Com o número de incidentes de segurança crescendo a olhos vistos, dependemos cada vez mais de arsenais de defesa responsáveis para proteger nossos computadores, e conforme já mencionamos em outras postagens, uma suíte de segurança é sempre preferível a um conjunto de ferramentas (antivírus, antispyware, firewall, etc.) composto por produtos de diferentes fabricantes.
Por outro lado, manter dois antivírus monitorando o sistema em tempo real não é recomendável: além de aumentar substancialmente o consumo de recursos (notadamente processamento e memória) isso pode gerar conflitos – se ambas as ferramentas detectarem e bloquearem uma mesma ameaça, por exemplo, é possível que nenhuma delas seja capaz de removê-la. (Note, porém, que isso não se aplica a antispywares, antispams e assemelhados, que podem coexistir pacificamente e até complementar o trabalho do antivírus propriamente dito).
Passando ao que interessa, a criatividade dos malfeitores virtuais parece não ter limites. Com respaldo na engenharia social, esse povinho é danado para criar engodos cada vez mais sofisticados, visando pegar no contrapé até os internautas mais “conscientes”.
Bons exemplos disso são os “Rogue Security Softwares” e os “Scarewares” (veja detalhes em http://fernandomelis.blogspot.com/2008/10/scarewares.html), que se travestem de ferramentas de proteção e remoção de malwares para infectar a máquina da vítima ou assustá-la e coagi-la a pagar por serviços falsos. Esses tipos de maracutaia combinam com sites duvidosos, geralmente relacionados com pornografia, pirataria de software e serviços ilícitos, mas também podem surgir do nada quando você navega por páginas acima de qualquer suspeita (é mais raro, mas acontece), de modo que a palavra de ordem é desconfiar – sempre!
Empresas idôneas não utilizam pop-ups ameaçadores para convencê-lo a adquirir seus produtos. Se uma caixa de diálogo surgir na tela exibindo algo como “o Windows detectou uma grande quantidade de vírus no computador”, “seu computador está desprotegido, clique aqui para resolver”, atente para a maneira como as mensagens são escritas (mensagens legítimas não costumam apresentar erros de ortografia e/ou gramática) e para os nomes dos aplicativos (programas falsos costumam ter nomes genéricos como Antivírus 2009, XP Antivírus, MalwareAlarm, etc.). Na dúvida, feche a janela (não clique no “X”; tente teclar ESC ou ALT+F4) e, por garantia, faça uma varredura completa no sistema com seu antivírus ou com algum serviço online responsável (veja sugestões a propósito em http://fernandomelis.blogspot.com/2011/03/mata-que-e-bicho.html). E se você não resiste à tentação de utilizar softwares piratas, esteja consciente do perigo que essa prática representa, tanto pelo aspecto legal quando pela possibilidade de eles virem recheados de trojans, spywares e outros códigos maliciosos que tais.
Caso esta postagem tenha chegado a destempo – ou seja, depois que você enfiou o pé na jaca (ou na caca) –, saiba que freeware Remove Fake Antivírus pode ser uma mão na roda, pois sua especialidade é vasculhar o sistema em busca dos falsos programas de proteção. Após baixar o programinha, basta executar o arquivo com extensão EXE para que ele entre em ação e exiba numa janela todos os falsos antivírus que irá procurar. Clique em “Start” > “Yes” e aguarde até que lhe seja solicitado reiniciar o sistema (para que a limpeza seja concluída e efetivada).
Boa sorte a todos e até mais ler.