quinta-feira, 6 de maio de 2010

Som, acústica e que tais

Quase todo mundo aprecia música, mesmo que certas aberrações sonoras que alguns parecem gostar de ouvir dificilmente possam ser consideradas como tal. Gosto não se discute, evidentemente, mas eu acho um desrespeito alguém transformar seu carro numa usina de som e trafegar pelas ruas com o volume “no último”, penalizando ouvidos alheios com desarranjos que, como dizia um velho amigo meu, parecem ter sido compostos por (e para) quem tem a mãe na zona e o pai na cadeia.
Enfim, a popularização dos “kits multimídia” incorporou aos computadores a capacidade de reproduzir CDs de áudio e músicas armazenadas no disco rígido (vale lembrar que, até então, os PCs contavam apenas com um pequeno alto-falante, destinado a reproduz os bips do BIOS e alguns sons produzidos pelos joguinhos da época). Mais adiante, surgiriam as emissoras de rádio virtuais, os filmes em DVD, os vídeos transmitidos pela Internet e outras inovações que poderemos discutir numa próxima oportunidade.
Para efeito desta postagem, interessa mesmo dizer que a qualidade sonora proporcionada pelo micro varia conforme os recursos de seu subsistema de áudio. Para usuários menos exigentes, som on-board e um par daquelas caixinhas plásticas que vêm com a maioria dos modelos de entrada de linha são mais do que suficientes. Já para quem realmente quer ouvir boa música, assistir a filmes e jogar games mais exigentes, todavia, uma placa off-board de boa estirpe, um sub-woofer responsável e um conjunto de caixas acústicas de primeira linha são itens essenciais.
Outra questão importante – mas que a maioria dos usuários deixa de levar em conta – tem a ver com o ambiente e a instalação adequada das caixas acústicas. Para que um som seja bem reproduzido, metade de seu comprimento de onda deve “caber” na sala. Por exemplo, se um tom tiver uma freqüência de 1000 Hz, seu comprimento de onda será de 0,333m, exigindo uma sala de 0,166 m (o que não constitui problema), mas um tom de 50 Hz, cujo comprimento é de 6,66 m, requer um ambiente de pelo menos 3,33 m.

Observação: O comprimento de onda é igual à velocidade do som dividida pela freqüência, resultando na fórmula c = v/f, onde “c” corresponde ao comprimento de onda (em metros), “v” à velocidade do som (333 metros por segundo) e “f” à freqüência (em hertz).

Note que o posicionamento das caixas acústicas também influencia a qualidade da reprodução: tons mais baixos, que se propagam de forma quase “esférica”, serão audíveis em qualquer ponto do ambiente, independentemente da localização do sub-woofer, mas os tons altos e médios, que se propagam em linha reta, pedem caixas alinhadas com o ouvinte. Mesmo assim, alguns especialistas afirmam que posicionar o sub-woofer num canto da sala, bem próximo do piso, resulta numa melhor reprodução dos graves e permite reduzir eventuais distorções sem perda sensível no volume da audição.
Bom dia a todos e até mais ler.

P.S.: Se você acha irritante ficar “ouvindo mentalmente” trechos de determinadas canções sem conseguir se lembrar da letra ou do nome (da música, do autor ou do intérprete), em vez de “alugar” os ouvidos de parentes, amigos ou colegas de trabalho, reveja nossa postagem de 28/04/08 clicando aqui.