Segurança é um hábito, e como tal deve ser cultivada. E se
eu insisto nessa questão, faço-o por saber que muitos usuários só se dão conta
da importância de manter o software
atualizado e protegido por um arsenal de defesa responsável depois de algum
aborrecimentos ou prejuízo financeiro causado por malwares. No entanto, nem mesmo a melhor suíte de segurança protege
quem quer que seja de falta de bom senso,
facilitando o trabalho dos ciber-estelionatários,
que usam de engenharia social – conjunto
de técnicas destinadas a explorar a inocência, a ingenuidade, a confiança ou a
cobiça das pessoas – para engabelar suas vítimas.
Observação: Descarte
de imediato qualquer email dando conta de que você ganhou na loteria,
herdou uma fortuna de um ditador nigeriano, precisa fazer ajustes na declaração
de imposto de renda, está negativado na praça ou sendo chifrado pelo cônjuge,
precisa recadastrar sua conta, token ou evitar o cancelamento do CPF, Título de
Eleitor ou documentos que tais. Saudações “genéricas” (tipo “olá”, “oi”,
“caro amigo”, etc.) sugerem maracutaias, da mesma forma que erros
de digitação, ortografia, gramática, concordância e frases com letras ou
palavras faltando (mesmo que os vigaristas digitais venham se
esmerando na redação, esses “deslizes” ajudam a burlar a fiscalização dos
filtros anti-spam). Redobre os cuidados diante de banners ou janelinhas
pop-up dando conta de que seu browser está desatualizado, que é
preciso instalar um componente qualquer para visualizar determinada página, ou
que seu sistema está infectado ou repleto de erros críticos. Nessas
circunstâncias, jamais clique no “X” ou em qualquer outro botão com a
inscrição “Fechar”, “Sair” ou “Cancelar”, pois isso
costuma disparar a instalação do código malicioso. Em vez disso, tecle ALT+F4 ou feche
a aba que exibe a página em questão – ou, melhor ainda, encerre o
navegador. Suspeite de sites que se ofereçam para atualizar
o Adobe Flash, o Java, ou outros complementos do seu
browser. Se necessário, faça a atualização manualmente recorra a softwares como
o UPDATE
CHECKER, que avisa quando existem atualizações/novas versões de
aplicativos, drivers e extensões para o navegador.
Os antivírus evoluíram sensivelmente nos últimos tempos (para
saber mais, reveja a trinca de postagens iniciada por esta aqui), especialmente com a adoção de análises
heurísticas, comportamentais e baseadas na computação “em nuvem”, que minimiza
o impacto no desempenho das máquinas dos usuários finais (o Secure Anywhere, da Webroot, e a linha Titanium, da TrendMicro,
dependem quase que exclusivamente desse recurso).
Para testar a vulnerabilidade do seu sistema, utilize o
verificador online gratuito da SYMANTEC; para
pôr a prova a eficácia do seu antivírus, recorra ao EICAR – que funciona a partir de uma sequência de caracteres
que os antivírus consideram como código malicioso, mas que não oferecem risco
para o computador (para realizar o teste, experimente baixar os arquivos EICAR COM, EICAR TXT, EICAR COM
ZIP e EICARCOM2
ZIP. Se seu antivírus se fingir de morto, substitua-o com a possível
urgência).
Observação: Gratuito para uso pessoal e
de organizações sim fins lucrativos, o EXPLOIT SHIELD BETA, do
mesmo fabricante do festejado Malwarebytes
Anti-Malware, promete bloquear a exploração de vulnerabilidades de
software, conhecidas ou não, em diversas aplicações notoriamente problemáticas
(outras deverão ser adicionadas futuramente). Segundo o fabricante, o
programinha não se destina a substituir os antivírus convencionais, mas sim
atuar em paralelo e de forma preventiva.
Adicionalmente, procure se familiarizar com o Gerenciador de Tarefas do Windows (que
já foi abordado aqui no Blog em diversas postagens), já que uma análise atenta
do que roda em segundo plano pode ajudá-lo a identificar malwares no
sistema. Como os nomes dos executáveis tornam difícil a identificação de quem é
quem e faz o quê, dê um clique direito sobre cada item suspeito e selecione Propriedades
> Detalhes. Se as informações forem insuficientes, faça uma busca
no LIUTILITES,
por exemplo, ou recorra ao FILEINSPECT (basta digitar o nome do processo para
descobrir qual programa o ativou e qual a sua utilidade).
Existem outras
ferramentas similares ao Gerenciador de Tarefas, mas com mais
recursos e funções. Um bom exemplo é o AUTORUNS, integrante do
pacote WINDOWS
SYSINTERNALS (conjunto de utilitários gratuitos para Windows com foco em usuários avançados
e profissionais de TI).
Mudando de pato para ganso, sugiro ao leitor que assista ao vídeo a seguir;
Mudando de pato para ganso, sugiro ao leitor que assista ao vídeo a seguir;
Abraços e até amanhã.