sexta-feira, 19 de maio de 2017

DE OLHO NO DESEMPENHO DO PC (PARTE IV)

VARIUM ET MUTABILE SEMPER FEMINA.

O desempenho do computador depende em grande medida da organização dos dados na memória de massa do sistema. Por memória de massa, entenda-se o drive de HDD ― ou, nas máquinas mais recentes e de preços mais salgados, o SSD (sigla de drive de estado sólido, que remete a um componente que armazena as informações em células de memória flash, bem mais veloz que os discos eletromecânicos tradicionais).

Quando o disco rígido está “limpo”, o sistema e os aplicativos tendem a ocupar clusters contíguos ao longo das trilhas. Só para lembrar: Todo HDD é formatado fisicamente na fábrica, quando então as superfícies dos discos são divididas em trilhas setores e cilindros (não confunda formatação física com a formatação lógica, que é feita em nível de software, geralmente antes da instalação ou reinstalação do Windows, quando é criada a “tabela de alocação de arquivos”, isto é, os parâmetros que permitem ao sistema gerenciar o espaço disponível nos discos).

Com o passar do tempo e o uso normal do computador, arquivos são gravados, modificados e apagados aos milhares, e isso proporciona o surgimento de “lacunas” que retardam a leitura/gravação dos dados. O SO é responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre o HDD e a memória RAM, ele conta com o auxílio do BIOS ― que supervisiona a entrada e saída de informações.

Quando comandamos a gravação de um arquivo, essa instrução é repassada ao SO, que altera a estrutura da tabela de alocação (para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido), seleciona os clusters disponíveis e repassa os endereços para o BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os cluster correspondentes. Se o arquivo não couber num único cluster, o SO localiza os próximos clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassa suas coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado no disco. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para evitar que sejam sobrescritos durante a gravação de novos arquivos.

A desfragmentação consiste numa longa sequência de leituras e gravações destinadas a recompor e rearranjar os arquivos em clusters contíguos, tornando-os mais facilmente acessíveis para as cabeças eletromagnéticas do HDD. A frequência com que esse processo deve ser realizado varia conforme o uso do computador, o sistema operacional e o sistema de arquivos utilizado, e o tempo que ele leva para ser concluído varia conforme a velocidade e a capacidade do drive, o percentual de espaço ocupado e o índice de fragmentação dos arquivos. Segundo a Microsoft, esse procedimento se faz necessário quando o percentual de fragmentação atinge 10%, mas só é realizado integralmente quando há pelo menos 15% de espaço livre no drive. Eu, particularmente, sugiro desfragmentar o HDD quinzenalmente, ou sempre que o índice de fragmentação superar 3%.

Embora seja óbvio, vale salientar que, quanto mais “bagunçados” estiverem os dados, mais tempo a desfragmentação levará para ser concluída. Antigamente, rodar um desfragmentador exigia encerrar todos os aplicativos e processos em segundo plano, mas, embora isso não seja mais necessário, o sistema tende a ficar bastante lento durante o procedimento, de modo que é recomendável você desfragmentar seu HDD quando o computador estiver ocioso (na hora do almoço ou durante a noite, por exemplo).

Continuamos no próximo capítulo. Até lá.

DEPOIS DE MUITAS INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS, DE ESPECULAÇÕES E DISSE ME DISSE, TEMER RESOLVEU IMITAR DILMA E NÃO LARGAR O OSSO.

SÓ FALTA DIZER QUE TUDO NÃO PASSA DE UM GOLPE. 

VEJAM O RESUMO A SEGUIR:

O presidente Michel Temer afirmou na tarde de ontem, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, que não vai renunciar.

― Não renunciarei. Repito: Não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Meu único compromisso é com o Brasil, e só este compromisso me guiará.

Temer iniciou sua fala argumentando que demorou a se pronunciar, porque procurou conhecer os detalhes da denúncia. E contou que solicitou ao Supremo o acesso à gravação na qual autoriza a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Até a tarde de ontem, porém, seu pedido ao tribunal não tinha sido atendido.

O presidente negou novamente ter autorizado qualquer interlocutor a falar em seu nome e afirmou que não comprou o silêncio de ninguém, porque não tem o que temer e não precisa, segundo ele, de foro privilegiado.


― Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém por uma razão singelíssima, exata e precisamente, porque não temo nenhuma delação. Não preciso de cargo público nem de foro especial. Não tenho nada a esconder ― disse o presidente.

OS ARAUTOS DA BONDADE NO PLANETA TERRA E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Quando Pelé disse que brasileiro não sabe votar, choveram críticas. Mas não há nada como o tempo para passar, e hoje, com base nos 13 anos e fumaça de governos lulopetistas encerrados por um impeachment, com um Congresso composto majoritariamente por rufiões da pátria e proxenetas do parlamento, com escândalos como os do Mensalão e do Petrolão e à luz das estarrecedoras revelações feitas pela Operação Lava-Jato, é impossível discordar do eterno Rei do Futebol (a não ser, claro, para a patuleia ignara, mas a opinião desses irracionais não merece ser levada em consideração).

Enfim, parece que o analfabetismo político-eleitoral não é uma “virtude” exclusiva dos brasileiros. Veja, por exemplo, a situação de Donald Trump, que vem perdendo apoiadores e ganhando detratores com a mesma vertiginosa rapidez com que notícias comprometedoras envolvendo sua pessoa e seu governo pipocam na mídia e nas redes sociais.

Aqui cabe abrir um parêntese: há cerca de dois meses, em resposta a um leitor radicado nos EUA, que comenta meus pitacos sobre o cenário político tupiniquim, escrevi que Trump não concluirá seu mandato. O assunto veio à baila nem sei bem por que; quem me acompanha sabe que não costumo palpitar sobre política internacional, pois não cabe ao sapateiro ir além das chinelas. Mas vejo agora que cantei a bola e a caçapa: uma pesquisa publicada na última terça-feira pela empresa Public Policy Polling dá conta de que 48% dos americanos querem impichar Trump. E olha que ele mal completou quatro meses de governo. Fecho o parêntese.

Voltando aos assuntos nacionais, li na revista Época desta semana um excelente texto de Guilherme Fiuza (caso você queira conferir a matéria na íntegra, é só clicar aqui). Segundo o jornalista, José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, disse que seu coração está com Lula. A solidariedade emocionante foi prestada na festa pela libertação de José Dirceu, outra alma boa do mesmo planeta. Umas 48 horas depois, Renato Duque confirmou a Sergio Moro que Lula é o chefe do petrolão. Ou seja: o coração solidário de Mujica e o dinheiro roubado do contribuinte estão juntos, sob a mesma guarda. O Brasil e parte do mundo hoje são súditos dessa lenda idiota.

O papa Francisco, uma fofura ainda mais exuberante que Mujica, também deu seu jeitinho de hipotecar o coração a Lula, o filho do Brasil. Quando foi aprovado o impeachment da presidanta delinquente, o sumo pontífice declarou que o momento era “muito triste” e cancelou sua visita ao país. Já sobre a Venezuela, enquanto o sangue corre nas ruas e o companheiro Maduro fecha o Congresso, sua santidade declara que a solução da crise fica difícil com “a oposição dividida”.

Vamos repetir, porque você achou que não ouviu direito: o papa bonzinho encontrou um jeito sutil como um elefante de culpar a oposição venezuelana pela ditadura sanguinária do filhote de Hugo Chávez.

Nesse ponto, Fiuza pondera que o texto poderia terminar ali, porque é incrível que ainda seja preciso dizer algo mais sobre uma lenda progressista vagabunda que virou crime perfeito, graças a uma opinião pública demente que engole e propaga a fraude ― contando até com astros de Hollywood para isso. Mujica é um canastrão, o papa é um covarde e a casta cultural e acadêmica que apoia essa malandragem para ficar bem na foto é um flagelo. Mas resolve prosseguir em homenagem a Lula, o democrata que prometeu voltar à Presidência e mandar prender todos os jornalistas que mentiram sobre ele (é muita ingratidão você passar mais de década alugando gente para exaltar sua honestidade e depois ameaçar prender quem mentiu). Lula desembarcou em Curitiba para o depoimento a Sergio Moro de jatinho particular, cercado por uma comitiva de petistas sorridentes e gordos. Eles levam um vidão, nem precisam mais fingir que governam. Dilma faz palestras pelo mundo, numa língua só dela, viajando de primeira classe. A tropa da alegria reservou dois andares de um dos melhores hotéis de Curitiba, de onde foram se encontrar com seus advogados milionários. A Justiça Federal acabara de interditar o Instituto Lula, identificando-o como centro de articulações criminosas e distribuição de propina. Bumlai, um dos articuladores, foi solto pelo STF a tempo de declarar que a ideia do instituto foi de Marisa Letícia.

Não seria preciso dizer mais nada. Mas é, porque essa quadrilha ou, pior, sua narrativa inacreditável continua viva e bem, obrigado. Não estivesse, seria impossível montar uma greve geral de fachada, empurrando uma militância pífia e fisiológica para sabotar um dia na vida do país. Ruas, estradas, lojas e aeroportos invadidos e depredados por supostos manifestantes trabalhistas insuflados e/ou pagos pelos heróis da lenda para posar de revolucionários ― num momento em que a única revolução possível a favor do povo é consertar o estrago que os heróis deixaram após 13 anos de sucção.

O mais chocante não é o show de violência dos parasitas ― defendido envergonhada e dissimuladamente por essa elite cultural e acadêmica como “direito à livre manifestação”, entre outros disfarces retóricos para o teatro ideológico. O mais impressionante é a leniência, a catatonia, a frouxidão do país e de suas autoridades diante do escárnio. Saiu barato, quase de graça, para os pimpolhos selvagens e seus mentores intelectuais esculhambarem a vida nacional e ainda saírem reclamando da violência policial. O Brasil é uma mãe. E é por tudo isso que Lula pode ainda ser apresentado como protagonista de um duelo com Sergio Moro, como se o juiz fosse um carrasco de Os dias eram assim ― e não alguém que está julgando um réu, acusado de uma série de crimes contra o povo que finge defender. A imagem da chegada do ex-presidente à audiência da Lava-Jato carregando uma bandeira do Brasil é um emblema, com uma única legenda possível: “Vou continuar enganando, até que eles se cansem de ser enganados”.

Eu assino embaixo. E você?

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E como hoje é sexta-feira:


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