus cúmplices do núcleo crucial da tentativa de golpe não baixou a temperatura do embate político — pelo contrário. A questão em pauta atualmente é a aviltante PEC da Anistia, cuja urgência foi aprovada pela Câmara no final da semana passada. 

Ainda não se sabe exatamente qual será o tipo de anistia — um dilema político extremamente complexo, dadas suas implicações jurídicas, institucionais e simbólicas. Seja qual for o desfecho, o debate põe à prova, de forma imediata, dois tipos de confrontos políticos. O primeiro diz respeito à força relativa de cada grupo dentro do Legislativo —  a oposição acredita ter votos suficientes para aprovar a proposta na Câmara, mas dificilmente teria a mesma força no Senado.

O segundo confronto, igualmente relevante, é entre o STF — que já sinalizou que uma anistia ampla, nos moldes pretendidos pela oposição, será vetada, e essa mesma posição foi defendida pelo chefe do Executivo. Diante desse  desequilíbrio institucional, parte dos operadores políticos descreve a situação atual como um grande jogo de cena, uma encenação preparatória para as eleições de 2026. Ou seja, muitas manobras — gestos simbólicos, discursos inflamados, articulações — mas sem consequências graves no curto prazo. Seriam, portanto, danças políticas voltadas a animar as diferentes tribos eleitorais. 

O problema é continuar dançando no salão de um barco à deriva — o Brasil.

 

Quando troquei o Windows pelo macOS, notei a escassez de aplicativos gratuitos. Hoje, porém, a App Store oferece 1,91 milhão de apps — contra 1,56 milhão na Play Store. A redução de quase 50% em relação aos 3,4 milhões do início de 2024 deveu-se às políticas mais rígidas do Google e ao fato de alguns desenvolvedores optarem por distribuir seus apps fora da Play Storeno iOS, praticamente tudo passa pela App Store.

 

A escolha da marca e do modelo do smartphone tem mais a ver com preferência e disponibilidade financeira do usuário do que com as vantagens e desvantagens de cada sistema. No caso do Android, pesa também os recursos e funções presentes nas UIs (interfaces de usuário) que os fabricantes desenvolvem a partir do código “bruto” que recebem do Google. A Hello UI da Motorola preserva mais as características originais do Android, mas isso não significa que seja melhor ou pior que One UI da Samsung ou que a HyperOS da Xiaomi, por exemplo.

 

Os iPhones costumam ser mais caros, mas modelos premium da Samsung — especialmente os dobráveis — podem custar tanto ou mais que os top de linha da Apple. Quando dinheiro não é problema, nada melhor que ter o melhor. Mas considerando que sobra mês no fim do salário da classe média brasileira, é preciso priorizar o que realmente importa.


No que tange ao processador, Snapdragon 7 Gen 3 e MediaTek Dimensity 7300 são escolhas seguras — evite modelos muito básicos, como Snapdragon 4xx ou MediaTek Helio de entrada. Quanto à memória, 6 GB de RAM e 256 GB de armazenamento são aceitáveis — 128 GB apenas se houver slot para microSD —, mas um modelo com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento garante longevidade.

 

Uma tela entre 6,4" e 6,8" com tecnologia AMOLED ou IPS e resolução Full HD+ (1080p) atende à maioria dos usuários. Quanto à bateria, a capacidade mínima recomendada é de 4.500 mAh; se possível, opte por 5.000 mAh ou mais, com carregamento rápido de pelo menos 33W. E priorizar modelos com pelo menos quatro anos de atualizações de versão do Android e cinco anos de patches de segurança — algo que as marcas chinesas oferecem por menos tempo — garante compatibilidade futura com aplicativos.

 

Se seu aparelho for Samsung e o armazenamento interno estiver “no toco”, uma ferramenta nativa ajuda a liberar espaço, removendo arquivos temporários e outros dados que se acumulam durante o uso diário. Para utilizá-la, toque em Configurações > Assistência do aparelho > Memória > Limpar.

 

O Motorola Software Update acumula muitos arquivos após cada instalação concluída. Para excluí-los, acesse Configurações > Aplicativos > Ver todos os apps, localize Atualização de software da Motorola, toque em Armazenamento e cache e selecione Limpar armazenamento.

 

O Android cria uma pasta oculta para armazenar tudo o que é postado nos Status do WhatsApp. Para esvaziá-la, abra o Google Files, toque no ícone das três barrinha, selecione Configurações e ative a opção Mostrar arquivos ocultos. Volte à tela inicial do Files, toque em Armazenamento interno > Todo o armazenamento, acesse a pasta Android, siga por WhatsApp > Mídia > com.whatsapp, depois WhatsApp > Mídia > .Statuses, selecione todos os arquivos e toque no ícone da lixeira para excluí-los.

 

Aproveite o embalo para eliminar também as miniaturas criadas pelo aparelho ao tirar fotos ou gravar vídeos — embora acelerem o carregamento na galeria, elas continuam ocupando espaço mesmo depois que o arquivo original foi excluído. Com a opção Mostrar arquivos ocultos ativada, abra o Google Files, toque em Armazenamento interno, selecione a pasta DCIM e apague todos os arquivos com as extensões .trashed ou .thumbnails.

 

Feito tudo isso, deve sobrar espaço para você instalar aquele app inútil que nunca vai usar —, mas se usar, ele pelo menos não vai travar.

domingo, 21 de setembro de 2025

SOBRE CHORIPÁN, VINAGRETE, MOLHO À CAMPANHA E CHIMICHURRI

NEM TUDO É O QUE PARECE, NEM TUDO QUE PARECE É.

Nascido às margens do Rio da Prata e apreciado tanto por argentinos quanto por uruguaios, o choripán é feito com linguiça fresca (chorizo) assada na churrasqueira e servida no pão (pan), com molho vinagrete "tropicalizado", molho à campanha ou chimichurri

 

O molho vinagrete é uma emulsão composta por 1 parte de ácido (vinagre e/ou limão) para 3 partes de óleo (azeite) e temperada com sal e mostarda de Dijon, ao passo que o molho à campanha, conhecido em alguns países como "brazilian sauce", leva tomate, cebola e pimentão picados e marinados em vinagre e azeite — o que o torna semelhante ao pico-de-gallo mexicano e ao pebre chileno.


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Em todas as manifestações pró-anistia, o que se ouve é o apelo à clemência por atos que teriam sido de mera cogitação, com adoção de retórica agressiva e acusações fantasiosas sobre a existência de uma ditadura no Brasil. Tese encampada pelos EUA, que prometem retaliação.

Ademais, há admissão do crime no pedido de perdão. Não se contesta o pretendido. Apenas argumenta-se que, não tendo sido alcançado o intento, seus autores estão aptos a pedir ao país que esqueça o ocorrido. 

Isso, note-se de novo, sem alusão a arrependimentos. Donde se depreende que se acham autorizados a repetir aquelas elucubrações quando se sentirem contrariados e quantas vezes forem necessárias até obterem o êxito que os levaria ao poder e, com ele, à impunidade garantida pela imposição da nova ordem fundada na ilegalidade.

Tal contexto já tornaria inaceitável que a normalidade institucional abraçasse a ideia da anistia, mas há também a enganação sobre o apaziguamento de ânimos.

A falsidade do argumento está descrita na violência política que toma conta dos EUA a despeito da anistia dada por Trump aos invasores do Capitólio de 6 de janeiro de 2021. Evidência de que, no caso de atritos em aberto, a indulgência não resulta necessariamente em conciliação. Há risco do inverso.

Na ausência de consenso no Legislativo, da reprovação no Executivo, do repúdio na maioria das pesquisas e da imposição de obstáculo no Judiciário, a anistia só aprofundaria divisões na sociedade e criaria mais atritos entre os Poderes desafiados pela conspirata agora condenada.

Para preparar o molho do choripán, corte 2 cebolas grandes em cubinhos, pique 2 tomates sem sementes e ½ pimentão verde. Adicione ½ xícara (chá) de vinagre, 1 ½ xícara (chá) de azeite, tempere com sal e pimenta, misture bem e deixe descansar na geladeira por 30 minutos antes de servir.
 
Você pode incrementar a receita com cheiro verde, pimenta dedo de moça e alho bem picadinhos, uma colher de chá de mostarda e outra de ketchup, bem como aumentar a acidez acrescentando suco de limão na emulsão de azeite e vinagre. Se o sabor intenso do pimentão não lhe agradar, substitua a fruta (pois é, biologicamente, pimentão é fruta) por tomate verde, e se quiser deixar o molho ainda mais colorido, troque uma das cebolas brancas pela roxa. 
 
Para quem tem estômago sensível, minha sugestão é misturar ½ xícara (chá) de vinagre com o mesmo tanto de água, adicionar uma pitada generosa de açúcar e uma colher (sopa) de ketchup, aferventar rapidamente, deixar amornar e despejar sobre os ingredientes picados. Para deixar o molho ainda mais suave, a dica é reduzir a quantidade de vinagre e aumentar proporcionalmente a de água. Substituir o vinagre por vinho branco também ajuda, mas o açúcar e o ketchup costumam dar conta do recado. Em último caso, recorra ao bom e velho sal de frutas.
 
molho à campanha leva os mesmos ingredientes do vinagrete tropicalizado, mas usa menos azeite (apenas duas colheres de sopa), menos vinagre (apenas quatro colheres de sopa), menos salsinha picada (apenas duas colheres de sopa). Além disso, ele inclui ¼ de xícara de água, duas colheres (sopa) de mostarda amarela, duas de ketchup e duas colheres de molho inglês (há quem acrescente azeitona, palmito e champignon picados). 
 
O chimichurri tradicional é um molho argentino feito com ervas frescas picadinhas regadas a azeite extravirgem, vinagre de vinho (tinto ou branco) e temperadas com pimenta calabresa e sal. Versões industrializadas são vendidas nos supermercados, mas eu sugiro preparar um mix seco com 2 colheres (sopa) de salsinha desidratada e 2 de alho seco, uma de orégano, cebolinha, cebola e pimenta calabresa desidratadas (1 colher de chá de cada). 

Basta colocar tudo num pote com tampa, agitar bem para misturar e guarde em local seco, e para transformar esse mix em molho, adicionar ½ xícara (chá) de azeite e ¼ de xícara de vinagre de vinho, tornar a chacoalhar e deixar descansar por 30 minutos antes de servir.

Para preparar o choripán (ou hot-dog argentino):

1) Corte os pãezinhos em "canoas", coloque numa assadeira, leve ao forno médio (180°C) por um minuto. 

2) Aqueça em fogo alto um fio de óleo numa chapa ou frigideira de fundo grosso e frite a linguiça por 8 minutos, virando na metade do tempo. 

3) Corte as linguiças ao meio no sentido de comprimento, vire a parte cortada para a chapa e deixe fritar por mais 2 minutos (ou até dourar). 

4) Remova a pele das linguiças, acomode-as sobre metade das canoas, coloque o molho nas outras metades, junte e sirva os lanches ainda quentes.

Bom proveito.

sábado, 20 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 47ª PARTE — QUANDO A VIDA IMITA A ARTE

NUNCA ACENDA UM FOGUEIRA QUE VOCÊ NÃO SEJA CAPAZ DE APAGAR.

Os romances futurísticos de Júlio Verne anteciparam em mais de um século a alunissagem da Apollo 11 e os submarinos movidos a energia nuclear, sugerindo que a ficção de hoje pode ser a ciência de amanhã.

Em meados dos anos 1980, em seu único romance de ficção — Contato —, o cientista planetário e autônomo Carl Sagan narra a saga da personagem interpretada por Jodie Foster, que recebe instruções de uma civilização extraterrestre para a construção de uma nave capaz de viajar pelo hiperespaço através de um buraco de minhoca


Sagan pediu a seu colega Kip Thorne que investigasse se sua ideia do atalho no espaço-tempo estava cientificamente correta, e a conversa deu origem a um artigo que detalha o formalismo matemático da Relatividade Geral tendo como solução a geometria de um túnel no espaço-tempo ligando duas regiões remotas do Universo. 

 

Observação: Thorne concluiu que a "garganta" do buraco de minhoca deveria ser preenchida com matéria exótica — um tipo hipotético de matéria com massa negativa ou densidade de energia negativa — para permanecer aberta, o que, à luz das leis conhecidas, contraria o princípio da conservação de energia. Mas Einstein ensinou que o impossível só é impossível até alguém provar o contrário, e Arthur C. Clarke, que a única maneira de descobrir os limites do possível é ir além deles rumo ao impossível.


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Ao transformarem sua obsessão pela autoproteção num processo de deformação das estruturas arquitetônicas de Niemeyer, nossos caríssimos deputados fizeram do Congresso um bunker que o crime organizado jamais imaginou obter. 

Essa imoralidade havia sido extinta em 2001, sob pressão social, porque resultava em impunidade. Mas, como o escorpião da fábula, suas insolências são incapazes de agir contra a própria natureza, e escolheram um momento estratégico para matar futuras ações penais, beneficiando desde assaltantes das verbas federais das emendas até Eduardo Bolsonaro, indiciado por tramar contra o Judiciário e o interesse nacional nos Estados Unidos.

Noutros tempos, o crime organizado financiava a eleição de seus representes. Confirmando-se a blindagem, os criminosos comprarão seus próprios mandatos. O bunker congressual é tão extraordinário que estimula o PCC a ocupar o Congresso sem intermediários.

Se esse acinte não for barrado no Senado, as cuias dos plenários do Congresso — a da Câmara com as bordas viradas para o céu, e a do Senado, emborcada para baixo— serão abrigos fortificados para proteger criminosos.

  

Desde o artigo proposto por Sagan, cientistas vêm buscando soluções para criar um buraco de minhoca atravessável sem recorrer a algum tipo de matéria exótica — cuja existência ainda não foi comprovada. Especula-se que exista uma ligação com a matéria escura, que representaria cerca de 27% da composição do Universo, mas não se sabe se ela possui as propriedades necessárias para manter um túnel estável. 


Observação: Se a gravidade é uma força exclusivamente atrativa e diretamente proporcional à massa dos corpos, como formulou Isaac Newton em 1687, então a matéria exótica produz o efeito inverso, ou seja, tem caráter "repulsivo". O problema é que criar um buraco de minhoca que não contrarie as leis da natureza exige uma reformulação da Relatividade Geral.


O Universo observável se estende em todas as direções por 42 bilhões de anos-luz (cerca de 397 quatrilhões de quilômetros), e a estrela mais próxima do nosso sistema solar — Proxima Centauri — fica a 4,26 anos-luz de distância (cerca de 40 trilhões de quilômetros). Isso significa que, com a velocidade da luz, uma viagem até lá levaria mais de 4 anos para chegar até lá, e a sonda mais veloz lançada pela NASA até agora atingiu "modestos" 692 mil km/h (0,064% da velocidade da luz).


Resumo da ópera: Quando se trata de viagens interestelares (ou mesmo no tempo), os buracos de minhoca são nossa melhor chance, já que supostamente interligam sistemas e estrelas muito distantes. A questão é que ainda não se descobriu uma maneira de criar buracos de minhoca atravessáveis. E mesmo mantido aberto com matéria exótica, o túnel cósmico poderia sofrer instabilidades que fariam sua garganta se fechar rapidamente — sem falar que a presença de observadores em seu interior poderia amplificar as flutuações quânticas, levando ao colapso da estrutura. 

 

Enfim, quem viver verá. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

MAIS SOBRE SMARTPHONES — DE VOLTA AO MALWARE

ERRAR É HUMANO; CULPAR OUTRA PESSOA É POLÍTICA.

Depois que foram promovidos a smartphones, os celulares se tornaram verdadeiros computadores de bolso. No entanto, a exemplo dos desktops e notebooks, eles são suscetíveis a malwares e à ação de cibercriminosos.


Ainda não surgiu uma ferramenta de segurança idiot proof o bastante para proteger o usuário de si mesmo, e ele é o elo mais fraco da corrente nos golpes baseados em engenharia social.

 

Por ser um sistema de código aberto, o Android conta com um enorme ecossistema de apps. Baixá-los da Google Play Store ou da loja oficial do fabricante do celular reduz os riscos, mas não garante 100% de segurança. E o mesmo se aplica às guias anônimas e às VPN.  


Os cibercriminosos travestem seus apps nefastos de jogos, lanternas, filtros de câmera e outros programas aparentemente inocentes para coletar dados bancários e informações pessoais de forma praticamente imperceptível. Para não levar gato por lebre, só instale aplicativos depois de checar a idoneidade do desenvolvedor, conferir as avaliações de outros usuários e as permissões solicitadas (uma lanterna, por exemplo, não precisa ter acesso a sua lista de contatos para funcionar). 


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Ao transformarem a obsessão pela autoproteção num processo de deformação das estruturas arquitetônicas de Niemeyer, nossos caríssimos deputados fizeram do Congresso um bunker que o crime organizado jamais imaginou obter. Essa imoralidade havia sido extinta em 2001, sob pressão social, porque resultava em impunidade. Mas, como o escorpião da fábula, suas insolências são incapazes de agir contra a própria natureza, e escolheram um momento estratégico para matar futuras ações penais, beneficiando desde assaltantes das verbas federais das emendas até Eduardo Bolsonaro, indiciado por tramar contra o Judiciário e o interesse nacional nos Estados Unidos.

Noutros tempos, o crime organizado financiava a eleição de seus representes. Confirmando-se a blindagem, os criminosos comprarão seus próprios mandatos. O bunker congressual é tão extraordinário que estimula o PCC a ocupar o Congresso sem intermediários. Se esse acinte não for barrado no Senado, as cuias dos plenários do Congresso — a da Câmara com as bordas viradas para o céu, e a do Senado, emborcada para baixo— serão abrigos fortificados para proteger criminosos.

Mas não é só: um dia depois de aprovar a PEC da Blindagem, a camarilha dos deputados aprovou de maneira folgada o requerimento de urgência para o PL que prevê anistia a todos os envolvidos nos atos golpistas após a eleição de 2022, acelerando a tramitação do projeto, que não precisará mais passar pelas comissões da Câmara antes de ir ao plenário. 

O pedido de urgência recebeu 311 votos a favor e 163 contra. Ao anunciar a decisão, Hugo Marmota disse que nomeará um relator que conte com o apoio da maioria da Casa. A expectativa é de que o texto original, de autoria do deputado-bispo Marcelo Crivella — que prevê anistia a todos os que participaram de manifestações de caráter político ou eleitoral entre 30 de outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei, incluindo pessoas que apoiaram os atos por meio de contribuições financeiras, doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em redes sociais — seja modificado pelo relator e apresente uma proposta mais próxima de uma redução das penas do que de uma anistia propriamente dita.

Veja como cada deputado votou na sessão e faça um favor ao Brasil não reelegendo esses fidumas em 2026. Aliás, está na hora de votarmos nas putas, pois votar nos filhos delas não deu certo.

 

Manter o software atualizado é fundamental, não só do ponto de vista da segurança, mas também para evitar que determinados aplicativos deixem de funcionar — como o WhatsApp, que deixou de suportar versões do Android anteriores à Lollipop (5.0) e do iOS anteriores à 12.0 em maio deste ano. 


Observação: O Google atualiza o Android a cada 12 meses, em média, mas os fabricantes de celulares decidem quando e como liberar os updates. Alguns modelos premium prometem até 7 anos de atualizações do sistema, enquanto outros — sobretudo os de entrada — contam com apenas uma ou duas. Portanto, só saque seu poderoso cartão de crédito depois de consultar a página de suporte do dispositivo que você tem em vista.

 

Malwares costumam agir discretamente, mas aquecimento anormal do aparelho, reinicializações aleatórias, travamentos e redução da autonomia bateria são sinais de infecção. A Google Play Store conta com centenas (senão milhares) de apps que se propõem a oferecer algum tipo de segurança. Isso inclui desde soluções robustas de empresas conhecidas (como Avast, AVG, Bitdefender, Kaspersky, McAfee, Norton) até opções menos conhecidas, que podem ser menos eficazes, ou mesmo maliciosas. 


Prefira instalar aplicativos conceituados, que ofereçam proteção em tempo real, varredura automática e por demanda, atualizações regulares e funções adicionais importantes — como VPN e bloqueio de spyware — e faça varreduras com o Play Protect  acessando a Play Store, tocando em sua foto de perfil, selecionando Play Protect e pressionando o botão Verificar.

 

"Rootear" o aparelho (mais detalhes nesta sequência) para ter poderes de "superusuário" é uma faca de dois gumes, pois aumenta o risco de infecção por malwares. No âmbito do software, quase tudo é reversível, de modo que restaurar o dispositivo às definições de fábrica é uma maneira eficiente de eliminar malwares, pois apaga a partição de dados do usuário e reverte a partição do sistema operacional para o estado original. No entanto, alguns malwares — notadamente os rootkits — se valem do acesso privilegiado (root) para modificar áreas do firmware ou da partição de sistema que não são apagadas por um reset comum. 


Se um backup contiver arquivos infectados, eles serão reinstalados após o reset. Nesse caso, faça um novo reset, ignore o backup e configure o telefone como fez quando o adquiriu. Baixe os aplicativos essenciais diretamente da Google Play Store e verifique se o problema foi resolvido. Se não foi, o jeito será reinstalar o firmware ou recorrer às ferramentas de segurança disponibilizadas pelo fabricante do celular.


Observação: Reinstalar o firmware completo (ROM de fábrica) apaga tudo, incluindo as partições do sistema onde rootkits e outras pragas persistentes podem se alojar. O processo varia conforme o fabricante e o modelo do aparelho, mas geralmente consiste em baixar o firmware oficial do site do fabricante (ou de fontes confiáveis), utilizar uma ferramenta de flash específica para o seu dispositivo e seguir as instruções cuidadosamente, pois um flash incorreto pode danificar o celular. Caso não se sinta confortável, procure assistência profissional.

 

Segurança é um hábito, e batalha contra malwares requer um conjunto de ações que vão desde evitar instalar aplicativos fora das lojas oficiais a manter o sistema atualizado com os patches de segurança mais recentes, utilizar um bom antivírus e uma VPN confiável, revisar cuidadosamente as permissões concedidas aos aplicativos e ficar atento a sinais de atividades suspeitas no dispositivo.

 

Boa sorte — você vai precisar