Pressionado pelo rombo no orçamento
e pela dificuldade em fechar as contas deste ano, o presidente mais impopular
da nossa história e sua equipe econômica (que, curiosamente, é a mais eficiente
dos últimos 15 anos) resolveram que a solução não é controlar os gastos
públicos, mas, sim, aumentar impostos, ou seja, mandar a fatura para os contribuintes,
que, embora não suportem mais ver a cara do Temer, terão de pagar do bolso pelos votos favoráveis ao presidente na CCJ e no plenário da Câmara (e
essa é só a primeira denúncia; se Janot
cumprir o que prometeu, duas outras virão antes de setembro, quando então as
negociações espúrias deverão se repetir).
Resumo da ópera: O governo dobrou o PIS/COFINS sobre os combustíveis, propiciando um aumento de R$ 0,41 no litro da gasolina, R$
0,20 no do dieses e R$ 0,19 no do álcool (que era isento desse tributo). Fazendo uma “conta de padeiro”, encher o tanque com gasolina ficará R$ 25 mais
caro ― considerando a capacidade média de 50 litros. Com álcool, a bordoada é
menor ― cerca de R$ 10 ―, o que torna mais atrativa a opção por esse
combustível (e como os postos podem estipular livremente seus preços e ninguém
ainda revogou a Lei da Oferta e da Procura, o provável aumento da demanda
certamente resultará em novos aumentos de preço para o consumidor final, até
porque, no Brasil, os efeitos da livre-concorrência costumam ser inibidos pela
prática de cartelização.
Mudando de pato para ganso, por determinação do juiz Sérgio Moro a
eterna alma viva mais honesta do Universo teve mais R$ 9 milhões
bloqueados pelo BrasilPrev (fundo de previdência do Banco do Brasil),
relativos a um plano empresarial da LILS (empresa de palestras de Lula).
O molusco indigesto marcou presença na manifestação realizada ontem à noite, na
mais paulista das avenidas, que, a despeito do frio, conseguiu ocupou um quarteirão
e meio! E isso com dois carros de som e
mortadela à vontade para os mercenários de sempre. A do Rio reuniu cerca de 500
pessoas, e a de Brasília, fiasco ainda maior, algo em torno de 150
participantes. Quem compareceu ouviu a cantilena de sempre em confronto aberto com a
realidade. A saber:
Lula: "Esse é o primeiro ato, eles sabem que nós vamos conquistar
eleições diretas para o povo brasileiro". (Não há o que conquistar.
Primeiro porque já temos eleições diretas regulares ― as próximas, em 2018.
Segundo porque o PT, de fato, não as deseja para já. Não está preparado
para enfrentá-las. Prefere Temer, fraco, até o fim do mandato que era de
Dilma.)
Lula: “Se a PF, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro
tiverem uma prova de que recebi cinco centavos, por favor, me desmoralizem, me
prendam”. (A sentença de Moro que condenou Lula é recheada de
provas, mas o petralha e seus apoiadores abilolados jamais as reconhecerão,
como até hoje não reconhecem que o mensalão do PT existiu e que
mensaleiros foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal com base em fartas
provas.)
Gleisi Hoffmann, presidente do PT: "Se querem
ganhar do Lula, ganhem nas urnas, ganhem nos votos". (Pelo que
fez ou deixou de fazer, foi Lula que cavou a própria situação de
eventualmente não poder ser candidato caso a segunda instância da Justiça
confirme a decisão de Moro. Ele é réu em mais quatro processos, e a
denúncia que acrescentará mais um à conta deve ser aceita a qualquer momento).
Lindbergh Farias: “Eles não estão nem aí se o Brasil está
voltando para o mapa da fome". (A maior recessão econômica da história
do Brasil, que desempregou mais de 14 milhões de pessoas, é obra do primeiro e
do segundo governo de Dilma. Foi a recessão que devolveu à miséria
muitos que haviam se livrado dela durante os dois governos de Lula).
Para fechar com chave de ouro: Paulo
Okamoto, presidente do INSTITUTO LULA, que foi absolvido por
falta de provas no processo em que seu chefe foi condenado a 9 anos de seis
meses de prisão, recorreu da
sentença. É mole?
Com Blog do Noblat.