domingo, 28 de setembro de 2025

TALHARIM AO FORNO

NÃO VÁ ONDE NÃO TE QUEREM NEM VÁ AMIÚDE ONDE ÉS BEM-VINDO.

Cozinhar macarrão é tão fácil quanto fritar ovo, diz quem não entende de cozinha: frutar ovos como manda o figurino exige tirá-los da geladeira com antecedência, adicionar uma pitada de farinha de trigo ao óleo ou à manteiga, colocar o ovo na frigideira, temperar com sal, tampar e deixe fritar até a clara ficar "rendada" e a gema atingir o ponto desejado. 

Já a massa deve ser cozida al dente em água salata come il mare. Coloque o sal na água somente quando ela começar a ferver, e o macarrão, quando ela já estiver borbulhando — lembrando que a proporção recomendada é de 5 litros de água e 1 ½ colher (sopa) de sal para cada 500 g de massa com ovos ou de grano duro (Triticum durum). 


Massas de grano duro são mais indicadas para cozimento "al dente" porque as massas com ovos passam do ponto facilmente quando são misturadas ao molho quente. Servir o molho em separado evita que o macarrão fique mole demais, mas escorrer a massa dois minutos antes do tempo recomendado na embalagem evita que ela perca o ponto quando terminar de cozinhar na panela do molho.


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Ao sepultar a PEC da Bandidagem, o senador Alessandro Vieira, integrante da ala sensata da Câmara Alta e relator da emenda, traduziu para o idioma das ruas o que Hugo Motta, presidente da Camarilha dos Deputados, chamou de "prerrogativa": "PEC desenhada para proteger bandido”. 

Os bandalhos estavam tão convictos de que a aversão da opinião pública no Brasil é uma arma completamente descarregada que incluíram na bandalheira a anistia de Bolsonaro. Vieira, porém, foi ao ponto: “O interesse público exige rejeição”. 

A proposta foi rejeitada por unanimidade. O ex-herói nacional que se tornou mais uma vergonha nacional apresentou uma emenda para tentar salvar a PEC, mas ouviu o ronco das ruas e retirou o pedido. Os deputados bandalheiros veem Alcolumbre como traidor, quando na verdade ele fez o que fez para evitar um suicídio político dos senadores cujos mandatos terminam em 2026 — e cuja renovação depende do voto majoritário. 

A rejeição azedou o amigo-secreto dos partidos do Centrão e da direita bolsonarista — não faltarão senadores ganhando pares de meia de deputado vingativos, esquecidos de que o STF demora a condenar, mas as urnas dão o veredito horas depois da eleição.

Falando em bandalha e vergonha nacional, Eduardo Bolsonaro, que lambia os dedos como se os tivesse metido em um favo de mel a cada nova sanção da Casa Branca, agora foge das abelhas. Seu projeto de continuar homiziado na cueca de Trump e, como líder da minoria, atuar como traidor da Pátria sem perder o mandato foi para a casa do carvalho. Até o momento, o rebento do refugo da escória da humanidade já faltou a 23 das 39 sessões deliberativas da Câmara — mais que o dobro do permitido. 

Poucas vezes um político exerceu com tamanha plenitude a prerrogativa de ladrilhar o próprio caminho para o inferno. Pregoeiro da anistia, Bobi Filho prometia salvar Bibo Pai e seus cúmplices; hoje é o pai que pede a Deus que salve do filho salvador. E a perda do cargo por abandono do emprego é a menor de suas preocupações: pior será a cassação do mandato pelo Conselho de Ética da Câmara e ainda pior será a condenação pelo STF por crime de coação do Judiciário.


Feitas essas observações, vamos à receita da vez: talharim ao forno com molho branco, que é fácil de fazer e leva menos de um hora para ficar pronto. Você vai precisar de:

 

— 1 pacote de macarrão tipo talharim (500 g);

 

— 150 g de muçarela ralado para polvilhar;

 

— 2 colheres (sopa) de manteiga;

 

— 1 colher (sopa) de farinha de trigo;

 

— 2 xícaras (chá) de leite; 

 

— 1 copo de requeijão cremoso (200 g);

 

— 1 caixa de creme de leite (200 g);

 

— 150g de presunto cortado em cubinhos;

 

— 100 g de bacon picado;

 

— 1 xícara (chá) de palmito picado;

 

— Sal e noz-moscada ralada a gosto.

 

Cozinhe o macarrão, escorra e reserve. 


Aqueça a manteiga numa panela em fogo médio, frite o bacon até dourar, polvilhe com a farinha e misture até dissolver. 

 

Acrescente o leite aos poucos, mexendo por 1 minuto. 


Adicione o requeijão, o creme de leite e deixe cozinhar por mais 2 minutos.

 

Junte o presunto, o palmito, tempere com sal, noz-moscada, cozinhe por mais alguns minutos e desligue.

 

Coloque o macarrão em um refratário grande, despeje o molho branco, polvilhe com a muçarela ralada e leve ao forno alto (preaquecido a 220º C) por 8 minutos (ou até gratinar) e sirva em seguida.

ObservaçãoVocê pode substituir o palmito por milho verde, ervilhas ou champignons, trocar o presunto por frango desfiado, incluir outros queijos no gratinado final, enfim... Cozinhar é menos sobre fórmulas rígidas e mais improviso e paladar. No entanto, depois de uma garfada desse talharim cremoso, você não vai mais querer saber macarrão instantâneo. 


Bom apetite.

sábado, 27 de setembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 48ª PARTE — A FÍSICA ALÉM DO VISÍVEL

SABER O QUE SE SABE E SABER QUE NÃO SE SABE O QUE NÃO SE SABE: EIS O VERDADEIRO SABER.


Existem na natureza quatro forças fundamentais. A fraca, a forte e a eletromagnética são descritas com sucesso pelo Modelo Padrão da física, funcionando por meio de partículas intermediadoras chamadas bósons (como o fóton no caso da força eletromagnética), mas a gravidade continua sendo um enigma.


Embora esteja presente em todo o universo observável, a gravidade parece não se manifestar em escalas extremamente pequenas — por exemplo, entre partículas subatômicas. Nos átomos e moléculas, os componentes se atraem principalmente por meio da força eletromagnética, mas a gravidade, por ser muito mais fraca, é insignificante nesse nível. No entanto, em escalas maiores — como entre planetas, estrelas e galáxias — ela domina completamente.


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Uma das dificuldades para alcançar a cura da neurose é o fato de o neurótico cultivar o mal que o aflige. A democracia brasileira se comporta como um neurótico típico: age como se não sofresse com a perturbação que a atormenta ou, quando não, apaixona-se por ela. Essa paixão se manifesta em sucessivos acordos que, a pretexto de curar, prolongam a neurose nacional.

Em 2016, sem saber que estava sendo gravado por um delator, o então senador Romero Jucá, vírus político da cepa do centrão, disse que a oligarquia política precisava costurar um grande acordo para "estancar a sangria" provocada pela cruzada anticorrupção, “com o Supremo, com tudo". Decorridos apenas nove anos, verifica-se que "efeito Caju” não só prevaleceu como consolidou o processo de restauração perpétua da neurose.

Arma-se um novo acordo chamado por Michel Temer, amigo e correligionário de Jucá, de "pacto republicano". Coisa a ser costurada "de comum acordo com o Supremo e com o Executivo" para estancar a sangria do golpismo por meio de um projeto de anistia rebatizada de dosimetria.

O acordão antevisto por Jucá resultou na institucionalização da malversação de verbas públicas, que agora vazam impunes, em catadupas, através de emendas parlamentares. 

Alega-se que a redução das penas da lei que pune os crimes contra a democracia produzirá uma ansiada "pacificação" política, mas, se isso fosse verdade, o ativista de extrema-direita Charlie Kirk não teria sido assassinado nos Estados Unidos, pois Donald Trump, logo que retornou à Casa Branca, anistiou todos os condenados pela invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. 

Aqui, como lá, o mais provável é que a atenuação das penas sirva de estímulo à perversão antidemocrática. De acordão em acordão, a democracia brasileira parece condenada a morrer na praia de suas neuroses.

Recentemente, cientistas conseguiram detectar a força gravitacional entre duas pequenas esferas de ouro com 1 milímetro de diâmetro e massa de 92 miligramas, separadas por apenas 40 milímetros. O experimento, de altíssima precisão, confirmou mais uma vez a validade das previsões da Teoria da Relatividade Geral, mas colisores de partículas, como Large Hadron Collider, ainda não detectaram qualquer indício de que a gravidade atue entre partículas subatômicas, cujas interações continuam sendo explicadas pelas outras três forças fundamentais.
 
Esse descompasso entre o Modelo Padrão e a teoria de Einstein representa uma das questões mais intrigantes da física moderna: como unificar a teoria da gravidade com a mecânica quântica? Uma possível resposta seria a chamada gravidade quântica — que explicaria como a gravidade se comporta nas menores escalas possíveis —, e uma das propostas mais discutidas é a existência do gráviton — partícula hipotética responsável por transmitir a gravidade, assim como o fóton transmite o eletromagnetismo —, cuja existência nenhum experimento conseguiu comprovar (até agora).
 
Outra hipótese, mais ousada e matematicamente robusta, é a Teoria das Cordas — segundo a qual as partículas fundamentais são pequenas "cordas" vibrantes cuja frequência de vibração determina o tipo de partícula. Uma das primeiras versões dessa teoria exigia 26 dimensões para funcionar, o que a tornava impraticável para descrever a matéria comum. Com o tempo, surgiram versões mais sofisticadas, como a Teoria M, que propõe 11 dimensões, sendo quatro conhecidas (três espaciais e uma temporal) e sete adicionais, compactadas em escalas minúsculas.
 
Se essas dimensões extras realmente existem, por que não conseguimos detectá-las? A explicação mais bem aceita é que elas estão "enroladas" ou compactadas em uma escala da ordem da comprimento de Planck (~1,6 x 10³ metros), que é muito menor do que o diâmetro de um próton. O problema é que nenhum acelerador de partículas atual possui energia suficiente para investigar essa escala — o LHC, por exemplo, consegue sondar interações em torno de 10¹ metros, o que ainda está muito distante da escala de Planck.
 
Mesmo assim, os físicos tentam detectar sinais indiretos dessas dimensões extras buscando desvios no comportamento de forças conhecidas, como a eletromagnética, quando duas partículas são colocadas em proximidade extrema. Até agora, no entanto, todos os experimentos no LHC confirmaram com precisão as previsões do Modelo Padrão, sem nenhuma anomalia que exigisse dimensões adicionais para ser explicada.
 
Apesar disso, a Teoria das Cordas ainda é uma candidata promissora, pois oferece uma estrutura matemática consistente para descrever a gravidade quântica. Em algumas versões, a própria gravidade emergiria do comportamento das cordas em dimensões ocultas. Esse conceito levou ao desenvolvimento da hipótese do universo holográfico — segundo a qual toda a realidade tridimensional seria uma projeção de processos que ocorrem em dimensões superiores. É como se vivêssemos numa espécie de "superfície" em quatro dimensões, enquanto as verdadeiras leis da física estariam escritas em um plano de dimensões mais elevadas.
 
Essas ideias são fascinantes, sobretudo para os físicos teóricos que buscam a chamada Teoria de Tudo — uma formulação que unifique as quatro forças fundamentais da natureza. Não obstante, enquanto não surgirem evidências empíricas que sustentem essas hipóteses, resta aos cientistas continuar explorando alternativas mais facilmente testáveis, com a esperança de um dia desvendar a gravidade quântica e, com ela, completar o nosso entendimento do universo.

Continua...

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

PORNOGRAFIA X SEGURANÇA

O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO.

Quem consome conteúdo pornográfico corre se arrisca a ir “buscar lã e sair tosquiado”. É verdade que os riscos são menores em sites grandes e conhecidos. O PornHub — administrado pela Aylo, que também é dona do Brazzers, Xtube e YouPorn, entre outros — é um dos mais populares do gênero e tão seguro quanto o YouTube ou qualquer outra grande plataforma de vídeos. 


O problema é que, para cada site da Aylo, existem centenas de outros criados com a única intenção de roubar dados e chantagear usuários desavisados. Nos sites legítimos, modelos de webcam transmitem ao vivo, enquanto espectadores compram tokens para interagir. Já nos falsos, não há reação: as “modelos” são bots que apenas repetem mensagens pré-gravadas. Para liberar supostos contatos, o visitante é induzido a pagar uma assinatura premium. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Numa interpretação sui generis da lei da causalidade, o Conselheiro Acácio — personagem do romance O Primo Basílio, de Eça de Queiróz — ensinou que “o problema das consequências é que elas sempre vêm depois”. Que o diga o deputado Hugo Motta.

Alçado à presidente da Câmara em fevereiro tendo como principal cabo eleitoral Arthur Lira, seu antecessor no cargo, o político paraibano que ganhou a pecha de "Cunha's boy", no início de sua carreira política, tatuou na própria testa um semblante suicida ao patrocinar a aprovação da PEC da Pilantragem e do requerimento de urgência para a anistia de golpistas.

Dizia-se que o jovem deputado — que completou 36 anos no último dia 11 — viraria líder de uma espécie de bossa nova do Centrão. Mas Motta se rendeu à boçalidade que caracteriza o conglomerado partidário desde a chegada das caravelas. O comando da Câmara tornou sua juventude uma qualidade extremamente perecível — apodreceu em apenas oito meses de trono, e seu haraquiri político passou a ser do interesse de todos porque ameaça de morte a Câmara e a própria democracia. 

De repente, o país se deu conta de que Motta não é senão a face jovial de uma velha oligarquia da Paraíba. O município de Patos, que já foi prefeitado por um tio e uma avó de Motta, hoje é comandada por seu pai, Nabor Wanderley — reeleito para o quarto mandato com 73,7% dos votos graças às emendas Pix enviadas pelo filho. 

O prazo de validade da presidência de Motta diminui na razão direta do aumento das barricadas erguidas no Senado contra a PEC da Pilantragem e contra a extensão do ímpeto pró-redução de penas ao alto comando da organização criminosa liderada por Bolsonaro. A deterioração foi potencializada pelas manifestações do último domingo, estreladas por Caetano, Chico e Gil. Vista do asfalto, a blindagem de parlamentares pilantras é uma espécie de Bolsa PCC, e a calibragem das penas do golpismo, uma anistia envergonhada.

Na política, o impossível é um vocábulo que carrega o possível nas suas entranhas. Beneficiado pelo comportamento suicida de Motta e pelo instinto de sobrevivência dos senadores que terão que disputar a sorte das urnas em 2026, Davi Alcolumbre, o oligarca que preside a Câmara Alta, estufa o peito como uma segunda barriga e ensaia uma inusitada pose de herói da resistência democrática.

Triste Brasil.


Frases como “temos desconto para novos usuários, aproveite o acesso ilimitado” servem de isca para colher dados bancários ou de cartão de crédito. Em outros casos, anúncios do tipo “o amor da sua vida está a apenas 500 metros de você” têm como objetivo capturar a localização do usuário.

 

Versões adulteradas de aplicativos adultos já foram identificadas — e removidas — tanto da Google Play Store quanto da App Store. Houve até uma “versão gratuita” do app PornHub que prometia acesso premium e, na prática, apenas infectava os incautos com malware. Para piorar, criminosos manipulam resultados no Google para que seus sites de phishing apareçam lado a lado com o PornHub oficial e outros grandes nomes do setor.

 

Verificar a idoneidade de links não é nenhum bicho de sete cabeças, mas também não é tarefa simples para quem não tem prática. Instalar uma suíte de segurança confiável ajuda a filtrar links perigosos e detectar ameaças. É preciso cuidado redobrado ao clicar em banners: mesmo em sites conhecidos, anúncios podem ter sido comprometidos por cibercriminosos.

 

Grande parte do conteúdo pornográfico disponível em torrents está contaminada com mineradores, spywares e malwares. Sites genéricos de “página única” costumam oferecer apenas pragas digitais, sem conteúdo adulto algum. Nunca forneça informações pessoais sem saber exatamente por que estão sendo solicitadas. Se pedirem número de telefone, e-mail ou dados bancários, feche a aba imediatamente. E jamais pague por um “acesso total”: mesmo que o valor seja baixo, essa pode ser a compra mais cara da sua vida.

 

Outro risco é o constrangimento doméstico. A maioria das pessoas compartilha WiFi — quando não o próprio computador — com familiares. Como navegadores sugerem sites já acessados, basta alguém digitar a letra “P” esperando abrir o Pinterest e receber como sugestão… o PornHub.


Cookies gravados no dispositivo também revelam o nome do usuário, os sites visitados, o conteúdo do carrinho de compras e por aí vai. Esses dados são repassados às redes de publicidade, que os negociam para direcionar propagandas. Embora gigantes como Google e Microsoft não exibam banners eróticos, outras redes menos criteriosas o fazem sem nenhum pudor.

 

A navegação anônima reduz o risco de constrangimentos, já que não salva cookies nem histórico. O Yandex Browser, por exemplo, sugere automaticamente esse modo ao detectar sites sensíveis. Ainda assim, seguro morreu de velho: não deixe de apagar periodicamente histórico e cookies nas configurações do navegador.

 

Mesmo no modo anônimo, o Chrome mantém registros do que foi pesquisado e acessado. Quem prefere mais privacidade pode optar pelo Mozilla Firefox, que bloqueia rastreadores de terceiros, ou por buscadores como DuckDuckGo e Startpage, que não armazenam o histórico de pesquisas.

 

Continua...

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

CELULAR NOVO? VEJA O QUE FAZER COM O VELHO

AS PESSOAS DIZEM QUERER HONESTIDADE NA POLÍTICA, MAS NÃO SABEM VOTAR NEM SER HONESTAS UMAS COM AS OUTRAS. COMO A POLÍTICA É O REFLEXO DO SEU POVO, CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.

Como vimos em outras oportunidades, a obsolescência programada vem reduzindo significativamente a vida útil dos assim chamados “bens duráveis”. No caso específico dos celulares, aparelhos bem conservados e em perfeitas condições de uso deixam de receber atualizações do sistema operacional.

Manter em uso um aparelho que deixou de receber atualizações do sistema e patches de segurança expõe o usuário a cibercriminosos e pode impedir o funcionamento de aplicativos “indispensáveis” no dia a dia — como ocorreu em maio com o popular WhatsApp, que deixou de funcionar em celulares Android com versões anteriores à Lollipop (5.0) e em iPhones que estacionaram no iOS 12.5.7.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O salve-se quem puder geral a que se dedica o Congresso confirma duas máximas: 1) nada é tão ruim que não possa piorar; 2) a legislatura seguinte será sempre pior que a anterior. São afirmações pessimistas, mas lamentavelmente realistas em determinadas situações, com aquela em que nosso Parlamento vem se (e nos) colocando.
Na eleição de 2018 houve queda acentuada na qualidade dos parlamentares, com a invasão de lacradores de internet. Foi ruim, mas ficou bem pior a partir de 2022, quando os bons desistiram da função ou foram ofuscados pela ascensão da mediocridade.
O fenômeno da substituição do cardinalato pelo baixo-clero no comando dos trabalhos já vinha ocorrendo desde 2003, quando o então minoritário PT construiu maioria no poder com base no fisiologismo mensaleiro.
De lá para cá, por motivos diversos, a deterioração foi se aprofundando até o ponto em que chegamos: um Congresso disposto a tudo comandado de um lado por um deputado cuja autoridade sofre processo de erosão e, de outro, por um senador interessado em cargos e emendas — ambos eleitos num amplo acordo da esquerda à direita que os faz reféns de compromissos antagônicos entre si e de causas internas.
A lista é extensa: PEC da Blindagem, anistia como moeda de troca, aumento de vagas na Câmara, deputado ausente na liderança da minoria, reforço aos fichas-sujas, desvios no uso de emendas, motim em plenário e o que mais esteja por vir.
No Estado de Direito, instituições não existem para serem negadas, desmoralizadas, enfraquecidas como fazem congressistas empenhados em demolir aquela que, em tese, deveria zelar pela nobre tarefa de representar a vontade da nação.

A possibilidade de recuperar parte do dinheiro investido em um celular novo vendendo o antigo existe — como diz o ditado, “há sempre um chinelo velho para um pé cansado” —, e o mercado de smartphones usados segue aquecido, especialmente para aparelhos bem conservados e de marcas reconhecidas. No entanto, mesmo que o comprador pretenda desmanchar o dispositivo para reaproveitar o display e outros componentes, você deve adotar algumas providências para garantir uma transação segura.

Faça um backup completo de fotos, contatos, aplicativos e outros arquivos importantes — isso pode ser útil caso a transferência dos dados para o aparelho novo não se complete automaticamente — e remova as contas vinculadas, como Google, Apple ID ou Samsung Account, para evitar bloqueios futuros. Feito isso, restaure as configurações de fábrica (evitando que seus dados pessoais sejam acessados pelo novo dono), limpe o aparelho fisicamente (para uma melhor apresentação na hora da venda) e defina um valor realista, levando em conta o modelo, o tempo de uso, o estado de conservação e a presença de acessórios originais (carregador, fone de ouvido, etc.).

Além dos cuidados com o aparelho e com a negociação, é importante escolher canais confiáveis para anunciar o smartphone. Plataformas reconhecidas oferecem recursos de proteção ao vendedor e ao comprador, como intermediação de pagamento e avaliação de usuários. Sempre que possível, prefira encontros em locais públicos e evite compartilhar dados pessoais sensíveis.

Uma opção mais segura — embora menos lucrativa — é dar o aparelho antigo como entrada na compra do novo. Isso pode ser feito nas lojas das principais operadoras (Claro, Vivo, TIM, etc.) e em estabelecimentos que comercializam dispositivos usados, mas convém ter em mente que o valor ofertado varia conforme a marca, o modelo e o estado geral do seu aparelho.

Se a oferta não lhe agradar, considere a possibilidade de manter o celular antigo como “backup” ou usá-lo especificamente para transações bancárias e aplicativos financeiros, evitando, assim, a exposição de informações sensíveis em caso de roubo ou perda do aparelho novo.

Boa sorte.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SOBRE O CRAPWARE NO ANDROID E NO iOS

NEM TUDO QUE RELUZ É OUTRO, NEM TUDO QUE BALANÇA CAI.

PCs Windows e smartphones Android vêm recheados de crapware porque cada aplicativo pré-instalado rende alguns centavos — e, em certos casos, até uma fatia da receita futura — aos fabricantes. 

Apple pode se dar ao luxo de dispensar essa empurroterapia, já que controla toda a cadeia, do hardware ao software — daí sua imagem de "experiência premium e limpa". Mas nem tudo é o que parece...


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Uma semana depois da condenação de Bolsonaro, cresce o acordão que a Câmara levou ao forno para favorecer os golpistas. Após conversar com o deputado Paulinho da Força, relator do conchavo, o ex-presidente Michel Temer chamou o momento de "histórico", declarou que a coisa será trançada "de comum acordo com o Supremo e com o Executivo", rebatizou o emaranhado de "pacto republicano" e a anistia de "dosimetria". Chamar merda de perfume não a torna cheirosa, nem transformar anistia em redução da dosimetria das penas perfuma uma conjuntura fedorenta. Para completar, meteu-se o STF nessa fossa séptica. 

Nossa suprema corte não é um órgão moderador e muito menos mediador, mas se tornou uma espécie de muro de arrimo dos Poderes devido a péssima qualidade dos parlamentares e dos políticos sêniores no entorno do presidente da República. Nada se resolve no âmbito do Legislativo, nenhuma tratativa com o Executivo leva à solução de dissensos e, no cenário de impasses, os ministros são chamados a negociar, quando sua função é julgar o que está dentro ou fora da lei.

O recurso deveria ser exceção, dada a prerrogativa do STF de decidir por último, mas tornou-se uma regra, e, pior: corriqueira: fala-se em ouvir informalmente os magistrados a fim de balizar decisões a serem tomadas, corrigir o que não se conseguiu ajustar na política e obter vitórias ou impor derrotas no tapetão judicial. Para piorar ainda mais, isso não só é visto com naturalidade como é posto na conta da sabedoria na construção de consensos. Agora mesmo, no caso da anistia que virou dosimetria, togados atuam como conselheiros na montagem do texto que será levado ao exame dos parlamentares.

O jogo combinado pode até garantir o resultado, mas dá margem a reclamações dos adversários. Tanto há a consciência de que o método não é recomendável que se tentou manter as tratativas em sigilo, logo quebrado pela evidência da escolha dos interlocutores devido a suas boas relações com magistrados.

Nada de errado em conversar, desde que se evitem acordos prévios com quem dará a palavra final sobre eles.


Os apps pré-instalados no dispositivos com Android são softwares de terceiros, que pagam para estar lá. No iOS, eles são desenvolvidos pela própria Apple, que lucra indiretamente pelo próprio ecossistema. É quase um "bloatware premium" visualmente limpo, mas que força os usuários a conviverem com soluções que ocupam recursos e quase sempre ficam aquém das alternativas de mercado. 

 

O app Bússola se tornou tão inútil quanto um guia de ruas impresso para um motorista de aplicativo; Bolsa só faria sentido para um investidor preocupado com a Grande Depressão de 1929; Forma Livre e Diário podem ser substituídos por alternativas mais completas; e Livros faz as vezes de “biblioteca digital”, mas só funciona bem no ecossistema da Apple, e é limitado frente a apps de terceiros. 


Dicas não oferece novidades para quem já conhece o iPhoneMapas perdeu protagonismo para Google Maps e Waze; e o Image Playground, para outras IAs que entregam resultados superiores. Além disso, o advento das plataformas de streaming tornaram o icônico iTunes tão anacrônico quanto comprar um CD.

 

Remover o crapware no Android exige privilégios de "superusuário". Como o root  pode causar efeitos colaterais indesejáveis, acesse Configurações, toque em Apps > Mostrar todos os apps, selecione o aplicativo que quer remover e toque em Desinstalar. Se a opção não estiver disponível (como acontece na maioria dos apps pré-instalados da Samsung, Motorola, Xiaomi, Pixel etc.), tocar em Interromper > Desativar não remove o software, mas impede que ele rode em segundo plano.

 

Apple também não entrega a chave do cofre: até 2016, os apps nativos do iOS eram intocáveis; mais adiante, a maçã permitiu a "ocultação" de Música, Podcasts e Bolsa, entre outros, mas Safari, Mensagens e Telefone, por exemplo, permanecem grudados como parentes que vieram passar o fim de semana e nunca mais foram embora. 


Para remover um app no iPhone, toque e segure seu ícone; se aparecer Apagar App, toque nela e o software será realmente removido. Já se surgir apenas Remover da Tela de Início, você poderá apenas "escondê-lo"Outra opção é ir em Configurações > Geral > Armazenamento do iPhone, selecionar o app e tocar em Descarregar App. Caso queira reinstalá-lo futuramente, basta acessar a App Store, onde ele aparecerá como um download normal.

 

Resumo da ópera: No Android, o root dá controle total, mas seu equivalente no iPhone (jailbreak) pode quebrar funcionalidades. No fim das contas, a Apple dificulta menos que alguns fabricantes concorrentes, mas controla com mão de ferro o que pode ou não sair. Em outras palavras, o discurso da "experiência premium e limpa" serve tanto para justificar a ausência de crapware quanto para blindar os apps nativos que a maçã não quer que o usuário desinstale.