De vez em quando alguém cai de pau no nosso humor de sexta-feira, talvez por não perceber
que o propósito desses momentos de descontração seja divertir, e não afrontar ou
ofender.
Eu não crio as piadas, apenas as reproduzo (sempre evitando cruzar a linha entre a brincadeira inocente e o humor pejorativo e de mau gosto), de modo que não me cabe entrar no mérito da (suposta) burrice das loiras, da malícia dos papagaios, da preguiça dos baianos, da malemolência dos mineiros, da rivalidade entre paulistas e cariocas, da sexualidade dos clérigos, da corrupção dos políticos, ou da orientação sexual de quem quer que seja. Ademais, suprimir anedotas tidas como “politicamente incorretas” seria como decretar a lei do silêncio em botequins, festas de aniversários, batizados, churrascadas e afins.
Eu não crio as piadas, apenas as reproduzo (sempre evitando cruzar a linha entre a brincadeira inocente e o humor pejorativo e de mau gosto), de modo que não me cabe entrar no mérito da (suposta) burrice das loiras, da malícia dos papagaios, da preguiça dos baianos, da malemolência dos mineiros, da rivalidade entre paulistas e cariocas, da sexualidade dos clérigos, da corrupção dos políticos, ou da orientação sexual de quem quer que seja. Ademais, suprimir anedotas tidas como “politicamente incorretas” seria como decretar a lei do silêncio em botequins, festas de aniversários, batizados, churrascadas e afins.
As tirinhas do ASTERIX
mostram que nos tempos da antiga Roma que os povos colonizados já se valiam do deboche como instrumento de vingança – hábito que perdura até os nosso dias,
como comprovam as anedotas de ingleses
contadas na Austrália, de franceses no Canadá e de portugueses aqui
no Brasil. No entanto, a “ingenuidade” atribuída aos
lusitanos é na verdade uma questão de lógica distorcida pela ótica tupiniquim – ou por outra, os patrícios são mais literais, o que não raro da margem a situações hilárias como as que eu transcrevo a seguir:
Ao perguntar ao balconista português se a
livraria fechava aos sábados, o brasileiro recebeu a seguinte resposta:
- Não, senhor, ela fecha às 19 horas da sexta-feira e reabre
às 8 da manhã da segunda.
No hotel, ele comentou com a camareira o fato de ambas torneiras do chuveiro estarem marcadas com a letra F, e ela respondeu com cara de espanto:
- Ora pois, fria e fervente.
Depois de chorar um desconto pelas camisas, meias e gravatas que havia escolhido na loja de roupas do hotel, vendo o balconista fazer contas intermináveis num bloco de papel, nosso conterrâneo perguntou:
- O senhor não tem calculadora?
No trânsito, ele buzinou para o motorista do carro ao lado e disse:
- Porta aberta!
E o português respondeu:
- Não, senhor, só está mal fechada!
No restaurante, depois de examinar o cardápio, o brasileiro pergunta:
-Como vem este filé à moda da casa?
E o garçom:
Tenham todos um ótimo final de semana.